T.A.T . – Teste de Apercepção Temática Henry A. Murray e colaboradores da Clínica Psicológica de Harvard Adaptado e Ampliado por Maria Cecília Vilhena M. Silva
Histórico e Fundamentos Teóricos Henry Murray nasceu em 18 de maio de 1893. Bacharel em arte na Universidade de Harvard em 1915. Posteriormente cursou a Escola de Medicina e Cirurgia de Columbia, onde recebeu o grau de Master of Arts em Biologia. Interessou pela obra de Freud e de Jung , dedicando-se ao estudo da imaginação e da organização da personalidade humana, como diretor da Clínica Psicológica de Harvard. Dedicou quarenta anos à composição de um sistema compreensivo da personalidade, à observação e à explanação dos fatos constitutivos da história da vida do ser humano. Experimentou vários métodos para estudar a imaginação e a organização da personalidade, defendendo uma abordagem interdisciplinar.
Histórico e Fundamentos Teóricos Criação do T.A.T .: Diferentes indivíduos, frente a uma mesma situação vital, experimentam-na cada um do seu modo de acordo com a sua perspectiva pessoal. A forma de elaborar a experiência revela a atitude e a estrutura do indivíduo frente à realidade experimentada. Expondo o sujeito a situações sociais típicas e lhe possibilitando a expressão de sentimentos, de imagens, de ideias e de lembranças vividas, é possível ter acesso à personalidade subjacente, uma vez que as situações favorecem a projeção do mundo interno do sujeito.
Histórico e Fundamentos Teóricos Escolha do material: Fotografias de pinturas de museus, anúncios em revistas, fotos de filmes de cinema e outras fontes, que foram redesenhadas por Morgan e Samuel Thal para apresentar um estilo uniforme. O produto final são reproduções de situações dramáticas, de contornos imprecisos, de impressão difusa e de tema implícito. O indivíduo identifica-se com um personagem e comunica, por meio de uma história completa, sua experiência perceptiva, mnêmica, imaginativa e emocional.
Histórico e Fundamentos Teóricos Conceitos fundamentais: Necessidade : constructo que representa uma força, que organiza a percepção, a intelecção, a conação e a ação, de modo a transformá-la em certa direção, ou seja, em uma situação insatisfatória existente. A necessidade gera um estado de tensão que conduz à ação no sentido de se chegar à satisfação, que reduz a tensão inicial (equilíbrio). É produzida por forças internas ou externas e é acompanhada por um sentimento ou uma emoção. Pressão: determinantes do mundo externo que podem facilitar ou impedir a satisfação da necessidade, sendo a forma como o sujeito vê ou interpreta o seu meio.
Histórico e Fundamentos Teóricos Teoria da personologia: teoria motivacional em que são centrais os conceitos de necessidade e de pressão. A personalidade é um compromisso entre os impulsos de um indivíduo e as demandas do ambiente. É o agente organizador e administrador do indivíduo, cuja função é integrar conflitos e pressões, visando à satisfação das necessidades . Personologia: indivíduo naquilo que tem de mais próprio na sua relação consigo e com o mundo. Deve-se identificar as necessidades e as pressões percebidas pelo sujeito e descobrir a direcionalidade de suas atividades, sejam elas mentais, verbais ou físicas.
Método Técnica projetiva na qual se apresenta uma série de pranchas ao sujeito que conta uma história, que revela aspectos da personalidade, decorrentes de duas tendências psicológicas: 1) as pessoas interpretam uma situação humana ambígua baseando-se em suas experiências passadas e anseios presentes. 2) inclinação das pessoas para agir de igual maneira ao contar a história: utilizar suas experiências e expressar os seus sentimentos e as suas necessidades conscientes e inconscientes. Importância das figuras: 1) eficazes para estimular a imaginação 2) o sujeito lida com algumas situações da vida humana 3) vantagens de serem usados estímulos padronizados População-alvo: pessoas acima de 14 anos
Método Material do teste 31 pranchas que abrangem situações humanas clássicas. A cada sujeito devem ser aplicados 20 estímulos (20 histórias). O grau de realismo é variável, sendo as 10 primeiras mais estruturadas e as 10 últimas menos estruturadas. Cada prancha apresenta no verso um número seguido de uma ou mais letras. O número indica a ordem em que o estímulo deve ser apresentado, as letras referem-se ao gênero e/ou idade aos quais o estímulo se destina. Sempre são ministradas 20 pranchas. Prancha 3RH – também deve ser aplicada em sujeitos do sexo feminino.
