Topografia e anatomia da cavidade pulpar
ANATOMIA DENTAL INTERNA
. Aprender a visualizar a localização da
câmara pulpar antes da exploração
mecânica.
. Realizar a cirurgia de acesso à câmara
pulpar sem sacrificar desnecessariamente
a estrutura dental..
“ O sucesso do
tratamento endodôntico
começa com a correta
abertura intra-coronária,
que depende do
conhecimento que tem o
profissional da topografia
e anatomia da cavidade
pulpar”.
Topografia e anatomia da cavidade pulpar
ANATOMIA DENTAL INTERNA
Características gerais
O formato a cavidade pulpar
reflete o contorno superficial
da coroa e da raiz.
(STAUMBAUGH e WITTROCK,
1977).
Assumir que uma raiz tenha dois
canais até prova em contrário.
(WALTON e TORABINEJAD,
1997).
O conhecimento da anatomia
pulpar deve ser
tridimensional.(WALTON e
TORABINEJAD, 1997).
CAVIDADE PULPAR:
Cavidade anatômica contida no
interior do dente, circundada
por dentina e que aloja o órgão
pulpar. Pode ser dividida em
câmara pulpar e canal radicular
MACROMORFOLOGIA
MICROMORFOLOGIA DA
CAVIDADE PULPAR
Nomenclatura do Sistemas de canais radiculares (SCR)
REIG & PUCCI.
1-CANAL PRINCIPAL-É o mais importante, esse canal passa normalmente pelo eixo dental e pode
alcançar sem interrupção o ápice radicular.
2-CANAL COLATERAL- Esse canal segue um percurso paralelo ao canal principal, podendo alcançar
independentemente o ápice. Normalmente é menos calibroso que o canal principal.
3-CANAL LATERAL-Esse canal liga o canal principal à superfície externa do dente.
4-CANAL SECUNDÁRIO- Esse canal sai do canal principal na sua porção apical e termina na região peri-
apical do dente.
5-CANAL ACESSÓRIO- É o canal que deriva de um canal secundário e vai até à superfície externa do
dente.
6-INTERCONDUTO OU INTERCANAL- É um canal que coloca em comunicação os canais principais. Esse
canal fica localizado em dentina, não atinge a região de cemento.
7-CANAL RECORRENTE- É aquele que sai do canal principal e a ele volta, o trajeto é feito só em dentina.
8-CANAIS RETICULARES- É o resultado do entrelaçamento de três ou mais canais que correm quase
paralelamente, por meio de ramificações do intercanal, apresentando um aspecto reticulado.
9-DELTAS- São múltiplas derivações que se encontram próximas do mesmo ápice e que saem do canal
principal para terminar na zona apical. O canal principal, próximo ao ápice radicular, pode dar múltiplas
derivações e terminar em forma de delta.
Nos dentes molares, tanto inferiores quanto superiores, também pode ser observada uma série de canais
que põe em contato a câmara pulpar com o ligamento periodontal, nas regiões de bifurcação e
trifurcação. Esses canais recebem o nome de canais Cavo-interradiculares.
FORMA DA CAVIDADE PULPAR
Divisão da cavidade pulpar
Câmara Pulpar
Canal Radicular
Cavidade Pulpar
VOLUME DA CAVIDADE PULPAR
Dente Jovem
Dente com idade avançada
Dente Cariado
02
Dente Cariado
ESTRUTURAS DA CÂMARA PULPAR
. Localizada na coroa do dente ( porção coronária) ,
situando-se a um milímetro além do colo anatômico.
. É única e limitada por paredes ou faces:
vestibular, lingual, mesial, distal, oclusal, cervical.
. O assoalho corresponde à face cervical, é convexo,o que
facilita na busca dos orifícios de entrada do canal.
.O teto corresponde à face oclusal (dentes posteriores) e
incisal ( dentes anteriores).
.O teto apresenta reentrâncias ( divertículos) que
correspondem às cúspides, tubérculos e saliências da
coroa. Os divertículos são ocupados pelos cornos
pulpares.
TETO
DIVERTÍCULO
ASSOALHO
PAREDES LATERAIS
.Corresponde à raiz do dente,
acompanha mais ou menos a
forma da raiz, afilando-se
progressivamente a partir da
Câmara pulpar até a região do ápice,
onde se abre no forame apical.
Kutller (1955)
Canal radicular é formado por
dois cones unidos pelos seus
vértices, um longo, o entinário
e outro menor, o cementário.
Canal radicular
DIVISÃO BIOLÓGICA DO CANAL RADICULAR
A –CANAL DENTINÁRIO
tecido conjuntivo mucoso
rico em odontoblastos
revestido por dentina
“campo de ação do endodontista”
B- CANAL CEMENTÁRIO
tecido conjuntivo maduro
sem odontoblastos
revestido por cemento
completamente formado de 3 a 5
anos após erupção
A
B
DIVISÃO DIDÁTICA DO CANAL RADICULAR
Didaticamente o canal radicular é dividido em terços (cervical, médio e apical)
Terço Cervical
Terço Médio
Terço Apical
Características do Canal
Radicular
•Apresenta o mesmo trajeto
da raiz, podendo ser reto,
curvo ou sinuoso.
