Romanos (William Barclay) 182
estão elevados em dignidade, para que vivamos uma vida sossegada e
tranqüila em toda a piedade e honestidade.” Em Tito 3:1 o conselho do
pregador é: “Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às
autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra”
“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja
ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto
para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem.
Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais
emudecer a ignorância dos insensatos ... Tratai todos com honra, amai os
irmãos, temei a Deus, honrai o rei.” 1 Pedro 2:13-17.
Poderíamos alegar que estas pesagens são da época em que o
governo romano não tinha começado a perseguir e dar caça aos cristãos.
Sabemos, por exemplo, que no livro dos Atos, como disse Gibbon,
freqüentemente o tribunal dos magistrados pagãos, era o refúgio mais
seguro contra a fúria do povo judeu. Várias vezes, vemos Paulo
recebendo justiça e amparo de mãos da justiça romana, em forma
imparcial. Mas o interessante e significativo é que, muitos anos depois,
inclusive séculos, quando já a perseguição tinha começado a rugir e os
cristãos estavam fora da lei, os líderes cristãos continuavam dizendo
exatamente o mesmo.
Justino Mártir escreve (Apologia 1:17):
"Em todo lugar, nós, mais dispostos que qualquer outro, procuramos
pagar os impostos prescritos por vós, tanto os ordinários, como os
extraordinários, tal como Jesus nos ensinou. Adoramos somente a Deus,
mas em outras questões lhes serviremos gostosos, os reconhecendo como
reis e condutores dos homens, e rogando que com seu real poder, possuam
também sensato juízo."
Atenágoras, advogando pela paz para os cristãos, escreve (cap. 37):
"Merecemos o favor, porque rogamos por seu governo, para
que possam, como é justo, transmitir seu reino, de pai a filho, e que seu
império cresça, até que todos os homens estejam sujeitos a seu comando."