Taunay, nicolas antoine

deniselugli2 781 views 2 slides Jan 18, 2011
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TAUNAY, Nicolas Antoine (1755-1830). Nascido e falecido em Paris (França). Filho de um
químico e pintor esmaltador da Manufatura de Sèvres, tornou-se aos 13 anos aluno de Lépicié,
estudando depois sucessivamente com Brenet e Casanova, que iria marcá-lo de modo mais
duradouro. Sua primeira tela, ao que se diz, foi adquirida pelo célebre Fragonard. Pintando sur
le motif nas Florestas de Saint-Germain, Fontainebleau e Compiègne, adquiriu muito cedo
pleno domínio da pintura de figuras e de paisagens, não raro executando os diminutos
personagens que povoam as obras de seus colegas de excursões Demarne, Bidault, Bruandet
e Swebach. Em 1776, em companhia de Demarne, visitou o Dauphiné e a Suíça; no mesmo
ano ilustrou com delicadas vinhetas a Journée de l'amour, de Favart. Passando a enviar
quadros para exposições públicas, participou do Salon de la Jeunesse, em 1777 e 1779, e do
Salon de la Correspondance em 1782.
Em 1784, com a composição Scène du Roland Furieux, Taunay tornou-se agregado à
Academia, da qual porém não viria jamais a ser membro pleno. Pouco depois, graças ao
empenho de Vien e de Pierre obteve uma pensão (mas não o prêmio) para a Academia de
Roma, nela sucedendo a Jean-Gustave Taraval, recém-falecido. Ao cabo de cerca de três
anos, de regresso a Paris, passou a expor nos Salons organizados pela Academia, o que faria
de 1787 a 1827 com paisagens, pinturas históricas e cenas de gênero.
Tendo-se casado em 1788 com Joséphine Rondel, filha de um arquiteto e sobrinha do ilustre
miniaturista Dumont, Taunay veria o nascimento, nos próximos anos de cinco filhos, entre eles
Thomas Marie Hippolyte (1793-1864), Félix Émile (1795-1881), e Adrien Aimé (1803-28), que
interessam de perto à História da Arte Brasileira. Refugiado, por ocasião do Terror em
Montmorency, tornou-se sócio-fundador do Instituto de França, em 1795.
Bom ilustrador, são de sua autoria as composições que adornam Les blaideurs, de Racine, na
famosa edição de 1801 de Didot: os originais, em guache, foram transportados para a técnica
da gravura por Duval. Em 1806-07 fez diversos trabalhos para a Manufatura de Sèvres. Sob o
Império, porém, serão suas batalhas, altamente apreciadas pela Imperatriz Joséphine, que lhe
garantirão maior nomeada. Íntimo da Imperatriz, era natural que com a queda de Napoleão
caísse em desfavor e tivesse de procurar, em outro país, o que a França não mais podia
ofertar-lhe.
Tenha oferecido seus préstimos a Portugal, como pensam alguns, ou, inversamente, aceitado
um convite para integrar a Missão Artística que, liderada por Lebreton, fora incumbida de
organizar o ensino artístico no Brasil, o certo é que Taunay embarcou em 1816 para o Rio de
Janeiro, acompanhado de toda a família e da criada Jeanneton - que aliás celebrizaria num
retrato hoje no Museu Nacional de Belas Artes. No Rio de Janeiro permaneceria até 1821,
primeiro como pensionário do Reino, e após novembro de 1820 como lente de Pintura de
Paisagem da Academia e Escola Real das Artes, então criada. Nem sequer tomou posse nessa
função, porque, discordando da indicação de Henrique José da Silva para a direção da
Academia, vaga com a morte de Lebreton, retirou-se em 1821 para a França, onde retomou
seu lugar no Instituto e morreu, quase dez anos depois, cumulado de honras.
