RESUMO DO TEXTO RECALCAMENTO - GRACIA-ROZA.pptx

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Recalque em psicanálise


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RESUMO DO CAPÍTULO RECALCAMENTO LIVRO: INTRODUÇÃO À METAPSICOLOGIA FREUDIANA 2 AUTOR: GARCIA-ROZA

RECALCAMENTO O recalcamento é, sem dúvida alguma, um dos conceitos mais importantes da metapsicologia freudiana, e esta importância pode ser atestada pela afirmação contida em A História do Movimento Psicanalítico, onde Freud declara que “o recalcamento é o pilar fundamental sobre o qual descansa o edifício da psicanálise”. Trauma e defesa: O recalque está presente deste os primeiros escritos de Freud, tanto nos textos clínicos, em relatos de casos, como em textos teóricos (A Interpretação dos sonhos, 1900). Mas é quando Freud abandona a prática da hipnose e se defronta com o fenômeno clínico da resistência que o conceito de recalcamento começa a se delinear. A resistência foi interpretada por Freud como o sinal externo de uma defesa cuja finalidade era manter fora da consciência a ideia ameaçadora. A defesa é exercida pelo eu sobre uma representação ou conjunto de representações que despertam sentimento de vergonha e de dor.

Da defesa ao recalque:   A partir da elaboração do modelo de aparato psíquico apresentado no capítulo 7 da Interpretação dos Sonhos, o inconsciente passa a ser concebido como um sistema, com uma estrutura e um modo de funcionamento distintos do sistema pré-consciente/consciente. E o operador dessa distinção, e o que responde pelo modo de ser do conteúdo do inconsciente, é precisamente o recalque.   Um determinado processo psíquico, pertencente ao sistema inconsciente, procura acesso à consciência em busca de satisfação. A censura que opera na passagem do inconsciente para o pré-consciente/consciente opõe-se a este propósito. A razão da oposição é que a satisfação de um desejo inconsciente, que em si mesmo provocaria prazer, provoca também desprazer, relativamente às exigências do pré-consciente/consciente. Em decorrência da censura, o desejo tem que permanecer inconsciente, podendo retornar, por exemplo, sob a forma de sintomas ou procurar expressão através do sonho.

No recalque originário “é recusado ao representante psíquico da pulsão o acesso a consciência“. Ora, para que esse acesso lhe seja negado, é necessário que exista uma instância responsável por essa função; ocorre, porém, que essa instância surge apenas após a clivagem do psiquismo, isto é, após o recalque. É necessário, pois, a existência do recalque para que o recalque possa se dar. Aí residiu o paradoxo d o recalque propriamente dito, razão pela qual Freud teve que postular a existência de um recalque originário anterior ao recalque propriamente dito, que passa a ser designado de abre aspas secundário”.   O essencial a se destacar na contribuição de Lacan e dos seus então discípulos é ideia de que antes mesmo de se formar o inconsciente como um sistema psíquico, uma rede de oposições significantes opera a captura das representações elementares, criando uma primeira cadeia inconsciente – Esta é a inscrição. Simultaneamente, dá-se também a captur a Da energia puls ional por essa trama de oposições Significantes, de tal modo que estabelece -se u ma ligação da pulsão a representação – É a fixação.

Recalque secundário o recalque propriamente dito:   Quando da publicação do texto sobre Schreber , Freud aponta como uma das d istinções entre o recalque primário e o recalque secundário o caráter passivo do primeiro a diferença do segundo, essencialmente ativo. De fato, a fixação ou inscrição decorre das primeiras ligações, correspondentes ao primeiro esboço de organização do aparato psíquico, e e ssas primeiras ligações são síntese s p assivas , apenas limitam o u impedem, através do mecanismo do contra investimento, o livre escoamento das excitações .   O destino dos derivados é o mesmo que o da representação original: são excluídos da consciência. No entanto, para que haja o recalque secundário é necessário não apenas o repúdio por parte do sistema pré-consciente/consciente, mas também atração exercida pelo recalcado primordial; daí Freud se referir ao recalque secundário como uma pressão posterior.   Um dos objetivos do trabalho do sonho é produzir uma suficiente de formação do conteúdo latente de modo a tornar possível o sonho como expressão consciente de pensamentos inconscientes os quais, de outra forma, seria um em toleráveis para o sonhador.

