Turismo de natureza

CarlosSerra4 7,386 views 60 slides Jan 23, 2013
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Slide Content

10 PRODUTOS ESTRATÉGICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM PORTUGAL
TURISMO
DE NATUREZA
TURISMO DE PORTUGAL
Turismo de Portugal, ip
Rua Ivone Silva, Lote 6
1050-124 Lisboa
T: 21 781 00 00 F: 21 793 75 37
[email protected] www.turismodeportugal.pt www.visitportugal.com

Tendo por base a análise das grandes tendências da procura internacional, o
Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) definiu 10 produtos seleccionados em
função da sua quotademercado e potencial de crescimento, bem como da aptidão
e potencial competitivo de Portugal, nos quais deverão assentar as políticas
de desenvolvimento e capacitação da nossa oferta turística.
Esses 10 produtos turísticos estratégicos são:
>Sol e Mar
>Turismo de Natureza
>Turismo Náutico
>ResortsIntegrados e Turismo Residencial
>Turismo de Negócios
>Golfe
>Gastronomia e Vinhos
>Saúde e Bem-Estar
>TouringCultural e Paisagístico
>City Breakst
Os estudos que agora se publicam representam, assim, o ponto de partida para
um trabalho sistemático de criação de novas propostas de consumo e para a definição
de novos modelos de cooperação entre os Destinos Turísticos, o Turismo de Portugal,
ip e as Empresas. Nessa medida, estes estudos pretendem dar início a um debate
construtivo que conduza à adopçãodas melhoras práticas para desenvolvimento do
Turismo em Portugal.

10 produtos estratégicos para o
desenvolvimento do turismo em Portugal
TURISMO
DE NATUREZA
Estudo realizado por
THR (Asesores en Turismo Hotelería y Recreación, S.A.)
para o Turismo de Portugal, ip
www.thr.es

FICHA TÉCNICA
Estudo realizado por:THR (Asesores en Turismo Hotelería y
Recreación, S.A.) para o Turismo de Portugal, ip
Edição:Turismo de Portugal, ip
Design:Filipa Pias
Paginação:pré&press
Fotografia:António Sacchetti, D.R.T.Madeira, Paulo Magalhães
Acompanhamento de impressão:Caixa Alta
Impressão:Fernandes & Terceiro, Lda.
Depósito legal nº:250627/06
© Turismo de Portugal, ip
Lisboa 2006

Índice
A. Oportunidades e requisitos do mercado
1. O mercado .................................................................................................................... 09
2. Perfil do consumidor .................................................................................................13
3. Os destinos concorrentes........................................................................................14
4. A negociação ...............................................................................................................16
5. Oportunidades ...........................................................................................................17
6. Requisitos do sector..................................................................................................18
B. A capacidade competitiva de Portugal
1. Os recursos disponíveis ............................................................................................23
2. A cadeia de produção de valor..............................................................................24
3. A composição da procura........................................................................................26
4. A percepção interna ..................................................................................................26
C. O modelo de negócio
1.Targeting........................................................................................................................31
2.Clien
ting........................................................................................................................34
3. O sistema de valor ..................................................................................................35
4. A produção de valor..................................................................................................40
D. Estratégia de desenvolvimento
1. Localização geográfica .............................................................................................52
2. Fases de desenvolvimento......................................................................................54
3. Reforço da competitividade ...................................................................................56
4. Instrumentos de apoio.............................................................................................58

9TURISMO DE NATUREZA
1. O MERCADO
> Definição
Definição do sector de Turismo de Natureza
Mercados
Naturezasoftff
Asexperiências baseiam-se na prática de actividades
ao ar livre de baixa intensidade (passeios, excursões,
percursos pedestres,observaçãoda fauna, etc.).
Nota: Representa cercade 80% do total de viagens
de Natureza.
Naturezahard
Asexperiências relacionam-se com aprática de
desportosna Natureza(rafting, kayaking,hiking,
climbing,etc.) e/ou de actividades que requerem
um elevadograu deconcentraçãoou de conheci-
mento(birdwrratchingww , etc.).
Nota: Estemercado representacerca de 20% do
total dasviagens de Natureza.
Motivação principal
Viverexperiências de grande valorsimbólico,
interagire usufruir da Natureza
Actividades
Actividades desportivas
Contemplação da Natureza
Actividades de interesseespecial
> Volume e evolução
Um mercado de 22 milhões de viagens internacionais por ano na Europa
Aprocuraprincipaldeviagens internacionais deTurismo de Natureza na
Europa, aquela para a qual este é o principal motivo da viagem, é composta por
cerca de 22 milhões de viagens, de uma ou mais noitesde duração.Estevolume
representa, aproximadamente, 9% do total das viagens de lazer realizadaspelos
europeus.
Que cresce a um ritmo anual acumulado de 7%
De acordocomasestimativas realizadas pela THR, com base nos dados dispo-
níveis, as viagens deTurismo de Naturezatêmregistadoumcrescimentosituado
à volta dos 7% ano entre 1997 e 2004.
Evoluçãodo volume de viagens de Turismo de Natureza. Período 1997 - 2004
nte:Estimativas THRcombase em dados do EuropeanTravelMonitor, IPKrr.
13.500
19.000
22.000
22.000Milhares
20.000
15.000
10.000
5.000
1997 2000 2004
0

