que até a mae fica tonta,
com a Rita fazendo fita,
que bate com os pés no chao,
de novo abrindo o bocáo,
com aquela choragäo.
Sua mäe vive pedindo:
— Rita, náo grita!
Mas a Rita nem dá bola
esai danada da vida;
e novamente na escola
continua a fazer birra.
Bastou esquecer a borracha
ou a ponta do lapis quebrar,
Rita já perde a paciéncia
e recomega a gritar.
Os colegas avisam, dizendo:
— Rita, nao grita!
Mas a magrela nem dá bola
para os colegas da escola.
Nas brincadeiras do recreio,
os outros nao tinham vez.
Nao podiam ba
e nem contar até t
Rita queria tudo primeiro,
queria ser a melho,
E pra quem desconfiasse
ou até dissesse:
lá vinha mais berracäo!
Os amigos já náo agiientavam
para a próxima vez /,
que houvesse gritaçäo. (
Logo no dia seguinte,
a turma brincava de amarelinha
quando a pedrinha
sem querer, na vez da Rita,
caiu pra fora da linha.
Daía Rita avermelhou,
arregalou o olháo,
encheu as boche:
ejá ia estourar.
quando a turma se mandou.
Sumiu. Desaparecen.
has de ar
\
Ea Rita magricela
ficou com o berro abafado,
ficou com o grito engasgado.
Nao tinha com quem gritar,
náo podia espernear.
| Ficou muito chateada,
| com aquele berro grosso
entalado no pescogo.
A partir daquele dia,
a magrela foi perecbendo o que acontecia.
Na escola, pra brincar de pega,
escond
conde, polícia e ladräo,
náo convidavam mais a Rita, náo.
Nem pra pular corda, pra jogar peteca
ou fazer bolhas de sabáo.
Ela podia espernear, berrar, abrir o bocáo
que ninguém prestava atengáo.
E a Rita sozinha, sem jeito,
com aquela falta de graga enroscada dentro do peito,
foi ficando triste, doe emburrada,
sem querer conversa, comida e nem nada.
Foi daí que a vovó chegou,
trazendo o lindo presente:
um jogo de caixa e bola.
E a Rita pulou de contente:
— Obal Agora meus amigos
väo querer brincar comigo!
E entáo o novo brinquedo
ju correndo a mostrar.
Logo juntou criança
com vontade de brincar.
A brincadeira da bola maluca
era gozada, era de assustar.
Cada um espetava o palito na caixa
onde estava o baláo escondido,
e ele nao podia estourar.
Primeiro foi o Joáo
que escapou de raspäo!
Depois foi a Beatriz
que escapuliu por um triz!
Na vez de Rita — que azar! —
o palito encostou e... B U M!!
fez a bola estourar.
Entáo, desanimados,
os colegas ficaram esperando
o que já estavam acostumados:
o bocäo aberto da Rita,
gritando por todo lado. ÓN
Mas dai aconteceu
a surpresa boa, engragada.
Ao invés de fazer i
Rita arreganl
numa bela gargalhada!
E uma risada emendou na outra,
a brincadeira foi em frente,
com todos se divertindo,
com todos muito contentes.
A Rita magricela pensou num jeito esperto
de nao ficar tio zangada com o que nao dava certo.
E hoje cada vez que acontece de algo sair errado,
a Ritinha sardenta, do nariz arrebitado,
nao faz pirraga, nem fita, nem grita.
Pode até estourar chicletes na cara,
derrubar a sopa na saia,
arranhar os joelhos no chao.
Ela acha engragado e leva tudo na gozagao.
E, para as coisas mais dificeis,
procura a melhor soluçäo.
A tal Rita magrela,
do nariz arrebitado,
que usa fita amarela
no cabelo espetado,
continua tagarela.
Mas deixou pra lá a mania esquisita de gritar à toa.
Descobriu que sabe também resolver as coisas numa boa.
‘Dados Internaionas de Catalogasio na Publiacio (CIP)
(Camara Brasilia do Liso, SP, Brasil
Marie Fis
Risa ogro! Flvia Muni lug Water
Oso. 2 ed. Sto Paulo: Editora Meihorunenton, 2008.
(Au doce)
OS
1 trar infntosjneni 1 Ono, Wer
1 Palo ML See
sans - copas
Indices pura catálogo sistemáticos
Y Lier inn mes
2 Lieu infatojwvenll 0285
‘Flavia Muniz nasceu em Franca, no interior paulista, e bem cedo mudou-se
de fraldas e mamadeiras para capital.
Fe Pedagogia, com especializagäo em Orientaçäo Educacional, na PUC-SP.
Para ela, a crianga representa a magia, o bom humor, a aventura e a travessu-
ra, tio esquecidas hoje em dia. .
Flavia costuma dizer que no há nada mais empolgante do que escrever para
crianças.