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Nov 01, 2025
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About This Presentation
Conteúdo associado a saúde.
Size: 16.74 MB
Language: pt
Added: Nov 01, 2025
Slides: 10 pages
Slide Content
Síndromes Clínicas: Principais Corrimentos Vaginais Uma abordagem completa sobre as principais infecções vaginais para o técnico de enfermagem
Introdução às Infecções Vaginais Prevalência e Impacto na Saúde Feminina As infecções vaginais representam um dos motivos mais frequentes de consulta ginecológica no Brasil, afetando mulheres de todas as idades. Estima-se que 75% das mulheres terão pelo menos um episódio de candidíase vulvovaginal durante a vida. Essas condições geram impacto significativo na qualidade de vida, causando desconforto físico, constrangimento social e interferindo nas relações íntimas. O diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações graves. Como profissionais de enfermagem, temos papel essencial no acolhimento, orientação e assistência às pacientes, contribuindo para a promoção da saúde sexual e reprodutiva.
Anatomia e Fisiologia do Trato Genital Feminino Flora Vaginal Normal Predominância de lactobacilos (Lactobacillus sp.) que mantêm pH ácido (3,8-4,5), protegendo contra patógenos Mecanismos de Defesa Produção de ácido lático, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas pelos lactobacilos Fatores de Equilíbrio Hormônios, pH, umidade e microbiota trabalham em harmonia para manter a saúde vaginal A compreensão da anatomia e fisiologia normal é fundamental para identificar alterações patológicas. O equilíbrio do ecossistema vaginal pode ser perturbado por diversos fatores como uso de antibióticos, duchas vaginais, alterações hormonais e atividade sexual, predispondo a infecções.
Vaginose Bacteriana Características Clínicas A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal em mulheres em idade reprodutiva. Caracteriza-se pelo desequilíbrio da flora vaginal, com diminuição dos lactobacilos e supercrescimento de bactérias anaeróbias como Gardnerella vaginalis . Corrimento fluido, branco-acinzentado Odor característico de "peixe" (aminas) pH vaginal elevado (>4,5) Ausência de inflamação vulvar Intensificação do odor após relação sexual Diagnóstico Critérios de Amsel (3 de 4 necessários): Corrimento vaginal homogêneo pH vaginal > 4,5 Teste das aminas positivo (Whiff test) Presença de clue cells na microscopia Tratamento: Metronidazol oral ou vaginal, clindamicina. Importante orientar sobre término do tratamento mesmo com melhora dos sintomas.
Candidíase Vulvovaginal Agente Etiológico Causada principalmente por Candida albicans (80-90% dos casos). É uma infecção fúngica oportunista que se desenvolve quando há desequilíbrio da flora vaginal. Manifestações Clínicas Prurido vulvovaginal intenso, corrimento branco em "grumos" (aspecto de leite coalhado), hiperemia e edema vulvar, disúria e dispareunia. Sintomas costumam piorar antes da menstruação. Fatores Predisponentes Diabetes mellitus, uso de antibióticos, gravidez, imunossupressão, uso de anticoncepcionais orais, roupas sintéticas apertadas e higiene inadequada. Tratamento Antifúngicos tópicos (clotrimazol, miconazol) ou sistêmicos (fluconazol). Em casos recorrentes (≥4 episódios/ano), investigar fatores predisponentes e considerar terapia supressiva prolongada.
Gonorreia Sinais e Sintomas Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae , a gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) de notificação compulsória. Manifestações clínicas: Corrimento purulento amarelo-esverdeado Disúria intensa Sangramento intermenstrual Dor pélvica 50% dos casos são assintomáticos em mulheres Complicações Graves Se não tratada adequadamente, pode evoluir para: Doença Inflamatória Pélvica (DIP) Infecção ascendente que acomete útero, trompas e ovários Infertilidade Lesão tubária pode levar à infertilidade permanente Gravidez Ectópica Risco aumentado devido a aderências tubárias Transmissão Neonatal Conjuntivite neonatal grave durante o parto Tratamento: Esquema duplo com ceftriaxona + azitromicina. Tratar sempre o parceiro sexual.
