O caso para exemplificar a neurose de angústia foi o do homem dos lobos . Nele, o jovem aristocrata russo, quando criança, após ter sido ameaçado de castração pela babá dirige sua sexualidade para o pai, a quem passa provocar constantemente com objetivo de ser castigado e retirar daí uma satisfação sexual masoquista. Esse desejo sexual pelo pai é recalcado reaparece como fobia de um animal. A repressão original é, ao longo de uma série de conexões, substituída pela figura de um lobo , enquanto que o afeto é transformado em angústia. Freud salienta o quanto o recalcamento, nesse caso, foi destituído de êxito, pois se ele foi eficaz no sentido de substituir a representação penosa por outra, foi totalmente ineficaz quanto a evitar o desprazer resultante do desprendimento do quanto de afeto a ela ligado. Na neurose de conversão, o processo de recalcamento é em geral bem-sucedido, tendo em vista que consegue suprimir o afeto. É verdade que em seu lugar surgem os sintomas, também incômodos, mas que na maioria dos casos não são acompanhados de angústia. Freud cita, a esse respeito, a frase de Charcot Sobre “a dela indiferença das histéricas” em relação aos seus sintomas. Terceiro caso exemplificado por Freud é o da neurose obsessiva. Nele, o recalcamento é inicialmente eficaz; A representação é substituída por deslocamento, provocando o desaparecimento do afeto. No entanto, esse recalcamento bem-sucedido não consegue se manter e, com o passar do tempo, seu fracasso torna-se cada vez mais evidente. Falha do recalcamento, o afeto ressurge sob a forma de angústia e autocensura, provocando novas s ubstituições por deslocamento e novos mecanismos de fuga como na fobia. Em geral, na neurose obsessiva esse processo de recalcamento prossegue numa série interminável de sucessos e insucessos.