10 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal
Mercado
emissor
Europa
Alemanha
Holanda
Reino Unido
Escandinávia
França
Itália
Espanha
Outros
Viagens totais
(milhares)
245,00
0
51,685
17,763
39,349
18,571
18,493
16,880
9,103
73,156
% Viagens de
Natureza
9,0
10,4
25,4
4,9
6,8
5,7
4,6
3,8 9,
2
Viagens de
Natureza
(milhares)
22,000
5,390
4,513
1,940
1,259
1,060
779
348
6,711
% sobre o total
Viagens de
Natureza
1
00,0
24,5
20,5
8,8
5,7
4,8
3,5
1,6
30,5
Alemanha e Holanda são os principais mercados emissores de viagens de
Turismo de Natureza
A Holanda é o país que registaa maior taxa de consumidoresdeTeuriTTsmo de Natureza,
com25,4% do total das viagens realizados pelos cidadãos desse país ao estrangeiro.
Contudo,em termos absolutos,é a Alemanha o principal mercado emissor,r
commais de 5 milhões de viagens em 2004. Ambos os países concentram45%
do total das viagens de natureza realizadas pelos europeus.
QUADRO 1- Viagens de Natureza ao estrangeiro por mercado emissor. Ano 2004
Fonte:EuropeanTravel Monitor-2004,IPK;e estimativasTHR.
85% das viagens de Turismo de Natureza são de mais de 4 noites
Na Europa,a maioria das viagens deTurismo de Naturezatêm uma duração
superiora 4 noites (84,8%).
Fonte:European Travel Monitor-2004,IPK
Uma importante procura secundária
AprocurasecundáriadeTurismo de Natureza é o conjuntodas viagens que
obedecema outras motivações principais (sol e praia,touring, etc.) masnas quais os
viajantesrealizam, com maior ou menor intensidade, actividades relacionadas com a
Natureza quando se encontram no destino.
84,8%
4 e + noites
15,29%%%
1 - 3 nnoitesno

11TURISMO DE NATUREZA
Estima-se que ocorre em cercade 30milhões deviagens,um dado que é rele-
vante paraos destinos turísticos que não têm capacidade de atracção suficientepara
captar procura específica deTurismo de Natureza, embora possam desenvolveruma
ofeffrtaadequada de actividadesna natureza para complementar, divrersificar e enri-
quecer a oferfftadeoutrastipologiasdeturismo.
> Gasto
Um amplo leque de opções
O gasto realizado pelos consumidoresde viagens de Natureza apresentauma
ampla variedade (tal como em todas as tipologias de viagens turísticas), pois está direc-
tamente relacionado com factores como o destino e a duração da viagem, o tipo de
actividadesrealizadas,a quantidadee qualidadedos serviçosutilizados (transporte,
alojaomento…), etc.
No entanto,existeconsenso entre os peritos sobre o factode que quanto mais
específico ou especializado é o produto/serviçoconsumido,maior é o gasto.Significa
que o gasto realizado pelo consumidor deTurismo de Natureza softffé comparativa-
mentemenor que o de naturezahard.
Assim, no mercadodas viagens de naturezasoftff, otgasto médio por pessoa/dia
no destino pode variarentre 80€(alojamentode categoria média e prática de actividades
não guiadas), e250€(alojamoento decategoria superior, acrrtividadesguiadas,aluguer
de equipamentos especiais, etc.). No mercado das viagens de Naturezahardrr, o gastd o
médio está directamente relacionado com o graudeespecialização ou de intensidade
na prática das actividades,os equipamentos e serviçosrequisitados, etc.
No primeiro quadro pode observar-se que adiferençado custo duma viagem
que tem praticamente a mesma duração deve-seao conteúdo mais específicoe espe-
cializado da viagem debirdwrratchingww .
QUADRO 2-Comparação do preço de uma viagem de Naturezasoftehard
na Andaluzia, Espanha.
País/Cluster
Espanha /
Andaluzia
Espanha /
Andaluzia
Actividade
Walking & ramblingrr
Migiration to African
Birdwrratchingww
Duração
8 dias
7 dias
Conteúdo
>Alojamentoem hotel
ou famílias locais
>Visita guiada a Ronda
>4 dias de passeios pedestres com
guia na Serra de Ronda
>Refeiffções em restaurantes / famí-
lias locais
>Visita a Sevilha (opcional)
>Transferffde / para oaeroporto
> Alojamento em suites
>Todas as rTT efeiçffões incluídas
> Guia com experiência
Preço
760€
Preço médio
pessoa/dia:
95€
1.180€
Preçomédio
pessoa/dia:
169€
Fonte:THR com base na investigação comercial.