Freud destaca a importância dos derivados do recalcado original para prática psicanalítica. É através deles que se pode ter acesso ao material recalcado, ou melhor, é através daqueles derivados que se conseguiram escapar ao recalcamento que é possível rastrear a série que conduz ao recalcado. A formação de derivados do recalcado continua a ser feita, independentemente da distância temporal em relação a recalcado original. Esses derivados surgem nos sintomas, nos atos falhos, nos sonhos, assim como surgem nas associações feitas pelo paciente na situação analítica. A chamada “regra fundamental“, que orienta prática clínica psicanalítica, nada mais é do que uma solicitação aqui o analisando, livre o mais possível da censura consciente, produza derivados do recalcado não se trata, por parte do analisando, de uma deliberada produção de derivados do recalcado.   O fato de Freud articular afeto e angústia expressivo desse modo de pensar, sobretudo quando concebe angústia como sinal. Angústia seria, sob esse aspecto, pura expressão da intensidade posicional, sem que nenhuma representação estivesse ligada a ela. Não podendo se expressar sob a forma de um representante ideativo, ela se expressa corporalmente como pura intensidade, sem que qualquer significação possa lhe ser atribuída. Assim, o que do representante pulsional e recalcado n ão é o afeto, mas as representações que se ligam a ele ou, melhor dito, que o ligam.

O caso para exemplificar a neurose de angústia foi o do homem dos lobos . Nele, o jovem aristocrata russo, quando criança, após ter sido ameaçado de castração pela babá dirige sua sexualidade para o pai, a quem passa provocar constantemente com objetivo de ser castigado e retirar daí uma satisfação sexual masoquista. Esse desejo sexual pelo pai é recalcado reaparece como fobia de um animal. A repressão original é, ao longo de uma série de conexões, substituída pela figura de um lobo , enquanto que o afeto é transformado em angústia. Freud salienta o quanto o recalcamento, nesse caso, foi destituído de êxito, pois se ele foi eficaz no sentido de substituir a representação penosa por outra, foi totalmente ineficaz quanto a evitar o desprazer resultante do desprendimento do quanto de afeto a ela ligado.   Na neurose de conversão, o processo de recalcamento é em geral bem-sucedido, tendo em vista que consegue suprimir o afeto. É verdade que em seu lugar surgem os sintomas, também incômodos, mas que na maioria dos casos não são acompanhados de angústia. Freud cita, a esse respeito, a frase de Charcot Sobre “a dela indiferença das histéricas” em relação aos seus sintomas.   Terceiro caso exemplificado por Freud é o da neurose obsessiva. Nele, o recalcamento é inicialmente eficaz; A representação é substituída por deslocamento, provocando o desaparecimento do afeto. No entanto, esse recalcamento bem-sucedido não consegue se manter e, com o passar do tempo, seu fracasso torna-se cada vez mais evidente. Falha do recalcamento, o afeto ressurge sob a forma de angústia e autocensura, provocando novas s ubstituições por deslocamento e novos mecanismos de fuga como na fobia. Em geral, na neurose obsessiva esse processo de recalcamento prossegue numa série interminável de sucessos e insucessos.

O retorno do recalcado se faz de forma deformada, distorcida, e não como retorno “do mesmo”, do idêntico. Aquilo que retorna, o faz sob a forma de um compromisso entre os dois sistemas, de tal modo que o desejo recalcado encontre uma expressão consciente, mas ao mesmo tempo não produza desprazer. O retorno do recalque não se faz, portanto, devido a uma falha no sistema defensivo, mais precisamente porque foram produzidos derivados submetidos a deformações tais que o caráter ameaçador do recalcado original tenha sido suficientemente atenuado de ultrapassar a barreira impostas pelo eu às representações recalcadas.   No terceiro dos ensaios que compõem Moisés e monoteísmo (1939), publicado quando Freud já se encontrava exilado em Londres, ele explícita as condições segundo as quais se dá o retorno do recalcado: 1) se há um enfraquecimento do contra investimento em decorrência de algum processo patológico de afeto, ou por uma mudança de a distribuição do investimento no interior do eu como ocorre no sono; 2) quando articulação da pulsão com recalcado recebe um reforço especial (como ocorre na puberdade, por exemplo); 3) quando, em experiências recentes, certas impressões ou vivências semelhantes ao recalcado têm o poder de despertá-lo. Seja qual for, porém, a condição que possibilita o retorno do recalcado, este nunca se dá em sua forma original e sem conflito. O material recalcado é invariavelmente submetido a deformação por exigência da censura, mesmo quando as defesas do eu são diminuídas, como no caso do sono.  
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