Método Tipo de estímulo Convenção Universal Apenas o número Para mulheres Número seguido de F Para homens Número seguido de H Para crianças do sexo feminino (menina) Número seguido de M Para crianças do sexo masculino (rapaz) Número seguido de R
Temas evocados pelos estímulos Prancha 1 (universal): O menino e 0 violino – é a primeira prancha a ser aplicada, pois não representa uma situação muito ameaçadora. A personagem é uma criança, percebida como distante do próprio sujeito, e a situação é relativamente estruturada. A temática mais frequente refere-se à relação com a autoridade (pais, professor), atitude frente ao dever e também ao ideal de ego (capacidade de realização e de atingir objetivos) . (l) O menino é forçado, geralmente por seus pais, a praticar e estudar violino; comumente relatado por sujeitos dominados por seus pais. Diante da exigência, o menino reage com passividade, conformidade, oposição, rebelião ou fuga ou fantasia; reação que corresponde aquela do sujeito. (2) Outras histórias frequentes referem-se às aspirações, objetivos, dificuldades e realizações do herói, que comumente são produzidas por sujeitos ambiciosos. O discurso reflete, ainda, a atitude do indivíduo frente à situação de teste. Por ser o primeiro estímulo a ser apresentado, dá margem à investigação da capacidade de adaptação do sujeito a uma nova situação. E comum a introdução de outros personagens no relato.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 1 (universal): O menino e 0 violino Distorções aperceptivas: vê-se o menino dormindo ou cego; o violino com uma das cordas quebradas ou se percebe mal o violino. A maior frequência é em relação ao violino (visto como um livro, folha de papel ou brinquedo). O violino visto como quebrado pode ser índice de uma problemática mais séria. Omissões significativas: não se vê o arco ou o violino. (Murray, 1973). Simbolizações: (l) O herói está preocupado porque o violino, embora toque, tem uma corda quebrada: frequente em sujeitos que se sentem culpados por causa da masturbação ou que padecem de ansiedade de castração. (2) O herói fala sobre o mecanismo interno e funcionamento do violino: sujeitos preocupados (ansiedade de castração) ou curiosos sobre as questões sexuais.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 2 (universal): A estudante no campo - mostra as reações do herói diante de um ambiente pouco cordial ou que não o estimula, evoca a área das relações familiares, percepção do ambiente, nível de aspiração e atitude frente aos pais (favorecido ou limitado pelo ambiente circundante). Por apresentar três personagens, pode evocar ainda às relações heterossexuais. São frequentes também as associações referentes aos papéis femininos (maternidade versus realização profissional) e ao conflito razão versus emoção. Omissões: eventualmente a gravidez da figura feminina em segundo plano. Esse estímulo favorece a utilização de afastamento temporal e espacial por representar uma situação bastante diferente da realidade urbana. Essa prancha dá margem a respostas mais estereotipadas.
TEMAS EVOCADOS PELOS ESTÍMULOS Prancha 3 (masculina): Curvado/a sobre 0 divã - estímulo de grande carga dramática. Evoca associações referentes à tristeza, abandono, desespero, depressão, suicídio. Por ser mais produtiva que sua equivalente feminina (Murray, 1943) e por apresentar uma personagem de sexo indefinido (Eron, 1948), sugere-se que seja usada para sujeitos do sexo feminino. Distorções: Arma percebida como brinquedo ou um objeto menos hostil. (Murray, 1973). Omissão: Arma (Murray, 1973). Prancha 3 (feminina): A jovem na porta - abarca também a área do desespero e da culpa. O sexo e a idade são mais definidos, o que interfere no grau de projeção.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 4 - (universal): A mulher que retém o homem - refere-se às histórias de conflitos (drama do eterno triângulo amoroso, o homem, a mulher e a amante); portanto, áreas referentes aos conflitos nas relações heterossexuais (abandono, traição, ciúmes) e também aqueles relacionados ao controle versus impulso (a mulher representando a razão, o controle; o homem representando a ação e a impulsividade). Pode sugerir dificuldades do sujeito em sua vida matrimonial. Omissão: Eventualmente e omitida a mulher ao fundo.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 5 - (universal): A senhora na porta - a mulher de meia idade descobriu uma ou mais pessoas em atitudes que prefere ignorar. Pode evocar a imagem da mãe-esposa (protetora, vigilante, castradora) (Murray, 1943). Eventualmente são colocados conteúdos referentes a atitudes anti-sociais, ou, ainda, reações frente ao inesperado. É frequente a introdução de personagens. Distorções: a mulher vista como homem; a mulher olhando para o exterior da casa, dois quartos em lugar de um; a lâmpada como cortina.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 6 - (masculina): O filho que parte - refere-se à relação com a figura materna (dependência-independência, abandono-culpa). O filho solicita a sua mãe permissão para levar a cabo um projeto amplamente planejado; abandonar sua casa para ir trabalhar em outra cidade; casar-se ou se alistar no exército. Seus desejos estão em conflitos com os da mãe. Prancha 6 - (feminina): Mulher surpreendida - relação com a figura paterna; em geral, a filha surpreendida pelo pai, escondendo algo; a figura masculina pode também ser percebida como parceiro ou possibilidade de contato afetivo-sexual (Silva, 1983).
