25/10/2015 Teologia Brasileira Artigo: 'O liberalismo teológico não é cristianismo': A proposição de J.G. Machen contra a teologia liberal
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busque entendêlas. Não é a fé conservadora que tem a “mente estreita”, mas os liberais.
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Não se trata
de heresia, mas de um fundamento outro, que não o da fé evangélica. Não é próprio da fé cristã, desde o
seu início, considerar os desvios doutrinários assunto primordial a ser debatido?
Portanto, parece ilógico querer que o liberalismo moderno continue entre os cristãos considerandose uma
parte dele. “Ele difere do cristianismo em seu conceito sobre Deus, o homem, a autoridade e sobre o
caminho da salvação. E, não somente difere do cristianismo em teologia, mas também na totalidade da
vida.”
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Embora, a crítica de Machen se refira ao Liberalismo moderno do início do século XX, o que torna seus
escritos contemporaneamente válidos é o fato de têlos feito sobre as bases da fé genuinamente cristã.
Aquele que julga que esta fé não tem voz no presente século deve ler os argumentos macheanos a fim de
descobrir quão sólida é a verdade que se vale das Escrituras. Pois, Machen é uma prova de que é
possível, mesmo no século presente, o teólogo, estudante e pastor serem: eruditos, racionais, piedosos e
relevantes; não sem, mas, mormente, se forem absolutamente fieis à Fé Cristã.
Bibliografia
HORDEN, W. Teologia contemporânea, São Paulo: Hagnos, 2003.
LENNOX, J. C. Por que a ciência não consegue enterrar Deus, São Paulo: Mundo Cristão, 2011.
MACHEN. J.G. Cristianismo e liberalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2012.
MCGRATH, Alister, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução a teologia cristã, São
Paulo: Shedd Publicações, 2005.
MILLER, Ed. L. Teologias contemporâneas, São Paulo: Vida Nova, 2011.
NIETZSCHE, O anticristo: anátema sobre o cristianismo, Lisboa: Ed. 70, 2002.
TILLICH, Paul. Teologia sistemática, São Leopoldo: Sinodal, 1987.
_____________________
1
MACHEN, J. G. Cristianismo e liberalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2012, p. 9.
2
Lembremonos que psicologia, biologia, sociologia e outros, são ciências relativamente novas na
história. Todavia, apresentaram um criticismo constrangedor à autoridade religiosa.
3
MACHEN, J. G. Cristianismo e liberalismo, p. 11.
4
Idem, p. 12.
5
MACHEN, J.G. Cristianismo e liberalismo, p. 13.
6
O termo “história” é, maioria das vezes, utilizado por Machen, não como heilsgeschichte (uma história
que é identificada apenas como fundamento para a fé bíblica, conforme Cullmann), mas no sentido da
historiografia científica. A mesma noção poderá ser encontrada nas citações dos eventos.
7
MCGRATH, Alister. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução a teologia cristã, São
Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 451: “Para Bultmann, embora a cruz e a ressurreição sejam ,de fato,
fenômenos históricos (pois ocorreram no âmbito da história humana), devem, contudo, ser discernidos
pela fé como atos divinos. No kerigma, a cruz e a ressurreição estão interligadas como o ato da salvação
de Deus. São precisamente estes atos divinos que possuem um significado constante, e não o fenômeno
histórico que lhes serviu de suporte. Portanto, o kerigma não se preocupa com questões históricas, mas
sim em comunicar a necessidade de uma tomada de decisão por parte daqueles que ouvem a
proclamação do evangelho [...].”
8
Idem, p. 145.
9
Ibidem, p. 23
10
Ibidem.
11
MACHEN, J. G. Cristianismo e liberalismo, p.21.
12
Idem, p.14.
13
HORDEN, W. Teologia contemporânea. São Paulo: Hagnos, 2003, pp. 9091: “[...] A grande deficiência
do liberalismo se encontrava no irracionalismo e no antiintelectualismo que o liberalismo alardeava. Os
liberais [...] alegam que a religião é coisa que não se pode expressar com exatidão e que, por isso
mesmo, a expressão intelectual nela admissível terá de empregar termos simbólicos [...], jogam com
palavras. [...] diz apenas interessado na aplicação do cristianismo às necessidades da existência.
Entretanto, [...] como é que o indivíduo poderá fazer aplicação de uma coisa que não sabe o que é?Com
efeito, para que se possa saber o que é o cristianismo, é necessário pensar no cristianismo, isto é, o
indivíduo terá de analisar suas doutrinas. [...] o liberal é antiintelectualista por causa dos hábito que
cultiva, que o levam a ler na Bíblia exatamente o que ele quer encontrar nela e não o que ela registra.”
14
MACHEN, J. G. Cristianismo e liberalismo, pp. 145, 135: “O fato óbvio é que o liberalismo, seja ele
falso ou verdadeiro, não é mera heresia – uma divergência em alguns pontos do ensino cristão. Pelo
contrário, procede de uma raiz totalmente diferente, e consiste, em essência, em um sistema unitário
próprio. [...] O cristianismo tem sido atacado de dentro por um movimento que é anticristão em sua raiz.
[...] A grande ameaça à igreja de hoje não vem de seus inimigos externos, e sim dos inimigos internos;
vem da presença, dentro da igreja, de pessoas cuja fé e prática são totalmente anticristãs.”
15
Idem, p. 14: “[...] A tentativa liberal de reconciliar o Cristianismo com a ciência moderna renunciou a
tudo o que é peculiar ao Cristianismo, deixando somente aquele tipo indefinido de aspiração religiosa já
presente no mundo antes de o Cristianismo entrar em cena. Na tentativa de remover do Cristianismo tudo