•O términodo canal
radicular é no forame
apical. Situa-se em geral,
para-apicalmente,raras
vezes no vértice da raiz.
•Nas raízes retas, os
canais, às vezes,
apresentam-se encurvados
e o forame é parapical.
•Nas raízes curvas, o canal
é curvo
Classe I
Calibre amplo ou
mediano , reto ou com
curvatura gradual
(menos de 25°)
Classe II
Calibre constrito, com
curvatura gradual
acentuada (26°até 45)
Classe III
Calibre mediano ou
constrito, com
angulação acentuada
( 46°até70/90°)
Localização topográfica do forame em dentes humanos, 260 casos, MILANO
et al.1983.
O forame apical distancia-se do ápice radicular, podendo esta distância
variar entre 0,5 à 3,0mm, lateralmente da raiz, com maior freqüência para
distal
Estudo dos grupamentos dentários individuais
de interesse à Endodontia
Máximo (28mm)
Médio (22mm)
Mínimo (18mm)
Reta: 75%
Curvatura vestibular: 9,3%
Curvatura distal: 7,8%
Curvatura mesial: 4,3%
Curvatura palatina: 3,6%
Camara pulpar : triangular
Canal radicular:
Terço apical: forma circular
Terço médio: forma ovalada
Terço cervical: forma cônica triangular
Número e forma radicular: raiz única,
forma triangular com ápice rombo
INCISIVO
CENTRAL
SUPERIOR
Máximo
(29mm)
Mínimo
(18,5mm)
Médio
(23mm)
Reta: 29,7%
Curvatura distal: 49,2%
Ligeira angulação: 4,7%
Curvatura palatina: 3,9%
Curvatura vestibular: 3,9%
Curvatura mesial: 3,1%
Baioneta: 1,6%
Terço apical: forma circular
Terço médio: forma ovalada,
Terço cervical: forma cônica
Raiz única, forma cônica
INCISIVO LATERAL
SUPERIOR
Reta: 38,5%
Curvatura distal: 19,5%
Curvatura vestibular: 12,8%
Curvatura mesial: 12%
Curvatura palatina: 6,5%
Pseudo-baioneta: 4,6%
Acotovelamento: 3,5%
Máximo
33,5mm
Médio
26,4mm
Mínimo
20mm
Terço apical: forma circular
Terço médio: forma ovalada
Terço cervical: forma cônica
triangular
Raiz única, forma cônica
triangular de base para
vestibular
Canino superior
S
Máximo (27mm)
Médio (21mm)
Mínimo (17mm)
Reta: 65%
Curvatura vestibular:18%
Curvatura distal: 15%
Pseudo-baioneta: 2%
Terço cervical, médio e apical: forma elipsóide com achatamento proximal
Número e forma radicular: raiz única, forma elipsóide com achatamento proximal,
podendo determinar a presença de dois canais: vestibular e lingual
INCISIVO CENTRAL
INFERIOR
Terço cervical, médio e apical: forma elipsóide com achatamento proximal
Número e forma radicular: raiz única, forma elipsóide com achatamento proximal,
podendo determinar a presença de dois canais: vestibular e lingual
Reta: 54%
Curvatura distal: 33%
Curvatura vestibular: 11%
Baioneta: 1%
Angulação: 1%
Máximo (29mm),
Médio (22mm)
Mínimo (17mm)
INCISIVO LATERAL
INFERIOR
Incisivo lateral inferior
Bifurcação no terço cervical,
médio ou apical.
Forame lateral (80,4%),
Deltas apicais(2,7%)
Reta: 68%
Curvatura distal: 13%
Curvatura vestibular: 7%
Curvatura mesial: 1%
Pseudo-baioneta: 1%
Terço cervical: Forma ovalada e achatamento proximal
Terço médio: Forma ovalada e achatamento proximal
Terço apical: Forma circular
Número: Raiz única 98%
Forma radicular cônica e
achatamento proximal
CANINO
INFERIOR
Número de canais:
1 (8,3%)
2 (84,2%)
3 (7,5%)
Número de raízes :
1 (35,5%)
2 (61,2%)
3 (3,5%)
Máximo 25,5 mm
Médio 21,5 mm
Mínimo 17mm
1º pré-molar superior
Vestibular :
Reta 27,8%
Palatina 36,2%
Vestibular 14,0%
Distal
14,0%
Baioneta 5,5%
Palatina :
Reta 44,4%
Vestibular 7,8%
Distal 14,0%
Palatina 8,3%
Baioneta 5,5%
1º pré-molar superior
máximo:
26 mm
médio:
21,6mm
mínimo:
17mm
Número de raiz :
1 90,3%
2 diferenciadas 2,0%
2 fusionadas 7,7%
Número de canais:
1 53,7%
2 46,3%
2º pré-molar superior
Reta 37,4%
Curvatura vestibular 15,7%
Curvatura distal 29,5%
Baioneta 7%
Pseudo-baioneta 6%
Angulação distal 4,4%
Número em percentuais e níveis de bifurcação das raízes dos segundos
pré-molares superiores, terços:médio, apical, ápice, única e trifurcada.
