Reparando fontes chaveadas (ART1183)
Com o aumento do número de computadores em nosso país, as oficinas de reparação passam a ter a possibilidade de trabalhar com
um novo produto. No entanto, não é possível mexer em tudo num computador sem um preparo específico. Isso, entretanto não deve
desanimar o técnico que pode ter em alguns setores do computador a possibilidade de fazer reparos e até de uma maneira simples. Os
monitores de vídeo, amplificadores e as próprias fontes de alimentação são alguns exemplos. Nesse artigo damos algumas dicas
importantes para a reparação das fontes chaveadas encontradas tanto em computadores como em muitos outros periféricos e mesmo
equipamentos de consumo.
Existem circuitos nos computadores em que qualquer tipo de reparação é bastante problemática, tanto pela dificuldade em se localizar
esses componentes como também pelo modo como são montados. Placas de diversas camadas, componentes extremamente
pequenos (SMD) e com muitos terminais muito próximos são alguns casos em que a reparação se torna problemática.
No entanto, existem algumas partes dos circuitos em que tanto são usados componentes comuns discretos, de tamanhos normais,
como também sua troca é facilitada pelo modo tradicional como são montados. Isso ocorre, por exemplo, em monitores de vídeo, em
amplificadores multimídia, em alguns circuitos de impressoras e principalmente nas fontes de alimentação.
Na verdade, essas fontes são relativamente simples de reparar em alguns casos, tanto pela menor complexidade de seus circuitos e
pelo uso de componentes discretos comuns, como pelo modo como esses componentes são montados.
Dessa forma, um reparo numa fonte é possível em muitos casos, e com pouco custo, possibilitando a recuperação de um circuito do
computador que, se bem que seja relativamente barato, pode ainda sair mais barato se for reparado.
Ao reparar uma fonte chaveada ou abreviadamente SMPS de Switch Mode Power Supplies, o procedimento a ser adotado por um
técnico é completamente do utilizado por uma fonte comum.
Numa fonte comum, a não ser num pequeno setor de entrada encontramos uma tensão alternada. Nos demais setores as tensões
encontradas são todas contínuas. Assim, para o reparo de uma fonte linear (também dita analógica), basta medir tensões e tudo está
resolvido.
Numa fonte chaveada encontramos sinais, com freqüências que podem superar 1 MHz, o que exige não a disponibilidade de
instrumentos capazes de verificar esses sinais, como um osciloscópio, como também o conhecimento do profissional das formas de
onda que devem ser observadas.
Um outro ponto que também dificulta a análise dessas fontes por parte do técnico menos familiarizado é o fato de que muitas delas
possuem recursos de proteção que as desliga quando alguma coisa está errada.
Assim, a fonte desliga completamente parecendo "morta" quando alguma coisa ocorre e o técnico sem conhecimento, não sabe por
onde começar.
Para saber o que pode e o que não pode ser reparado numa fonte, e se isso compensa, começamos por analisar o princípio de
funcionamento de uma fonte chaveada típica que é mostrado em blocos na figura 1.
É claro que podem ocorrer pequenas variações de uma fonte para outra, conforme o que se denomina a topologia usada a qual
depende da potência de saída, do tipo de circuito que vai ser alimentado e muito mais.
Por exemplo, em lugar do acoplador óptico no bloco de feedback podemos encontrar simplesmente um enrolamento adicional do
transformador comutador. Em lugar de apenas um transistor comutador, podemos encontrar dois em push-pull, o feedback de controle
pode ser obtido de enrolamentos diferentes do transformador e assim por diante.