Objetivo Apresentar os fundamentos técnicos básicos da pintura industrial, avaliando-se os métodos de preparação de superfície, de aplicação da pintura, bem como as ações de prevenção durante a aplicação da pintura para com os problemas executivos em geral e de corrosão em materiais metálicos.
O que é um sistema de pintura?
O sistema de pintura consiste na combinação de três etapas: Preparação de superfície Tratamento de superfície Esquema de pintura
Preparação de superfície (ETAPA 1) Consiste na execução da inspeção visual em toda a superfície, segundo normas aplicáveis. Identificando os pontos que apresentam vestígios de óleo, graxa, gordura, outros contaminantes e danos no revestimento, assim como o grau de corrosão em que se encontra a superfície (A, B, C, ou D, de acordo com a ISO 8501-1). A remoção dos contaminantes deve ser efetuada pelo processo de limpeza por ação físico-química, segundo a ABNT NBR 15158.
Graus de enferrujamento / intemperismo São especificados quatro graus de intemperismo, designados por A, B, C e D respectivamente. Grau A : Superfície de aço completamente coberta com carepa de laminação aderente, com pouca ou nenhuma corrosão. Carepa intacta. Grau B: Superfície de aço com início de corrosão e que a carepa de laminação tenha começado a desagregar. Grau C: Superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido eliminada pela corrosão ou possa ser removida com uma espátula e possa apresentar poucos pites visíveis a olho nu. Grau D: Superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido eliminada pela corrosão e apresente pites generalizados visíveis a olho nu.
Padrões fotográficos dos graus de intemperismo definidos na ISO 8501-1
Tratamento de superfície É basicamente o método de limpeza executado na preparação do substrato para receber a pintura, seguido do grau de limpeza. Cada um dos graus de preparação é designado pelas letras “ Sa”ou “ St ” . St - Limpeza com ferramentas manuais e/ou mecânicas. Sa – Limpeza com jateamento abrasivo.
O jateamento serve basicamente para limpeza, pois tem a função de remover todas as impurezas na superfície do substrato evitando formação de óxidos para não prejudicar a aderência, podendo ser: Jateamento abrasivo seco Jateamento abrasivo úmido Hidrojateamento Tipos de jateamento
Jateamento abrasivo “Sa”
Jateamento abrasivo seco : Método de preparação de superfícies de aço para pintura, pelo emprego de areia seca, granalha de aço, óxido de alumínio sinterizado , microesfera de vidro, escória de cobre ou outros abrasivos, impelidos por meio de ar comprimido ou através de força centrífuga. Jateamento abrasivo úmido : Método de preparação de superfícies de aço para pintura, pelo emprego de areia molhada, com ou sem inibidor de corrosão NOTA Os sistemas abrangidos por esta Norma são os seguintes: aquele em que a areia é molhada no interior do equipamento que a contém; b) equipamento em que a areia é molhada no bico de jato. Hidrojateamento : Método de preparação de superfícies de aço para pintura pelo emprego de água sob alta pressão [70 MPa a 210 MPa (10 000 psi a 30 000 psi )] ou ultra alta pressão, acima de 210 Mpa (30 000 psi ). Este processo não abre perfil de ancoragem, largamente utilizado em pintura de manutenção.
Tratamentos mecânicos “ St ” Limpeza com ferramentas manuais A remoção de carepas soltas de laminação, regiões oxidadas e tintas envelhecidas, podem ser feitas através do emprego de escovas de aço, lixamento, raspagem, entre outras ferramentas manuais. Limpeza com ferramentas mecânicas Método menos trabalhoso que a anterior, pois se empregam lixadeiras elétricas, escovas de aço, pistoletes de agulha, entre outras, para a remoção de carepas soltas de laminação, regiões oxidadas e tintas envelhecidas.
Padrões Visuais Fotográficos de Limpeza de Superfícies
Esquema de pintura Onde é definido as normas das tintas a serem utilizadas, bem como, demãos necessárias, intervalo entre demãos, espessura de película seca e ensaios aplicáveis.
Que existem parâmetros para recebimento de tintas, diluentes e abrasivos para jateamento.
