Na Inglaterra, no século XVI, a diversão mais apreciada por pobres e ricos
era o teatro. Vários teatros foram erguidos na margem esquerda do rio Tâmisa,
lado contrário ao da cidade de Londres. Eram construções ao ar livre, nas quais o
palco estendia-se até o centro de uma arena e era rodeado por três andares de
galerias. Os espectadores, portanto, ficavam muito próximos dos atores e
aplaudiam ou vaiavam conforme sua aprovação ou desaprovação às
representações, em eventos que contavam com até dois mil espectadores de
todas as classes sociais, que pagavam para assistir aos espetáculos.
Os teatros elizabetanos eram em forma circular, com vários andares e
galerias, o palco sempre contava com um balcão (sacada) e um alçapão, além de
uma reentrância ao fundo na qual representavam-se cenas em espaços como
aposentos e criptas, os usos destas características espaciais possibilitava vários
efeitos nas cenas. Só homens atuavam nos espetáculos, os atores eram
profissionais remunerados e organizados em companhias, através de contratos e
coordenados por um empresário. Não eram usados cenários, por isso poderia
haver uma grande variabilidade de lugares nas quais transcorressem as cenas.
Uma floresta, por exemplo, era representada pelo uso de um galho, um cemitério
por uma cruz, etc. Os lugares onde ocorriam as ações da peça, bem como a
noção de temporalidade (dias, estações, horas, período do dia) eram
comunicados pelo próprio texto dramático.
Quem viveu e representou como ninguém o período elizabetano foi William
Shakespeare (1564-1594), considerado por muitos o maior dramaturgo de todos
os tempos. Shakespeare foi poeta, ator, diretor de seus espetáculos, empresário e
líder da companhia para a qual escrevia, um homem de teatro, enfim. Suas
comédias e tragédias eram aclamadas por todos, nobres e plebeus, e fazem
sucesso até os dias de hoje, em todo o mundo. As principais tragédias de
Shakespeare foram: “Hamlet”, “Otelo”, “Henrique V”, “Rei Lear”, “Romeu e Julieta”,
“Ricardo III”, etc. As comédias mais conhecidas foram: “Sonhos de uma noite de
verão”, “As alegres comadres de Windsor”, “A Comédia dos Erros”, “A Megera
Domada”, “O Mercador de Veneza”, etc.