12 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal
País/Cluster
Itália
Dolomitas
Veneto
Alpes
Ligúria
Itália
Dolomitas
Pacote
Cinque terre,rrlakeskkand
mountains
Dolomites Route
High LevelvvTrerkking
Duração
10 dias
11 dias
Descrição do Pacote
>Alojamentoemhotéis de 3* e 4*
>9 pequenos-almoços,5 jantares
>Transporte local (autocarro,barco)
> Entradas para visitas culturais
>Guia bilíngue com experiência
>Palestras sobre cultura, história, etc.
> Guia profissional
> Transferffdesde / para aeroporto
>2 noites de hotel e 8 noites em refúgios
de montanha
>Todosos pequenos-almoços
e jantares incluídos
Preço
2.000€
Preçomédio
pessoa/dia:
200€
1.450€
Preçomédio
pessoa/dia:
132€
O exemploseguinteilustra como o custo de uma viagem de Naturezasoftff
pode ser mais caro do que o de Naturezahardrr, devido à maior quantidade e quali-d
dade dos serviçosincluídos.
QUADRO 3- Comparação do preço de uma viagem de Naturezasoft e hard
em Itália.
Fonte:THR com base na investigação comercial.
> Potencial de compra
De acordocomuma pesquisa realizadaem países europeus seleccionados(Janeiro
2006), os consumidoresde países como Espanha, Itália e França são os que manifestamff
uma forffte intenção de realizar viagens deTurismo de Natureza no futuro próximo.
Não obstante,convém ter em conta que estes dados não correspondemaos
do quadro 1 (Viagens de Natureza ao estrangeiropor mercado emissor), que reflecte
a procura real.Esta aparentecontradição explica-se, sobretudo,porqueos consu-
midoresde países turisticamente menos experientescomo emissores (como a
Espanha e Itália) têm uma maior dispersão e imprecisão nadivulgação dos seus hábi-
tosdeconsumo turístico,especialmenteno que diz respeitoao conteúdoprincipal
das suas viagens de lazer.
É preciso ter em conta queo conceito Turismo de Natureza tem uma ampla
e difusa interpretação,em grande medida por tratar-sede um sectorrelativamente
jovem, poucvv o estruturado,oe que inclui uma grandevariedade de motivações e actividades.
Uma boa partedos consumidoresassocia Turismo de Natureza não necessaria-
mentea uma viagemcom conteúdoexclusivoou maioritariamente de natureza,basta que
a viagem tenha alguma componenteou actividaderelacionada com a natureza, desde a
forma mais simples à maissofisticada, para julgarem tratar-se de uma viagem de natureza.
Um inquérito a 230 visitantes na feira de turismoff WorldTravel Market, reali-
zadono âmbito de um estudo sobre oTurismo de Natureza encomendado pela
Secretaria deTurismo de Espanha,revelaque apenas 8% dos inquiridos mostraram

13TURISMO DE NATUREZA
País
emissor
Espanha
Itália
França
Holanda
Alemanha
Reino Unido
Sim, com certeza
+ Sim,
provavelmente
85,7%
78,6%
70,4%
45,2%
33,5%
23,4%
Sim,
com certeza
49,8%
35,0%
33,7%
19,3%
9,4%
6,4%
Sim,
provavelmente
35,9%
43,6%
36,7%
25,9%
24,1%
17,0%
Ainda
não sei
13,0%
15,2%
24,7%
27,2%
37,5%
28,0%
Não,
com certeza
1,3%
6,3%
5,0%
27,5%
29,1%
48,6%
interesse emrealizar uma viagem exclusivamentedenaturezae que, pelo contrário,
73% manifeffstam interesseem fazer Turismo de Natureza no âmbito de uma viagem de
conteúdomais amplo, com motivações diversas, desde sol e mar a cultura.
QUADRO 4 -Intenção de realizar viagens de natureza nos próximos 3 anos,
por país emissor.
Fonte:Inquéritoa consumidoresnos principais mercados europeus,Janeiro2006.
Arealidade demonstra, pelo contrário, que a propensão para realizar viagens
de Natureza é mais elevada em países como Holanda e Alemanha, que são precisa-
menteos mercados emissores mais maduros e consolidados e com uma população
que tem uma larga experiência de viagens.
Emqualquer caso, no futuro espera-seumaumentogeral do potencial de compra
de viagens deNatureza já quefactorescomo a tendência globalparauma maior
preocupaçãopelos temas ambientais, a procura dedestinos não degradados e não
massificados, o efeitffo‘moda’, et’c.,irão reforffçar e incrementar ointeressepor este tipo
de viagens.
2. PERFIL DO CONSUMIDOR
O perfilbásicodo consumidor deTurismo de Natureza, que se descreve no
quadroseguinte,é uma síntese dos resultados obtidos atravésdeuma sériedeentre-
vistas realizadas a peritos eoperadores turísticos,em Dezembrode 2005, nos princi-
pais mercados emissores europeus.
Os dados obtidos indicamalgumas clarasdiferffenças, tanto no perfilsocio-demo-
gráfico como nos hábitos de consumo, quer se tratedeconsumidoresdeTurismo
de Naturezasoftffouhard, revelandoum consumidor de perfil ehábitosmuitomais
precisose específicos,nesteúltimo caso.

