Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM).pdf

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Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM)

https://www.gov.br/censipam/pt-br


Slide Content

SIVAM – Os olhos avançados do
Brasil sobre a Amazônia
Nos anos 90, governo brasileiro atua em bloco para recuperar o controle da
Amazônia e cria um dos mais avançados sistemas de vigilância do mundo
Por Tenente-Jornalista Carla Dieppe
U
m oceano verde e desafi ador.
Até os Anos 90, voar sobre a
Amazônia signifi cava enfrentar va-
riações meteorológicas, difi culdade
para localizar pistas de pouso alter-
nativas em situações de emergência
e pilotar convencionalmente, sem
o apoio de comunicação e radares,
como acontece na travessia do
Atlântico e de regiões desérticas do
mundo. E esse era o contexto das
rotas aéreas que cortavam cerca de
62% do território nacional.
Por outro lado, o isolamento da
fl oresta também representava um
problema para diversas instituições
brasileiras diante de um cenário
perfeito para a atuação de ativida-
des ilícitas, como desmatamento,
queimadas, biopirataria e tráfi co de
drogas, dentre outras. A integração
completa do território brasileiro
parecia um sonho distante, caro e
típico de fi lmes de fi cção.
Parecia. Até o surgimento do
mais importante projeto governa-
mental para a região: o Sistema de
Vigilância da Amazônia (SIVAM),
Instalações do projeto SIVAM em Manaus
DECEA
Aerovisão Histórica
34
De Mar. 1985 a Mar. 1990
Tenente-Brigadeiro
OCTÁVIO
JÚLIO MOREIRA
LIMA
De Mar. 1990 a Out.1992
De Out.1992 a Dez. 1994
Tenente-Brigadeiro
SÓCRATES
DA COSTA
MONTEIRO
Tenente-Brigadeiro
LÉLIO VIANA
LÔBO
Galeria de Ministros
Década de 90

