Sofística Em meados do século V a.C., irrompeu na Grécia um movimento cultural sui generis, que teve consequências decisivas para o mundo ocidental. Nascia a Sofística, promovida pelos Sofistas. Identificados como educadores profissionais que davam instruções a jovens, e exercícios públicos de eloquência, por pagamento.
Os Sofistas A palavra sofista (em grego sophistes ) deriva de sophia «sabedoria», e designa todo o homem que possui conhecimentos consideráveis em qualquer ramo do saber , nomeadamente gramática, astronomia, geometria, música, entre outras.
Os sofistas ensinavam qualquer um que desejasse aprender, não importando a origem social do mesmo. Eles realmente cobravam por seus ensinamentos, mas não exigiam do aluno qualquer conhecimento prévio. Assim seus cursos partiam desde os níveis mais elementares. Recebendo sempre alunos em diferentes níveis de aprendizagem.
Numa sociedade que desprezava os trabalhos técnicos, os sofistas não se intimidavam em aprender e ensinar estas artes. Protágoras , um dos mais importantes sofistas dava primazia ao ensino da técnica. Eram herdeiros tanto dos filósofos pré-socráticos (estudiosos da física), como dos poetas.
O sofista era alguém a que hoje chamaríamos de sábio. Ensinavam tudo o que se podia ensinar, "tinham a pretensão de formar homens completos, habituados a todas as subtilezas do pensamento refletido, hábeis em manejar a palavra, corajosos e fortes na ação, dignos de todos os triunfos, de todas as felicidades ". Landormy (1985:13). Em outras palavras...
A quem diga, no entanto: Que os sofistas praticavam um ensino desligado de preocupações de ordem ética. Como diz Landormy (1985:15), fingiam "adoptar as opiniões comuns, a moral das pessoas honestas, os preconceitos ou as superstições do povo" de modo a agradarem ao maior número de pessoas.
O seu objetivo principal era agradar de forma a obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais. Daí o uso artificioso da oratória e da retórica como forma precisamente de, através da palavra, conseguir persuadir os cidadãos.
Pelo contrário, como diz Bonnard (1980: 442) "Sócrates quer educar o seu povo, conduzi-lo à consciência do seu verdadeiro bem, ao perigo e à nobreza da escolha. Quer libertá-lo da servil obediência à opinião estabelecida, para o comprometer no livre serviço da verdade severamente verificada. Sócrates
....Quer tirá-lo da infância, que pensa e age por imitação e constrangimento, para fazer dele um povo adulto, capaz de agir por razão, de praticar a virtude não por temor das leis e do poder (ou de deuses ao seu dispor), mas porque sabe de ciência certa que a felicidade é idêntica à virtude" .
Sócrates acreditava que se, através do seu método, conseguisse levar as pessoas a descobrirem o que é a aretê (VERDADE), então esta descoberta obrigaria os seus interlocutores a agir de forma virtuosa.
Diálogo com Protágoras O ponto curioso deste diálogo é que, na primeira fase da discussão, Sócrates dúvida que a virtude possa ser ensinada, enquanto Protágoras, como sofista, entende que sim. Mas , no decorrer da argumentação, Sócrates vai analisar as várias virtudes e conclui que todas elas são uma única, que todas se identificam com o conhecimento do Bem. Nesse momento, acaba por concluir que a virtude pode ser ensinada e é Protágoras quem passa a considerar duvidosa essa possibilidade .
Uma outra diferença fundamental separa Sócrates dos Sofistas. É que, enquanto aqueles se consideravam sábios, profundamente conhecedores de várias matérias, e, justamente por essa razão, se faziam pagar pelos seus ensinamentos, Sócrates defendia aquela fórmula tão célebre quanto enigmática pela qual ficou para sempre conhecido: "Só sei que nada sei"
Sócrates combateu os sofistas, julgou com severidade o uso que faziam da arte da palavra, que segundo ele não visava estabelecer o verdadeiro mas produzir a aparência . Sócrates defendia energicamente a necessidade e a possibilidade de conhecer a verdade.