A produção de Nicolas Antoine Taunay compreende principalmente paisagens animadas com
figurinhas minúsculas, tableautins de gênero algo à maneira dos holandeses do Séc. XVII
(paradas, charlatões, concertos, cenas de carnaval, etc.) , mas também cenas bíblicas e
mitológicas, retratos e batalhas - das quais algumas notáveis são conservadas em Versailles.
Considerado em seu tempo o " La Fontaine da Pintura, o Poussin dos pequenos quadros", é
hoje em dia reconhecido como um dos grandes pintores de sua época, e seu prestígio tende a
crescer à medida que vai sendo objeto de estudos mais profundos.
Na arte brasileira ocupa lugar de primeirissimo plano. Sua produção, durante os cerca de cinco
anos passados no Rio de Janeiro, abrange paisagens animadas, temas anedóticos, bíblicos,
mitológicos e históricos, além de delicados retratos infantis. Afonso d'Escragnolle Taunay, autor
de um dos estudos mais completos sobre a Missão de 1816, assim se refere a seu célebre
antepassado:

- Já sexagenário, apenas chegado ao Rio de Janeiro, viram-no, de tal modo empolgado pela
beleza dos panoramas fluminenses, pintar dias e semanas a fio, fazendo enormes caminhadas
através da floresta que coroava as montanhas da Tijuca para descobrir novos pontos de vista e
paisagens que lhe fixassem a atenção.
Não causa admiração, assim, que na relativamente curta permanência tivesse produzido tanto,
inclusive cerca de 30 paisagens do Rio de Janeiro e suas cercanias. É possível, aliás, que em
contato com a natureza tropical Taunay tenha sentido o mesmo choque por que fora sacudido
Frans Post dois séculos antes. Na verdade, as primeiras paisagens e vistas que executou em
solo brasileiro, como O Morro de Santo Antônio em 1816 (Museu Nacional de Belas Artes)
não são tão vibrantes quanto as que realizaria em seguida, emocionalmente comprometidas
com nossas cores e atmosfera. Ao menos numa ocasião, contra um exuberante cenário
brasileiro, Taunay figurou um episódio bíblico. Trata-se de uma paisagem brasileira em meio à
qual vê-se São João Batista em pregação. Datado de 1818, esse quadro pertence atualmente à
Municipalidade de Nice, e era tido pelo próprio artista como um de seus melhores, tanto que o
ofertou a Luís XVIII - que, diga-se de passagem, não quis recebê-lo. Representa uma síntese
do estilo de Taunay, herdeiro e continuador, sob tantos aspectos, dos grandes paisagistas
holandeses do Seiscentos, mas já tocado pela visão renovadora de Joseph Vernet (no campo
da grande paisagem luminosa) e de Francisco Casanova (com suas invenções pré-românticas)
.
É grande o número de seus trabalhos conservados no Brasil, não somente em coleções
públicas como também em alguns acervos particulares; mencionemos apenas umas poucas
obras, como, no Museu Nacional de Belas Artes, além das já citadas, Vista da Baía de
Botafogo, Hermínia e os Pastores, O Largo da Carioca visto do Morro de Santo Antônio,
Retrato do Filho do Artista, O Mensageiro da Paz e o Teatro de Ia Folie. O Museu de Arte
de São Paulo, a Fundação Castro Maia e o Museu da Cidade são outras instituições que
possuem originais de sua mão.
Retrato de Nicolas Antoine Taunay, por Julien Leopold Boilly, óleo s/ tela, cerca de 1825;
0,42 X 0,34, Museus Castro Maya, RJ.
Tropeiros negociando um cavalo, óleo s/ madeira, s/ data;
0,20 X 0,27, Museu Imperial, Petrópolis.
Retrato de Félix Émile Taunay, óleo s/ tela, cerca de 1816;
0,25 X 0,19, Museus Castro Maya, RJ.
Moisés salvo das águas, óleo s/ tela, cerca de 1827;
0,65 X 0,81, Museu Nacional de Belas Artes, RJ
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