Saúde no Solo, revelação e revolução camponesa
Microbiolização, Magnetorecepção e Cromatografia de Pfeiffer
Fundação Juquira Candiru Satyagraha
Sebastião Pinheiro, Oliver Naves Blanco
“não estamos sozinhos e que o trabalho intelectual também pode assumir as feições de uma
guerrilha...” Florestan Fernandes, SP, 9 de outubro de 1979
Estudar a “Saúde no Solo” a partir dos microrganismos foi a tônica da União Europeia, China e Japão,
oficialmente, nos últimos 30 anos, que agora, defasadamente pode chegar aos países da América Latina por
interesses mercantis do modelo de agricultura das grandes corporações de biotecnologias, quando os movimentos
sociais de forma autônoma e independente faziam isso desde 1980.
O trabalho “A biodiversidade fúngica e seu papel na saúde no solo”, de Magdalena Frac, Instituto de
Agrofísica, Academia de Ciências da Polônia, Lublin; Silja E. Hannula, Instituto Holandês de Ecologia,
Wageningen, Países Baixo; Marta Belka Jedryczka, Departamento de Patologia Florestal, Universidade de
Ciências da Vida de Poznan; e Malgorzata Jedryczka, Instituto de Genética Vegetal, Academia Polaca de
Ciências, Poznan, Polônia, mostra os trinta anos de evolução e como o manejo da diversidade microbiana ou
serule é importante.
Ele diz: “A Saúde do solo e os termos intimamente relacionados de qualidade e fertilidade do solo
consideram-se uma das características mais importantes dos ecossistemas do solo. O enfoque integrado da saúde
do solo supõe que o solo é um sistema vivo e que a saúde do solo é o resultado da interação entre diferentes
processos e propriedades, com um forte efeito sobre a atividade da microbiota do solo. Todos os solos podem
descrever-se utilizando propriedades físicas, químicas e biológicas, mas a adaptação às mudanças climáticas,
orientados por processos de seleção natural, é exclusiva deste último. Esta mini revisão foca na biodiversidade
fúngica e seu papel na saúde dos solos gerenciadas, assim como nos métodos atuais utilizados para abordar a
identificação e o uso de microbiomas do solo e o sequenciamento da próxima geração (NGS). Os autores se
concentram separadamente na agricultura e na horticultura, assim como nos ecossistemas de pastagens e
bosques. Também, esta mini revisão descreve o efeito do uso da terra sobre a biodiversidade e a sucessão de
fungos. Em conclusão, os autores recomendam mudar a catalogação de espécies fúngicas em diferentes
ecossistemas do solo para uma análise mais global baseada nas funções e interações entre organismos.
Os fungos são habitantes exitosos do solo, devido a sua grande plasticidade e sua capacidade para adotar
diversas formas em resposta a condições adversas ou desfavoráveis (Sun et al.,2005). Devido a sua capacidade
para produzir uma ampla variedade de enzimas extracelulares, podem decompor todo tipo de matéria orgânica,
decompondo os componentes do solo e regulando assim o equilíbrio do carbono e nutrientes (Žifcákovᡠet al.,
2016). Os fungos convertem a matéria orgânica morta em biomassa, dióxido de carbono e ácidos orgânicos
(Figura 1). Muitas espécies de fungos tem a capacidade de atuar como um biossolvente eficaz para metais
tóxicos, como cádmio, cobre, mercúrio, chumbo e zinco, que se acumulam em seus corpos frutíferos. Embora
estes elementos podem inibir seu crescimento e afetar sua reprodução (Baldrian, 2003). A diversidade e a
atividade dos fungos estão reguladas por vários fatores bióticos (plantas e outros organismos) e abióticos (pH,
umidade, salinidade, estrutura e temperatura do solo) (López-Bucio et al., 2015; Rouphael et al.,2015). Os fungos
podem se encontrar em quase qualquer ambiente e podem viver em um amplo alcance de pH e temperatura (Frac,
et al.,2015).
Os fungos do solo podem se classificar em três grupos funcionais, que incluem: (1) controladores
biológicos, (2) reguladores do ecossistema e (3) espécies que participam na decomposição das matéria orgânica
e das transformações de compostos (Swift, 2005; Gardi e Jeery, 2009). Os reguladores dos ecossistemas são