Temas evocados pelos estímulos Prancha 7 - (masculina) : Pai e filho - atitude frente à figura paterna; o pai pode ser visto como autoritário ou como fonte de apoio e de orientação. O jovem procura o velho em busca de conselho ou de ambos, discutem um problema de mútuo interesse. Eventualmente, aparecem conteúdos homossexuais. Prancha 7 - (feminina) : Menina e boneca - evoca a área da relação com a figura materna (que pode ser vista como modelo, apoio ou obstáculo à satisfação das próprias necessidades) (Silva, 1983). Possibilita a investigação referente à maternidade, quando há distorção ou hesitação em relação à boneca.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 8 - (masculina): A intervenção cirúrgica - Em geral, o adolescente é o herói. (1) A cena do fundo representa sua fantasia ou desejo de ser médico. (2) Atirou contra a pessoa que está sobre a mesa e agora espera o resultado da operação: histórias que revelam as tendências agressivas do sujeito. A imagem percebida como um sonho ou o segundo plano apresentando uma lembrança do passado ou um projeto futuro. Abarca a área da agressividade. Omissão: Eventualmente é omitido o rifle. Prancha 8 - (feminina): Mulher pensativa - estímulo bastante estático, evoca associações referentes aos conflitos atuais e conteúdos de devaneios. Sua interpretação pode ser comparada à da prancha 14, que é sensível à busca de soluções.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 9 - (masculina): Grupo de vagabundos - refere-se às atitudes frente ao trabalho e ao ócio. Sentimentos quanto à própria capacidade e possibilidades de atuação. Abrange ainda as áreas da relação com o próprio grupo e da homossexualidade. Prancha 9 - (feminina): Duas mulheres na praia - competência feminina, espionagem, culpa, perseguição (Murray, 1943). Pode evocar também a atitude frente ao perigo, ao desconhecido, ao proibido (Silva, 1983). Esse estímulo presta-se ainda à investigação da relação entre ego real e ideal de ego, cada uma das figuras representando um aspecto do sujeito.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 10 - (universal): O abraço - segundo Murray (1943), a prancha evoca conflitos do casal e atitude frente à separação. Segundo Eron (1953) e Silva (1983), essa prancha favorece a projeção de relações heterossexuais satisfatórias. Distorções: Idade e/ou sexo do homem e/ou da mulher. Sombras nos rostos interpretadas de outras formas.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 11 – (universal): Paisagem primitiva de pedra – temática refere-se às atitudes frente ao desconhecido, ao perigo e ao instintivo e sua maneira de experimentar a ansiedade. (1) As figuras escuras (animais e homens) são atacadas pelo dragão e descrevem suas técnicas de defesa: indica o temor do sujeito frente à agressão e seus meios para vencê-la. (2) O personagem masculino pode ser um homem da ciência ou um explorador e expressa desejos de curiosidade de ver coisas novas e perigosas. A presença de elementos primitivos e fantásticos favorece uma análise simbólica, que pode revelar a atitude do sujeito frente aos conteúdos inconscientes. Pode haver relatos mais distanciados. Não começar pela prancha 11. É melhor aplicá-la em terceiro ou em quarto lugar na 2ª sessão ou deixá-la como última prancha na 1ª sessão.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 11 – (universal): Paisagem primitiva de pedra Distorções: ocorrência de distorções aperceptivas. Exemplos: dragão como caminho, cabeça do dragão vista como cauda, fundo percebido como cascata, superfícies rochosas como castelo, rochas vistas como cabeças humanas. Omissão: dragão. Simbolizações: mostro constitui uma representação simbólica das exigências instintivas que ameaçam o interior. As histórias que se referem às dificuldades em dominar o animal e aquelas em que o herói é perseguido por animais referem-se às dificuldades de controlar ou de se adaptar aos impulsos e conteúdos do inconsciente.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 12 – (masculina – infantil): O hipnotizador – o herói (homem deitado) está dormindo e o velho vai despertá-lo, ou está hipnotizado por ele, ou está enfermo e o velho vai perguntar por sua saúde. Revelam a atitude frente aos homens adultos e seu ambiente, o papel da passividade e da impotência em sua personalidade, como também às figuras de autoridade, à terapia, à própria situação de teste. Distorções: em relação ao dono da mão e, em casos raros, ao sexo dos homens: o jovem visto como uma mulher por sujeitos com fortes componentes femininos.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 12 – (feminina): Mulher jovem e velha – proporciona a oportunidade de expressar a atitude frente à figura da mãe ou da filha, ao envelhecimento e ao matrimônio. Portanto, revelam relações mãe-filha, crítica ou aceitação do modelo materno. Ansiedade frente ao envelhecimento (Murray, 1943). Distorção: A jovem é vista como um homem.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 13 – (adultos): Mulher na cama – quase sempre traduz a atitude dos sujeitos frente às mulheres e ao sexo e, às vezes, sentimentos de culpa e atitude frente ao alcoolismo. (1)Histórias mais frequentes: temas sexuais. O homem contempla ou tem relações sexuais com sua mulher, sua noiva ou sua amante na cama. (2) A mulher, esposa do herói, está morta ou enferma e são descritos os sentimentos do jovem, comumente de hostilidade contra a esposa e as mulheres em geral. Distorções: grande variedade, segundo Murray (1943), incluindo especulações sobre o fundo e os objetos que estão na mesa. Omissões: mulher deitada.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 13 - (rapazes): Menino sentado na soleira – segundo Murray, evoca as carências, a solidão, o abandono e as expectativas do sujeito. Embora originalmente destinada às crianças, essa prancha pode ser útil em indivíduos imaturos ou muito defendidos. Prancha 13 - (meninas): Menina subindo as escadas – em termos de temática mais frequente é semelhante à prancha dos meninos.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 14 - (universal): Homem na janela – os temas mais frequentes referem-se ao autoquestionamento, à contemplação e à aspiração (Silva, 1983). Se o homem é visto como entrando no quarto, pode haver conteúdos sexuais. Tendências suicidas também podem se revelar frente a esse estímulo (Murray, 1943). Distorções: homem percebido como mulher.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 15 - (universal): No cemitério – evoca relação com a morte, com a culpa e com o castigo. Segundo Murray, a pessoa morta representa alguém a quem o sujeito dirige sua agressividade. Distorções: homem percebido como mulher; esposas, lanterna ou livro nas mãos; lápide como platéia de um teatro.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 16 - (universal): Em branco – como o estímulo é branco, o sujeito é levado a projetar-se totalmente. A temática em geral refere-se às necessidades mais prementes do indivíduo ou será reflexo da relação transferencial na situação de teste (Murray, 1943).