14 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal
Consumidores de NaturezaSoft Consumidores de NaturezaHard
Quem são?
Famílias com filhos >Jovens entre 20 e 35 anos
Casais >Estudantes e profissionais liberais
Reformados >Praticantes / aficionados de desportosouactivi-
dades de interesseespecial
Através de que meio se informam?f
Informação intff erpessoal >Revistas especializadas
Brochuras >Clubes/associações
>Internet
Onde compram?
Agências de viagens >Internet
Call centresrr >Associaçõesespecializadas
Que tipo de alojamentocompram?
Pequenos hotéis de 3-4 estrelas > Bed &breakfastff
Casas rurais >Alojamentosintegrados na Natureza
(casas de campo, campismo…)
> Refúgiosde montanha
Emque período do ano compram?
Maioritariamente noVerão >Primavera eVerão,dependendo do tipo
(época de fériffas) deactividade ou desporto
Quem compra?
Famílias >Individual
Casais >Grupo de amigos
Grupo de amigos
Quantas vezesaoano compram?
1 - 2 vezespor ano >Frequentemente(até5 vezes)
Que actividades realizam?
Descansar e desligarno >Praticar desportosouactividades de interesse
meio natural especial
Caminhar e descobrir >Aprofundaro conhecimentoda Natureza
novaspaisagens > Educação ambiental
Visitaratractivosinteressantes
Fotografia
Âmbito
Perfil socio-
-demográfico
Hábitos de informação
Hábitos de uso
QUADRO 5 -Perfil básico dos consumidores de viagens de Natureza
3. OS DESTINOS CONCORRENTES
Nomercado do Turismo de Natureza, tantosoftcomohard, competem
destinos de praticamente todo o mundo.
Um estudo realizado pela Organização Mundial deTurismo,em 2002, baseado
num inquérito a operadoresturísticosespecializados e a consumidoresda Europa,
Estados Unidose Canadá, revelou a existência de uma grande variedade de destinos
para este tipo de viagens.

15TURISMO DE NATUREZA
O mencionado estudo referffe que existeuma certarelação entre Turismo de NaturTT eza
hardrr(no sentido de maior especialização) com destinos longínquos,e entreTurismo de
Naturezasoftffcom destinos próximos ou com o próprio país de origem do turista.
Em qualquer caso, existem diferffençasde intensidade nas preferffências dentro
de cada país emissor, cromo se reflecteno quadro seguinte:
QUADRO 6 -Principais regiões de destino no mercado de Turismo de Natureza
Mercados emissores
ReinoUnido
França
Itália
Espanha
Estados Unidos
Canadá

Ásia
Europa / África
América Latina
África / Ásia
Ásia /Europa
América Latina
Europa

América
Ásia
Ásia/Europa
América Latina
África
Austrália
Estados Unidos

Europa
América Latina
África
Europa
América Latina
México
Canadá
Destinos com maior grau de preferências
Fonte:Programade investigação sobre os mercados geradores de ecoTurismo,OMT, 2002.TT
Numa aproximação mais específica, os principais destinos de viagens deTurismo
deNatureza, em cada regiãogeográfica, são os que figuram no quadro seguinte,sem
que isso represente nenhum tipo de classificação; só reflecte os destinos que surgem
commaiorintensidade ou frequêncianos catálogos de operadoresturísticose nos portais
de viagens na internet.
QUADRO 7 -Principais destinos por região
Oceânia
Austrália
NovaZelândia
América
Central/Norte
Co
sta Rica
Guatemala
México
Estados Unidos
Canadá
América
do Sul
E
quador
Bolívia
Peru
Argentina
Chile
Brasil
Ásia
Nepal
Índia
Malásia
Singapura
África
Tanzânia
Quénia
Namíbia
Botswana
África do Sul
Europa
França
Alemanha
Escandinávia
Espanha
Itália
Irlanda
Fonte:THR, com base na documentação comercial(catálogos deTO’s e por’ tais de viagens na internet).

