2º ENCONTRO PRESENCIAL PROGRAMA LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - LEEI Araguaína – 25 e 26 de abril Tocantinópolis – 29 e 30 de abril TEMA GERAL Ser criança na Educação Infantil: linguagem oral e escrita e suas inter-relações Professora Formadora: Rosemeri Birck
“ ... nos gestos, no olhar, nos sons, na fala, nas diferentes entonações, nos ditos e não ditos, nos lugares de que mais ou menos gosta, nas brincadeiras, nas histórias que inventa, nos pares com que se identifica, nas relações que estabelece, nas preferências que manifesta.” (Cad. 2, p. 9). (ver p. 14) Desse modo, a linguagem serve como um mediador entre o pensamento individual e o mundo social. A descoberta do mundo se dá pela linguagem...
Pequenos trechos do filme “O Começo da Vida” (Estela Renner. Maria Farinha Filmes, 2016): • O começo da vida – trailer do filme (4:32”): https://www.youtube.com/watch?v=1zFLgMJMH9c • O começo da vida – vínculos (3:44”): https://www.youtube.com/watch?v=eEWtqfTYAls • O começo da vida – Brincar (4:16”): https://www.youtube.com/watch?v=ipuyk682R14&ab_channel=MariaFarinhaFilmes
“A infância é o momento da vida em que o indizível pode ser experimentado como algo superlativamente dizível.” (Cad. 2, p. 14) É na infância que se constitui a necessidade da linguagem , etapa da vida em que a criança precisa transformar os gestos em signos linguísticos . (p. 16) Linguagem são os movimentos corporais que se ampliam na medida em que os adultos vão conferindo significado a eles. Dos gestos nascem gradualmente os sons , que vão se aprimorando até surgirem as palavras . Segundo a teoria mimética , a linguagem teria surgido de uma mímica gestual primitiva. (p. 16) A fala, portanto, imita o gesto. E na imitação (nas brincadeiras) a criança é aquilo que sua imaginação deseja. (p. 17)
CULTURA E PAPEL DA ESCOLA COMO LUGAR DE CULTURA VAMOS PENSAR A CULTURA A PARTIR DE UMA CONCEPÇÃO PLURAL Cultura como produção humana socializada, da qual nos sentimos pertencentes. A cultura é ao mesmo tempo o mundo que se apresenta para nós e a forma como esse mundo nos diz quem somos nós. Portanto, a ideia de cultura é ampla e complexa e varia conforme a época e o tipo de sociedade. Você identifica, na sua cidade, exemplos de práticas culturais que caracterizam diferentes grupos sociais?
Para Marilena Chauí, a ideia de CULTURA, inclui, além das práticas , as formas como as diferentes sociedades vão encontrando pra registrar essas práticas. Esses registros podem ser objetos, pinturas, escritos, cantos, histórias... Materializar a cultura em produtos é um modo de guardá-las, sistematizá-las, fazê-las circular, zelar e eternizar sua história. Para a autora cultura se vincula “aos resultados daquela formação ou educação dos seres humanos, resultados expressos em obras, feitos, ações e instituições: as artes, a ciência, a Filosofia, os ofícios, a religião, e o Estado” (cad. 2, p. 52). Cultura como sinônimo de civilização
Para Benjamin , cultura pode ser sinônimo de instrução , variando conforme o acesso dos indivíduos a esses produtos. Se a cultura é o que nos liga à vida social, ela precisa fazer sentido pra nós. Se contamos histórias para as crianças, devemos contar a elas nossa histórias, e conhecer a história da própria criança. Qual o lugar da história das crianças na escola??? (cad. 2 p. 55) Qual o assunto que circula entre as crianças? Que práticas elas constroem com seus pares? (p. 56) Se a cultura é um elo que nos liga aos outros temos que conhecer a histórias dos antepassados, registrar e nossa ajudar a construir a da criança. A CULTURA É UMA CONSTRUÇÃO DIÁRIA
A CULTURA É UMA CONSTRUÇÃO DIÁRIA Sinfonia de Beethoven https://www.google.com/search?client=opera-gx&q=5+sinfonia+de+beethoven+animaca&sourceid=opera&ie=UTF-8&oe=UTF-8#fpstate=ive&vld=cid:717bf689,vid:fCFCj6sD9Ik,st:0 https://www.youtube.com/watch?v=lDFtdw3TdXs
GRACILIANO RAMOS (1892/AL -1953/RJ)– Obra: INFÂNCIA Cenas de leitura em Infância, de Graciliano Ramos Autores: Chirley Domingues e Leandro de Bona A primeira cena a ser analisada apresenta o narrador aos seis anos, na loja do pai. “Meu pai tentou avivar-me a curiosidade valorizando com energia as linhas mal impressas, falhadas, antipáticas. Afirmou que as pessoas familiarizadas com elas dispunham de armas terríveis . Isto me pareceu absurdo: os traços insignificantes não tinham feição perigosa de armas. [...] Aí meu pai me perguntou se eu não desejava inteirar-me daquelas maravilhas, tornar-me um sujeito sabido como Padre João Inácio e o advogado Bento Américo”. (RAMOS, 1977, p. 102).
