Apresentação de Resenha Crítica- Filme 12 anos de Escravidão.
Disciplina:Sociologia e relações humanas
Curso:Tecnologia em Segurança no Trabalho
FATESP
Size: 7.24 MB
Language: pt
Added: Oct 27, 2014
Slides: 19 pages
Slide Content
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO V ioloncelista Solomon Northup ( Chiwetel Ejiofor ) que em 1841 tinha uma vida livre com sua esposa e filhos na cidade de Nova York; É convidado (por seus amigos de trabalho) a apresentar-se em Washington, assim sendo enganado e acaba por ser sequestrado e vendido como escravo para William Ford (Benedict Cumberbatch ), a fim de trabalhar em sua plantação de cana-de-açúcar;
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO É vendido novamente, indo parar dessa vez na propriedade do temível Edwin Epps (Michael Fassbender ), para trabalhar em suas plantações de algodão; S e chamará pois de Platt – precisara sobreviver àquela tão lastimável vida, tendo que disfarçar sua condição de homem culto a fim de que não sofra represálias maiores por parte de seu “mestre”.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO O foco da narrativa se aloca na vida pessoal de Northup ; o roteirista John Ridley e o diretor Steve McQueen mostram de forma absolutamente eficiente o processo de escravidão americana, sobretudo no período em que passa o filme;
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Porém , é bastante eficaz o fato do filme começar com Northup já escravo e daí fazer uma retrospectiva da vida do protagonista até ali. Desde o primeiro contato com os raptores passando pela “venda” de Northup (que será rebatizado de Platt por “parecer mais adequado” a um escravo), McQueen mostra, como os escravos eram “preparados” para serem apresentados aos seus potenciais “compradores”.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO A s diferentes personalidades dos senhores escravistas, como, por exemplo, William Ford, que mesmo mostrando-se gentil e piedoso em relação aos seus escravos, não esconde, sua “fama” de escravista ao compactuar. Desta maneira, é fundamental a manutenção daquela “fama” . Neste contexto, mesmo admirando e defendendo Northup , em certo ponto da trama, Ford não hesite em “vende-lo” a Epps , mesmo sabendo que este último não é tão “piedoso” quanto Ford.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Outro aspecto plausível, diz respeito ao uso do discurso religioso, feito sobretudo por Ford e Epps em momentos distintos, para subsidiar e justificar o uso da escravidão. Ironia, ver os dois senhores “catequizando” seus “escravos” e utilizando-se de passagens específicas da bíblia para explicar o estado das coisas.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Ford cita trechos que o colocam como o “bom senhor”, Epps , por outro lado, incorpora o próprio discurso ao se colocar como uma espécie de “ungido” que, por causa disso, tem o “direito” de castigar seus escravos se este assim o julgar. Epps , diferencia-se de Ford apenas em termos de comportamento, mas não de ideologia.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Num primeiro momento Madame Ford esforça-se, em parecer piedosa com uma escrava que acabara de se separar de sua filha dizendo “você em breve a esquecerá”, esta frase não esconde a mesma ideologia perversa do marido, algo que fica muito claro na cena onde, enquanto Ford lê a bíblia para seus escravos, ao fundo temos Eliza, a escrava que se separou de sua filha, aos prantos, o que leva Madame Ford a comentar “quando isso vai parar? Não quero esta depressão pra minha casa...”! Ou seja, a piedade aparente não passa de um completo desprezo revelado nesses poucos diálogos
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO E se as esposas dos senhores de escravos refletem a ideologia dos maridos, os subalternos destes, apenas por serem brancos, rogam-se no direito de humilhar os escravos, algo refletido na relação beligerante entre Northup e o capataz Tibeats (Paul Dano), levando aos escravos numa eterna postura de resignação.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Uma certa cena , um escravo discursa sobre resistência, vemos esse mesmo escravo se abraçando a um potencial comprador, apenas porque esse comprador, assim como Ford, aparenta ser mais “bondoso” que os demais. O fascinante nesta cena é que em nenhum momento antipatizamos com aquele personagem, pois sabemos que sua postura naquele contexto, é eminentemente clara.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Northup , tendo o adicional que o personagem é claramente mais astuto e inteligente que a maioria dos personagens ali. Fascinante, por exemplo, os esforços dele em tentar ocultar esta inteligência, mostrando.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Outro momento excelente é o exato instante em que ele diz a Epps , numa cena em particular: “você ainda será castigado por isso”. E se Northup opta pela resignação, sua expressão porém deflagra um desespero aterrador, como na cena em que ele testemunha a execução de dois escravos ou na fantástica cena onde precisa convencer Epps de que não escrevera uma carta. Nada mais reconfortante para esse protagonista, neste sentido, o choro decorrente da cena final, um momento raro de felicidade e alívio.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO A escrava novata Lupita Nyong’o em sua personagem comove o público pelo sofrimento que passa. Além de ter que lidar com o assédio do patrão, precisa lidar com o ódio e os maus-tratos vindos da esposa. Sua entrega para o personagem é imensurável. E basta a vermos, de relance, com os olhos vermelhos provenientes de algum machucado que recebera, o que nos deixa em prantos de tamanho mal trato
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO É dela o destaque em duas cenas seminais: a primeira o momento em que ela pede, desesperada, um favor à Northup e a outra, a forte cena onde, num plano longuíssimo, a vemos ser chicoteada a mando de Epps . E se toda a sequência nos choca e nos devasta, a cena seguinte das costas literalmente rasgadas da personagem sendo limpa por outros escravos enquanto Patsy geme e baba de dor, o que provoca uma imensa comoção. Cena esta que deve sempre ser relembrada.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO Por fim a cena mais prazerosa é a volta de Northup à sua casa, onde lá reencontra toda sua família, ponto este em que nos deixa bastante emocionados, afinal ali acabara os 12 anos de escravidão.
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO No entanto, o que fica marcado em mente, mesmo nos revelando fatos históricos ocorridos em há tempos , mostra-se altamente atual por nos revelar uma relação que ainda hoje ocorre, só que bem mais mascarado. O filme se destacou claramente e teve como prêmio o Oscar por ter muito mais haver com a necessidade da Academia de parecer politizada e sem preconceitos .
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO A história contada no filme é imensuravelmente inexplicável e deve ser vista por todo o mundo, como um exemplo de melhor filme produzido e melhor roteiro, afinal a escravidão é assunto bastante polêmico e que deveria não mais existir. Eis um clássico filme de 12 anos de escravidão.