16 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal
4. A NEGOCIAÇÃO
> Grau de negociação
Maior negociação em viagens para destinos distantes e com conteúdo
especializado
NomercadodoTurismo de Natureza, assim como noutras tipologias deTurismo,
o graudenegociaçãovariaconsideravelmentesegundo o mercado emissor, cron-
forme se trate de viagens a destinos próximos ou distantes e segundo o graude
especialização da viagem.
Regra geral, os peritos e especialistas consultados no processode elaboração
desteestudo concordam ao referirffque o graudeintermediação aumenta proporcio-
nalmentecoma distância do destino, com a especialização do conteúdoda viagem
e com a complexidade da logística necessária para realizar a viagem e as actividades
previstas, especialmente se se trata de circuitosou visitas a vários locais de um país
ou região, o que obriga ao aluguer de transporte,alojamentoe outros serviçosem
diferentes locais.
>Key playerse tendências
Crescente importância da internet como canal de informação e compra
tores e tendências mais relevantesque afecfftama comercializaçãoe a inter-
mediação no mercado doTurismo de Naturezasão os seguintes:
>Fortepresençae protagonismo de pequenos operadoresturísticosespe-
cializados,sobretudonosEstados Unidos e Canadá; na Europaobserva-se
uma crescente tendência nesta direcção, ainda que os grandes operadores
turísticos, que tradicionalmente trabalham o mercado doTurismo de sol e
mar,também programem e comercializem viagens deTurismo de
Natureza.
>Crescenteimportânciadainternet como canal de comercialização, pois
adapta-se bem ao perfil socio-demográfico e aos hábitos de consumo da
procura deTurismo de Natureza.
>Em Portugal, 98% das empresas que operam no sectorpromovema sua
oferffta atravésdarede,enquantoque 50% realiza visitas comerciaisouestá
presente em feirasf,43% envia material promocional por correio e apenas
25% realiza contactos por telefoneff.
>Nestemercadoadquiremtambém grandeimportância os clubes ou asso-
ciaçõesde consumidores, praticantes ou aficionados de determinadas acti-
vidades, que frequentemente actuam como organizadoresdeviagens,
ainda queformalmentff ea contratação dos serviçosse faça atravésdeinter-
mediários tradicionais (agências de viagens).

17TURISMO DE NATUREZA
>A contratação directaé uma prática habitual no mercadodas viagens de natu-
rezahardrr, especiald mente entre os praticantesde desportosdeaventura, que
contactamdirectamente com os fornecff edores de serviçosno destino.
5. OPORTUNIDADES
O sectordoTurismo de Naturezaoferffeceamplas e atractivas oportunidades,
especialmenteno mercado de Natureza softff, fundamentalmentt e em consequência
de duas circunstâncias.
> Crescimento do mercado
Como se assinalou anteriormentecombase na informação de merff cado dispo-
nível, as viagens motivadas pelo desejo de fruir, crontemplar e interagircom a
Naturezatêmaumentado na Europaa um ritmo médio anual de cercade 7% nos
últimos anos, e todas as previsões indicam que estataxa de crescimentomanter-se-á
e inclusiveseráincrementadano futuro.
Para tal, contribuirão factores tais como:
>Maior e crescente consciência ambiental entre a população dos países emis-
sores deTurismo.
>Preferffência por áreas envolventesnão massificadas como destino de viagem.
>Crescente preferffência por férias acff tivas em detrimento de férias passivasff .
>Procura de experiências com elevadoconteúdo de autenticidade e de valores
éticos.
>Fortepresençadeofertasdeviagens de Natureza na internet, acessíveis
a uma fatia crescentepopulacional.
>Etc.
Existem,assim, oportunidades porque a procura doTurismo de Naturezacrescee,
previsivelmente, continuará a crescer.
> Erros da concorrência
O rápido crescimentodo Turismo de Naturezaleva a que muitos destinos
cometam o erro de confiar quase exclusivamenteno valor intrínseco da atracção dos
seusrecursos naturais, baseado na sua beleza,singularidade, etc.,paraatrair visitantes,
descurandoa criaçãode condiçõesnecessárias para que, nesses recursos naturais,
o visitante possa viverexperiências inesquecíveis.
Assim, em muitos casos, a experiência de‘Natureza’vivida pelo turistalimita-se
à simples contemplaçãode cenáriosnaturais (rios, montanhas, parquesnacionais…),
o que sem dúvida é para muitos uma boa e gratificanteexperiência, que se consome
rapidamentee de maneirasuperficial, fazendocomque o destino não deixe marcas
profundasnem duradoiras novisitante.

