Sete anos de pastor jacob servia

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About This Presentation

Lírica Camoniana


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Corrente renascentista Sete anos de pastor Jacob servia Camões

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Lhe fora assim negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, Começa de servir outros sete anos, Dizendo: — Mais servira, se não fora Pera tão longo amor tão curta a vida!

Tema: A FIDELIDADE E CONSTÂNCIA AMOROSAS Este soneto tem uma estrutura quase narrativa e é o tratamento poético da história bíblica de Jacob . Faz a apologia da constância amorosa e do amor eterno, num ambiente pastoril idealizado . A história de Jacob e Raquel não é o essencial deste soneto, mas o pretexto para mostrar a força de um sentimento, a capacidade humana para sofrer e lutar por quem que se ama.

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida; começa de servir outros sete anos, dizendo: - Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida. 1ª parte - Durante 7 anos o pastor Jacob esteve ao serviço de Labão . Como única recompensa de tantos anos de trabalho, pretendia que Labão lhe desse a filha em casamento. Concluído o prazo, o pai não cumpriu o que fora combinado. 2ª parte - Apesar da injustiça de que se sentia vítima, apesar da desilusão e tristeza, Jacob não desistiu dos seus intentos. Por amor a Raquel começou um novo período de 7 anos de serviço a Labão , frisando que não renunciaria a um amor mais duradouro que a vida

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida; começa de servir outros sete anos, dizendo: - Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida. Repare-se que, inicialmente, a tristeza de Jacob se dá por não haver recebido a moça pretendida, mas também pelo facto de ser ludibriado, após sete anos de labores e de esperanças. O que se aguardaria, pois, seria seu desesperançar; contudo, e aí está o grande momento do soneto, não apenas o jovem reafirma sua fé no amor, mas propicia seu acrescentamento com a renovada promessa de duplicação do tempo de espera: “Começa de servir outros sete anos,/ Dizendo: – Mais servira, se não fora/ pera tão longo amor tão curta a vida.”

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida; começa de servir outros sete anos, dizendo: - Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida. O que confere a este soneto uma dimensão narrativa é o facto de haver uma acção protagonizada por personagens, num determinado espaço e tempo . O episódio é contado poeticamente por um narrador . Jacob revela pelo seu comportamento um carácter determinado, perseverante. Sabe o que quer e tem a força de enfrentar qualquer obstáculo, qualquer sacrifício, para alcançar o que pretende. Neste episódio essa determinação revela-se numa fidelidade amorosa inabalável. Nem a injustiça, nem a mágoa, nem a longa espera o fazem desistir de ter a sua amada. Só a morte será o limite da sua luta em busca da felicidade, que, para ele, só tem um nome – Raquel . Estrutura narrativa

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela ; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, Passava, contentando-se com vê-la; Porém o pai, usando de cautela, Em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos Lhe fora assim negada a sua pastora, Como se a não tivera merecida, Começa de servir outros sete anos , Dizendo: — Mais servira, se não fora Pera tão longo amor tão curta a vida! Labão tinha duas filhas: Leia (a mais velha) e Raquel. Mas Jacob amava Raquel. De modo que ele dispôs-se a servir Labão durante sete anos por Raquel; mas estes anos passaram como sete dias, por causa do seu amor por ela. No soneto, há referência não apenas à beleza de Raquel (“serrana bela”), realçando-se também o sentimento amoroso de maneira enfática. Por essa razão, ressalta-se a servidão amorosa de Jacob de uma forma mais tipicamente medieval no modo como o soneto se inicia e se fecha, ou seja, com os sete anos da espera, que se renova de forma cíclica: “Sete anos de pastor Jacob servia/ Labão /..../”; “/..../ Começa de servir outros sete anos”, apontando-se, ainda, para uma posterior renovação da espera nos dois últimos versos: “/..../ Dizendo: – Mais servira, se não fora/ Pera tão longo amor tão curta a vida”. A servidão amorosa também é assinalada pela grande recorrência do verbo “servir” no poema (levando-se em conta sua extensão), o qual chega a aparecer duas vezes no mesmo verso “mas não servia ao pai, servia a ela”.

Há claramente uma oposição do desejado (Raquel) e do obtido (Lia). Na primeira estrofe constrói-se o argumento de que Jacob desejava e servia a Raquel, na segunda vemos a ansiedade da espera, na terceira o encaminhamento para a conclusão com a tristeza e a decepção pelo “prémio de consolação” (Lia) e a “chave de ouro” que fecha afirmando que Jacob servirá, se necessário, mais que sete anos por Raquel “se não fora / Para tão longo amor tão curta a vida”. Este texto é um soneto que, embora original de Camões, estabelece diálogo com dois outros textos: um bíblico do Génesis e outro de Francisco Petrarca. A imitação foi estímulo à criação de uma obra pessoal bastante bela. O texto bíblico caracteriza as duas moças: “Lia de olhos enfermos, enquanto que Raquel era formosa de porte e de semblante”; Camões aproveitou-se desta descrição e fez análogo chamando Raquel de “serrana bela”. No génesis também se encontra a promessa inicial de Jacob a Labão : “Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais moça”; os sete anos para Jacob foram “poucos dias, pelo muito que a amava”. É no génesis que também entendemos a cautela do pai, pois não deseja dar a menor antes da primogénita e romper com o costume da terra.

http://www.youtube.com/watch?v=7OZmdPBEj84

Sete anos de pastor Jacob servia Labão , pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prémio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava , contentando se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida; começa de servir outros sete anos, dizendo: - Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida.

Disciplina: Português Prof.ª: Helena Maria Coutinho Fim