Semântica: dêixis e anáfora

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About This Presentation

Fichamento do livro de Márcia Cançado. Para uso interno e fins didáticos.


Slide Content

Dêixis – vem do grego.
Significa o ato de mostrar, apontar.
Os elementos dêiticos permitem
identificar:
- pessoas;
- coisas;
- momentos;
- lugares.

Os elementos dêiticos identificam os objetos a
que se referem a partir do contexto.
São associados, de modo geral:
- aos pronomes demonstrativos (este, esse,
aquele, aquela, isto, isso, aquilo);
- aos pronomes pessoais (eu, tu, ele, nós, vós
eles, você, vocês);
- aos tempos verbais (pretérito, presente,
futuro);
- aos advérbios de tempo e lugar (ontem, hoje,
aqui, ali, lá).

A interpretação dos elementos dêiticos
depende de informações contextuais,
embora exista um caráter sistemático.
Este gato é muito bonito.
Eu adoro chocolate.

Aqui é o país da impunidade.
Aquele ali, eu levo.
Esta nota foi aquém da minha
expectativa.
Alice não mora mais aqui.

Nos casos citados, a referência varia de
acordo com o contexto de fala, mas o
sentido permanece o mesmo.
Sentido dos dêiticos é um roteiro para
encontrar referentes.
Palavra “eu” aponta para o falante –
palavra “este” aponta para objeto
próximo do falante etc.

Anáfora – também identifica objetos,
pessoas, momentos, lugares e ações.
Mas a anáfora os identifica a partir de
menção anterior no discurso ou na
sentença.
Tem uma mulher aí fora. Ela quer vender
livros.

Avise a Teresa que saí, se ela ligar.
O técnico insistiu que ele não achava
nada errado no computador.
As notas de Semântica não foram boas.
Elas foram excelentes.

Nas frases de exemplo, há relações
nítidas entre referentes e antecedentes.
Uma expressão é interpretada
anaforicamente quando sua
interpretação é derivada da expressão
antecedente.

Algumas expressões podem ser usadas
como dêiticas ou anafóricas:
Ela já saiu. (dêixis)
A Maria estava na sala, mas ela já saiu.
(anáfora)

Outras expressões só admitem
interpretação anafórica.
Maria está orgulhosa de si mesma.
*Si mesma já saiu.

As letras i, j e k são utilizadas, em geral,
na literatura linguística, para indicar o
antecedente e o referente. Elas são
colocadas logo abaixo das palavras em
situação de correferencialidade.
Tem uma mulher
i
aí fora. Ela
i
quer vender
livros.

Avise a Teresa
j
que saí, se ela
j
ligar.
O técnico
k
insistiu que ele
k
não achava
nada de errado no computador.

Há expressões que demandam análises
mais complexas.
[Toda mulher]
i
pensa que ela
i
dará uma
educação melhor ao [seu]
i
filho do que
[sua]
i
mãe deu.
“Toda mulher” quer dizer “cada mulher
pertencente ao conjunto das mulheres”.

[Nenhum homem]
i
deveria [se]
i
culpar
pelos erros de [seus]
i
filhos.
“Nenhum homem” quer dizer “não é
verdade para cada homem
pertencente ao conjunto dos homens”.

Outros tipos de correferência:
[Quais candidatos]
k
votarão [neles
mesmos]
k
?
A Gina
i
falou para a Maria
j
que
[i+j]
elas
saíssem.
O Carlos pescou [alguns peixes]
i
e o
Marcos os
i
cozinhou.
Se o José
i
vir a Maria
j
, ele
i
a desculpará
j
.

Todo falante tem conhecimento
linguístico suficiente para julgar
possibilidades de correferência.
Referência disjuntivas: não é possível
interpretar o referente como
anaforicamente relacionado ao
antecedente.

*Si mesma
i
é orgulhosa da Maria
i
.
*A Teresa
i
a
i
encontrou saindo do
cinema.
*Ele
i
insistiu que [o técnico]
i
não achou
nada.

Chomsky propõe a existência de
princípios sintáticos que restringem a
possibilidade de correferências.
Assim, a agramaticalidade das
sentenças anteriores poderia ser
explicada por princípios válidos para
qualquer língua.