SUTURAS : FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES PARA ENFERMEIROS
EvertonMonteiro19
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Sep 09, 2025
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SUTURAS : FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES PARA ENFERMEIROS
Size: 2 MB
Language: pt
Added: Sep 09, 2025
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Suturas: Fundamentos e Aplicações União de tecidos para integridade, cicatrização e reconstrução.
Sumário • Conceito e Relevância das Suturas • Classificação e Tipos de Fios • Propriedades e Seleção do Material • Princípios e Técnicas de Sutura • Desafios e Aprimoramento Contínuo
Suturas: Conectando Tecidos Suturas representam a união fundamental de tecidos, essenciais para a integridade estrutural e funcional do corpo. Em anatomia, as suturas cranianas, como a sagital e coronal, conectam ossos de forma imóvel. Cirurgicamente, são técnicas de aproximação e suporte para cicatrização de feridas, utilizando materiais específicos. Anatomia do crânio humano: vista lateral, destacando suturas.
Cicatrização e Integridade Tecidual Reconstrução e Resultados Estéticos/Funcionais Na cirurgia geral, a sutura é indispensável para o fechamento primário de incisões, como em uma laparotomia ou colecistectomia, garantindo a hemostasia e a aposição precisa das bordas da ferida. Isso minimiza significativamente o risco de infecções pós-operatórias e dehiscência, fundamentais para a recuperação do paciente. A técnica correta de sutura é a base para a restauração da barreira cutânea e a integridade de órgãos internos, prevenindo complicações graves. Em especialidades como a cirurgia plástica e reconstrutiva, as suturas são ferramentas primordiais em procedimentos complexos, como a reparação de lábio leporino ou a reconstrução mamária pós-mastectomia, visando restaurar a anatomia e função. Na ortopedia, são vitais para o reparo de estruturas como tendões e ligamentos, por exemplo, no reparo do tendão de Aquiles, permitindo a recuperação da mobilidade e força. A técnica apurada de sutura, utilizando fios específicos, é determinante para um resultado estético superior, com cicatrizes minimamente visíveis, impactando diretamente a qualidade de vida e a autoestima do paciente.
Fios Absorvíveis: A Dissolução Programada Fios Não Absorvíveis: Suporte Duradouro São materiais que perdem sua resistência tênsil e são degradados e absorvidos pelo organismo através de processos enzimáticos ou hidrólise. Exemplos incluem o categute (origem natural, absorção mais rápida), a poliglactina 910 (Vicryl®) e a polidioxanona (PDS II®), ambos sintéticos com absorção mais previsível. São ideais para tecidos internos que cicatrizam rapidamente, como submucosa intestinal ou fechamento de planos musculares profundos. Mantêm sua integridade e resistência tênsil por tempo indeterminado, não sendo metabolizados pelo corpo. Exemplos comuns são o nylon (Ethilon®), o polipropileno (Prolene®) e a seda (embora perca resistência com o tempo, não é absorvida). São utilizados em estruturas que requerem suporte permanente, como anastomoses vasculares, reparos tendíneos ou fechamento de pele que será removido.
Fios Absorvíveis • Absorção por hidrólise ou enzimática; tempo variável. • Categute: natural, alta reatividade, uso em tecidos de cicatrização rápida. • Poliglactina 910 (Vicryl): sintético, absorção previsível, cirurgia geral. • Polidioxanona (PDS): sintético, longa duração, cirurgia cardiovascular/ortopédica.
Fios Não Absorvíveis • Persistem indefinidamente no tecido. • Induzem mínima reação inflamatória. • Incluem seda, nylon e polipropileno. • Essenciais para suporte permanente (ex: cardiovascular).
Monofilamento Multifilamento Caracteriza-se por um único filamento liso, minimizando o arrasto tecidual e o risco de infecção, como observado no Prolene (polipropileno) e no Nylon (poliamida). Contudo, sua elevada 'memória' dificulta o manuseio e exige mais laçadas para garantir a segurança do nó. Sua superfície não capilar é vantajosa em áreas com alto risco infeccioso. Composto por múltiplas fibras trançadas ou torcidas, oferece excelente flexibilidade e manuseio, além de superior segurança do nó, exemplificado pelo Vicryl (poliglactina 910) e pela Seda. No entanto, sua estrutura capilar aumenta o arrasto tecidual e o potencial para acúmulo bacteriano, elevando o risco de infecção. A manipulação é facilitada pela menor memória em comparação aos monofilamentos.
Propriedades Essenciais do Fio A seleção de uma sutura ideal é guiada por propriedades como alta força tênsil, assegurando a integridade do fechamento, e excelente segurança do nó para evitar afrouxamento pós-operatório. A maleabilidade e a baixa reatividade tecidual são cruciais para o manuseio cirúrgico e a minimização de inflamação, como visto com fios monofilamentares de polipropileno. Além disso, a previsibilidade da absorção, essencial para suturas como o Vicryl, e a resistência à infecção, por exemplo, em fios revestidos com triclosan, são vitais para o sucesso da cicatrização e prevenção de complicações. Propriedades físicas: força, maleabilidade e segurança do nó.