Recebimento de Tintas e Diluentes A avaliação deve ser realizada por lote, ou seja, um lote de fornecimento consiste de todos os recipientes de um só tipo, capacidade e conteúdo apresentado para inspeção, entregue de uma só vez, e pertencente à uma mesma batelada de fabricação. Devem ser verificados: Deficiência e/ou Excesso de Enchimento. A tolerância para aceitação é de ± 5 % Vazamento e/ou Exsudação Amassamento Rasgos e Cortes Falta ou Insegurança de Alça Mau Estado de Conservação Marcação Deficiente O armazenamento deve ser feito de forma tal que possibilite a retirada, em primeiro lugar, do material mais antigo no almoxarifado e permita uma movimentação que evite danos. (FIFO - First In First Out: primeiro que entra, primeiro que sai). O empilhamento máximo dos recipientes deve obedecer a seguinte forma:
Controle de qualidade e recebimento de abrasivos Granalha de aço: A granalha de aço, quando examinada segundo a norma N-9 A granulometria da granalha deve ser adequada para obtenção do perfil de rugosidade desejado; verificar se a granalha de aço está oxidada; verificar a presença de outros contaminantes; A granalha para jateamento deve ser aquela que passa pela peneira de número 16 “Tyler” 10 e fica retida na peneira de número 40 “Tyler” 35, devendo apresentar pelo menos 80 % (em peso) de retenção na peneira de número 40; percentual menor leva a rejeição do lote testado; Abaixo vídeo:
Tabela para seleção de peneiras
Condições para aplicação de tintas Condições que podem influir no desempenho das tintas e, portanto devem ser respeitadas pelo pintor são: Temperatura da tinta Temperatura do ambiente Temperatura da superfície Umidade relativa do ar (URA) Ponto de orvalho
Temperatura da tinta A temperatura da tinta, medida na lata, se for monocomponente ou na mistura se for bi ou tricomponente deverão estar entre 16 e 30 ºC . Lembrar que na mistura de A com B das tintas bicomponentes , a temperatura aumenta devido a reação química entre elas. A temperatura da tinta pode ser medida com um termômetro comum. Observação: Influencia diretamente sobre a viscosidade e proporção de diluição.
Temperatura do ambiente Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta quando a temperatura ambiente for inferior a 5 °C, exceto quando se tratar de tintas cujo mecanismo da formação de película seja exclusivamente por evaporação de solventes. Tais tintas podem ser aplicadas desde que a temperatura ambiente seja igual ou superior a 2 °C. Nenhuma tinta deve ser aplicada se houver a expectativa de que a temperatura ambiente possa cair até 0 °C antes da tinta ter secado. Observação: Influencia direta sobre tempo de cura, aderência e performance geral.
Temperatura da superfície Não deve ser aplicada tinta em superfícies (substrato) metálicos, cuja temperatura seja inferior à temperatura de ponto de orvalho + 3 °C ou em superfícies com temperatura superior a 52 °C. No caso de tintas a base de zinco etil silicato a temperatura da superfície metálica não deve exceder a 40 °C. Observação: Influencia direta sobre tempo de cura, aderência e performance geral.
Umidade relativa do ar (URA) A URA é a quantidade de vapor dispersa pelo ar. É um dos elementos mais importantes da atmosfera e influencia a temperatura, a sensação térmica e os períodos de chuva. Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro ou bruma ou quando a umidade relativa do ar for superior a 85 %, nem quando haja expectativa deste valor ser alcançado. No caso de tintas a base de etil silicato de zinco, a umidade relativa do ar deve estar entre 60 % e 85 %. As tintas formuladas especificamente para aplicação sobre superfícies com condensação de umidade, com umidade residual ou úmidas, não estão sujeitas às restrições do ponto de orvalho e de umidade relativa. Ex : N-2680 Observação: Influencia direta sobre tempo de cura, aderência e performance geral.
Ponto de Orvalho Ponto de orvalho é a temperatura até a qual o ar deve ser resfriado para que o vapor de água presente condense na forma de orvalho ou geada. Um exemplo prático de ponto de orvalho é um copo de cerveja gelada servido em um dia de calor. Se a temperatura da cerveja é menor ou igual à temperatura de ponto de orvalho do ambiente, a fina camada de ar ao redor do copo se resfria e libera água sobre a superfície, formando gotas. Observação: Influencia direta sobre tempo de cura, aderência e performance geral.
Tabela determinação ponto de orvalho Vamos praticar Temp. ambiente: 30° C URA: 60 % Ponto de Orvalho: 20,6 Temp.mín do substrato para aplicação Ponto de orvalho + 3° C = 23,6° C Temp. ambiente: 15° C URA: 70 % Ponto de Orvalho: 9,1 Temp.mín do substrato para aplicação Ponto de orvalho + 3° C = 12,1° C
Vamos falar um pouco sobre tintas Tinta é uma composição líquida, geralmente viscosa, constituída de um ou mais pigmentos dispersos em um aglomerante líquido que, ao sofrer um processo de cura quando estendida em película fina, forma um filme opaco e aderente ao substrato .
