MÉTODO MEDIATO
I. Introdução
O avanço do conhecimento no campo da biologia celular, dependeu e ainda depende
do progresso metodológico e instrumental. A célula viva só pode ser estudada com o
microscópio de luz, uma vez que as observações ao microscópio eletrônico são realizadas no
vácuo. Porém, nem todas as observações podem ser efetuadas em células vivas, uma vez que
os índices de refração de seus vários componentes são muito próximos entre si, o que dificulta
sua discriminação.
Indiferentemente aos instrumentos utilizados ou ao método de preparação das células
para o exame, as suas partes que estão sendo investigadas devem distinguir-se claramente das
regiões imediatamente circundantes. Costuma-se então fixá-las e a seguir submetê-las a
processos de coloração que melhor evidenciam sua subestrutura ou componentes.
A maior parte dos estudos citológicos é realizada em cortes de tecidos que são
conservados entre lâmina e lamínula, usualmente chamados de preparações histológicas ou
simplesmente lâmina. Para obtenção destas lâminas, segue-se uma seqüência ou etapas que se
inicia pela coleta e fixação dos tecidos em um líquido adequado.
FIXAÇÃO : é uma maneira que visa manter as estruturas biológicas de modo
definitivo, isto é, evita a deterioração dos tecidos durante os vários procedimentos que
permitem a realização de técnicas citológicas, necessárias para o estudo da célula ou tecido.
INCLUSÃO e IMPREGNAÇÃO : é a etapa que tem como finalidade impregnar os
tecidos com uma substância de consistência firme que permite em etapa posterior cortá-los em
fatias finas. A quase totalidade das inclusões é feita em parafina, por ser uma substância mais
simples e de bons resultados. A inclusão conta com duas fases : desidratação, diafanização e a
impregnação. Existem outras substâncias como a celoidina, ágar-ágar, goma arábica,
carbowax que fazem o mesmo papel. O carbowax é o nome comercial de uma cera sintética
hidrossolúvel.
MICROTOMIA : Uma das etapas mais importantes e, das mais difíceis da técnica
histológica. Consiste, em obter cortes sucessivos dos blocos de para fina contendo fragmento
de tecido, incluído num bloco.
Os cortes são feitos através de um aparelho especial - o micrótomo - que desloca o
bloco, contra uma lâmina de aço afiada, deixando uma fina fatia do órgão incluído.
É extremamente importante que a lâmina esteja muito bem afiada. O micrótomo tem
um botão que regula a espessura dos cortes, sendo que nesta técnica utilizamos corte de 5 a 7
mm.
Quando necessitamos cortes com urgência ou casos especiais, como os exames
realizados durante o ato cirúrgico, recorremos a técnica de congelação, que é um processo em
que o tecido é fixado ou não, é submetido a um já to de CO2 sob pressão, congelando
instantaneamente a água dos tecidos, dando consistência suficiente para serem cortados.
COLORAÇÃO : consiste em corar em diferentes cores, as estruturas celulares nos
cortes do tecido, utilizando-se corantes específicos, que não atingem os componentes
estruturais da célula e ou dos tecidos, de maneira que permite distinguí-los em cores
diferentes e contrastantes, devido a especificidade de cada estrutura em relação ao corante
utilizado. Em casos excepcionais um corante pode reagir no tecido, assumindo porém, uma
cor diferente da original, é o fenômeno ao qual chamamos de metacromasia.
Geralmente os corantes agem como bases ou ácidos, e a coloração é uma verdadeira
química entre o corante e os tecidos. Em outros casos, a causa da coloração não parece ser