Temas evocados pelos estímulos Prancha 17 – (masculina): O acrobata – segundo Murray, não provoca nenhum tema significativo frequente. As histórias refletem mais situações em que o herói é o centro das atenções. Podem estar associadas aos desejos de reconhecimento, de narcisismo e de exibicionismo. Reações frente às emergências também podem se revelar. Distorções: Do fundo.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 17 – (feminina): A ponte – com frequência provoca (1) sentimentos de forte despedida e a tendência do sujeito em manter a esperança ou ceder ao suicídio. Os temas evocados são de frustração, de depressão e de suicídio (Murray, 1943). Distorções: ponte vista como sacada de uma casa; mulher percebida como homem; perspectivas equivocadas. Omissão: mulher ou grupo de trabalhadores.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 18 – (masculina): Atacado por trás – trata-se da única prancha em que a figura masculina, explicitamente, sofre uma agressão. A temática referente aos vícios ou aos males físicos que podem ser evocados. Distorções: dono da mão (comum); expressão facial; posição e estado da pessoa ao fundo. Simbolizações: denunciam tendências homossexuais latentes ou experiências encobertas do sujeito.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 18 – (feminina): Mulher estrangula – é a única situação em que a figura feminina é agente do comportamento agressivo. Abarca ainda as relações entre figuras femininas, da filha, da irmã, da mãe ou de mulheres em geral (Murray, 1943). Aparecem sentimentos de inferioridade e apontam a reação à submissão. Distorções: do cunho agressivo (transformado em ajuda ou em apoio); da perspectiva; mais raramente do sexo dos personagens.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 19 – (universal): Cabana na neve – geralmente oferece dificuldade, os sujeitos consideram-na fantasmagórica. O estímulo é desconcertante e convida à fantasia. Conteúdos referentes à necessidade de proteção e de amparo frente a um ambiente inóspito são os mais frenquentes. Simbolizações: preocupação com os olhos (janela da cabana), que denunciam sentimentos de culpa do paciente.
Temas evocados pelos estímulos Prancha 20 – (universal): Só sob a luz – traduz um clima de expectativa. Pode-se considerá-la como o fechamento do protocolo, indicando as principais aflições e as perspectivas do sujeito. Neste sentido, é importante que seja a última prancha a ser apresentada.
Instruções Primeira sessão: estando o sujeito sentado numa cadeira confortável, ouvirá uma instrução de realização, conforme os modelos possíveis abaixo. FORMA —A (aconselhável para adolescentes e adultos de grau médio de inteligência e cultura): “Este é um teste de imaginação, que é uma das formas da inteligência. Vou mostrar-lhe algumas pranchas, uma de cada vez, e sua tarefa será inventar, para cada uma delas, uma história com o máximo de ação possível. Conte-me o que levou ao fato mostrado na prancha, descreva o que está acontecendo no momento, o que os personagens estão sentindo e pensando. Conte depois como termina a história. Procure expressar seus pensamentos conforme eles forem ocorrendo em sua mente. Você compreendeu? Como você tem 50 minutos para as dez pranchas, você pode utilizar cerca de 5 minutos para cada história. Aqui está a primeira prancha“.
Instruções FORMA —B (aconselhável para crianças, adultos pouco inteligentes ou de pouca instrução e psicóticos): “Este é um teste para contar histórias. Eu tenho aqui algumas pranchas que eu vou lhe mostrar. Quero que você faça uma história para cada uma delas. Conte o que aconteceu antes e o que está acontecendo agora. Fale o que as pessoas estão sentindo, pensando e como termina a história. Você pode fazer o tipo de história que quiser, compreendeu? Bem, então aqui está a primeira prancha. Você tem 5 minutos para fazer uma história. Faça o melhor que puder“.
