movimento ao espaço cênico como um todo. Embora as
coreografias fossem bastante alegres, exaltando aspectos de
felicidade, o impacto que Daniel desejava seria mais forte, caso ele
“pesasse a mão” e não tivesse receio de aproximar sua dança dos
sofrimentos a que os africanos foram submetidos em solo
pelotense.
Apesar de ressaltar aqui nesse texto a leveza do espetáculo Rio
de Sangue, não posso deixar de render elogios a Daniel Amaro pela
maneira como ele conseguiu inserir o samba em suas coreografias.
Desconstruindo-o em alguns momentos, sem retirar-lhe as
características que o constituem e também por mostrar que o
samba pode ser uma maneira de se contar a história em um
espetáculo de dança afro, sem cair nos estereótipos televisivos. O
elenco de bailarinos, muito coesos, conseguia nos mostrar uma
outra alternativa para pensarmos na força que o samba pode ter,
enquanto coreografia de um espetáculo de dança contemporânea.
O espetáculo trazia no seu elenco os seguintes interpretes e
bailarinos: Anderson Martha, Carolina Paz, Carolina Rodrigues,
Fernanda Chagas, Janaína Gutierres, Jaqueline Vigorito, Juliana
Coelho, Karina Azevedo, Lisia Peixoto, Paula Farias, Thomas
Marinho, Thuani Siveira. O figurino e Cenário ficaram por conta de
Júlio Barbosa, fotografia do excelente Neco Tavares, edição de
Imagens de Roger Terres, assistentes de direção Fabiana dos
Santos e Victória Amaro. Além disso, a contra-regragem ficou por
conta de Iver Folha e Douglas Passos. As coreografias foram
criadas por Mano Amaro em parceria com o seu irmão Daniel
Amaro que também assina a direção artística do espetáculo. A trilha
Sonora continha obras de Djalma Corrêa, Cyro Baptista, Domínio
Popular, Cantos Sagrados de Brasil e Cuba, Chico César, Afro
Anatolian Tales, Baiafro e Dave Pike Set, Cleber Viera, Mestre João
Pequeno, Las Brasa Afro e Serjola.
Devido ao fato desse espetáculo ser tão ligado à história do povo
africano trazido ao Brasil, acredito que a utilização de som