IFBA_Campus Paulo Afonso/Profa. Bárbara Miranda Página 2
As mudanças tecnológicas, econômicas, políticas e culturais do novo mundo globalizado têm exigido das
organizações um esforço permanente de adequação às variáveis ambientais. Não há nada absoluto no
campo das teorias, modelos e técnicas de administração: tudo é relativo e depende de vários fatores,
denominados fatores contingenciais.
TEORIA DAS CONTINGÊNCIAS
A Teoria das Contingências surgiu como uma evolução da teoria dos sistemas. É uma forma de pensar
mais abrangente, orientada para a análise da influência dos fatores ambientais externos sobre o
desempenho das empresas. A ênfase é dada à influência do mercado e da tecnologia, os principais
fatores contingenciais, segundo os representantes dessa teoria. Com o advento da Teoria das
Contingências, os teóricos da Administração chegaram à amplitude máxima de análise e entendimento
dos fatos administrativos e fenômenos organizacionais. Eles demonstraram com clareza a força das
influências de fora da organização no seu processo de criação, desenvolvimento e crescimento. E, ao
analisarem os elementos-chave desse ambiente externo, apontaram a tecnologia, o mercado, os
clientes, o governo, a sociedade e os concorrentes – os quais chamaram de fatores contingenciais.
Outra grande contribuição foi a categorização das técnicas e modelos administrativos e de gestão como
fatores dependentes dos fatores contingenciais existentes e atuantes no ambiente externo, que os
determinam e influenciam. Desta forma, romperam com a velha tradição taylorista, fayolista e fordista
do melhor modelo, da melhor técnica, da melhor estrutura organizacional, enfim, da síndrome do the
best way – ou seja, a melhor e única maneira de administrar, de realizar coisas na empresa. Com os
estudos e descobertas dos teóricos contingenciais, estabeleceu-se o fim da era da prescrição na
Administração.
Portanto, a partir dos ensinamentos da Teoria Contingencial é fácil perceber que Administração não é
uma ciência exata, dotada de teorias e modelos previsíveis, consubstanciados em leis científicas,
determinísticas, do tipo causa e efeito. Os fatos e fenômenos que ocorrem nas empresas são reflexos de
fatores ambientais de maior abrangência e complexidade que influenciam diretamente a sua
organização e o seu funcionamento. Tais fatores, em sua maioria, não podem ser mudados pelas
empresas. As empresas podem apenas monitorar.
Veja um exemplo:
O Friboi, maior frigorífico exportador de carne bovina do país e quarta maior empresa em abate de bois
no mundo, tem 22 unidades e processamento de até quatro milhões de cabeças por ano. O seu
faturamento previsto para 2005 é de R$ 4,2 bilhões. Com a crise sanitária decorrente da febre aftosa no
gado do Mato Grosso do Sul, onde a empresa tem uma grande unidade de produção, a Friboi viu suas
exportações caírem, sobretudo para os países da União Européia, um de seus maiores clientes no
exterior. Imediatamente, a direção da empresa realocou a produção de cada estado conforme o destino
e, assim, não reduziu os abates. A produção do estado do Mato Grosso do Sul, principal locus do surto