Instruções Terminada a primeira história, o sujeito deve ser discretamente elogiado. E, a menos que tenha seguido TODAS as instruções com precisão, será preciso relembrar-lhe as mesmas: “Certamente foi uma boa história, mas você esqueceu de dizer como o menino reagiu quando sua mãe o repreendeu, deixando a narrativa no ar... Não houve um desfecho para ela; você gastou nela 3 minutos e meio. As outras podem ser um pouco mais compridas. Procure fazer o melhor que puder com esta segunda prancha”. Não se deve dizer mais nada no restante do tempo, exceto (a) para informar o sujeito se ele está muito atrasado ou muito adiantado em relação ao tempo; (b) para estimulá-lo com um discreto elogio de vez em quanto, e (c) se o sujeito omitir algum detalhe fundamental, as circunstâncias antecedentes ou o desfecho: “O que levou a esta situação?”. O psicólogo não deve se envolver em discussões com o sujeito.
Instruções Deve-se interromper uma história demasiado longa e inconsistente, perguntando : “E como ela termina?“ ; podendo dizer ao sujeito que o que importa é o enredo e não uma grande quantidade de detalhes. Sujeitos que ficam intensamente absorvidos na descrição literal das pranchas devem ser educadamente alertados de que se constitui apenas um teste de imaginação. Se o sujeito fizer perguntas sobre detalhes pouco claros, o psicólogo dirá: “Pode ser o que você quiser“. Não deve ser permitido ao sujeito construir várias narrativas para uma mesma prancha, se esta for a tendência, deve ser dito que o sujeito deve aplicar seus esforços na criação de uma única história mais longa, e contendo em torno de 300 palavras. Deve-se escrever exatamente as palavras ditas pelo sujeito. Recomenda-se gravar as histórias e depois transcrever cuidadosamente o material. Ao ser marcada a data da próxima sessão (intervalo de pelo menos um dia), convém que o sujeito não saiba ou que não seja levado a pensar que serão solicitadas novas histórias. Esta expectativa poderá levar a pessoa a buscar enredos em livros e filmes assistidos, tornando o material mais impessoal.
Instruções Segunda sessão: de igual modo quando da primeira, estando o sujeito sentado numa cadeira confortável, ouvirá uma instrução de realização, conforme os modelos possíveis abaixo. FORMA —A: “Vamos fazer hoje o mesmo que da outra vez. Só que agora você pode dar toda a liberdade à sua imaginação. Suas dez primeiras histórias estavam ótimas, mas você se limitou demais aos fatos do dia a dia. Agora, eu gostaria de ver do que você é capaz quando deixa de lado as realidades comuns e põe sua imaginação para funcionar, como acontece num mito, nas histórias de fada ou numa alegoria. Aqui está a primeira prancha”.
Instruções FORMA —B: “Hoje eu vou lhe mostrar mais algumas pranchas. Será mais fácil porque as pranchas agora são bem melhores, mais interessantes. Você me contou ótimas histórias outro dia. Agora quero ver você fazer algumas outras. Se puder, faça-as mais emocionantes do que as outras, como acontece num sonho ou num conto de fadas. Aqui está a primeira prancha“. PRANCHA EM BRANCO: A prancha número 16 é dada com uma instrução especial: “Veja o que você pode ver nesta prancha em branco. Imagine alguma cena aí e descreva-a em detalhe”. Se o sujeito não conseguir, o examinador deve dizer: “Feche os olhos e imagine alguma coisa”. Depois que sujeito der uma descrição completa daquilo que imaginou, o psicólogo deve dizer : “Agora me conte uma história sobre isso”.
Instruções ENTREVISTA SEGUINTE: Para interpretar é útil conhecer as fontes que deram origem às várias histórias. Dependendo das circunstâncias, este inquérito pode ser feito imediatamente ou após alguns dias. O examinador pode justificar suas perguntas explicando que está investigando fatores que contribuíram para a execução dos enredos literários . Em todos os casos o sujeito é solicitado a lembrar das fontes das suas idéias, provenham elas de sua experiência pessoal, das de amigos, parentes ou ainda de livros e de filmes. Pode-se voltar a lembrar o enredo das histórias significantes, estimulando-o a falar livre e abertamente. As histórias do TAT fornecem numerosas provocações como pontos de partida para associações livres.
Análise e Interpretação das histórias Dados básicos exigidos Idade e sexo do sujeito, se seus pais são vivos ou separados; idade e sexo dos irmãos; a profissão e o estado civil do sujeito. Tais dados servem como um orientador para a interpretação das histórias. Tipos de análise de conteúdo Analisar cada evento sucessivo em relação: 1) à força ou às forças provenientes do herói 2) à força ou às forças provenientes do meio. A força originária é designada pressão.