Fatores na Escolha do Fio • Tipo de tecido e tensão: Ex: Polipropileno em fáscia abdominal. • Potencial de infecção: Monofilamentares (nylon) em feridas contaminadas. • Tempo de cicatrização: Não absorvíveis para tendões; absorvíveis para pele. • Condição do paciente: Idade, nutrição, comorbidades (diabetes, imunossupressão).
Material (Nome Comercial) Indicação Clínica Comum Contraindicações Notáveis Tempo de Suporte/Permanência Poliglactina 910 (Vicryl®) Fechamento geral de tecidos moles, ligaduras, cirurgia gastrointestinal e ginecológica. Tecidos cardiovasculares, neurológicos, ou onde suporte prolongado é vital. Perda de 50% da força em 2-3 semanas; absorção completa em 56-70 dias. Poliglecaprone 25 (Monocryl®) Fechamento de pele (subcuticular), cirurgia plástica, urológica e gastrointestinal. Fechamento de fáscia, tecidos sob alta tensão. Perda de 50% da força em 7-10 dias; absorção completa em 90-120 dias. Polidioxanona (PDS®) Fechamento de fáscia, cirurgia ortopédica, cardiovascular pediátrica e gastrointestinal. Não recomendado para uso em tecidos que cicatrizam rapidamente. Perda de 50% da força em 4-5 semanas; absorção completa em 180-240 dias. Poliamida (Nylon®) Fechamento de pele, cirurgia oftálmica, microcirurgia e reparos tendinosos. Áreas de infecção ativa, onde a remoção é difícil ou absorção desejada. Não absorvível; permanece indefinidamente no organismo. Polipropileno (Prolene®) Cirurgia cardiovascular (anastomoses vasculares), reparo de hérnias e cirurgia plástica. Não indicado para tecidos sob tensão extrema ou em áreas de infecção. Não absorvível; permanece indefinidamente no organismo, alta inércia. Seda (Silk) Ligaduras, fixação de drenos e cirurgia gastrointestinal (serosa). Áreas de infecção, cirurgia vascular (risco de trombose), onde alta resistência é necessária. Não absorvível, mas perde força tênsil progressivamente; encapsulada pelo tecido.
Princípios da Técnica Sutura cirúrgica exige assepsia, coaptação precisa das bordas, tensão adequada e hemostasia eficaz. Esses pilares promovem cicatrização primária e previnem complicações pós-operatórias. A sutura de Halsted, por exemplo, evita estrangulamento tecidual, ilustrando a importância da tensão correta. Ciência e bioética: cirurgia moderna e sutura.
Sutura Simples Interrompida A sutura simples interrompida é o padrão mais fundamental e amplamente utilizado na cirurgia. Sua versatilidade permite a aproximação precisa de bordas da pele e o controle de pequenos sangramentos. É essencial em situações de alta tensão, como no fechamento de aponeuroses abdominais pós-herniorrafia.
Suturas Contínuas As suturas contínuas, como o chuleio simples e o chuleio ancorado (ou festonado), permitem uma distribuição homogênea da tensão ao longo da ferida, minimizando pontos de isquemia. São ideais para o fechamento de planos longos, como na aponeurose abdominal, e eficazes na vedação e hemostasia, crucial em cirurgias vasculares ou gastrintestinais. A técnica ancorada, por exemplo, oferece maior resistência e melhor aposição das bordas, sendo frequentemente utilizada em pele ou fáscia.
Suturas de Colchoeiro • Colchoeiro Horizontal: Eversão de bordas, ideal para pele e fáscia. • Colchoeiro Vertical: Inversão de bordas, útil em órgãos ocos. • Reduz espaço morto, distribui tensão uniformemente. • Indicada para tecidos frágeis ou sob alta tensão.
Suturas Especiais Suturas especiais são empregadas em situações clínicas específicas para otimizar resultados. A sutura intradérmica, ou subcuticular, é ideal para fechamento de pele em áreas visíveis, como após uma tireoidectomia, minimizando cicatrizes. Já as suturas em 'U' (colchoeiro horizontal ou vertical) proporcionam excelente eversão das bordas e hemostasia, enquanto as suturas de retenção, como as de fio de aço, são cruciais para feridas com grande tensão, como em abdome de pacientes obesos ou com risco de deiscência.
Desafios Práticos na Sutura: E Agora? Diante dos desafios práticos em suturas (instrumental, tecido, complicações), como podemos garantir a excelência e o aprimoramento contínuo da técnica?
Conclusão • As suturas são pilares na restauração da integridade tecidual e na promoção da cicatrização. • A escolha do fio (absorvível/não absorvível, mono/multifilamento) é crucial e depende do tecido e do objetivo cirúrgico. • Propriedades como força tênsil, segurança do nó e baixa reatividade tecidual são essenciais para o sucesso. • A maestria das diversas técnicas de sutura garante coaptação precisa, hemostasia e minimização de complicações. • O aprimoramento contínuo da técnica e a consideração dos fatores do paciente são fundamentais para resultados ótimos.