Resumo de O carteiro e o poeta - Orientação prof. DiAfonso
DiAfonso
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Oct 08, 2010
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Resumo de O Carteiro EO Poeta, de Antonio Skármeta, um soluço Orientação do prof. DiAfonso.
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Slide Content
O Carteiro
e o
Poeta
Antonio Skármeta – Orientação Prof.
DiAfonso
O AUTOR
Nasceu em Antofagasta, em 1940,
no Chile.
Estudou Filosofia e Literatura na
Universidade do Chile.
Ministrou aulas de Literatura na
Universidade do Chile.
Em 2000, foi nomeado embaixador do Chile
na Alemanha.
Foi agraciado com vários prêmios
internacionais.
OS PERSONAGENS PRINCIPAIS
Pablo Neruda (O poeta)
Mario Jiménez (O carteiro)
Beatriz Gonzalez (Par romântico do
carteiro)
RESUMO DA OBRA
Mario Jiménez é um jovem morador da Ilha
Negra, no litoral do Chile.
RESUMO DA OBRA
Pouco afeito ao ofício de pescador, como o
seu pai José Jiménez, Mário é pressionado
por este a procurar um emprego.
TRECHOS DA OBRA
- Vai procurar um trabalho – era a frase concisa e feroz com
que o homem encerrava um olhar acusador que podia durar
até uns dez minutos e que em todo o caso nunca durou
menos de cinco.
- Está bem, papai – respondia Mario, limpando o nariz com a
manga do casaco.
[...]
Foi num daqueles dias de vagabundeio descontente que
descobriu um aviso na janela da agência do correio ao qual,
embora escrito a mão e sobre modesta folha de caderno de
aritmética – matéria em que não se havia destacado na escola
primária –, não pôde resistir.
TRECHOS DA OBRA
Mario Jiménez jamais usara gravata, mas antes de entrar deu
uma arrumada no colarinho da camisa, como se portasse uma
e tratou, com algum êxito, de reduzir com dois golpes d
pentinho a cabeleira herdada de fotos dos Beatles.
- Estou aqui por causa doa viso – declamou ao funcionário,
com um sorriso emulando o de Burt Lancaster.
- Tem bicicleta? – perguntou aborrecido o funcionário.
O coração e seus lábios disseram em uníssono:
- Tenho.
- Muito bem – disse o agente, limpando os óculos. – Trata-se
de uma vaga de carteiro para a Ilha Negra.
- Que coincidência – disse Mario. – Moro ao lado, na enseada.
RESUMO DA OBRA
Mário consegue, enfim, empregar-se como
carteiro na agência dos correios local. Sua
função se limitava a entregar, diariamente,
cartas a um único cliente.
RESUMO DA OBRA
Este único cliente não era ninguém menos
que o renomado poeta chileno e ganhador
do Prêmio Nobel de Literatura Pablo
Neruda.
TRECHOS DA OBRA
- Isso é bom. Mas o negativo é que só tem um cliente.
- Só um?
- Pois é. Na enseada todos são analfabetos. Não conseguem
ler nem as contas.
- E quem é o cliente?
- Pablo Neruda.
Mario Jiménez engoliu o que lhe pareceu um litro de saliva.
- Mas isso é formidável!
- Formidável? Ele recebe quilos de correspondência todos os
dias. Pedalar com a bolsa em cima do lombo é o mesmo que
carregar um elefante nos ombros. O carteiro que o atendia se
aposentou corcundo como um camelo.
RESUMO DA OBRA
Do contato estabelecido entre Mário e
Neruda, começa, então, a surgir o embrião
de uma amizade por insistência do jovem
carteiro que desejava aprender a arte da
poesia, pedindo conselhos ao poeta.
TRECHOS DA OBRA
- Dom Pablo?...
- Você fica aí parado como um poste.
Mario retorceu o pescoço e procurou os olhos do poeta, indo
de baixo para cima.
- Cravado como uma lança?
- Não, quieto como uma torre de xadrez.
- Mais tranquilo que um gato de porcelana?
Neruda soltou o trinco do portão e acariciou-se o queixo.
- Mario Jiménez, afora as Odes Elementares, tenho livros
muito melhores. É indigno que você fique me submetendo a
todo tipo de comparações e metáforas.
- Como é, dom Pablo?!
TRECHOS DA OBRA
- Metáforas, homem!
- Que são essas coisas?
O poeta colocou a mão sobre os ombros do rapaz.
- Para esclarecer mais ou menos de maneira imprecisa, são
modos de dizer uma coisa comparando-a com outra.
- Dê-me um exemplo...
Neruda olhou o relógio e suspirou.
- Bem, quando você diz que o céu está chorando. O que é que
você quer dizer com isto?
- Ora, fácil! Que está chovendo, ué!
- Bem, isso é uma metáfora.
TRECHOS DA OBRA
- E por que se chama tão complicado, se é tão fácil?