Infecção por Clamídia 1 Agente e Transmissão Chlamydia trachomatis é a IST bacteriana mais comum mundialmente. Transmissão sexual, com período de incubação de 7-21 dias. 2 Aspectos Clínicos 70-80% das mulheres são assintomáticas. Quando presentes: corrimento mucopurulento, sangramento pós-coital, disúria leve. 3 Diagnóstico Laboratorial Teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) em urina ou swab endocervical. PCR é o padrão-ouro diagnóstico. 4 Tratamento Azitromicina dose única ou doxiciclina 7 dias. Rastreamento em gestantes é essencial para prevenir complicações. Atenção: A clamídia é conhecida como "infecção silenciosa" devido ao alto percentual de casos assintomáticos. Pode causar DIP, infertilidade e dor pélvica crônica se não tratada. O rastreamento em grupos de risco é fundamental para controle epidemiológico.
Tricomoníase Diagnóstico Diferencial Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis , é uma IST muito prevalente, especialmente em mulheres acima de 40 anos. Características do corrimento: Abundante, amarelo-esverdeado Aspecto espumoso característico Odor fétido desagradável pH elevado (5,0-7,0) Sinais clínicos: Prurido vulvovaginal intenso Hiperemia e edema vulvar Colo "em framboesa" (punctate hemorrhages) Disúria e dispareunia Manejo Clínico Diagnóstico: Visualização do protozoário móvel no exame a fresco (microscopia). Cultura e PCR também disponíveis. Tratamento: Metronidazol 2g dose única OU Metronidazol 500mg 12/12h por 7 dias Tratamento simultâneo do parceiro é obrigatório Abstinência sexual durante tratamento Evitar álcool (efeito dissulfiram) Associada a aumento do risco de transmissão de HIV e outras ISTs, além de complicações na gestação como parto prematuro.
Papel do Técnico de Enfermagem Acolhimento Humanizado Receber a paciente com empatia, respeito e sem julgamentos. Criar ambiente seguro para que ela se sinta confortável em relatar sintomas íntimos. A escuta ativa é fundamental para coleta adequada de informações. Coleta de Dados Realizar anamnese detalhada sobre características do corrimento, sintomas associados, práticas sexuais, uso de medicamentos e história prévia. Verificar sinais vitais e preparar a paciente para o exame. Auxílio no Diagnóstico Auxiliar na coleta de material para exames, preparar lâminas para microscopia, realizar teste de pH e teste das aminas. Manusear adequadamente amostras para envio ao laboratório. Educação em Saúde Orientar sobre prevenção de ISTs, uso correto de preservativos, higiene íntima adequada e importância da adesão ao tratamento. Esclarecer dúvidas e desmistificar tabus sobre saúde sexual. Promoção da Saúde Incentivar consultas ginecológicas regulares, realização de exames preventivos e práticas sexuais seguras. Promover autocuidado e empoderamento feminino sobre a própria saúde. Abordagem do Parceiro Orientar sobre importância do tratamento simultâneo do parceiro sexual para evitar reinfecção. Fornecer informações sobre locais de atendimento e importância do rastreamento de ISTs.
Condutas de Enfermagem e Educação em Saúde Sexual 01 Prevenção Primária Orientar uso consistente de preservativos, redução do número de parceiros sexuais, vacinação contra HPV 02 Higiene Íntima Adequada Evitar duchas vaginais, usar sabonetes neutros, preferir roupas de algodão, secar bem a região genital 03 Adesão ao Tratamento Reforçar importância de completar o tratamento prescrito mesmo com melhora dos sintomas 04 Notificação e Rastreamento Realizar notificação compulsória de ISTs, orientar sobre rastreamento de contatos e importância de testagem 05 Acompanhamento Agendar retorno para avaliação da resposta terapêutica e realizar teste de cura quando indicado "A educação em saúde sexual é uma ferramenta poderosa de transformação social. Como técnicos de enfermagem, somos agentes multiplicadores de conhecimento, contribuindo para a autonomia e bem-estar das mulheres em nossa comunidade."