Análise e Interpretação das histórias I. O herói Personagem com o qual o sujeito identificou-se: 1) personagem pelo qual o sujeito mostra-se mais interessado, adotou o ponto de vista, os sentimentos e os motivos foram retratados com mais profundidade 2) é aquele que mais se parece com o sujeito – idade, sexo, status ou papel – compartilha sentimentos e objetivos com o sujeito 3) é a pessoa retratada na prancha; 4) a pessoa desempenha o principal papel no drama. Caracterização do herói: superioridade (poder, capacidade), inferioridade, criminalidade, anormalidade psíquica, solidão, sentimento de pertinência, liderança e inclinação para discussões (envolvimento em conflitos interpessoais).
Análise e Interpretação das histórias II. Motivos, inclinações e sentimentos do herói Observar o que cada um dos vinte ou mais heróis sentem, pensam ou fazem, notando evidências do tipo de personalidade ou de doença mental, bem como tudo o que for incomum. Utilização de necessidades ou de forças propulsoras , classificadas em conformidade com a direção ou o objetivo pessoal imediato (motivações). A necessidade pode expressar-se subjetivamente como um impulso, um desejo, uma intenção; ou, objetivamente como uma tendência para um comportamento aberto. Além das necessidades, a lista também inclui estados internos ou emoções . Força de cada tipo de emoção manifestada pelo herói: escala que vai de 1 a 5 pontos, sendo 5 a pontuação máxima para qualquer variável numa dada história. Critérios de força: intensidade, duração, frequência e importância no enredo.
Análise e Interpretação das histórias Necessidades Agressão Emocional e verbal (odiar, zangar-se) Física e social (lutar ou matar para se defender, revidar) Física e associal (assaltar, atacar, machucar, matar) Destruição (atacar, matar, quebrar, esmagar) Ajuda Procurar auxílio ou consolo, buscar clemência, apoio, proteção, cuidados; auto-ajuda, consolar-se
Análise e Interpretação das histórias Auto-agressão Recriminar-se, criticar-se, reprovar-se, falhar, sentimentos de inferioridade Degradação Submeter-se a algo, sofrer pressão, desculpar-se, prometer fazer melhor Desvelo Expressar simpatia na ação, ser bondoso e respeitador com os sentimentos alheios, ajudar, proteger, defender ou resgatar Dominância Tentar influenciar o comportamento, os sentimentos ou as ideias alheias, empenhar-se em alcançar uma posição
Análise e Interpretação das histórias Passividade Gozar de quietude, de sono, de relaxamento; sentir-se cansado, preguiçoso, submeter-se aos outros por apatia ou inércia Realização Trabalhar em alguma coisa com energia ou persistência, empenhar-se em realizar algo sério, manifestar ambição Sexo Busca de desfrutar da companhia de pessoas, ter relações sexuais, apaixonar-se, casar Outras necessidades Afiliação, aquisição, autojustificação, autonomia, criação, deferência, excitação, exibição, hedonismo, reconhecimento
Análise e Interpretação das histórias Estados internos e emoções Abatimento Desapontamento, desilusão, depressão, tristeza, sofrimento, infelicidade, desespero Conflito Incerteza, indecisão, perplexidade; oposição entre impulsos, necessidades, desejos, objetivos; conflito moral Instabilidade emocional Mudança de sentimentos para com alguém; vacilante, inconsistente ou instável; flutuações de humor ou de temperamento; procurar novas pessoas, novos interesses, nova profissão Outros estados interiores Ansiedade, ciúme, desconfiança, exaltação
Análise e Interpretação das histórias III. Forças do ambiente do herói Observa-se especialmente as situações humanas. Dá-se destaque aos aspectos de singularidade, de intensidade e de frequência, bem como à ausência significante de certos elementos correntes. Atenção especial deve ser dada a objetos materiais e humanos que não constam dos quadros e que foram inventados pelo examinando. Os traços recorrentes das pessoas com quem o herói se relaciona devem ser registrados: são em sua maioria amistosos ou inamistosos? As mulheres são menos amistosas que os homens? Quais os traços característicos das mulheres mais velhas (as figuras maternas) nas histórias? E os homens mais velhos (figuras paternas)? Elabora-se uma lista de pressões.
Análise e Interpretação das histórias Esta lista pode ser classificada de acordo com o efeito que possuem sobre o herói. A maioria das pressões dirigidas contra o herói são tendências de atividades provenientes de outros personagens; são necessidades das pessoas com quem o herói lida. O conceito de pressão pode ser ampliado para incluir a ausência de uma pressão benéfica (falta, privação, perda, expropriação) e também incluir distúrbios corporais aos quais a personagem deve se ajustar, como a dor física, machucados, desfiguramento, doenças. Entenda-se que uma só força ambiental pode consistir na fusão de duas ou mais diferentes pressões.