18 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal
Face a esta situação,a oportunidade consisteem aproveitar os recursos natu-
rais disponíveis,ainda que não sejam os mais valiosos do mundo, para desenvolver
experiências realmentegratificantes,que façam do visitante um protagonista activo
e não um mero observador.É necessário conferirffà Natureza uma escala humana,
para que possa ser compreendidae apreciadapela maioria das pessoas, pois nem
todos são conhecedores ou peritos,nem têm um interesse particularmente profundo
por todos os seus aspectos.
6. REQUISITOS DO SECTOR
A identificação dos requisitosque são necessários cumprir paracompetircom êxito no
sector doTurismo de Natureza tem sido o resultado combinado dos seguintes factores:
a)Uma investigação específica debenchmarking, realizada entre peritos e espe-
cialistas dosectordeTurismo de Natureza, tomando como referffências (benchmarks)
os destinos da Irlanda eAstúrias.
b)Asopiniõesdeoperadores turísticos especializados, recolhidasnuminquérito
realizado em 5 países europeus (Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Holanda)
a uma mostra de20 operadoresturísticospor país.
c)Análisede uma ampla mostra da oferfftade Turismo de Natureza comerciali-
d) A opinião pr
Factoresbásicos para competir e factoreschaveparatriunfar no mercado
Em Turismo deNatureza,como em outros sectores turísticos,pode
distinguir-se entre factores básicos,imprescindíveis para estar presenteno mercado,
e factores chavepara ter êxito.
Factores básicos
No Turismode Natureza, os factores básicoscom os quais um destino deve contar
para estar presente no mercado são os seguintes:
>Diversidade de recursos naturais (ecossistemas, flora e fauna, etc.).
>Existênciade espaços naturais protegidos(parques nacionais, reservasnaturais,
etc.).
>Boas acessibilidades.
>Limpeza e conservaçãodas zonas envolventes.
Factores chave de êxito
Os factores chavesãoaqueles que representamum valor acrescentadoaos
factoresbásicos, que reforffçam as vantagens comparativas e sobre os quais se cons-
troemas vantagens competitivas e que permitem ter êxito.
zada atravésdeportais de viagens na internet.
ofissional daTHR.

19TURISMO DE NATUREZA
Legenda: Factor chave,imprescindível Factor importante,mas não imprescindível
Fonte:Avaliação de THR & ILM.
Para competircom êxitocomo destino deTurismo deNatureza, seja na sua
vertentesoftffouhard, não é apenas necessáriodispor de abundantes e atractivos
recursos naturais(facfftorbásico) masestesdevem estar adequadamenteorganizados
e preparados para o seu uso turístico,através de uma regulamentação claraerigo-
rosa para proteger e conservar os espaços naturais,porémcompatívelcomo seu uso
turístico;deveexistir uma ampla e variada ofertade actividades que podem ser
desenvolvidas,rotas e circuitospara percorrer, emprr esasoperadoras especializadas,
guias,etc.
Alguns factores chavede êxitotêmmaior ou menor relevância segundo se
trata deTurismo de Naturezasoftffouhard.
O quadro seguinte contémuma avaliação dos factores chavede êxito para
cada modalidade deTurismo deNatureza.
QUADRO 8 -Factores chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza
Factores
Paisagens naturais únicas e com forffte atractividade
Flora e fauna abundante e diversa
Adequadas infra-estruturas de acolhimento, sinalização e equipamentos bási-
cos(áreas de descanso, centrosde acolhimentoe informaçãoff , etc.)
Ampla e variada oferfftade rotase itinerários(extensão,dificuldade,etc.) adap-
tada a diversas tipologias de turistas / visitant
Boa relação preço/ qualidade
Bom graudetecnologia,know how e experiência na gestão
de actividades especializadas
Bom funcionamento de prestadoresde serviçosde apoio:
aluguer de equipamentos e materiais,transporte,etc.
Eficaz cobertura de seguros
Eficaz funcionamento dos serviçosde resgatee serviços médicos
de urgência
Excelentesguias e monitores, com domínio de idiomas
Alojamentointegrado na envolventenatural
Sistemade certificaçãode espaços naturais
Sistema de certificaçãodas empresas
Natureza
soft
Natureza
hard
es