- Porque os nomes não têm nada a ver com a simplicidade ou
complexidade das coisas. Pela sua teoria, uma coisa pequena
que voa não deveria ter um nome tão grande como mariposa.
Elefante tem a mesma quantidade de letras que mariposa, é
muito maior e não voa – concluiu Neruda, exausto. Com um
resto de ânimo indicou para Mario o rumo da enseada. Mas o
carteiro teve a presença de espírito de dizer:
- Porra, gostaria tanto ser poeta!
- Rapaz! Todos são poetas no Chile. É mais original que você
continue sendo carteiro. Pelo menos caminha bastante e não
engorda. Todos os poetas aqui no Chile somos barrigudos.
Neruda retomou o trinco do portão e dispunha-se a entrar
quando Mario, olhando o voo de um pássaro invisível, disse:
TRECHOS DA OBRA
- É que se eu fosse poeta podia dizer o que quero.
- E o que é que você quer dizer?
- Bom, justamente o problema é este. Como não sou poeta,
não posso dizer.
O poeta apertou as sobrancelhas por cima do tabique do
nariz.
- Mario?!
- Dom Pablo?!
- Vou me despedir e fechar o portão.
- Está certo, dom Pablo.
- Até amanhã.
- Até amanhã.
RESUMO DA OBRA
Desse primeiro encontro com Neruda, Mario
Jimenez sai a tentar aprender o ofício de
“criar metáforas” e, numa espécie de bar,
tem a visão do paraíso ao se deparar com
Beatriz González, por quem se apaixona
loucamente.
TRECHOS DA OBRA
[...] Adivinhando que o tédio da rotina iria se somar à
depressão, [Mario] entrou no lugar disposto a converter em
vinho a gorjeta do poeta, quando foi invadido por uma
embriaguez mais cabal do que nenhum mosto lhe havia
provocado em sua curta vida: jogando com os oxidados
bonecos azuis encontrava-se a garota mais linda que
recordava ter visto, incluídas atrizes, lanterninhas de cinema,
cabeleireiras, colegiais, turistas e vendedoras de discos.
Embora sua ansiedade pelas garotas fosse quase equivalente
à sua timidez – situação essa que o consumia em frustrações
–, dessa vez avançou até a mesa de totó com a ousadia da
incontinência. Deteve-se atrás do goleiro vermelho,
dissimulou com perfeita ineficiência seu fascínio
acompanhando com olhos saltitantes os vaivéns da bola, e
quando a garota fez troar o metal de defesa com um gol,
levantou a vista para ela com o mais sedutor sorriso que
podia improvisar.
TRECHOS DA OBRA
Ela respondeu a tal cordialidade com um gesto desafiando-o
que assumisse a dianteira da equipe rival. Mario quase nem
havia notado que a garota jogava com uma amiga e só se deu
conta quando bateu nela com os quadris, deslocando-a para a
defesa. Poucas vezes em sua vida havia notado que tinha um
coração violento. O sangue era bombeado com tal vigor que
passou a mão pelo peito tentando apaziguá-lo. E, então, ela
golpeou a bola branca no canto da mesa, fez o gesto de levá-
la até o outrora círculo central, desbotado pelas décadas, e
quando Mario se dispôs a manobrar suas barras para
impressioná-la com a destreza de suas mãos, a garota
levantou a bola e a colocou entre os dentes que brilharam no
humilde recinto sugerindo-lhe uma chuva de prata. Em
seguida, adiantou seu torso cingido por uma blusa dois
números menor que o que exigiam seus persuasivos seios, e
o convidou a apanhar a bola em sua boca. Indeciso entre a
humilhação e a hipótese, o carteiro alçou vacilante a mão...
TRECHOS DA OBRA
...direita e, quando seus dedos estavam a ponto de tocar a
bolinha, a menina se distanciou e o sorriso irônico deixou seu
braço suspenso no ar, como num brinde ridículo para festejar
sem taça e sem champanhe um amor que jamais se
concretizaria. Logo balançou o corpo a caminho do bar e suas
pernas pareciam dançar ao compasso de uma música mais
sinuosa que a oferecida pelos Ramblers. Mario não precisou
de um espelho para adivinhar que seu rosto estaria vermelho
e úmido.
RESUMO DA OBRA
Mario, agora apaixonado, tem uma razão a
mais para aprender a arte poética e volta a
buscar conselhos com Neruda, revelando
seu amor por Beatriz González e o desejo
de conquistá-la através da poesia.
TRECHOS DA OBRA
No portão de Neruda [Mario] pendurou-se na corda que
acionava a campainha bem além de toda discrição. Três
minutos desse som estridente não garantiram a presença do
poeta. Colocou a bicicleta contra o poste e, com um resto de
forças, correu até as rochas da praia onde descobriu Neruda
de joelhos cavando a areia.