Pigmento: Substância usada para colorir uma pintura, um verniz, um esmalte, etc. Eles são insolúveis e quando se usa o pigmento, ele promove simultaneamente a cobertura, opacidade, tingimento e a cor da tinta. Resina : As resinas são formadoras da película da tinta e são responsáveis pela maioria das características físicas e químicas, pois determinam o brilho, a resistência química e física, a secagem , a aderência entre outras. Constitui-se na parte não volátil da tinta. Serve para aglutinar (unir) as partículas de pigmentos. Solventes : Como o próprio nome sugere, serve para dissolver, diluir. São substâncias inflamáveis e voláteis, que evaporam facilmente, desta forma os solventes para tintas, são adicionados à tinta para deixá-la mais fluída, atingindo a viscosidade ideal para aplicação de cada tinta, deixando-a pronta para a aplicação conforme sua destinação. Aditivo: Os aditivos compreendem uma variada gama de substancia que atuam como importantes auxiliares querem facilitando a formação da tinta e melhorando as propriedades gerais, dentre eles podemos destacar os antiespumantes, anti-peles , secante, anti-sedimentantes e plastificastesbactericidas , fungicidas, niveladores, etc.
O tratamento de superfícies tem por objetivo, impedir que a estrutura passe pelo processo de corrosão, seja qual for o ambiente em que ela esteja exposta. Para estruturas e equipamentos em aço, o meio corrosivo mais importante é a atmosfera, e a corrosividade da atmosfera depende de: Oxigênio Umidade relativa do ar Temperatura Atmosferas agressivas Podem ser de alto ou baixo sólidos por volume, de alta ou baixa espessura e à base de água ou de solventes orgânicos. Para que possam ter alto desempenho, estas tintas devem possuir pelo menos três propriedades importantes: aderência, impermeabilidade e flexibilidade. Existem basicamente três mecanismos de proteção: barreira, inibição (passivação anódica ) e eletroquímico (proteção catódica).
Este método consiste em inibir o contato do substrato do metal com o meio corrosivo, utilizando na superfície metálica substâncias que formem películas protetoras. Qualquer tinta faz uma barreira e isola o metal do meio corrosivo, porém as mais eficientes, entretanto, são as mais espessas e com resinas de alta impermeabilidade e alta aderência. Sabe-se, porém, que todas as películas são parcialmente permeáveis. No entanto, quanto mais tempo o vapor de água, o oxigênio e os gases corrosivos levarem para atravessar a película, melhor é a tinta. Exemplo de tintas / revestimentos de proteção por barreira Tinta Epóxi ou Epoxídicas , Epóxi Mastique (N-2630 – N-2288 – N-2680) Estas tintas são fornecidas geralmente em dois componentes, um contendo o pré -polímero epóxi, e o outro, o agente de cura. De forma geral estas tintas possuem as seguintes características: elevada resistência química de acordo com o sistema resina epóxi / agente de cura; a película possuem alta dureza, boa resistência a abrasa e ao impacto; possuem fraca resistência à radiação solar, em especial aos raios ultravioleta, causando perda do brilho e cor. Proteção por barreira
As tintas com a inibição , ou passivação anódica , possuem em sua composição pigmentos anticorrosivos de inibição anódica , estes pigmentos dão origem a uma camada passivada sobre a superfície metálica, dificultando a efetivação da corrosão. Exemplo deste tipo de tinta são: zarcão, cromato de zinco, fosfato de zinco, silicato de cálcio. (N-1261 - Wash Primer Cromato de Zinco – N-2630 - Epóxi - Fosfato de Zinco de Alta Espessura) Inibição – passivação anódica
Eletroquímica – proteção catódica: O metal será protegido catodicamente , se na tinta de fundo for incluída uma quantidade suficiente de um metal mais negativo como o zinco (~95%, quantidade satisfatória para que o substrato contate as partículas de zinco). Seus princípios ativos lhe dão uma proteção catódica atuando como ânodo de sacrifício, evitando a corrosão e agressão do aço exposto à ambientes agressivos. Tintas Ricas em Zinco São chamadas tintas de proteção catódica e cuja característica maior esta na alta concentração do pigmento de pó de zinco . Associando-se o zinco ao ferro; este fica protegido, uma vez que o zinco é um metal menos nobre, sacrificando-se em lugar do ferro. No entanto, se o risco for muito profundo ou largo, o zinco não terá como proteger o aço, pois estará fora de seu campo de ação. Os tipos mais usuais são: N – 1661 Tinta de Zinco Etil - Silicato N – 2231 Tinta de Etil - Silicato de Zinco - Alumínio N – 1277 Tinta de Fundo Epóxi-Zinco Poliamida Proteção catódica
