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função amar. A classe mais importante no Estado positivista é a dos sacerdotes que são os
intérpretes das doutrinas sócio-religiosas do positivismo; o patriciado é a classe que possui
capacidade industrial: banqueiros, comerciantes, fabricantes e etc., são os empresários, possui
também o sumo sacerdote da humanidade que faz as exortações morais. Quanto ao culto da
humanidade, havia o culto privado e o público, cada um com seus aspectos; há nove
sacramentos na religião da humanidade: apresentação, iniciação, admissão, destinação,
casamento, maturidade, retiro, transformação e incorporação, era preciso passar por todos os
sacramentos para se tornar sacerdote na religião da humanidade. A religião positivista satisfaz
á necessidade do homem por um Deus, através de um objeto real e acessível: a humanidade;
Comte estabelece o valor moral da ciência, a fim de demostrar a relação lógica existente entre
ela e a religião.
O pensamento político-social passa a sofrer marcante influência da biologia, a
sociedade e o Estado passam a ser encarados como produto orgânico; é sob esta influência
que Herbet Spencer lançou as bases do evolucionismo social; onde o Estado é um órgão
integrador e a sociedade um organismo, para Spencer é através de um conjunto de múltiplos
fatores sociais é que resulta a evolução progressiva que o a personalidade se torna autônoma
para a perfectibilidade geral de todos e de cada um, portanto qualquer autoridade do Estado
representa um obstáculo para a evolução natural. Enquanto na sociedade de Augusto Comte o
governo é necessário e essencial na de Herbert Spencer o governo é um mal necessário estas
teses são politicamente conflitantes, entretanto não que a doutrina da evolução social se
apresente como doutrina essencialmente positiva, tanto por seu método e por seu conteúdo.
Nas Américas o positivismo possuía um caráter distinto do continente europeu,
possuía certo caráter político; no Brasil o positivismo assenta as suas bases, sobretudo nas
academias de direito frente à ordem politíco-social dominante. No ambiente político,
alternavam-se no poder o Partido Liberal e o Conservador, de qualquer maneira este período
foi o predomínio do Conservador, então se vivia sob a égide do romantismo, do triunfo do
indivíduo, da liberdade, do lirismo e da melancolia. No decênio que se estende 1868 a 1878, o
ideal romântico começa a se romper, vindo uma nova tendência: o positivismo. A primeira
manifestação do positivismo no Brasil verificou-se em 1844 com a apresentação da tese de
Justianiano da Silva Gomes; o positivismo penetra-se no Brasil com dois grupos: o de Pierre
Laffitte, com sua ortodoxia da religião da humanidade e o de Paul-Émile Littré que seguiam
Augusto Comte apenas em sua metodologia cientifica de observação, e em sua filosofia
política. O positivismo passa a ser discutido em todo o país, onde Benjamim Constant Botelho
de Magalhães passa a ensinar à juventude as bases do positivismo então o positivismo irá