HISTÓRIA 8º ANO Rebeliões na América Portuguesa: Revolta de Beckman; Guerra dos Emboabas; Guerra dos Mascates; Revolta de Vila Rica
OBJETIVOS Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas. Identificar os motivos, ações e consequências na Revolta de Beckman e da Guerra dos Emboabas. Compreender os motivos e o desfecho da Guerra dos Mascates e da Revolta de Vila Rica.
A produção de açúcar foi fundamental para que o domínio de Portugal se efetivasse no Brasil; O açúcar era produzido em uma grande propriedade rural (latifúndio monocultor) e com mão de obra escravizada; Além da produção açucareira eram realizadas a produção de algodão e tabaco, também para exportação; A criação de gado era realizada para atender o mercado interno; Na região Norte, a exploração das drogas do sertão eram fundamentais. Retomada
Retomada Cena de um engenho de açúcar no Brasil, com o senhor de engenho (à direita) e os escravos trabalhando no trapiche. Engenho de açúcar . 1 fot., color. In Britannica Escola . Web, 2020. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/cana-de-açúcar/483152/recursos/179268>. Acesso em: 21 de junho de 2020.
O QUE VAMOS VER NESSA AULA? Características do Brasil no século XVII. Revolta de Beckman. Guerra dos Emboabas. Guerra dos Mascates. Revolta de Vila Rica .
Você sabe a diferença entre revolta e revolução? Sabe o que diferencia tudo isso de uma guerra? DIALOGANDO...
O açúcar produzido no Brasil perdia mercado para o açúcar produzido no Caribe pelos holandeses. A concorrência fez também o preço do produto cair. A coroa aumentou a pressão sobre suas colônias criando mais órgãos de controle sobre as atividades econômicas. Situação de Portugal no século XVII
As principais características do Brasil durante o século XVII Catequização dos povos indígenas sob o protagonismo jesuítico (Companhia de Jesus). Recente expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro. Escravização (indígenas e africanos).
No final do século XVII, o Maranhão sofria com a falta de escravos africanos para suas lavouras. A metrópole comprometeu-se a resolver o problema da mão de obra com a criação da Companhia do Estado do Maranhão, em 1682. Porém, essa companhia não cumpriu a função de abastecer a região com escravizados africanos e elevou o preço de produtos que monopolizava. Descontentes, proprietários e comerciantes, liderados pelos senhores de engenho Manuel e Thomas Beckman, ocuparam o armazém da companhia, depuseram o governador do Maranhão e expulsaram os jesuítas do local. Porém, a metrópole reprimiu o movimento e a revolta fracassou. REVOLTA DE BECKMAN (1684)
A GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709) Nos primeiros anos de mineração, ocorreram vários conflitos na região das minas. O maior deles teve origem na disputa pelo ouro entre os paulistas, que o descobriram, e os forasteiros (portugueses e pessoas de outras regiões do Brasil), que queriam explorá-lo. Os portugueses foram apelidados, pelos paulistas, de emboabas. Os emboabas venceram a guerra e continuaram a explorar ouro. A Metrópole portuguesa enviou um novo governador ao Rio de Janeiro e criou a Capitania de São Paulo e a de Minas Gerais, até então pertencentes ao Rio de Janeiro.