A qualidade de uma tinta é dada pela análise de 8 (oito) itens: ESTABILIDADE: Propriedade que o produto deve ter em manter-se inalterado durante o seu prazo de validade. COBERTURA: É a capacidade do produto em ocultar a cor da superfície em que for aplicado. Alertamos que a diluição interfere diretamente na cobertura, razão pela qual deve ser feita exatamente como indicada (o item cobertura não se aplica aos vernizes). RENDIMENTO: Definido pela área que se consegue pintar com um determinado volume de tinta. APLICABILIDADE: Corresponde à facilidade de aplicação. Em uma aplicação convencional, não podem ocorrer respingamento e/ou escorrimento da tinta. NIVELAMENTO: Propriedade de formar uma película uniforme, sem deixar marcas de aplicação. SECAGEM: Processo pelo qual uma tinta líquida se converte em película sólida. LAVABILIDADE: É a qualidade que a tinta deve ter em resistir à limpeza com produtos de uso doméstico sem afetar a integridade da película. DURABILIDADE: Significa a resistência que a tinta deve ter sob a ação das intempéries (sol, chuva, maresia, etc.). É importante ressaltar que tais características variam de acordo com o produto. Características fundamentais das tintas
TINTAS E PRIMERS Para fins de proteção anticorrosiva de estruturas metálicas ou de equipamentos, um esquema de pintura é composto, na maioria dos casos, por três tipos de tinta: Tinta de fundo ( primer ), Tinta intermediária Tinta de acabamento.
TINTA DE FUNDO ( PRIMER ) : São aquelas que são aplicadas diretamente ao substrato, portanto, é a tinta responsável pela aderência do esquema de pintura ao substrato a ser protegido e são as que contêm na composição os pigmentos ditos anticorrosivos; (N-1277 / N-1661 / N-2231) TINTA INTERMEDIÁRIA : São tintas normalmente utilizadas nos esquemas de pintura com a função de aumentar a espessura do revestimento, com o objetivo de aumentar a proteção por barreira. Algumas tintas intermediárias são denominadas seladoras, que são utilizadas para selar uma película muito porosa, antes da aplicação da tinta de acabamento. (N – 2680 / N – 2630) TINTA DE ACABAMENTO : São as tintas que têm a função de conferir a resistência química ao revestimento, pois são elas que estão em contato direto com o meio corrosivo, possuem na maioria dos casos boa resistência à raios ultravioletas e são as tintas que conferem a cor final dos revestimentos por pintura.
TIPOS DE TINTAS MAIS UTILIZADOS PARA PROTEÇÃO DE AÇO CARBONO, CLASSIFICADOS PELO TIPO DE RESINA. Alquídicas - Conhecidas como esmaltes sintéticos, são tintas monocomponentes de secagem ao ar. São utilizados em interiores secos e abrigados, ou em exteriores não poluídos. Como as resinas utilizadas são saponificáveis, não resistem ao molhamento constante ou à imersão em água. Epoxídicas - São tintas bicomponentes de secagem ao ar. A cura se dá pela reação química entre os dois componentes. O componente A é, de modo geral, à base de resina epoxídica , e o B, o agente de cura, pode ser à base de poliamida, poliamina ou isocianato alifático. São mais impermeáveis e mais resistentes aos agentes químicos do que as alquídicas . Resistem à umidade, imersão em água doce ou salgada, lubrificantes, combustíveis e diversos produtos químicos. As epoxídicas à base de água têm a mesma resistência daquelas formuladas à base de solventes orgânicos. De modo geral, não são indicadas para a exposição ao intemperismo (ação do sol e da chuva), pois desbotam e perdem o brilho (calcinação). Poliuretânicas - São tintas bicomponentes em que o componente A é baseado em resina de poliéster ou resina acrílica, e, o B, o agente de cura, e à base de isocianato alifático. As tintas poliuretânicas são bastante resistentes ao intemperismo. Assim, são indicadas para a pintura de acabamento em estruturas expostas ao tempo. São compatíveis com primers epoxídicos e resistem por muitos anos com menor perda da cor e do brilho originais. Acrílicas - São tintas monocomponentes à base de solventes orgânicos ou de água, e, assim como as tintas poliuretânicas , são indicadas para a pintura de acabamento. São tintas bastante resistentes à ação do sol.
