Raiva
“O cão transmite raiva ao morder, alguns
seres transmite raiva sem morder.”
-Wesley D'Amico
Raiva
A raiva é uma doença infecciosa viral
aguda grave, que acomete mamíferos,
inclusive o homem, e caracteriza-se
como uma encefalite progressiva e
aguda com letalidade de
aproximadamente 100%. É causada pelo
Vírus do gênero Lyssavirus, da família
Rabhdoviridae.
Transmissão
A raiva é transmitida ao homem pela saliva de
animais infectados, principalmente por meio da
mordedura, podendo ser transmitida também pela
arranhadura e/ou lambedura desses animais.
O período de incubação é variável entre as espécies,
desde dias até anos, com uma média de 45 dias no
ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O
período de incubação está relacionado à localização,
extensão e profundidade da mordedura, arranhadura,
lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal
infectado; da proximidade da porta de entrada com o
cérebro e troncos nervosos; concentração de
partículas virais inoculadas e cepa viral.
Transmissão
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela
saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do
aparecimento dos sinais clínicos e persiste
durante toda a evolução da doença (período
de transmissibilidade). A morte do animal
acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a
apresentação dos sintomas.
Não se sabe ao certo qual o período de
transmissibilidade do vírus em animais
silvestres. Entretanto, sabe-se que os
quirópteros (morcegos) podem albergar o
vírus por longo período, sem sintomatologia
aparente.
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos
inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias.
Nesse período, o paciente apresenta:
mal-estar geral;
pequeno aumento de temperatura;
anorexia;
cefaleia;
náuseas;
entorpecimento;
irritabilidade;
inquietude;
sensação de angústia.
Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesiae parestesiano trajeto
de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações
de comportamento.
Sintomas
Tratamento
A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual
a melhor medida de prevenção é a vacinação préou
pós exposição. Quando a profilaxia antirrábica não
ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um
protocolo de tratamento da raiva humana, baseado
na indução de coma profundo, uso de antivirais e
outros medicamentos específicos.
vacina antirrábica humana de cultivo celular,
soro antirrábico humano e
imunoglobulina antirrábica humana.
Tratamento
Profilaxia Pré-Exposição
A profilaxia pré-exposição deve ser indicada para
pessoas com risco de exposição permanente ao vírus
da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas
por profissionais ou pessoas com risco de exposição
ocasional ao vírus, como turistas que viajam para
áreas de raiva não controlada
Tratamento
Pré-exposição
Intramuscular
Esquema vacinal: Duas doses, nos dias 0 e 7.
Volume da dose: 0,5mL ou 1mL, dependendo do
laboratório produtor. Administrar todo o volume do
frasco.
Local de aplicação: deltoide ou vasto lateral da coxa
(se crianças menores de 2 anos). Não aplicar no
glúteo.
Tratamento
Pré-exposição
Intradérmica
Esquema vacinal: Duas doses, nos dias 0 e 7.
Volume da dose: 0,2mL. Esse volume da dose deve ser
dividido em duas aplicações de 0,1mL cada e
administradas em sítios diferentes, independente da
apresentação da vacina (0,5mL ou 1mL, dependendo do
laboratório produtor).
Local de aplicação: antebraço ou na delimitação do
deltoide. Para se certificar que a vacina foi aplicada
corretamente, observar a formação de pápula (se
aplicação incorreta, repetir o procedimento pela via ID).
Tratamento
A profilaxia pré-exposição apresenta as seguintes
vantagens:
Simplifica a terapia pós-exposição, eliminando a
necessidade de imunização passiva (soro ou
imunoglobulina), e diminui o número de doses da
vacina; e
Desencadeia resposta imune secundária mais
rápida (booster), quando iniciada a pós-exposição.
Tratamento
Profilaxia Pós-Exposição
Em caso de possível exposição ao vírus da raiva, é
imprescindível a limpeza do ferimento com água
corrente abundante e sabão ou outro detergente,
pois essa conduta diminui, comprovadamente, o
risco de infecção. É preciso que seja realizada o mais
rápido possível após a agressão e repetida na
unidade de saúde, independentemente do tempo
transcorrido.
Tratamento
A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as
sujidades sem agravar o ferimento, e, em seguida,
devem ser utilizados antissépticos como o
polivinilpirrolidona-iodo, povidinee digluconatode
clorexidinaou álcool-iodado.
Essas substâncias deverão ser utilizadas somente na
primeira consulta. Nas seguintes, devem-se realizar
cuidados gerais orientados pelo profissional de
saúde, de acordo com a avaliação da lesão.
Esquema para profilaxia
da raiva humana –pós -
exposição
Cão ou gato passível de observação por 10 dias e sem
sinais sugestivos para raiva
+ Acidente leve
Lavar com água e sabão;
Não iniciar a profilaxia, manter o animal em
observação por 10 dias.
Se o animal permanecer vivo e saudável,
suspender a observação no 10°dia e encerrar o
caso.
Se o animal morrer, desaparecer ou apresentar
sinais de raiva, iniciar tratamento vacinal. IM ou ID.
Esquema para profilaxia
da raiva humana –pós -
exposição
Cão ou gato não passível de observação por 10 dias
ou com sinais sugestivos para raiva
+ Acidente leve
Lavar com água e sabão;
Iniciar tratamento vacinal. IM ou ID.
Esquema para profilaxia
da raiva humana –pós -
exposição
Cão ou gato passível de observação por 10 dias e sem
sinais sugestivos para raiva
+ Acidente grave
Lavar com água e sabão;
Não iniciar a profilaxia, manter o animal em
observação por 10 dias.
Se o animal permanecer vivo e saudável,
suspender a observação no 10°dia e encerrar o
caso.
Se o animal morrer, desaparecer ou apresentar
sinais de raiva, iniciar tratamento vacinal. IM ou ID
e soro. (SAR ou IGHAR)
Esquema para profilaxia
da raiva humana –pós -
exposição
Cão ou gato não passível de observação por 10 dias
ou com sinais sugestivos para raiva
+ Acidente grave
Lavar com água e sabão;
Iniciar tratamento vacinal. IM ou ID e Soro (SAR
ou IGHAR)
Esquema vacinal
Vacina no 0, 3, 7, 14.
Via IM ou ID
“A violência é como um cachorro com raiva.
Se não vacinar, morde e te mata .”
-Anderson Carmona Domingues de Oliveira