UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
CENTRO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
ÁREA DE LIBRAS
Inicio este texto refletindo sobre o pragmatismo social, tomando como base alguns
conceitos de John Dewey, principalmente sobre as distinções sobre o pensamento qualitativo e
quantitativo, tendo no primeiro a insuficiência da lógica, para captar todas as expectativas da
experiência, enquanto que o segundo corresponde ao raciocínio analítico que, ao utilizar
conceitos, compartilha a experiência e otimiza as ações. Esta reflexão filosófica, hierarquiza
os pensamentos, firmando que o quantitativo pressupõe o qualitativo, resumindo, a análise
pressupõe a compreensão, possibilitando o entendimento das contradições e desigualdades da
sociedade.( DEWEY, 1931) Para Dewey, é possível e necessário que a experiência seja
intensa, rica, permitindo desta forma que o ser humano compreenda seu lugar e o papel do
intelecto na natureza, atingindo desta forma a plenitude do desenvolvimento, visto que a vida
é uma constante superação de obstáculos impostos pelo meio, exigindo do ser, a utilização das
ferramentas que possui.
Se entendemos a adaptabilidade do ser para transpôr os obstáculos apresentados
ao longo da vida, nada mais justo o desenvolvimento de habilidades para suprir determinadas
deficiências. Desta forma eu caracterizo o trabalho proposto, referente a produção textual,
partindo do filme “Sou Surda e Não Sabia”, analisando-o, baseado no artigo “Filmes Sobre
Surdos”, de Carolina Hessel Silveira.
O artigo de Carolina Silveira remete à priorização que se dá à oralização, e aqui,
cabe minha primeira análise.
Se retornarmos ao início deste texto, extraio reflexões de John Dewey, sobre
experiências ricas e intensas, como modo de crescimento do ser, ficando claro que ao
negarmos o direito de expressão, estamos alijando o crescimento, impedindo que este
indivíduo interaja com o seu meio, tornando-o um verdadeiro renegado, ou em outras
palavras, um excluído. Se a análise precede a compreensão, nada mais digno que procurar
entender o mundo surdo, visando um real entendimento de sua cultura, forma e estrutura,
entre outras peculiaridades, dentro de um contesto, no qual, há a constante necessidade de
superar obstáculos. Imaginemos então, sermos inclusos nesta “nada fácil vida”, sem
possuirmos a ferramenta da comunicação?
O surdo precisa desenvolver sua linguagem, ou como foi abordado no artigo, sua
língua materna que é a linguagem dos sinais. Se for tolida sua liberdade de expressão,
estaremos potencializando o sentimento de exclusão, que ficou claro em diversos trechos do