VCRT
1º pré-molar inferior
Número de raiz:
1 (82,0%)
2 (18,0%) fus.
Número de canais:
1 (66,6%)
2 (31,3%)
3 (2,1%)
Máximo 26,5mm
Médio 22mm
Mínimo 17,5mm
Direção da raiz :
Reta (47,5%)
Curvatura distal (34,8%)
Curvatura vestibular (2,1%)
Curvatura lingual (7,10%)
Baioneta (2,1%)
Angulação 1/3 apical (2,1%)
Acesso à cavidade pulpar
Obter uma cavidade que possibilite acesso direto aos canais
radiculares, sem interferência das paredes coronárias
Localização e tamanho da câmara pulpar
Localização da entrada dos canais e do soalho da
câmara pulpar
Direção e curvatura dos canais
Antes temos fazer a remoção de:
tártaro
tecido cariado
restaurações defeituosas
retenções intra-canal
Reconstituição coronária
Aumento de coroa clínica caso necessário.
Acesso bem realizado permite:
.Acesso direto à região apical
.Melhor visualização da câmara
pulpar
.Instrumentação facilitada
.Obturação adequada
.Redução de erros de procedimentos
ETAPAS DO PREPARO INTRACORONÁRIO
Acesso à câmara pulpar
área de eleição
direção de trepanação
forma de contorno inicial
Forma de conveniência
desgaste compensatório
Limpeza e antissepsiada cavidade
Localização da entrada dos canais
sonda endodôntica
ACESSO À CÂMARA PULPAR
Área de eleição
Nos dentes anteriores, superiores e inferiores, o pontode
eleição ficanocentrodaface palatinaoulingual
Nospré-molares superiores e inferiores , oPEficanaface
oclusal,noterço médiodosulco mésiodistal.
Dentes anteriores, superiores e
inferiores
DT é perpendicular à face palatina
formando ângulo de 45°com o longo
eixo do dente
Nos dentes posteriores, superiores e
inferiores
DT é paralela ao longo eixo do dente,
pressionada para perfurar as
estruturas dentárias até alcançar a
parte volumosa da câmara pulpar.
Direção de trepanação
Inicio da cirurgia de acesso
endodôntico
Observar a linha em azul: longo eixo do
dente e a verde: linha paralela à face
palatina do ICS
Direção de trepanação :
começa perpendicular à face palatina e
termina paralelo ao longo eixo do dente.
Chegada àcâmaracoronária
“QUEDANOVAZIO”
À medida que avançamos a
broca na dentina
conseguimos perceber a
resistência destaaocorte,
pela pressão que
imprimimosaosegurar a
canetadealta-rotação.Ao
chegarmos à câmara
coronária, a sensação de
resistência, antes percebida,
desaparece repentinamente.
Sentimos uma pequena
quedanoespaço vazio.
Forma de contorno
.Projeção da anatomia interna na anatomia
externa
.Remoção do teto, divertículos
. Movimentos de tração de dentro para fora..
Incisivos
Caninos
Pré-molares
superiores
Pré-molares
inferiores
. Execução de desgastes compensatórios
. Remoção de projeções dentinárias, divergência
das paredes
Objetivos:
•Acesso direto à instrumentação
•Visibilidade adequada dos orifícios de entrada
•Limpeza correta do SCR
•Simplificar todas as manobras operatórias.
Forma de conveniência
FORMA DE CONVENIÊNCIA
Remoção do teto da câmara pulpar
Remoção de calcificações e nódulos pulpares
Remoção de projeções laterais da câmara pulpar
Remoção de projeções na entrada dos canais
dificuldade na localização dos canais
nicho retentivo (escurecimento do dente)
dificuldade no posicionamento das limas
Desgaste compensatório
Peças Rotatórias
Alta rotação:
Endo z
Tronco conica 1557/1558
Esféricas
Baixa rotação
brocas esféricas haste
longa (2,4,6,8,)
Acesso à câmara
pulpar e seu
preparo:
Fase 1: esmalte
Fase 2: dentina
Fase 3: desgaste
compensatório
A presença de teto na câmara
pulpar impossibilita a remoção da
polpa ou do conteúdo tóxico
necrótico da região indicada pela
seta.
A presença de concrescência
(seta) inviabiliza a ação do
instrumento em grande parte da
parede palatina ou lingual
Desgaste compensatório:
Remoção da concrescência
palatina ou lingual (excesso
dentinário ) com brocas
esféricas BR ou broca
ENDO Z
Forma de conveniência:
Acabamento do ângulo cavo
superficial, removendo todos
os prismas de esmalte sem
suporte dentinário, deixando
as paredes paralelas e
expulsivas.
VCRT
Forma de conveniência:
Usar broca endo Z ou broca
esférica em b.r. para eliminar
divertículos que abrigam os
cornos pulpares lingual e vestibular.
Remoção do teto da câmara pulpar