Livre do pai como professor, o personagem prossegue seus estudos das sílabas auxiliado pela irmã “ Eu não lia direito, mas, arfando penosamente, conseguia mastigar os conceitos sisudos: “A preguiça é a chave da pobreza – Quem não ouve conselhos raramente acerta – Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém.” Esse Terteão para mim era um homem, e não pude saber que fazia ele na página final da carta. [...] - Mocinha, quem é o Terteão ? Mocinha estranhou a pergunta. Não havia pensado que Terteão fosse homem. Talvez fosse.” (RAMOS, 1977 p. 107). Em outra passagem... Eis que surge a prática da leitura em voz alta!!! “Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos”. (RAMOS, 1977, p. 195-196)
Artigo - A INFÂNCIA DO MENINO GRACILIANO RAMOS – Autora: Mércia Maria de Santi Estácio Ainda haviam muitas escolas, professores ....... com mentalidades estagnadas no tempo, que buscam a disciplina, o adestramento das crianças. O lugar de estudo era isso. Os alunos se imobilizavam nos bancos: cinco horas de suplício uma crucificação [...] Não há prisão maior do que escola primária do interior. A imobilidade e a insensibilidade me aterraram. Abandonei os cadernos e auréolas, não deixei que as moscas me comessem. Assim, aos nove anos ainda não sabia ler. (RAMOS, 1993:188)
Isto não é só relatado nesse livro, mas em muitos outros como “Quando eu voltar a ser criança” de Janusz Korczak , pediatra, autor infantil e pedagogo judeu polonês que tratou de temas relacionados à infância com muita propriedade e atenção. Cheguei a perguntar um dia: Mãe, fita vermelha fica melhor num cachorrinho ou num gato? E ela disse: - Você rasgou a calça outra vez. Ao papai perguntei: Todo velhinho precisa de um banquinho embaixo dos pés, quando fica sentado? Papai disse: - Todo aluno deve tirar boas notas, e não deve ficar de castigo. Então deixei de perguntar. Passei a deduzir as coisas sozinho. (KORCZAK, 1989:14) Nesse breve diálogo extraído da obra, percebemos a intolerância, a falta de atenção e escuta acolhedora dos adultos diante de perguntas simples, inocentes, mas que parecem esconder alguma outra intenção, quem sabe a calça rasgada, ou notas baixas na escola. Os adultos esquecem que as crianças são inocentes, elas fazem perguntas que nos parecem tolas, sem sentido, ingênuas, mas para elas são problemas de difícil resolução. Pink Floyd - https://www.youtube.com/watch?v=mP-ZAgsMAkE
PINTURA EM TELA
PINTURA EM TELA Após produzir a pintura, escreva um texto registrando o contexto da tela e o sentido do SEU GRITO Guardar o texto na pasta para compor o portfólio
2º dia - O papel da leitura e da escrita em diferentes culturas VIDA MARIA https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4&t=2s Vida Maria – um outro final https://www.youtube.com/watch?v=unj0WAwjLZQ …
O papel da leitura e da escrita em diferentes culturas Contextualização. (cad. 3. p. 15-16) Conceito de cultura escrita : O papel da educação infantil no desenvolvimento da linguagem oral e escrita. (p. 24). …
Refletir sobre o papel da Educação infantil no desenvolvimento da linguagem: é preciso conhecer os saberes das crianças – suas histórias, experiências, desejos, brincadeiras e valorizar sua oralidade A partir do vídeo (25’) refletir sobre as formas de brincar de cada cultura e de cada momento histórico. Reproduzir o vídeo Território do Brincar : https://www.youtube.com/watch?v=ng5ESS9dia4&t=1128s Abrir o diálogo: Como as crianças desenvolvem suas narrativas no entrelaçamento da brincadeira e da linguagem oral? Qual o papel da escola nesse desenvolvimento?
cultura de tradição oral: a história da comunidade Griô. Vídeo: de boca a ouvido: tradição oral https://www.youtube.com/watch?v=-RBLJwCxYQw Quem guarda os saberes culturais da comunidade? Porque é muito importante conhecer e mantê-los vivos? Griôs e contadores de histórias africanos https://www.youtube.com/watch?v=ULkgjOhwI_Q Como valorizar a oralidade, os modos de falar e a diversidade linguística em sala de aula? Como enriquecer a linguagem oral e escrita?
A mpliar e aprofundar criativamente os conhecimentos de linguagem (e de mundo!) das crianças que frequentam as instituições de Educação Infantil Apresentação da Autora Eva Furnari e sua trajetória Leitura do livro sem imagem “ Truks ”. ̵ Conto o reconto oral e coletivo.
Experiência vivida em uma escola Waldorf de Educação Infantil. https://www.youtube.com/watch?v=EeXoAyHVHpc Em grupo, os formadores deverão debater sobre a presença de atividades que favorecem o desenvolvimento da linguagem em suas escolas. Questões norteadoras : O que o vídeo desperta em você? ̵ Há alguma aproximação entre a escola onde você atua e as práticas apresentadas no vídeo? ̵ Como a aprendizagem por meio das interações pode estar presente no cotidiano escolar? Importante refletir sobre a criação de condições de interação e aprendizagem, por meio da linguagem falada, da linguagem escrita, dos brinquedos e das brincadeiras, dos jogos, da música, etc ̵ Quais materiais podemos utilizar para esse trabalho em sala de aula? …
ATIVIDADE PARA CASA Planeje e desenvolva com as crianças uma atividade que envolva desenho, pintura, jogos, brincadeiras, histórias. Registre em detalhes a situação vivenciada – falas, gestos, expressões que deem indícios do envolvimento das crianças. Traga o registro para compartilhar com colegas 3º encontro Presencial. (ver. Cad. 3 – p. 112)