Os senhores de engenho de Olinda (PE), durante o século XVII ficaram endividados com o baixo preço do açúcar brasileiro. Para manterem a produção emprestavam dinheiro, sobretudo dos comerciantes de Recife, chamados pejorativamente de mascates (vendedores ambulantes). Os comerciantes de Recife, embora enriquecidos não possuíam poder político, pois somente Olinda era uma vila, e portanto tinha a Câmara Municipal (poder político autorizado). Em 1710 a Coroa portuguesa elevou o povoado de Recife a vila, podendo desse modo os recifenses estabelecer sua própria Câmara Municipal. Guerra dos Mascates (1710-1711)
Os senhores de engenho de Olinda não aceitaram e armados atacaram Recife destruindo o pelourinho, um dos símbolos de poder. A Coroa portuguesa inte rcedeu no conflito a favor dos comerciantes (mascates), reprimindo os olindenses, confirmando Recife como vila independente e ainda tornando-se capital de Pernambuco. Guerra dos Mascates (1710-1711)
Com o objetivo de controlar a exploração de ouro na Colônia e cobrar impostos a Coroa portuguesa criou em 1702 a Intendência das Minas . Na fase inicial da exploração do ouro, utilizavam-se a bateia e o almocafre. Depois, passou-se a investir em novas técnicas de extração. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
RESENDE, Maria Efigênia Lage de; VILLALTA, Luiz Carlos (Org.). História de Minas Gerais : as minas setecentistas. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. v. 2. p. 199.) (INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILEIROS DA USP, SÃO PAULO). BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania : 8º ano: ensino fundamental: anos finais. 4. ed. São Paulo : FTD, 2018. “ Uma grande roda-d’água aciona um rosário para tirar a água da cata no nível do rio, os escravo s pegavam o cascalho aurífero da cata para ser l a vado na canoa”. Uma das inovações: roda do rosário.
A exploração do ouro aumentou bastante e a cobrança de impostos também! Eram cobrados impostos sobre escravizados, tecidos, ferramentas, entre outros. O imposto chamado quinto, tornou-se o mais importante criado e significava que 20% de todo o ouro extraído deveria ser entregue a Coroa Portuguesa. A cobrança de impostos levou parte da população contrabandear produtos, isto é, comercializá-los não pagando os devidos impostos a Coroa Portuguesa. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Surgiam os “santinhos do pau oco”. A imagem é de Nossa Senhora do Rosário e foi feita em madeira talhada no século XVIII. Encontra-se no Museu da Inconfidência, em Minas Gerais. BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História sociedade & cidadania : 8º ano: ensino fundamental: anos finais. 4. ed. São Paulo : FTD, 2018, p. 73. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Para resolver o problema do contrabando a Coroa portuguesa criou em 1719 as Casas de Fundição , locais nos quais o ouro era derretido e transformado em barras com o devido imposto já retirado. As barras eram devidamente seladas com o símbolo real português. A REVOLTA DE VILA RICA (1720) Disponível em: https://museudoouro.museus.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/Barra-de-Ouro-1.jpg Acesso em: 20 jun. 2020. Barra de ouro fundida em Sabará em 1794.
As Casas de Fundição aumentou a insatisfação de muitos mineradores e comerciantes, que já existia devido o aumento nos preços de produtos alimentícios, e com isso levou a revolta de Vila Rica em 1720. Os rebeldes exigiram basicamente duas coisas: - a diminuição dos preços dos alimentos; - a extinção da criação das Casas de Fundição. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
Em um primeiro momento o Conde de Assumar, representante da Coroa levou os rebeldes a acreditarem numa possível negociação. Todavia, dias depois, os principais líderes foram presos, e o líder Filipe dos Santos, tropeiro, foi morto e teve seu corpo cortado em pedaços e expostos nas margens das estradas. Um resultado político, foi a separação da capitania de Minas Gerais e São Paulo, uma vez que em 1720 foi criada a capitania de Minas Gerais. A REVOLTA DE VILA RICA (1720)
A REVOLTA DE VILA RICA (1720) Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/7/76/Antonio_Parreiras_Julgamento_de_Filipe_dos_Santos.jpg>. Aesso em: 20 jun. 2020. Julgamento de Filipe dos Santos, Antônio Parreiras, 1923.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa aula estudamos que parte da população de Vila Rica (Minas Gerais) não aceitou os impostos e condições tributárias impostas pela Coroa portuguesa e rebelou-se contra a Metrópole. O governo português respondeu reprimindo o movimento e controlando ainda mais politicamente a região aurífera.