Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Curso de Medicina
Disciplina de Psicologia Médica
Sumário
1.Introdução
2.Os estágios de Kübler-Ross
3.Lidando com o paciente
4.Referências Bibliográficas
Introdução
• O paciente vai morrer...
Introdução
• Mobilização de:
• Ideias
• Sentimentos
• Fantasias
• Conteúdo inconsciente
mundo interno do profissional
Quem tem + medo de morrer?
Mecanismos contrafóbicos
Forma de lidar com ansiedades
(impotência profissional, mortalidade)
Introdução
Forma de morrer atual X passado
Estudos de Kübler-Ross
•Observou que pacientes querem morrer longe
da UTI, pacientes terminais são maltratados
•Dificuldades de estudo da morte
•“nenhum paciente vai querer falar”
•Observou padrões de fantasias, ansiedades,
defesas, comportamentos
Introdução
Sumário
1.Introdução
2.Os estágios de Kübler-Ross
3.Lidando com o paciente
4.Referências Bibliográficas
Os estágios de Kübler-Ross
Negação
Raiva
Negociação
Depressão
Aceitação
Negação
Recusa de um fato que promoveria
turbulência e sofrimento emocional
Por vezes necessária
Os estágios de Kübler-Ross
Raiva
O paciente não pode mais negar ou o
grande impacto não permite a negação
Ataque a tudo e a todos
Recusa em efetuar procedimentos
“Por que eu???”
Os estágios de Kübler-Ross
Negociação
Aceita a realidade, mas tenta realizar
“acordos”
Promessas a Deus, de mudança de
vida, de desejos de adiamento da morte
até que tal fato ocorra, etc.
Algum contato com a realidade
Processo criativo, esboço de mecanismo
de reparação
Os estágios de Kübler-Ross
Depressão
Elaboração do luto
Luto pelos entes queridos, pelas
oportunidades não aproveitadas, por
situações, objetos de apego
Tristeza, sofrimento
Necessidade de companhia de alguém que
respeite seu estágio
Depressão rancorosa X depressão elaborativa
Os estágios de Kübler-Ross
Aceitação
Chegada a este estágio geralmente
após passar pelos outros e com ajuda
durante o processo
Diminuição do sofrimento, tranquilidade
Apoio emocional para aceitação da
morte
Os estágios de Kübler-Ross
Caso clínico
Uma profissional da saúde consultou um ginecologista, que lhe
solicitou um exame AP de tecido uterino. O ginecologista sabia que
as chances de malignidade eram grandes e estava preocupado
sobre como lidar com o assunto quando o resultado viesse
Surpreendeu-se quando, ao receber a paciente, ela entrou
mostrando-lhe o exame, já aberto, com um sorriso nos lábios e
dizendo: “Graças a Deus, são células benignas!”. O ginecologista
aliviado mas desconfiado, foi ler o exame, o qual indicava
malignidade
Ficou confuso e já ia confrontar, quando percebeu que a paciente
talvez, não estivesse em condições de ouvir a verdade. Ficou em
dúvida se era o seu medo em lidar com a má notícia ou se era sua
contratransferência. Optou pela segunda alternativa, sabendo que
teria tempo para corrigir se sua hipótese estivesse errada
Apenas disse: “Bem, tendo em vista o exame, vamos ter que
operar”. A paciente concordou imediatamente. O médico
falou da cirurgia, dos tratamentos subsequentes, sem usar a
palavra câncer
Ao iniciar a quimioterapia, por várias metástases, a paciente
não mais conseguiu manter a negação e solicitou
desesperada “qualquer tipo de ajuda”. Foi encaminhada a um
psicoterapeuta; chegou aterrorizada, com ideias de suicídio e
risco de desagregar-se.
Tinha consciência de seu prognóstico.
Passou a atacar o psicoterapeuta violentamente e, após
algumas sessões, parou o tratamento. Iniciou tratamentos
alternativos e religiosos tornando-se mística quase fanática.
Caso clínico
•Ao mesmo tempo sua família estava desesperado por vê-la tão
perturbada e levou-a forçada a um psiquiatra, que a acompanhou
do ponto de vista medicamentoso com antidepressivos e
antipsicóticos, seu estado piorou e foi indicada internação devido a
risco de suicídio
•Nesse instante, surpreendentemente a paciente pediu para ver seu
psicoterapeuta que tinha abandonado. O processo terapêutico foi
possível, criando-se um vínculo de confiança, graças a ele a
paciente pode revisar sua vida
•Foram trabalhados aspectos emocionais da paciente e da família
•Essa conjunção de elementos, somada à generalização das
metástases, permitiu que paciente e família percebessem que o
momento da morte estava próximo
Caso clínico
•Foi internada as pressas por uma piora e era óbvio que iria
morrer. A paciente deu a entender que queria morrer em
casa, a alta foi dada “a pedido” e ela faleceu próxima a seus
familiares, despedindo-se, desculpando-se, aconselhando e
conseguindo ser bastante clara para ser compreendida
•Tudo isso ocorreu de forma tranquila, a tristeza de todos
sendo vivida concomitantemente com a aceitação de que a
despedida, por mais sofrida que estivesse sendo, fazia parte
da vida e estava acontecendo da melhor forma possível.
Caso clínico
Lidando com o paciente
Vínculo emocional
Conversa (ouvinte de palavras e sentimentos):
continência
Intuição empática (percepção se deve falar ou não, o que
e quando)
É o paciente que dirige o conteúdo da entrevista
Respeitar as fases
A Verdade: identificar os mecanismos pelos quais o
paciente se protege dela
Nunca mentir ou enganar
A verdade sempre deve ser dita, mas de forma e no
momento adequados