Resumo Expandido sobre o PPP Escolar.pdf

O estudo utiliza abordagem qualitativa e se concentra nas experiências e saberes de uma criança no espaço educativo.

1. TECENDO CONHECIMENTO: INTERPRETAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE
SIGNIFICADOS
Yasmim dos Anjos Rodrigues
1.
Graduanda do 4º semestre do curso de licenciatura em Pedagogia – Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte/Campus Avançado de Assú – 2024.
Resumo: O presente resumo buscou investigar a produção de conhecimento no ambiente
escolar, com foco nas experiências e saberes construídos por uma criança. Trata-se de
uma pesquisa desenvolvida, a partir da abordagem qualitativa, em uma escola no
município de Assú – RN. Os resultados destacam a importância da inclusão na infância
para um desenvolvimento significativo, evidenciando desafios e conexões. O estudo
enfatiza a necessidade de uma educação sensível na infância, explorando a capacidade
das crianças de contribuir ativamente para seu próprio aprendizado. O que se pôde
concluir é que a educação desempenha um papel crucial na formação da sensibilidade
social, ressaltando a importância de uma abordagem educacional que valorize a voz e a
experiência das crianças.
Palavras-chave: Crianças; Educação; Escola; Significados.
Introdução
Ao mergulhar no universo das crianças, nos deparamos com uma conexão íntima
com nossa própria criança interior, reavivando nossos mais profundos sonhos e desejos.
A relevância de atentarmos para as experiências das crianças reside em compreender os
significados que atribuem ao mundo ao seu redor, bem como os conhecimentos que
acumulam enquanto crianças de determinada comunidade. Esta pesquisa fundamentou-
se na seguinte indagação: Como os praticantes da escola produzem conhecimentos? Seu
propósito consiste em analisar os saberes e significados construídos pelas crianças.
A partir deste olhar reflexivo para o ambiente escolar, torna-se imperativo
considerar a escola como lugar propício para essa construção de saberes em coletividade.
As crianças desempenham um papel primordial nesse processo, atuando como
facilitadores de aprendizado.

2. Neste contexto, a pesquisa propõe explorar não apenas o conteúdo formal
ensinado pelos professores, mas os conhecimentos característicos das vivências
cotidianas das crianças. Ao compreendermos como os educadores auxiliam na construção
desses saberes, desvendamos uma dinâmica complexa e interativa que ocorre no ambiente
educacional, destacando a importância de uma abordagem pedagógica sensível e
adaptativa.
Portanto, este resumo busca refletir sobre a dinâmica da produção de
conhecimento, sentimentos na educação infantil, enfatizando a reciprocidade entre os
praticantes, as interações que enriquecem este processo educativo de maneira singular.
Metodologia
Esse estudo trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo e abordagem
qualitativa, permitindo compreensões a partir da realidade analisada.
Uma vez que,
[...] “a pesquisa qualitativa ocupa lugar de destaque, pois assegura uma
abordagem em que a compreensão – interpretação – é mais importante do que
a descrição ou explicação de um fenômeno.” (Tozoni-Reis, 2010, p.17).
Com isso, a pesquisa enfatiza a compreensão dos significados e contextos. Os
participantes desta pesquisa foram os alunos, o processo incluiu a consulta de materiais
impressos, análises em banco de dados online e estudos científicos, visando estabelecer
uma base teórica sólida.
Foi realizado na Escola Municipal São Manoel, localizada na zona rural do
município de Assú – RN. A escola funciona nas seguintes etapas de formação de
Educação Infantil e Ensino Fundamental. As informações presentes neste resumo foram
pautadas no período de observação durante os meses de outubro a dezembro de 2023.
Após a coleta de dados, procedeu-se à análise discursiva, resultando na organização na
organização das informações obtidas.
Resultados e discussão
Inclusão na infância: Desafios e conexões para um desenvolvimento significativo