a capacidadecompetitiva
dePortugal
B

23TURISMO DE NATUREZA
1. OS RECURSOS DISPONÍVEIS
> Abundantes recursos e espaços naturais
A primeira componenteque deve ser considerada para avaliar acapacidade
competitiva de Portugal no sectordoTurismo de Natureza é a quantidade e quali-
dade de seus recursos de base.
Portugal conta com uma importante base de partida, pois 21% do território do
país é formado por árff eas protegidas (Espanha, por exemplo,temapenas 7,8%), entre
as quais figuram parques e reservasnaturaise outras áreas de interesse natural.
A actual legislação portuguesa respeitante aÁreas Protegidasconsagracinco
figuras classificatórias: Parque Nacional, Parque Natural,ReservaNatural,Monumento
Natural e Paisagem Protegida.
No territórioportuguês a única Área Protegidaque beneficia do estatuto de
Parque Nacionalé oParque Nacional da Peneda-Gerês criado em 1971.
EmPortugal existem actualmente trezeParques Naturais:Montesinho, Douro
Internacional,LitoralNorte,Alvão,Serra da Estrela, Tejo ITTnternacional,Serras d'Airee
Candeeiros, São Mamede, Sintra-Cascais,Arrábida, Sudoeste Alentejano e Costa
Vicentina, Vale do Guadiana eRiaFormosa. Os Parques Naturais da SerradaEstrelae
Arrábida foraffm criados em 1976 enquantoo do Litoral Nortedata de 2005.
Estão classificadas comoreservas naturaisasDunas de São Jacinto,a Serrada
Malcata, o Paul de Arzila, as Berlengas, o Paul do Boquilobo, o Estuário doTejo,o
Estuário do Sado, as Lagoas da Sancha e de Santo André e o Sapal de CastroMarime
Vila Real deSanto António.
Actualmente, encontram-se classificadas comopaisagens protegidasa Serra
do Açor, e a Arriba Frr óssil da Costa da Caparica, ambas geridas pelo ICN, bem como o
Corno do Bico, as Lagoas de Bertiandos eSão Pedrode Arcose Albufeirffa do Azibo,
todas com gestão municipal
Osmonumentos naturaisactualmente classificados são: Ourém/ TorrTTes
Novas(integrado no Parque Natural das Serras de Aire eCandeeiros),Carenque,
Pedreira do Avelino,Pedra da Mua e Lagosteiros(osdois últimos integrados no
Parque Natural da Arrábida).
Devemtambém ser consideradas zonas de interesse todas as áreas contíguas
às áreas protegidas.
Para além de todos estes espaços,que têm um estatuto específico,existem
diversasáreasemPortugal continental de características ideais para a prática de
Turismo de Natureza. No que diz respeitoa zonas de montanha deve serconside-
rada de interesse a Serra da Freita (Arouca), a Serra da Lousã e a região da Meseta
Meridional onde se situa o Geoparque que, desde Julho, é o primeiro em Portugal a
serintegrado na rede europeia de Geoparques.
Não nos podemos esquecer dos rios, nomeadamente os cursos de água onde
se praticam actividades de canoagem,raftiffngecanioning, tais como o rio Minho,
Tâmega, Paiva, Mondego, Zêzere eTeixeira.
Asilhas dosAçores e da Madeira, devido às suas características especiais de
naturezageológicae de biodiversidade, constituem um cenário de excelência para o
desenvolvimentodoTurismo da Natureza.

24 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
> Pouco preparados e adequados para o seu aproveitamento turístico
Os parques naturais portugueses são, na sua maioria, do eficitários nas infrff a-estruturas
e serviços. São poucos os parques que dispõem deserviçosde manutenção e de melhora-
mentodevias e rotas e observa-se uma carência de serviçosde apoio ao turista, tais como
material informativff o(mapas,brochuras) ou centrosdeinformação ao visitante.
Um importante facfftorque limita as possibilidades de Portugal para desenvolver
uma oferfftaatractivapara o mercado deTurismo de Naturezaé a inadequaçãoda legisla-
ção que regula a utilização turística dos espaços protegidos,numa perspectiva de preser-
vaçãoe sustentabilidade desse património, que permita um aproveitamento desses
cenários.
Nos espaços naturais protegidos prevaleceuma gestãodeprotecção e conser-
vação ambiental, mas não existe uma gestão turística dos espaços naturais, ainda que
existam suficientesargumentos eexemplos que demonstram que, devidamente regu-
lamentado,a utilização, turística pode contribuir significativamente paragerarrecursos
económicosque asseguram a conservação e a manutenção destes espaços.
2. A CADEIA DE PRODUÇÃO DE VALOR
> Organização deficiente
No sectordoTurismo de Natureza, a cadeia de produção de valor apresenta actual-
menteuma organização deficiente,como consequência de vários factores relacionados:
> Pequena dimensão das empresas que operam no sector
Segundo o "Estudo sobre oSector doTurismo Activoe de Naturezaem Portugal",
realizado pela Associação Anetura em 2005, de um total de 189 empresas, 41%
não têm empregados e outros 41% têm só entre 1 – 3 empregados.
Emconsequência, 44% das empresas regista uma facturação máxima até
25.000 euros,enquantosó5%factura mais de 250.000 euros.
Ainda que a reduzida dimensãoempresarial não seja um factornecessária-
mentenegativopor si só, na prática transforma-seff num obstáculo para a com-
petitividade das empresas turísticas, pois representa uma dificuldade, por
exemplo, para a implementação de sistemas mais eficazes de produção, de
inovaçãoe de melhoria de qualidade; para o acessoa tecnologiaavançada,a
informaçãoff de mercado de qualidade a recursos humanos capacitados, afór-
mulas de comercializaçãoeficazes, debilitando o poder de negociação frenteà
procura e/ou intermediários,fornecedores, etc.Todos estes factores repercu-
tem-se negativamente na competitividade de cada uma das empresas e, final-
mente, do destino no seu conjunto.
> Insuficiente acumulação de experiência, tecnologia eknow how
Praticamente todas as empresas forffam criadas depois de 1993 (das 5 que existiam
nesse ano, só 2 subsistem) e a grande maioria (73%) tem menos de 10 anos de exis-
tência, períodode tempo insuficiente para acumular experiência, tecnologiaeknow
howem grausuficiente, especialmente paracompetir no mercado internacional.