uma complexa rede de radares, sa-
télites e equipamentos de vigilância,
controle e comunicação espalhados
por nove Estados – Roraima, Amazo-
nas, Amapá, Acre, Rondônia, Mato
Grosso, Pará, Maranhão e Tocantins.
Na prática, pode-se dividir a
Amazônia em antes e depois do SI-
VAM. “Houve uma mudança signifi -
cativa não só no apoio ao transporte
aéreo, mas também em se tratando
de vigilância ambiental, territorial,
telecomunicações e proteção ao voo.
E a Aeronáutica, por conta dos ativos
de vigilância e defesa que estão sob
sua guarda, está à frente deste pro-
cesso, conribuindo decisivamente e
colaborando para ações coordena-
das do governo federal na região”,
explica o assessor de Comunicação
Social do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA), Coronel-
Aviador Paullo Sergio Barbosa
Esteves, que trabalhou no projeto
SIVAM.
O projeto exigiu investimentos
da ordem de US$ 1,4 bilhões, neces-
sários para a criação de uma rede
de equipamentos e infraestrutura
em uma região de 5,2 milhões de
quilômetros quadrados. Basta ima-
ginar que 32 países da Europa cabem
dentro da Amazônia. “Na verdade,
o investimento total acaba sendo
baixo se levado em conta o custo
por quilômetro quadrado: US$ 270”,
destaca o assessor.
Os recursos aplicados represen-
taram ainda incentivos para a indús-
tria nacional e a reconquista daquele
território pelo Estado Brasileiro.
O Projeto SIVAM foi apresen-
tado pela primeira vez, sem muito
alarde, na ECO-92, no Rio de Janeiro.
A iniciativa coube à Secretaria de As-
suntos Estratégicos, que apresentou
uma exposição de motivos em par-
ceria com os Ministérios da Justiça e
da Aeronáutica – três personagens
da administração pública bastante
infl uenciados em sua missão pelo
estado precário de vigilância e de
presença ofi cial na Amazônia.
No caso da Aeronáutica, em
razão da falta de estradas e da irre-
gularidade dos rios ao longo do ano,
controlar e vigiar o tráfego aéreo na
região era consolidar as ações inicia-
das nos anos 70, com a implantação
dos Centros Integrados de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTAs).
O Ministério da Aeronáutica
ficou responsável pelo programa
de implantação do SIVAM, que
incluía as obras e equipamentos
que compunham a infraestrutura do
sistema. Para isso, em 1992, foi criada
a Comissão para Coordenação de
Implantação do Projeto do Sistema de
Vigilância da Amazônia (CCSIVAM).
Dois anos mais tarde, cerca de 60
empresas se candidataram ao projeto
e tiveram as propostas técnicas,
comerciais e fi nanceiras analisadas.
O Senado aprovou o fi nanciamento
externo no mesmo ano.
O SIVAM começou a sair do pa-
pel em 1997. O consórcio concluiu a
fase dos projetos de edifi cação e de
levantamentos de campo em 1998,
quando o software de integração
do sistema, o X-4000, desenvolvido
pela indústria nacional entrou em
funcionamento. Todos os equipa-
mentos importados, como radares,
aparelhos de telecomunicações e
aeronaves de sensoriamento remo-
to chegaram ao Brasil até 1999. A
implantação e o funcionamento do
SIVAM tiveram início em 2002, com
a inauguração do Centro Regional
de Vigilância de Manaus, depois de
quatro anos de obra de infraestrutu-
ra e implantação dos radares.
Em 2005, quando o projeto fi cou
pronto, o patrimônio público cons-
truído na Amazônia ao longo de
quase dez anos foi distribuído entre
o Sistema de Proteção da Amazônia
(SIPAM), ligado à Casa Civil, e o
Quarto Centro Integrado de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTA IV), da Aeronáutica.
Dentro do projeto SIVAM, a
EMBRAER e a Força Aérea de-
senvolveram uma aeronave-radar
(E-99) e uma de sensoreamento
remoto (R-99), com capacidade de
gerar imagens, por exemplo, úteis
para o controle de desmatamentos
e de carvoarias clandestinas, dentre
outras missões, independentemente
de interferências meteorológicas.
Fontes consultadas:
- A História da Defesa Aérea Na-
cional. Revista Aeroespaço (DECEA),
maio 2010.
- Do CAN ao SIVAM – A FAB na
Amazônia, Carlos Lorch (2000)
35
De Jan. 1995 a Nov. 1995
De Nov.1995 a Jan. 1999
Tenente-Brigadeiro
LÉLIO VIANA
LÔBO
Tenente-Brigadeiro
MAURO JOSÉ
MIRANDA
GANDRA

no horário estipulado e, quando se
esgotasse o horário de autonomia
de voo, era iniciada a busca visual
de acordo com o plano de voo da
aeronave. O esquadrão de busca
fazia a mesma rota da aeronave
desaparecida. Se ela não fosse encon-
trada, a rota era refeita e aumentado
o perímetro”, explica o comandante
do Primeiro Esquadrão do Oitavo
Grupo de Aviação (1º/8º GAV),
Tenente-Coronel-Aviador Eduardo
Rodrigues da Silva.
Destacamento de controle do espaço aéreo construído durante o projeto SIVAM
Antes do Sistema de Vigilância
da Amazônia (SIVAM), o transporte
aéreo na região Norte acontecia com
recursos limitados de comunicação,
com o suporte da carta de navega-
ção e identifi cação visual, ou seja,
de modo convencional, com a pos-
sibilidade de enfrentar mudanças
repentinas de meteorologia e de não
encontrar difi culdade para chegar a
pistas alternativas caso tivesse algu-
ma emergência. No caso de acidentes
aeronáuticos, a fl oresta se transfor-
mava em um “inferno verde” em
operações de busca e salvamento.
A localização de aeronaves, em
uma região de baixa visibilidade e
com vegetação composta por árvores
de até 50 metros de altura, tornava a
operação extremamente difícil. Um
dos casos mais famosos é o da aero-
nave C-47 da Força Aérea, ocorrido
em 1967. O avião foi encontrado no
meio da fl oresta, perto da cidade de
Tefé (AM), após o piloto ter feito um
pouso de emergência. Foram 33 ae-
ronaves, 347 pessoas e mais de 1054
horas de voo em uma operação que,
entre a busca e o salvamento, durou
quase 20 dias.
“[Antes do SIVAM] As aerona-
ves não tinham o equipamento de
localização via satélite. Se ela não
chegasse, por exemplo, a Manaus
DECEA
Aerovisão Histórica
36
De Jan. 1999 a Jun. 1999
Comandante Aer.:
Jun.A1999AaAADez.A1999
Tenente-Brigadeiro
WALTER
WERNER
BRAÜER
Tenente-Brigadeiro
CARLOS DE
ALMEIDA
BAPTISTA
Galeria de Ministros e Comandantes
Com a criação do CINDACTA IV,
todo o país recebeu cobertura radar
Comandante Aer.:
Dez.A1999AaAAJan.A2003