Análise e Interpretação das histórias Afiliação Associativa: o herói tem um ou mais amigos ou companheiros. É membro de um grupo com que tem afinidades Emocional: uma pessoa (genitor, parente, amante) está afetuosamente ligada ao herói. O herói tem um caso amoroso (mutuamente correspondido) ou se casa
Análise e Interpretação das histórias Agressão Emocional ou verbal: alguém odeia o herói ou fica furioso com ele. Ele é criticado, repreendido, depreciado, ridicularizado, amaldiçoado, ameaçado. Alguém o difama sem que o saiba. Discussões verbais. Física, social: o herói procede erradamente (é um agressor ou criminoso) e alguém se defende dele, ataca em revide, persegue, aprisiona ou mata o herói. Uma autoridade legítima (genitor, polícia) castiga o herói Física, associal: um criminoso ou uma gangue assalta, fere ou mata o herói. Uma pessoa começa uma luta e o herói se defende Destruição da propriedade: alguém causa danos ou destrói os bens do herói
Análise e Interpretação das histórias Ajuda Uma pessoa, alimenta, protege, auxilia, estimula, consola ou perdoa o herói Dano físico O herói é ferido por uma pessoa (agressão), por um animal ou acidentalmente (perigo físico). Seu corpo é mutilado ou desfigurado
Análise e Interpretação das histórias Dominância Coerção: alguém tenta forçar o herói a fazer alguma coisa. Ele fica exposto a imposições, ordens ou a persuasões violentas Constrangimento: uma pessoa tenta impedir o herói de fazer algo. Ele é restringido ou aprisionado Indução, sedução: uma pessoa tenta influenciar o herói (a fazer ou não fazer alguma cosia). Por uma suave persuasão, estimulação, por hábil estratégia ou sedução
Análise e Interpretação das histórias Falta, perda Falta: o herói carece do indispensável para viver, para ter êxito ou ser feliz. É pobre, sem família, carece de status, influência, amigos. Não existem oportunidades de prazer ou progresso Perda: o mesmo que no item anterior, mas aqui o herói perde algo ou alguém (morte ou objeto querido) no decorrer da história Perigo físico Ativo: o herói está exposto a perigos físicos ativos, provenientes de forças não humanas: animais selvagens, desastre de trem, raio, tempestades no mar (incluem-se também bombardeiros) Acidentes: o herói está exposto ao perigo de cair ou afogar-se. Seu carro capota. Seu navio afunda, o avião em que voa tem uma pane; ele está à beira de um precipício
Análise e Interpretação das histórias IV. Desfecho / Desenlace Comparação do poder das forças que emanam do herói com as forças originadas do ambiente. Considerando-se cada evento, cada interação de pressão e de necessidade, do ponto de vista do herói, o analista pode avaliar a dificuldade e a frustração experimentada pelo protagonista, bem como o grau relativo de sucesso e fracasso. Qual a proporção entre desfechos felizes e infelizes?
Análise e Interpretação das histórias IV. Desfecho / Desenlace Exemplos: Quanta força ou energia, determinação, esforço sustentado, competência manifesta o herói? Qual o balanço das forças favoráveis/benéficas se comparadas às forças oponentes ou danosas? O caminho em direção às suas realizações é fácil ou difícil? Defrontando-se com oposição, o herói empenha-se ou desanima? O herói faz acontecer ou as coisas lhe acontecem?
Análise e Interpretação das histórias Até que ponto manipula ou subjuga as forças contrárias ou é controlado, manipulado ou subjugado por elas? Coage ou é coagido; é predominantemente passivo ou ativo? Sob que condições consegue ter êxito, quando outras pessoas o auxiliam ou quando se empenha por si mesmo? Em que condições fracassa? Após cometer um crime ou ofensa, o herói é adequadamente punido ou se sai impune? Sente-se culpado, admite o erro, expia o dano infligido, corrige-se?
Análise e Interpretação das histórias V. Temas A interação entre uma necessidade do herói e uma pressão ambiental juntamente como desfecho (êxito ou fracasso do herói) constitui um tema simples. Combinações de temas simples interligados, ou que formam uma sequência, são denominados temas complexos. Em sentido restrito, o termo designa a estrutura abstrata dinâmica de um episódio e, em sentido amplo, indica o enredo, a motivação, a temática e o aspecto dramático principal da história.
Análise e Interpretação das histórias V. Temas Pode-se obter uma lista dos temas preponderantes ( a combinação de necessidade e de pressão ) a que o sujeito acrescenta outros temas (menos frequentes , mas com significação). Pode-se realizar uma análise temática mais abrangente sem computar as variáveis separadamente, vendo cada história como um todo e separando os temas de maior e de menor importância, os enredos principais dos secundários. A pergunta que se coloca é: que desfechos, conflitos e dilemas têm maior importância para o sujeito? Existem temas comuns, centrados: realização, rivalidade, amor, privação, coerção e limitação, ofensa e castigo, conflito de desejos, exploração, guerra.
Análise e Interpretação das histórias Interesses e sentimentos São anotados separadamente estes dois aspectos que foram atribuídos pelo analisando aos seus heróis, manifestado também na escolha dos tópicos e na maneira com que o herói lida com eles. De particular importância são as catexes positivas ou negativas (valor, atração) de: mulheres mais velhas (figuras maternas ) homens mais velhos (figuras paternas ) mulheres do mesmo sexo e homens do mesmo sexo (algumas das quais podem ser figuras de irmãos).