- Tive sorte – gritou, enquanto saltava sobre as rochas
aproximando-se. – Telegrama!
- Você teve de madrugar, garoto...
Mario chegou ao seu lado e dedicou ao poeta dez minutos de
respiração ofegante antes de recuperar a fala.
- Não me importo. Tive muita sorte porque preciso falar com o
senhor.
- Deve ser muito importante. Você bufa como um cavalo!
TRECHOS DA OBRA
Mario limpou o suor da testa com uma passada de mão, secou
o telegrama em suas coxas e o colocou numa das mãos do
poeta.
- Dom Pablo – declarou solene. – Estou apaixonado.
- Bom – replicou –, não é tão grave. Isso tem remédio.
- Remédio? Dom Pablo, se isso tem remédio eu só quero estar
doente. Estou apaixonado, perdidamente apaixonado.
A voz do poeta tradicionalmente lenta, pareceu dessa vez
deixar cair duas pedras em vez de palavras.
- Contra quem?
- Dom Pablo?!
- Por quem, homem?
- Chama-se Beatriz.
RESUMO DA OBRA
Mario pede, insistentemente, a ajuda de
Neruda para conquistar o coração de
Beatriz e domar a mãe dela, dona Rosa
González, que tentou, a todo custo, impedir
o enlace dos amantes.
TRECHOS DA OBRA
- Dom Pablo, estou apaixonado.
- Isso você já disse. E em que posso servi-lo?
- Tem que me ajudar.
- Na minha idade?
- Tem que me ajudar porque eu não sei o que dizer a ela. Vejo-
a diante de mim e é como se fosse mudo. Não me sai uma
única palavra.
- Mas como? Você não falou com ela?!
- Quase nada. Ontem fui embora passeando pela praia como o
senhor me disse. Olhei o mar por um bocado de tempo e não
me ocorreu nenhuma metáfora. Aí entrei na estalagem e
comprei uma garrafa de vinho. Pois bem: foi ela que me
vendeu a garrafa.
TRECHOS DA OBRA
- Beatriz.
- Beatriz. Fiquei olhando e me apaixonei por ela.
Neruda coçou sua plácida calvície com o lápis.
- Tão rápido?
- Não, tão rápido, não. Fiquei olhando para ela uns dez
minutos.
- E ela?
- Ela me disse: “Ei, o que é que você está olhando? Por acaso
tenho cara de macaco?”
- E você?
- Não me ocorreu nada.
- Nada de nada?! Você não lhe disse nem uma palavra?
TRECHOS DA OBRA
- Nada de nada exatamente, não. Eu disse três palavras.
- Quais?
- “Como se chama?”
- E ela?
- “Beatriz González.”
RESUMO DA OBRA
Depois de muitas idas e vindas, Mario
consegue com o apoio do poeta, casar-se,
enfim, com Beatriz González.
TRECHOS DA OBRA
[...] certo sábado à noite, Mario Jiménez se fez presente na
estalagem para pedir a mão da garota com a profunda
convicção de que seu idílio seria truncado violentamente por
um balaço da viúva, que faria ir pelos ares tanto a língua
florida quanto seus mais íntimos miolos, Rosa, viúva do
González, adestrada na filosofia do pragmatismo, abriu uma
garrafa de champanhe Valdivieso, demi-sec, serviu três traça
que transbordaram de espuma, e deu andamento à petição do
carteiro sem ume esgar, mas com uma frase que substituiu a
temida bala: “Ao feito, peito.”
FONTES DE PESQUISA
SKÁRMETA, Antonio. O carteiro e o poeta: tradução de Beatriz
Sidou. – 11ª. Ed. – Rio de Janeiro: Record, 1997.
http://pseudoaluno.blogspot.com/2009/05/imagens-de-o-carteiro-e-o-poeta.html
http://meucantobom.blogspot.com/2010/02/o-carteiro-e-o-poeta-no-universo-das.html
http://www.cinemenu.com.br/filmes/o-carteiro-e-o-poeta-1994
http://fragmentosdaarte.zip.net/
http://todaoferta.uol.com.br/comprar/o-carteiro-e-o-poeta-dvd-original-GWHCILAHNY#rmcl
http://www.eca.usp.br/comueduc/artigos/08_83-89_01-04_1997.htm
FONTES DE PESQUISA
http://www.walterestella.com.br/archives/category/poemas/
http://www.quebarato.com.br/o-carteiro-e-o-poeta-1994-dvd-frete-gratis__3A0AD7.html
http://www.youtube.com/watch?v=68XXzPUv7sI
EREM – Senador Paulo Pessoa GuerraEREM – Senador Paulo Pessoa Guerra
Profa.: LizeteProfa.: Lizete
Disciplina: PortuguêsDisciplina: Português
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Rosângela MariaRosângela Maria
Maria Da ConceiçãoMaria Da Conceição
Yasmim ZanyYasmim Zany
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