Rede de equipamentos do SIVAM que alimentam o banco de informações do SIPAM
Rede de equipamentos alimenta banco
de dados para ações governamentais
Os equipamentos do SIVAM
coletam, processam e difundem
dados e informações para outros
órgãos governamentais da Ama-
zônia Legal – como a Polícia Fede-
ral, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), a Fundação Nacional do
Índio (FUNAI) e a Aeronáutica. O
responsável por administrar esse
imenso banco de dados é o Sistema
de Proteção da Amazônia (SIPAM).
As informações processadas ajudam
a União, os Estados e os Municípios
em ações de preservação ambiental,
de planejamento (planos diretores) e
de fi scalização, dentre outras.
Na época de sua criação, a Ama-
zônia foi dividida em três áreas, os
Centros Regionais de Vigilância
(CRV) de Manaus (AM), Belém (PA)
e Porto Velho (RO). O Centro de
Coordenação Geral fi ca em Brasília.
O SIPAM ainda tem as suas
células operacionais, divididas em
vigilância ambiental, aérea e territo-
rial, monitoração meteorológica e cli-
matológica, espectro eletromagnético
e monitoração de comunicações, con-
trole de tráfego aéreo, planejamento
e controle de operações em campo,
processamento de informações gerais
e atendimento aos usuários.
Para auxiliar a cobertura dos
radares fixos e móveis, existem
equipamentos remotos, que são
responsáveis pela coleta e envio
de informações, via satélite, para
os CRV de sua área de atuação. As
unidades de apoio estão distribuídas
em 25 localidades, que contam com
equipamentos de telecomunicações,
estações meteorológicas, radares
transportáveis e fi xos, e estações de
VHF. Essas unidades estão distribu-
ídas na área de cada centro regional.
O trabalho em conjunto com as
prefeituras acontece por meio dos
cerca de 700 terminais de comunica-
Aeronaves-radar e de sensoreamento apoiam o SIVAM
Em 1997, a EMBRAER assinou
acordo para a produção de aviões
que pudessem fazer a vigilância
do espaço aéreo com radares trans-
portáveis para a Força Aérea: os
modelos EMB-145-AS, os E-99, para
vigilância aérea, e os EMB-145-RS, os
R-99, para o sensoriamento remoto.
As aeronaves são equipadas
com modernos equipamentos, como
o radar PS-890 Erieye, capaz de de-
tectar aviões voando à baixa altura,
e sensores de última geração, como
radar de abertura sintética SAR, que
fornece imagens ewm tempo real.
ção. Os Estados da Amazônia Legal
também têm seus Centros Estaduais
de Usuários. O objetivo é que as
prefeituras e os governos estaduais
também tenham acesso aos dados e
possam coordenar políticas públicas
para a área.
Reprodução
Fotos: SGT Johnson / FAB
37
R-99
E-99
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