aula sobre a escola romântica com ênfase no ultrarromantismo brasileiro.
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Added: May 16, 2014
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Profª. Néli Lima
O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos
históricos importantes: as Revoluções Industrial e
Francesa.
A vida social estava dividida entre a burguesia
industrial e o surgimento da classe operária, os
proletariados.
A burguesia ganhava poder e o capitalismo se
desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios
feudais e a aristocracia que dependia deles
encontrava-se em situação de calamidade.
Era o fim do absolutismo na Europa (causado pelos
dois movimentos revolucionários citados
anteriormente) e o início da industrialização (que se
espalhou por toda Europa).
O ideal da Revolução Francesa de liberdade,
igualdade e fraternidade alcançou a América
Latina e foi um marco para um período de
independência nas colônias da Espanha e
Portugal. Assim, houve a independência de:
Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador,
Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e
Uruguai.
Já na literatura, a fase romântica rompeu com a
tradição clássica, imposta pelo período árcade, e
apresentou novas concepções literárias, dentre as
quais podemos apontar: a observação das
condições do estado de alma, das emoções, da
liberdade, desabafos sentimentais, valorização do
índio, a manifestação do poder de Deus através
da natureza acolhedora ao homem, a temática
voltada para o amor, para a saudade, o
subjetivismo.
O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação
de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de
Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e
Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil
durante o séc. XIX.
A característica principal da Poesia Romântica é a
expressão plena dos sentimentos pessoais, com
os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo
da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida
passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se
sobressai um intenso desejo de liberdade.
O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e
sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre
sentimental e nacionalista.
-Exaltação dos sentimentos pessoais;
-Expressa os estados da alma;
-Exaltação da liberdade, igualdade e reformas
sociais;
-Valorização da natureza;
-Sentimento nacionalista
1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou
indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito
os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que
era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o
símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os
seguintes escritores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves
Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.
2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou
fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam
os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são
marcadas por um profundo pessimismo, valorização da
morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da
sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda
jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta
fase: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira
Freire.
3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia
social ou hugoana. textos marcados por crítica
social. Castro Alves, o maior representante desta fase,
criticou de forma direta a escravidão no poema Navio
Negreiro.
“A expressão plena dos sentimentos pessoais e das
paixões atingiu seu ponto mais alto com os poetas da
segunda geração romântica,
que escreveram principalmente nas décadas de 1840 e
1850.
Influenciados pelos românticos europeus, sobretudo Byron
e Musset, esses poetas representam o Ultra-Romantismo
(também chamado de “Mal-do-Século”), cuja poesia é
extremamente egocêntrica e sentimental, exprimindo um
pessimismo doentio, uma descrença generalizada, um
tédio pela vida e uma obsessão pela morte que impregna
tudo de tristeza e desilusão.
A poesia desta geração é quase sempre superficial e
artificial, servindo como desabafo das próprias tristezas e
frustrações, procurando envolver emocionalmente o leitor.”
George Gordon Byron foi um poeta romântico inglês que
influenciou toda uma geração de escritores com sua
poesia ultrarromântica. A ele estão associados termos
como o spleen, que significa tédio, mau humor e
melancolia, geralmente causados por amores não
correspondidos ou pela descrença na vida em razão da
aproximação da morte, temáticas comuns na poesia
ultrarromântica.
De família aristocrática (porém, com dívidas), passava a
vida a escrever poesia e a gastar dinheiro, vivendo no
ócio. Suas principais obras são Horas de Lazer (1870), A
Peregrinação de Childe Harrold(1812-1818) e Don
Juan (1819-1824).
1.Álvares da Azevedo (1831 – 1851)= ”Lira dos Vinte
Anos”, “Poema do Frade”, “Noite na Taverna”, “Macário”.
Apesar da curta vida ele é o melhor representante da
poesia Ultra-Romântica brasileira.
Seus poemas expressam uma concepção do amor que ora
idealiza a mulher, identificando-a como um anjo, ora a
representa envolvida por um grande erotismo e
sensualidade; nos 2 casos ela é sempre inacessível,
distante do poeta. O sentimento de morte e o tema da
evasão (fuga da vida real para um mundo de sonhos e
fantasias) são outros temas abordados em sua poesia.
faleceu, vítima da tuberculose
2.Junqueira Freire= “Inspirações do Claustro”
3.Laurindo Rabelo (1826 – 1864)= “Trovas”
4.Casimiro de Abreu (1839 – 1860) (um dos mais
populares poetas românticos)= “As Primaveras”,
onde cantou as saudades da terra natal, da
infância e da família, além das desilusões e
emoções do amor adolescente.
5.Fagundes Varela (1841 – 1875) = “Cantos e
Fantasias”
Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Se eu morresse amanhã,viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que amanhã!
Eu pendera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alma
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!