Todo cuidado é pouco

rebekafigueiredo 215 views 3 slides Mar 20, 2013
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dominGo, 13 de JaneiRo de 2013 - Comer fora de casa, principalmente
no verão, pode ser um problema se as
normas de higiene e conservação de
alimentos não forem respeitadas
Rebeka Figueiredo
[email protected]
O
vendedor Gercí-
nio Ferreira dos
Santos, de 39
anos, usa a simpa-
tia e as pernas para percorrer
as ruas do centro de São Pau-
lo diariamente oferecendo
suas mercadorias. Com tanta
correria, sobra pouco tempo
para o almoço. “Escolho o lu-
gar mais próximo e acabo co-
mendo lanche mesmo, em 15
minutos”, confessa o rapaz,
enquanto “almoça” um san-
duíche de pão francês com
carne mal passada, em pé,
diante de um pequeno balcão
onde estão expostos ao calor
o ketchup, a pimenta e outros
condimentos que Santos cos-
tuma consumir.
O lanchinho rápido do
vendedor pode se transfor-
mar em problema se as nor-
mas de higiene e de conserva-
ção de alimentos não forem
respeitadas. Dados da Secre-
taria de Vigilância em Saú-
de mostram que, entre
Todo o cuidado
é pouco
OVOS, água, CA RNE
IN NATURA E
SOBREMESAS têm
GRANDE POTENCIAL
DE CONTAMINAÇÃO,
diz nutricionista
self service: Reposição frequente de alimentos
ajuda a evitar proliferação de bactérias
demetrio koch
8 brasil

- DOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2013 temperatura morna, entre
30ºC e 40ºC, é ideal para as
bactérias”, alerta.
Os cuidados devem ser re-
dobrados fora de casa, já que
não é possível acompanhar
todo o processo de preparo
até a mesa. A nutricionista
Camila Leonel sugere que
o cliente peça para visitar a
cozinha do estabelecimento.
“Em restaurante por quilo,
também vale observar se o
alimento fica muitas horas
exposto. Uma dica é procu-
rar locais com maior movi-
mentação, entre 11h e 13h,
quando a reposição dos pro-
dutos é frequente”, destaca.
As especialistas salientam
que muitas vezes a presença
de bactérias não é percebi-
da a olho nu. “O odor é um
grande aliado na hora de
verificar se o alimento está
bom para o consumo, junto
com a cor e o sabor”, ensina
Beatriz. “Se o cheiro ou o sa-
bor estão estranhos é porque
houve alguma alteração, me-
lhor não comer.”
A bactéria salmonela spp é a
responsável pelo maior nú-
2000 e 2011, foram notifica-
dos 8.663 surtos de doenças
transmitidas por alimentos
(DTAs) no País e 163.425
pessoas ficaram doentes após
a ingestão de alimentos com
grande potencial de conta-
minação, como ovos, carne
in natura, água e sobremesas.
Dos mais de 200 tipos de
(DTAs), a maioria é causada
por bactérias que contami-
nam a comida e acabam se
proliferando (veja mais infor -
mações na página 10). Os ris-
cos aumentam no verão, se-
gundo a nutricionista Beatriz
Tenuta Martins, presidente
do Conselho Regional de
Nutricionistas da 3ª Região.
“Todos os processos de dete-
rioração natural da comida e
de contaminação são acele-
rados por causa do calor. A
existem mais de 200
tipos de doenças
transmitidas
por alimentos, a
maioria caus ada
por bactérias
Cheiro e sabor
estranhos indicam
que a comid a ou
lanche não estão
bons p ara serem
consumidos
saudável?: Vendedor recebe dinheiro de cliente
minutos após cortar frutas, sem usar luvas
arte: Edi edson
demetrio kochbrasil
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mero de problemas no Bra-
sil. Ela se aloja em alimentos
como carnes de boi, porco e
aves e em produtos com ovos
que permanecem crus até o
consumo e provoca a salmo-
nelose. Dores abdominais,
diarreia, calafrios, náusea,
vômito e abatimento com
febre de 18 a 36 horas após
a ingestão da comida são os
principais sinais.
Outra doença comum é
a intoxicação estafilocócica,
transmitida pela bactéria
Staphylococcus aureus. Esse mi-
crorganismo se prolifera em
alimentos como bolos, tortas
e similares com recheio ou
cobertura, produtos de con-
feitaria, doces e salgados.
Os sintomas da doença são
salmonela é a
bactéria que mais
causa problemas
de saúde por
ingestão de
alimentos no País
NÁUSEA, DIARREIA,
DORES ABDOMINAIS
E CALAFRIOS SÃO
ALGUNS SINTOMAS
DE INTOXICAÇÃO
ALIMENTAR
zido e o açaí são melhores
do que um pastel na praia”,
aconselha Beatriz. Sorvetes,
raspadinha e chupe-chupe
(sacolé ou geladinho) devem
ser preparados com água
filtrada. Já os salgados fri-
tos ou assados precisam ser
mantidos em estufas com
temperatura de 65° C.
Quem gosta de levar co-
mida de casa também deve
evitar produtos que exigem
refrigeração. “Os sanduí-
ches naturais, com queijo,
peito de peru e salada, po-
dem ser levados em bolsas
térmicas e consumidos em
3 horas no máximo após o
preparo, evitando condi-
mentos como a maionese”,
recomenda Camila Leonel.
Frutas inteiras com casca
costumam ter boa resistência
ao calor, segundo a nutricio-
nista. “Mas não é necessário
se sacrificar nos dias de fol-
ga na praia. Pode até comer
uma fritura de vez em quan-
do, basta reforçar em casa
com saladas e frutas. Depois
é só fazer caminhada na
praia e jogar frescobol para
compensar”, brinca.
náusea e vômitos, cólicas ab-
dominais e diarreia após 2 a
4 horas. Para evitar o pro-
blema, é preciso saber se os
alimentos foram guardados
na geladeira ou preparados
próximo da hora do consu-
mo. É importante também
que os utensílios tenham
sido higienizados e que as
pessoas que os manusearam
(funcionários ou clientes)
não estejam com ferimentos
nas mãos, tosse ou nariz es-
correndo.
Na praia, a perda de
líquidos e a transpiração
excessiva também exigem
alimentação adequada. “É
importante consumir bas-
tante líquido, além de evi-
tar gorduras. O milho co-
TUDO ERRADO: Condimentos sem refrigeração, carne exposta ao sol e cesto de lixo aberto
fazem parte do cenário onde o vendedor Gercínio dos Santos costuma 'almoçar'
DOS MALES, O MENOR: Na praia, milho cozido é melhor que pastel, ensina nutricionista
FRITURA: Se não forem mantidos em estufa, a uma temperatura de 65ºC, salgados e assados devem ser evitados
fotos: fotolia
demetrio kochDOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2013 -
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