Sócrates está à procura do logos, o sentido do ser em si mesmo. O logos filosoficamente falando é a razão que se dá de algo, ou o que hoje chamaríamos de conceito.
Ele tomou como ocupação exclusiva da sua vida, ajudar a descobrir em cada homem a verdade que nele existia. Mesmo sem salário e quase sem esperança, exerceu até à morte este serviço de educador do seu povo, o mais insubmisso de todos os povos. É esta a sua maneira de ser cidadão.
Platão e Aristóteles Apesar de não cobrarem por seus ensinamentos como os sofistas, Platão e Aristóteles recebiam presentes de seus alunos, entre eles Alexandre (O Grande), e boa parte da aristocracia grega.
Na verdade para ser membro da Academia (escola de Platão), ou do Liceu (escola de Aristóteles), eram exigidos conhecimentos prévios que só filhos da aristocracia poderiam ter. E , ao que consta, os tais presentes eram bastante generosos, para sustentar tanto a Academia quanto o Liceu, e seus respectivos mestres.
Platão Platão, o mais famoso dos discípulos de Sócrates, nasceu no seio de uma das mais tradicionais famílias da aristocracia política de Atenas. Ao completar 20 anos, conheceu seu mentor, que mudaria para sempre o rumo da sua vida. Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-platao-contra-os-sofistas#ixzz2CChCsLvG
" Platão era de família aristocrática, o que torna notável o fato de ele acreditar que os governantes não deveriam ser escolhidos por sua origem, e sim pela inteligência e força de caráter. Acima de tudo, o oportunismo dos políticos atenienses, que acabou culminando no julgamento e na sentença de morte de Sócrates, convencera Platão a considerar com muita seriedade as qualidades necessárias a um bom líder" , explica Drosdek (p. 26).
Em 387 a.C. Platão criou a Academia, o primeiro centro de ensino superior do Ocidente, afirma Leite (p. 27): " Até então, a educação superior nunca havia assumido essa forma corporativa, organizada, sedentária, com distribuição de cursos e matérias, que imprimiu Platão à Academia
Com relação à sua doutrina, é interessante recorrer ao "mito da caverna", incluído no livro VII de "A República", recomendam Aranha e Martins (p. 121): Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-platao-contra-os-sofistas#ixzz2CCiBzPnD
O mito da caverna "Platão imagina uma caverna onde pessoas estão acorrentadas desde a infância, de tal forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas enxergam o seu fundo, no qual são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar à luz do dia os verdadeiros objetos, ao regressar, relatando o que viu aos seus antigos companheiros, esse o tomariam por louco e não acreditariam em suas palavras."
Aqui , em termos relacionados ao conhecimento (epistemologia), faz uma separação entre mundo sensível (dos fenômenos) e mundo inteligível (das idéias gerais). O mundo sensível é percebido pelos sentidos, sendo ilusório, múltiplo, com réplicas imperfeitas do verdadeiro.
Para Platão, o mundo das idéias gerais refletia a doutrina de Parmênides , nos quais o ser é imóvel , enquanto o mundo sensível se espelhava em Heráclito , que afirmava a mutabilidade essencial do ser . Na vida terrena, se experimenta a mutabilidade; no Hades (além-vida), a permanência.
Parmênides defende a idéia da identidade do Ser. Parmênides e Heráclito Heráclito defende a idéia de que tudo está em movimento.
Em suma Para Platão, a verdade é absoluta e a Filosofia é a busca da verdade pela intelectualidade . Chamada de Idealismo , a Filosofia Platônica considera a idéia como o princípio da realidade.
A idéia A sociedade atual é materialista no sentido que o princípio do materialismo não é a idéia , mas a matéria. Para Platão, a idéia de uma coisa é a realidade dessa coisa. A idéia é uma abstração. É a essência e é invisível.
A ideia Quando entendemos alguma coisa é porque idealizamos essa coisa. A idéia é universal, conceitual e abstrata. É única e imutável. É eterna, pois reside na alma.
As coisas têm aparência e essência. A essência de alguma coisa é o que esta coisa é e não a aparência. A aparência é a sombra e é ilusória sempre.