MECANISMOS DE FORMAÇÃO DA PELÍCULA E PROPRIEDADES TÉCNICAS DAS TINTAS Como vimos anteriormente a resina é o constituinte responsável pela formação da película de tinta. Entende-se por mecanismo de secagem / cura de formação de película o processo pelo qual uma película ou filme de tinta, após a sua aplicação, se converte num filme sólido com as propriedades desejadas. Em muitas tintas, além do processo de evaporação de solventes, a cura da película ocorre através de diferentes mecanismos. É preciso considerar que secagem e cura são processos distintos. Secagem Significa basicamente que a resina passou do estado líquido para o sólido. (Acontece algumas horas após aplicação da tinta). Cura Significa que neste momento você tem 100% das propriedades que a resina pode fornecer, tais como, resistência mecânica, elasticidade, resistência a abrasão ,entre outros. Abaixo vídeo explicativo...
A secagem das tintas acontece em três processos distintos: Evaporação de solventes (mecanismo físico segundo o qual o diluente e o solvente se evaporam). Secagem por oxidação (a tinta seca por reação com o oxigênio do ar). Secagem por polimerização (a tinta seca por reação com um catalisador). PRINCIPAIS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE PELÍCULA DE TINTAS
Controle de qualidade na pintura industrial Termohigrometro : Controlar temperatura e URA% Termometro : Controlar temperatura do substrato e peça Rugosímetro : Avaliar perfil de rugosidade do jateamento Medidor de película úmida: Controlar a espessura durante aplicação Medidor de película seca: Avaliar espessura após cura da tinta Fita de aderência: Avaliar aderência após cura da tinta, entre demãos. Estilete: Utilizado nos testes de aderência métodos A/B. Pull Off: Medidor de aderência por tração Holiday detector: Teste de descontinuidade de película.
Controle de filme úmido A medida da espessura úmida da camada de tinta aplicada é feita imediatamente após a aplicação, com um pente de aço inoxidável que tem dois dentes com o mesmo comprimento e outros com comprimentos variáveis, em forma de escada. O pintor apoia o pente sobre a superfície pintada e verifica qual foi o dente de maior valor que molhou e o primeiro após que não molhou. Este controle tem como base o teor de sólidos por volume da tinta e a espessura seca desejada. É um método de controle eficaz, pois se evita o desperdício de tinta e uma possível insuficiência de tinta na película seca.
O cálculo é feito a partir da fórmula: EPU = EPS X ( 100 + % DILUIÇÃO) SV Onde: EPU - Espessura do filme úmido EPS - Espessura seca desejada SV - Teor de sólidos por volume da tinta Exemplo: Para uma tinta de 75% de sólidos por volume e com espessura seca de 120 micrometros e diluída a 15% em volume obteremos: EPU = 120 x ( 100 + 15) 75 EPU = 120 x 115 ÷ 75 EPU = 184μm Ou seja: para a determinada tinta devemos aplicar 184 micrometros de filme úmido para obtermos 120 micrometros na película seca.
Ensaios de aderência O ensaio de aderência, depois do processo de aplicação do revestimento, indica a força da união entre o substrato e o revestimento, ou entre diferentes camadas, ou a força de coesão dos materiais. Método A – CORTE EM X Método B – Corte Grade Os dois métodos estão detalhados na norma ABNT NBR 11003
TESTE DE ADERÊNCIA POR TRAÇÃO – PULL OFF
Teste de descontinuidade – holiday detector O Holiday Detector ou detector de descontinuidade é um equipamento usado para verificação de falhas, trincas ou poros em revestimentos protetores que sejam isolantes elétricos. O princípio de funcionamento do Holiday é o aplicar uma alta tensão entre a parte externa do revestimento isolante e o substrato interno através de uma escova metálica, bucha, mola ou com o acessório adequado e quando ocorrer um furo, trinca ou poro a alta tensão encontrará um caminho mais fácil e haverá um fechamento de arco voltaico ( faisca ) que acionará um alarme sonoro próprio do Holiday indicando assim a descontinuidade.
