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Revisão: Elaine - Diagramação: Jefferson - 12/08/11
SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
No final do século XIX, início do século XX, os estudos de Saussure influenciaram a visão que se tinha
sobre a palavra e o conceito. Nesse sentido, é preciso retomar o que é o signo linguístico postulado por
ele.
Saussure defendia que as duas faces do signo linguístico são o significante e o significado, atribuindo
ao primeiro a imagem acústica reconhecida pelo falante e ao segundo, o conceito que ele tem do objeto.
Não podemos nos esquecer de que a visão saussuriana tinha por pressuposto a arbitrariedade do signo
linguístico, ou seja, os signos seriam convenções sociais.
Antes de Saussure, o significante era linguístico e o significado era o referente no mundo
extralinguístico. A palavra era um rótulo que se colocava no referente. Com Saussure, passou-se a
considerar o referente e o significado linguístico, sendo este formado por significado e significante
linguísticos. Os dois formam o signo, que passa a ser um valor, ou seja, o significado e significante valem
pelo referente sê-lo, eles representam o objeto no mundo.
Nessa perspectiva, hoje, em uma visão sociointeracional, tanto a palavra quanto o conceito tornam-
se variáveis de acordo com a inserção sócio-histórica das expressões que estejam em relevância, visto
que se pressupõe a ação humana na construção do sentido, o que não era previsto por Saussure.
Do mesmo modo, é preciso destacar a noção de verdade
versus falsidade que o olhar não referencialista
leva-nos a ter sobre o mundo. Nesta perspectiva atual, que insere o sujeito no contexto de construção dos
significados, a verdade é construída pelos homens e, por isso, torna-se múltipla, variável em função dos
pontos de vista humanos. Portanto, não há mundo objetivo, dotado de referentes e de acontecimentos,
os quais são refletidos pela linguagem, o que há é um mundo de sentido construído pelo homem.
Saiba mais
Para aprofundar seus estudos a respeito, sugerimos a leitura de
Referenciação e Discurso, obra indicada na lista de referências textuais.
Nessa concepção, a semântica deixa de lado as noções lógicas e se aproxima de questões relacionadas
à visão retórico-interpretativa, para a qual interessa o que é dito, como é dito e que efeitos tem sobre o interlocutor.
Há, entretanto, diferentes pontos de vista que delimitam os estudos da semântica. Como já foi dito,
há um primeiro baseado na visão estruturalista de vertente saussureana, que define o significado
como uma unidade de diferença, ou melhor, o significado de uma palavra define-se por não ser outro
significado. Por exemplo, “janela” define-se por não ser “porta”.
Já para a semântica formal, o significado compõe-se de duas partes, o sentido e a referência. Dizer,
por exemplo, “a janela da casa” ou “a janela do escritório” implica em relações diferentes do mesmo
objeto. Nessa perspectiva do modelo lógico, a relação da linguagem com o mundo é fundamental.