3. Hodiernamente as crianças enfrentam desafios no seio da sociedade, é necessário
reconhecer a necessidade de um ambiente mais inclusivo e participativo para o
desenvolvimento infantil. Em contrapartida o silenciamento e a exclusão é
frequentemente imposto, desestimulando o protagonismo das crianças, sendo meros
recipientes passivos de conhecimento.
Conforme Hoffmann,
Em muitos pareceres descritivos da Educação Infantil, percebo julgamentos
equivocados, relevando a complexidade de compreender os sentimentos e as
intenções infantis, de analisar com seriedade as reações das crianças, levando
em conta sua idade e os processos evolutivos do seu pensamento. (Hoffmann,
2012, p.28).
Ou seja, as crianças devem ser encorajadas a assumir papéis ativos em seu próprio
aprendizado, reconhecendo suas vozes como valiosas contribuições para o diálogo social.
No período da pesquisa, foi possível perceber significados desta vivência com o aluno K,
autistas muitas vezes são erroneamente rotulados como indivíduos com alterações de
humor difíceis, sendo considerados desafiadores. Entretanto, ao observá-lo enquanto
organizava alguns materiais, surpreendi-me ao vê-lo abraçar e acariciar o rosto de outra
criança que aparentava tristeza, a atitude de K demonstrou uma notável empatia e
preocupação com a colega.
Segundo Boff (2014, p.64),
Sem solidariedade, sem compaixão e sem sinergia*, ninguém recupera as asas
da águia ferida que carrega dentro de si. Um fraco mais um fraco não são dois
fracos, mas um forte. Porque a união faz a força. (Boff, 2014, p.64)
Esta relação de amizade se fazia presente na sala de aula, o apoio e a assistência mútua se
faziam pilares, fortalecendo os laços entre eles.
"Aprender a ver foi um projeto que, silenciosamente, fez barulho". (Monteiro, 2001,
p.36). Essa capacidade de entender e ver as emoções contribui significativamente para o
desenvolvimento de relacionamentos positivos e saudáveis, não só favorece habilidades
eficazes de comunicação, mas também auxilia a criança a lidar com suas próprias
emoções e necessidades.

4. Os significados desta convivência, era sinalizada também por emoções, pois como nos
lembra Hoffmann (2012, p.27) "não basta portanto, tentar entendê-las a partir do nosso
ponto de vista, mas conversar com elas e apoiá-las a partir da sua própria perspectiva".
Sensibilidade na Educação Infantil
É importante destacar que, “narrar histórias é, então, uma vasta experiência humana”
(Alves, 2008, p.34). Há por exemplo momentos em que o aluno encontra seu próprio jeito
de ressignificar seus brinquedos, tornando simbólico. Durante o momento recreativo, o
aluno brinca apenas com o seu ônibus, nesse contexto, tornou-se claro que o brinquedo
não era simplesmente um objeto de entretenimento para a criança, mas carregava um
valor emocional profundo ao ser presenteado pelo avô. Este simples episódio nos convida
a refletir sobre a importância de considerar a perspectiva da criança antes de emitir
julgamentos precipitados, como rotulá-la de mimada, dengosa ou chata.
A reflexão vai além da superficialidade das aparências, incentivando-nos a enxergar além
do comportamento aparente e a buscar compreender as motivações e sentimentos que
podem influenciar as ações das crianças. A sensibilidade para reconhecer o valor
simbólico dos objetos e o significado emocional que podem ter para as crianças. De
acordo com essa reflexão, Assman (1998) nos guia no entendimento de que “a educação
terá um papel determinante na criação da sensibilidade social necessária para reorientar a
humanidade” (Assman, 1998, p. 26).
Considerações finais
No desdobramento desta pesquisa, imergimos nas vivências do ambiente escolar,
buscando compreender a produção de conhecimento pelas crianças e os significados
construídos nesse processo. A escola revelou-se como um cenário propício para a
construção coletiva de saberes, destacando o papel fundamental das crianças como
facilitadoras do aprendizado. A pesquisa não se restringiu ao conteúdo formal ensinado,
mas explorou os conhecimentos intrínsecos às vivências cotidianas das crianças,
enriquecendo a compreensão do processo educativo.
Concluímos que a educação desempenha um papel determinante na criação da
sensibilidade social necessária para orientar a humanidade. Este estudo não é apenas um
mergulho no universo infantil, mas uma oportunidade de compreender o mundo das

5. crianças sob uma nova perspectiva. Estar com elas significa mais do que uma pesquisa
acadêmica; representa uma jornada de conhecimento, aprendizado e sensibilidade,
reforçando a importância de uma abordagem educacional que valorize a voz e a
experiência das crianças.
Referências
ALVES, Nilda. Decifrando o pergaminho - os cotidianos das escolas nas lógicas das
redes cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de.; ALVES, Nilda (orgs.). Pesquisa
nos/dos/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. Petrópolis: DP et Alii,
2008.
ASSMAN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 5. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 52 ed.
Petrópolis: Vozes, 2014.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação e educação infantil: Um olhar sensível e reflexivo
sobre a criança - Porto Alegre; Mediação, 2012.
MONTEIRO, Solange Castellano Fernandes. Aprendendo a Ver: as escolas da/na
escola. In: ALVES, Nilda; SGARBI, Paulo (Orgs.). Espaços e Imagens na Escola. Rio
de Janeiro: DP&A, 2001.
TOZONI-REIS, Marilia Freitas de Campos. A pesquisa e a produção de
conhecimentos. In: Universidade Estadual Paulista. Caderno de Formação: formação de
professores. Educação, Cultura e Desenvolvimento. São Paulo: Cultura Acadêmica, v.
3, p.1-38, 2010. Disponível em:
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/195/3/01d10a03.pdf. Acesso
em: 03 jan. 2024.