Terminologia utilizada na pintura industrial. ABNT NBR 15156 Norma que define os termos e definições relacionados à pintura industrial .
SHELF LIFE & POT LIFE Você sabe qual a diferença entre os dois? SHELF LIFE: É a vida útil de prateleira, ou vida útil de estoque. É o tempo que o fabricante garante a qualidade da tinta conforme sua especificação depois que a tinta foi fabricada. Nada mais que o prazo de validade da tinta. POT LIFE: É a vida útil da mistura. É o tempo que o pintor tem para usá-la depois que as duas partes (A+B) são combinadas, pois a tendência é que, por conta da reação química, ela "gelatinize” ou endureça.
TEMPO DE INDUÇÃO É o tempo que se dá às tintas catalisadas bi ou tri componentes, após a mistura dos componentes A, B ou C, para que se possa entrar em operação de aplicação. Este tempo é de no mínimo 15 e no máximo 30 minutos em temperatura de ± 25ºC. Esta informação fica disponibilizada nos boletins técnicos .
AIR LESS Sem ar, tipo de pistola que não utiliza ar para a atomização da tinta, mas pressões hidráulicas da ordem de 2000 a 4000 libras/pol 2 FLASH RUST Ferrugem instantânea, formada pela presença de umidade em superfície jateadas GRIT Granalha de aço angular – abrasivo usado em serviços de jateamento. MIST–COAT Demão muito diluída de uma tinta ( 40% a 50% ) OVER-SPRAY Poeira produzida durante a aplicação de uma tinta a pistola, geralmente causada pela pressão muito alta ou distancia da pistola. PRIMER Primeira demão de tinta , tinta de fundo GRIT Granalha de aço angular SHOT Granalha de aço esférica TIE–COAT Tinta de amarração tinta intermediária geralmente aplicada sobre as tintas de zinco Wash Primer . Tinta de fundo indicada para promover aderência em esquemas de pintura sobre metais não ferrosos, sua película é fina e quase transparente. Conhecendo algumas terminologias
PRINCIPAIS FALHAS E DEFEITOS DE PINTURA Defeito: Falha ou conjunto de imperfeições, que torna a pintura (ou parte), incapaz de atender aos requisitos mínimos de aceitação de sua norma de fabricação. O termo denota rejeição. O primeiro passo na solução de qualquer problema com relação á tintas é identificá-lo corretamente e, em seguida, determinar sua causa.
A seguir, veremos os principais defeitos ocorridos na película das tintas. Estes defeitos estão presentes no item 6.5 (Película), da NORMA PETROBRAS N-13.
Escorrimento Defeito ocorrido durante a aplicação da pintura em formas de ondas ou gotas, conhecido também por Descaimento. Causas: Aplicação excessiva de tinta Excesso de diluição da tinta Erro na proporção de medida para mistura em tintas com mais de 1 componente Como reparar: Remover ou espalhar, com trincha macia, o excesso de tinta, na película ainda úmida; Lixar, remover o pó e retocar, no filme seco (após secagem/cura)
Enrugamento Superfície da pintura enrugada com sulcos irregulares. A camada superior seca mais depressa do que a que está por baixo. Causas: Não respeitar os intervalos para repintura Pela ação do solvente da demão anterior Ocorre quando tinta aplicada com espessura excessiva; surgindo após secagem/cura. Como Reparar: Remover a pintura defeituosa, limpar, raspar e repintar.
Crateras Crateras (olho de peixe): São pequenos orifícios (furos) que surgem na superfície pintada durante ou logo após a aplicação. CAUSAS: Contaminação da linha de ar, pistola ou demais equipamentos; Limpeza incorreta deixando o substrato com óleo, cera, silicone, etc ; Uso inadequado de aditivos na tinta. COMO EVITAR: Fazer manutenção e limpeza dos equipamentos; Respeitar o intervalo entre demãos; Pintura sob re tintas a base de etil silicato de zinco, proceder com mist coat ; CORREÇÃO: Esperar a secagem da tinta, lixar a peça afetada até obter uma superfície lisa, uniforme e sem brilho e proceder a pintura novamente. Caso a tinta ainda esteja úmida, remover o produto afetado.
