uma complexa rede de radares, sa-
télites e equipamentos de vigilância,
controle e comunicação espalhados
por nove Estados – Roraima, Amazo-
nas, Amapá, Acre, Rondônia, Mato
Grosso, Pará, Maranhão e Tocantins.
Na prática, pode-se dividir a
Amazônia em antes e depois do SI-
VAM. “Houve uma mudança signifi -
cativa não só no apoio ao transporte
aéreo, mas também em se tratando
de vigilância ambiental, territorial,
telecomunicações e proteção ao voo.
E a Aeronáutica, por conta dos ativos
de vigilância e defesa que estão sob
sua guarda, está à frente deste pro-
cesso, conribuindo decisivamente e
colaborando para ações coordena-
das do governo federal na região”,
explica o assessor de Comunicação
Social do Departamento de Controle
do Espaço Aéreo (DECEA), Coronel-
Aviador Paullo Sergio Barbosa
Esteves, que trabalhou no projeto
SIVAM.
O projeto exigiu investimentos
da ordem de US$ 1,4 bilhões, neces-
sários para a criação de uma rede
de equipamentos e infraestrutura
em uma região de 5,2 milhões de
quilômetros quadrados. Basta ima-
ginar que 32 países da Europa cabem
dentro da Amazônia. “Na verdade,
o investimento total acaba sendo
baixo se levado em conta o custo
por quilômetro quadrado: US$ 270”,
destaca o assessor.
Os recursos aplicados represen-
taram ainda incentivos para a indús-
tria nacional e a reconquista daquele
território pelo Estado Brasileiro.
O Projeto SIVAM foi apresen-
tado pela primeira vez, sem muito
alarde, na ECO-92, no Rio de Janeiro.
A iniciativa coube à Secretaria de As-
suntos Estratégicos, que apresentou
uma exposição de motivos em par-
ceria com os Ministérios da Justiça e
da Aeronáutica – três personagens
da administração pública bastante
infl uenciados em sua missão pelo
estado precário de vigilância e de
presença ofi cial na Amazônia.
No caso da Aeronáutica, em
razão da falta de estradas e da irre-
gularidade dos rios ao longo do ano,
controlar e vigiar o tráfego aéreo na
região era consolidar as ações inicia-
das nos anos 70, com a implantação
dos Centros Integrados de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTAs).
O Ministério da Aeronáutica
ficou responsável pelo programa
de implantação do SIVAM, que
incluía as obras e equipamentos
que compunham a infraestrutura do
sistema. Para isso, em 1992, foi criada
a Comissão para Coordenação de
Implantação do Projeto do Sistema de
Vigilância da Amazônia (CCSIVAM).
Dois anos mais tarde, cerca de 60
empresas se candidataram ao projeto
e tiveram as propostas técnicas,
comerciais e fi nanceiras analisadas.
O Senado aprovou o fi nanciamento
externo no mesmo ano.
O SIVAM começou a sair do pa-
pel em 1997. O consórcio concluiu a
fase dos projetos de edifi cação e de
levantamentos de campo em 1998,
quando o software de integração
do sistema, o X-4000, desenvolvido
pela indústria nacional entrou em
funcionamento. Todos os equipa-
mentos importados, como radares,
aparelhos de telecomunicações e
aeronaves de sensoriamento remo-
to chegaram ao Brasil até 1999. A
implantação e o funcionamento do
SIVAM tiveram início em 2002, com
a inauguração do Centro Regional
de Vigilância de Manaus, depois de
quatro anos de obra de infraestrutu-
ra e implantação dos radares.
Em 2005, quando o projeto fi cou
pronto, o patrimônio público cons-
truído na Amazônia ao longo de
quase dez anos foi distribuído entre
o Sistema de Proteção da Amazônia
(SIPAM), ligado à Casa Civil, e o
Quarto Centro Integrado de Defesa
Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTA IV), da Aeronáutica.
Dentro do projeto SIVAM, a
EMBRAER e a Força Aérea de-
senvolveram uma aeronave-radar
(E-99) e uma de sensoreamento
remoto (R-99), com capacidade de
gerar imagens, por exemplo, úteis
para o controle de desmatamentos
e de carvoarias clandestinas, dentre
outras missões, independentemente
de interferências meteorológicas.
Fontes consultadas:
- A História da Defesa Aérea Na-
cional. Revista Aeroespaço (DECEA),
maio 2010.
- Do CAN ao SIVAM – A FAB na
Amazônia, Carlos Lorch (2000)
35
De Jan. 1995 a Nov. 1995
De Nov.1995 a Jan. 1999
Tenente-Brigadeiro
LÉLIO VIANA
LÔBO
Tenente-Brigadeiro
MAURO JOSÉ
MIRANDA
GANDRA