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 1 - Atributos dos heróis representam tendências da personalidade do sujeito Estas tendências (as quais o sujeito pode estar mais o menos inconsciente) pertencem ao seu passado ou ao seu futuro antecipado e são responsáveis pelas forças potenciais temporariamente adormecidas ou estão ativas no presente. Representam simbolicamente:
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais (a) coisas que o sujeito fez (b) coisas que desejou ou esteve tentado a fazer (c) forças elementares de sua personalidade, não plenamente consciente (d) sentimentos e desejos do momento (e) antecipações de seu comportamento futuro, de alguma coisa que gostaria de fazer ou fosse forçado a fazer, ou ainda algo que não pretende fazer mas sente que deveria fazer
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 2 - Variáveis de pressão que representam forças percebidas no ambiente presente, passado ou futuro do sujeito. Referem-se literal ou simbolicamente a (a) situações com que de fato se confrontou (b) situações que em devaneios ou sonhos imaginou encontrar-se (c) uma situação momentânea percebida por ele (d) situações com que espera deparar-se, desejaria ou temeria deparar
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais A pressão pode ser interpretada como a visão que o sujeito tem do seu mundo, as impressões que projeta numa situação real e nas situações futuras. Algum conhecimento da história passada do sujeito e da sua situação presente, combinadas com certa intuição do analista são requisitos para decidir se um dado elemento pertence ao passado, ao presente ou ao futuro. No entanto, esta referência temporal não tem em si importância maior no contexto global das análises.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais Pontos importantes para reflexão 1. Ver se o teste foi administrado observando-se as instruções; se o sujeito não se empenhou na tarefa. Se as histórias foram curtas e apenas esboçadas, o conteúdo pode ser psicologicamente irrelevante, composto na sua maior parte de elementos impessoais: (a) elementos presentes nas pranchas
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais (b) partes de fatos testemunhados pelo sujeito (c) fragmentos de livros que leu ou filmes que assistiu (d) coisas inventadas no momento, não sendo representativas da personalidade do sujeito 2. Aproximadamente um terço das histórias (ou 6 em 20) irão cair na categoria de impessoais, ainda que possam se extrair destas habitualmente alguns itens com significado.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 3. Nos procedimentos utilizados para decidir se um determinado item é pessoal ou impessoal não se deve dar muito peso às avaliações do sujeito. 4. O TAT extrai 20 amostras reduzidas do pensamento do sujeito, o que é, a princípio, insuficiente para apresentar uma estrutura total da sua personalidade. É necessária muita prudência para considerar certos elementos como determinantes subjacentes da personalidade.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 5. Existem dois níveis de funcionamento. a - C ondutas físicas e verbais, com dados reais e manifestos, que contemplam a conduta do sujeito em relação ao examinador e à tarefa . b - I deias , planos, fantasias e sonhos a respeito do comportamento, contemplando o conteúdo das histórias. As pessoas variam enormemente na conduta, ou seja, na amplitude em que ideias e fantasias ficam objetivadas na ação.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 6. Pode-se considerar que existem pelo menos três “camadas” nas personalidades normalmente socializadas: a - interna, composta de tendências inconscientes que nunca ou só raramente são expressas em pensamentos (segundo nível) e nunca ou só raramente são objetivadas na ação (primeiro nível). b – intermediária, compõe-se de tendências que aparecem no pensamento (2º nível) sem disfarces, podendo ser confessadas a uma ou mais pessoas determinadas e que podem ser objetivadas na ação (1º nível) de modo privado ou secretamente. c – externa; é constituída de tendências publicamente afirmadas ou reconhecidas (2º nível) e/ou são manifestadas no comportamento do 1º nível. Averiguar a qual camada pertencem as variáveis encontradas.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 7. O conjunto das histórias representa o segundo nível, a personalidade escondida (as camadas interna e intermediária ), mas não o primeiro nível , a personalidade manifesta ou pública (camada externa). 8. Nem sempre variáveis excepcionalmente fortes (ou fracas) nas histórias do TAT serão fortes ou fracas na personalidade manifesta do sujeito. O TAT pode revelar exatamente o oposto do que o sujeito consciente e voluntariamente faz e diz na vida cotidiana.
Cuidados e advertências / Pressuposições experimentais 9. As histórias compostas na primeira sessão estão mais relacionadas com a camada externa da personalidade do que as histórias compostas na segunda sessão, que expressam tendências das camadas internas e complexos. 10. O sexo do examinador deve ser levado em conta, principalmente com pessoas com histórico de hostilidade a pessoas deste sexo . De igual modo a atitude e a influência do examinador pode afetar o curso de algumas histórias. 11. As informações sobre a situação e o estado emocional momentâneo do examinando são importantes e devem ser analisadas no seu conjunto.