As bronzinas devem ter um sólido e perfeito contato no seu alojamento nos mancais, não só
para garantir o seu apoio, como também para que o calor gerado pela fricção se dessipe da
bronzina, por condução evitando assim o sobreaquecimento. O revestimento interior da capa
pode ser composto por várias ligas metálicas, como por exemplo, o metal branco, a liga de
cobre-chumbo ou estanho-alumínio.
Uma das extremidades do virabrequim está submetida ao impulso proveniente da pressão da
embreagem e, em alguns casos, da reação resultante das engrenagens que movem os órgãos
auxiliares. Se este impulso não fosse controlado causaria deslocamentos axiais no
virabrequim o que, além de originar ruídos, provocaria desgastes. Para eliminar tal
inconveniente, um dos apoios do virabrequim é rodeado por arruelas axiais de encosto,
normalmente conhecidas por meias-luas do virabrequim, constituídas por finos segmentos de
aço revestidos de metal antifricção, que mantém o virabrequim na sua posição, anulando por
encosto qualquer reação evidente à deslocação axial.
Uma bomba faz com que o óleo circule, sob pressão, por uma série de canais existentes no
bloco e penetre nos mancais do virabrequim através de um orifício aberto em cada bronzina.
Este orifício comunica com um sulco existente em torno da face interior da bronzina, através
do qual o óleo é distribuído.
Rolamentos e mancais do carro
parte 2
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Parte do óleo sob pressão penetra pelos furos abertos no virabrequim e lubrifica os mancais
das bielas. A folga entre o eixo e os apoios, que nunca deve exceder 0,1 mm, variando para
menos conforme o fabricante, regula a circulação de óleo e, em grande parte, a quantidade de
óleo impulsionada para os pistões e cilindros.
O orifício por onde penetra o óleo que lubrifica um mancal situa-se próximo do ponto onde a
pressão exercida sobre esta é mínima, isto é, no local onde é maior a folga entre o mancal e o
eixo. Ao rodar, o eixo arrasta o óleo em volta do mancal formando um calço de óleo. A
pressão autogerada no calço de óleo é bastante superior à pressão resultante da ação da bomba
de óleo nas tubulações de alimentação, evitando assim o contato das superfícies metálicas
entre si, mesmo quando o mancal é sujeito a elevadas cargas.
Mancais de bucha cilíndrica – Os mancais lisos, quando constituídos por um cilindro formado
por uma só peça, são designados simplesmente por buchas. São utilizados, por exemplo, nos
balancins e nos pés das bielas As buchas mais simples são totalmente fabricadas do mesmo
metal ou liga, normalmente o bronze. A bucha é montada com interferência, ou seja,
introduzida sob pressão no seu alojamento. Se a alimentação de óleo não for suficiente, a
bucha cilíndrica pode ser revestida com uma matéria plástica como, por exemplo o teflon. Em
certos casos, são utilizadas buchas de metal poroso e outros materiais anti fricção.