Cap. IV – Apresentando o Falsificacionismo
A doutrina da falsificabilidade
1
afirma que a observação pressupõe a teoria e que, como
a ciência é concebida por tentativa e erro, apenas teorias legitimamente adaptadas, ou até mesmo as
menos errôneas, é que sobrevivem. Sendo assim, o falsificacionismo apoia-se em considerar
métodos dedutivos lógicos para checar a falsidade de leis e teorias universais. A partir do momento
que uma premissa é afirmada e a conclusão negada, encontramos uma contradição.
Trabalhar em cima de contradições, como esboça o estudioso, pode chegar a facilitar o
direcionamento da teoria, ou até mesmo sua aplicabilidade, pois é nesse momento que o
falsificacionista pode explorar essa vertente peculiar da lógica. Se tomarmos esse critério como
condição fundamental, economizamos até mesmo certo tempo, em caso da teoria não ser
legitimada.
Como podemos observar na obra, “Uma hipótese é falsificável se existe uma proposição
de observação ou um conjunto delas logicamente possíveis que são inconsistentes com ela, isto é,
que, se estabelecidas como verdadeiras, falsificariam a hipótese.” (CHALMERS, 1993, p. 67). De um
modo geral ele explica a necessidade da hipótese ser falsificável para que seja sólida e aceita.
O mesmo ainda afirma que para o falsificacionista, o grau de falsificabilidade infere
numa teoria melhorada, pois ele afirma ser uma teoria muito boa aquela que faz afirmações
bastante amplas, é falsificável e ainda resista à falsificação toda vez que for testada. Através de
exemplos, ele explana que teorias menos falsificáveis podem ser preteridas às altamente falsificáveis,
por essas últimas se mostrarem com potencial mais amplo a serem desmentidas.
A compensação da falsificabilidade é, em resumo, o que deixa a teoria mais atrativa e
mais claramente afirmativa. Analogamente, Chalmers nos convence de que, quanto mais
precisamente uma teoria for articulada, mais falsificável ela será. O que torna essa afirmação infalível
são os exemplos citados em seu trabalho - a saber, e ainda mais quando menciona que “As
exigências intimamente associadas de precisão e clareza de expressão seguem-se, naturalmente, da
explicação falsificacionista da ciência” (CHALMERS, 1993, p. 73).
1
Falsificabilidade, falseabilidade ou refutabilidade é um conceito importante na filosofia da ciência (epistemologia),
proposto por Karl Popper nos anos 1930, como solução para o chamado problema da indução. Para uma asserção ser
refutável ou falseável, em princípio será possível fazer uma observação ou fazer uma experiência física que tente mostrar
que essa asserção é falsa. (Fonte: Cyclopaedia.net. Disponível em: <http://pt.cyclopaedia.net/wiki/Falsificabilidade>).