Empregnação de abrasivos Inclusão de pêlos , fiapos, sujeira na película da tinta. Causas: Impregnação com materiais estranhos vindos do ar Pintura realizada em superfície não bem tratada para aplicação Tinta com presença de materiais sujos / tinta contaminada Material usado para aplicação não limpos Reparo: Lixar, remover o pó e retocar (no filme seco)
Pulverização seca / Overspray Defeito estrutural da película decorrente da pulverização deficiente, de modo que as partículas não se aglutinem, resultando espaços intersticiais ou poros na película, com penetração do agentes corrosivos. O filme seco fica poroso, assim como uma lixa fina, mas ao passar dos dedos não sai pó. Causas: Aplicação de tintas em superfícies com temperaturas elevadas Distância incorreta da pistola em relação ao substrato na aplicação Reparo: Regular a pistola e aplicar outro passe, imediatamente, na película ainda úmida. Lixar, remover o pó e retocar, na película já seca.
Fervura Aparecimento de uma grande quantidade de pequenas bolhas em toda superfície ou parte dela. Causas Temperatura do ambiente alta; Utilização de diluentes não recomendados; Tinta não recomendada para aplicação; Aplicação em superfícies quentes; Espessura muito alta na aplicação; Solvente com rápida evaporação; Não respeitar os intervalos entre demãos; Reparo: Com a tinta seca, deve-se lixar as partes afetadas fazendo uma melhor preparação de superfície e repintar.
Os principais métodos de aplicação de tinta e revestimentos líquidos são: TRINCHA ROLO PISTOLA CONVENCIONAL (PULVERIZAÇÃO A AR COMPRIMIDO) PISTOLA SE AR ( airless ) PRINCIPAIS MÉTODOS DE APLICAÇÃO
TRINCHA - Pincel de formato chato É o mais simples dos métodos de pintura líquida, por ser uma ferramenta simples e, conseqüentemente , de baixo custo, além de não requerer grande capacitação do aplicador. É o método mais indicado para a aplicação da primeira demão de tinta em cordões de solda, reentrâncias, cantos vivos “ STRIPE COATING ”, onde os outros métodos de aplicação poderiam deixar falhas, devido à dificuldade de penetração ou à deposição da tinta. A aplicação à trincha permite que suas cerdas levem a tinta à cavidade e às demais regiões de difícil acesso. Conseguem‑se, através da aplicação com a trincha, elevadas espessuras de película seca, pois a tinta pode ser aplicada sem diluição. É um método de baixa produtividade, tendo baixo rendimento de aplicação se comparado com os demais métodos. Por maior que seja a habilidade do aplicador, tende a dar origem a películas não‑uniformes, particularmente em termos de espessura. Este é o recurso mais simples para aplicação de tintas. Apresenta as seguintes características: É de baixo custo; Não requer muita habilidade; A tinta pode ser aplicada praticamente sem diluição, proporcionando boa espessura; A perda de tinta é mínima; É de produtividade e rendimento baixos; Espessura da película não fica uniforme, por mais hábil que seja o pintor.
Rolo É um método de aplicação que viabiliza a obtenção de elevadas espessuras por demão, além de alcançar maior produtividade do que a trincha. As perdas de tinta durante a aplicação são em princípio superiores às da trincha, devido principalmente a respingos, porém, o fato de se conseguir espessuras mais uniformes do que aquele método tende a igualar suas perdas. Exigem diluição ligeiramente superior à exigida pela trincha. O método de aplicação a rolo é particularmente aplicável à pintura de grandes áreas planas ou com grande raio de curvatura, na presença de ventos, onde a aplicação à pistola levaria a elevadas perdas de tinta. Os rolos fabricados a partir de pêlo de carneiro são de melhor qualidade para aplicação da maioria das tintas utilizadas em pintura industrial. A pintura com rolo é um dos recursos mais utilizados. Apresenta as seguintes características: Média produtividade; Espessura da película mais uniforme; Pequena perda de tinta (respingos); Necessidade de pouca diluição. O rolo é utilizado na pintura de superfícies planas, ou com grande porte, bem como em edificações com estruturas metálicas ou de alvenaria (pintura arquitetônica). Os rolos têm dimensões variadas, possibilitando a pintura de tubulações e de estruturas de menor porte.
