das “tias baianas”, como “tia Ceata”, reuniam-se capoeiristas, malandros e
cantadores, varando noites a brincar e a sambar. Assim surgiram muitos
“monstros sagrados” da MPB, como Donga, Caninha, Pixinguinha e outros. Eram
ai que nasciam os bambas, produzindo ritmos para as moças mexerem os quadris
e “rodar a Baiana”.
Carnaval, Samba e Capoeira, praticados por negros ou pobres, eram
entendidos no período como sinônimos de malandragem. Na década de 1930 o
Samba passou a ser apreciado pela classe média brasileira e através do rádio
tornou-se conhecido de uma parcela maior da população. E assim nasceram os
primeiros grandes astros como: Francisco Alves, Carmem Miranda, Noel Rosa e
Orlando Silva.
De modo geral, nas letras dos Sambas compostos entre as décadas de 1930
e 1950, os valores da classe média dominavam a produção musical. Os temas do
amor não correspondido, das belezas nacionais e do valor do trabalho tornam-se
característicos (MACHADO & OLIVEIRA, p. 153-155).
As influências dos ritmos africanos estão presentes em vários estilos da
música popular brasileira. Apenas para citar alguns, temos: a música Domingo no
parque, de Gilberto Gil, que se baseia no toque de Angola, da capoeira; a música
Beleza pura, de Caetano Veloso; Sina, do compositor Djavan.
Conforme Ikeda (2006), no início dos anos 90, verificamos a consagração de
ritmos dos cortejos negros de maracatu, por meio do movimento identificado
como mangue-beat, em Pernambuco, cujo nomes mais consagrados são os de
Chico Science & Nação Zumbi. Através dos exemplos citados percebe-se que
houve uma apropriação de variadas facetas oriundas das culturas africanas pelos
muitos compositores e bandas formadas principalmente no correr do século XX,
valorizando dessa forma a contribuição cultural dos vários ritmos de origem
africana.
Pode ser destacado também o movimento cultural e social do Hip Hop, o
qual vem se fortalecendo e se aproximando cada vez mais da escola. O
movimento foi abordado nas aulas de Artes através da explicitação dos conteúdos
específicos das linguagens artísticas presentes nos quatro elementos envolvidos
no Hip Hop, quais sejam, o Rap (expressão musical), o grafite, o M. C. e o break.