Pistola convencional Na pistola convencional , ou pistola a ar, a tinta depositada no recipiente é expulsa em direção ao bico da pistola pela ação da pressão do ar. É um método de aplicação de tinta muito utilizado em pintura industrial, não só na pintura de campo como na de oficina, apresenta grande produtividade, tem como característica a obtenção de espessura de película quase que constante ao longo de toda a superfície pintada. A aplicação da tinta pelo método da pistola convencional requer que a mesma seja diluída mais que qualquer outro método, para adequar sua viscosidade, de forma que ela possa fluir do recipiente até a pistola pela ação da pressão do ar. Como consequência dessa excessiva diluição, o método tem duas desvantagens significativas. A primeira é que, com a evaporação do solvente, há uma sensível redução da espessura da película úmida para seca. O método de aplicação por pistola convencional apresenta ainda como limitação o fato de levar à excessivas perdas de tinta durante a aplicação, da ordem de 30 %, e os riscos de segurança, observados quando a aplicação é feita em ambientes fechados, são significativos, devido ao excessivo acúmulo de solventes. Existem dois tipos de equipamentos tidos como pistola convencional: 1- Nos mais simples, o recipiente é acoplado diretamente à pistola (pistola de caneco). 2- No outro, a tinta é depositada em um grande recipiente e, através de mangueiras, pela ação da pressão do ar injetado dentro do recipiente, chega até a pistola. (Tanque de pressão).
Existem dois tipos de equipamentos tidos como pistola convencional: 1º Nos mais simples, o recipiente é acoplado diretamente à pistola (pistola de caneco). O pequeno recipiente do primeiro equipamento acarreta frequentes interrupções da aplicação para enchimento do mesmo com tinta. Usado em oficinas de repinturas ou na indústria para operação de peças pequenas. A caneca quando cheia pesa em torno de 1 Kg dependo da tinta, cansando o pintor. 2º No outro, a tinta é depositada em um grande recipiente e, através de mangueiras, pela ação da pressão do ar injetado dentro do recipiente, chega até a pistola. (Tanque de pressão). A vantagem do segundo equipamento é que a pistola fica mais leve, uma vez que o recipiente onde a tinta é depositada não fica acoplado à mesma, como acontece com o primeiro equipamento. muito usado na indústria onde há necessidade de produtividade. O tanque permite a colocação de um volume maior de tinta preparada, evitando paradas para reabastecimento. Alguns tanques trazem acoplado um agitador pneumático para homogeneizar a tinta constantemente.
Pistola air less A pintura com pistola “ airless spray” ou pistola sem ar, também conhecida como pistola hidráulica, é um método de aplicação por pulverização indicado para pintura de grandes áreas, como casco de navios, tanques de armazenamento, etc. Ao contrário da pistola convencional, que utiliza o ar para atomização da tinta, a pintura sem ar utiliza uma bomba, acionada pneumaticamente, para pressurizar à tinta, e a energia com que a mesma chega ao bico da pistola provoca sua pulverização. A alimentação da pistola é feita com bombas hidráulicas e a atomização das tintas é produzida pela passagem da tinta sob alta pressão através de um orifício de diâmetro muito pequeno. Pressões da ordem até 7.500 Libras/pol2, dependendo do tipo de equipamento usado, enquanto nas pistolas convencionais a pressão no tanque fica por volta de 20 a 60 Libras/pol2. Isto permite que sejam aplicadas com este método tintas com elevadas quantidades de sólidos por volume (tintas sem solventes), sem a necessidade de diluição e em espessuras elevadas. Além de ser um método que permite a aplicação de películas de tintas com propriedades uniformes em termos de espessura e baixa incidência de falhas, é de elevada produtividade e tem perdas de tinta na aplicação bastante reduzidas, da ordem de 15%. Na aplicação da tinta pelo método da pistola sem ar devem ser observados os mesmos cuidados já descritos para a aplicação da pistola convencional em termos de diluição, seleção do bico e movimentos de aplicação. A aplicação de tintas pelo método da pistola sem ar requer cuidados de segurança por parte do pintor, dadas às elevadas pressões envolvidas. A distância entre o bico da pistola airless e a superfície a ser pintada é de 25 a 50 cm. Adotam-se as mesmas técnicas de aplicação para a pistola convencional.
Air less
Referências bibliográficas N-9 - Tratamento de Superfícies de Aço com Jato Abrasivo e Hidrojateamento N-13 - Requisitos Técnicos para Serviços de Pintura IS0 8501 - Preparação de substratos de aço antes da aplicação de tintas e produtos relacionados ABNT NBR 15158 - Limpeza de superfícies de aço por produtos químicos ABNT NBR 15156 – Pintura Industrial – Terminologia ABNT NBR 15218 - Critérios para qualificação e certificação de inspetores de pintura industrial. N- 1288 - Inspeção de Recebimento de Recipientes Fechados ABNT NBR 11003 - Tintas — Determinação da aderência