25TURISMO DE NATUREZA
Estacircunstância deve-se ao recenteaparecimento destesector,rrpelo menos em
países como Portugal e Espanha. Um estudo realizado pela Secretaria deTurismo
deEspanha (2004) revelaque,naquele país, mais de 65% das empresas que
operam neste sectortêm menos de 10 anos.
> Falta de regulamentação e/ou controle
Outroimportante facfftorque afecfftaa competitividade do sectordoTurismo de
Naturezaé a ausência, falta de aplicação ou inadequação de regulamentaçãodas
licençaspara operar no sector, orrque dá origem a uma certa confusão e dificultaa
implementação de standards de qualidade na estruturação e prestação de serviços.
Aesterespeito, éilustrativo o comentário que figura no "Estudo sobre o Sector do
Turismo Activoe de Natureza em Portugal":
“É no mínimo estranho crr omo em PorPPtugaldiversasvv entidades podem desenvolverde
forma legal as mesmas actividades,ssmas utilizando definiçi ões diferçç entesrr”.
“Assim sendopoderemos encrr ontrccarrra fazer cffanoagem no mesmo rio uma emprcc esa derr
animaçãoççturística,coutrarrde TurisTTmo de Natureza, um operrr ador marítimo turísticrr o,
uma casa de turismo rurcc alrr,llum cafccéffque tem no seu pacto social a rearrlizaçãoççde activi-
dades de animação ou mesmo uma associação desportivavvsem fins lucratrrivos
cobrando preçrrosçpararrnão sócios, pssara nrrão falar de deff paretamentos de autarquias querr
promorrvemactividades desportivasvv, rssecrrreativrras e culturvv aisrr.”
Na actual legislação,a licença de empresadeTurismo de Natureza só é dada às
empresascuja actividade se realiza dentro dos limites de uma área protegida.
Existeumgrande número de empresas (mais de 600, segundo o citado estudo)
que actua à margem de qualquer regulamentação,o que representaum problema
grave,não só desde a perspectiva da protecção dos direitosdo consumidor como
também porque representauma concorrênciadesleal para as empresas que cum-
premcoma regulamentação vigente,apesar das deficiências desta.
> Limitações para a estruturação de produtos ou experiências integrais
Por outro lado, e também como consequência da regulamentação vigente,as
empresasque operam no sectordoTurismo de Natureza (chamado "turismo
activo"em Portugal) vêemlimitadas as suas possibilidades para estruturar e
comercializarpacotes integrados,incluindo serviçoscomo o alojamento.
Afalta decooperação entre os diversos operadorese prestadoresdeserviços
(agências receptivas,alojamento, restauração,etc.)é um obstáculo para a arti-
culação e comercializaçãodeoferfftasintegradas.
> Déficit de recursos humanos especializados
Aprópria juventude e reduzida dimensão das empresas que operam no sector
temimpedido o acumular de um volume suficiente de recursos humanos
especializados.
Ocitado estudo da associação Anetura estima que o sectorconta hoje com
cercade 500 pessoas que trabalham permanentemente, comvínculo laboral,
e 3.000 fazem-no de formffa ocasional, nos períodos de maior actividade.A falta
deum vínculo laboral permanente impede ou dificulta em grandemedida a
especialização dos recursos humanos.

26 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
3. A COMPOSIÇÃO DA PROCURA
> Escassa presença de procura internacional
> Só 4% da procura actual é estrangeira
Aprocura deTurismo de Natureza ou turismo activoem Portugalestima-se em
cerca de 500.000 pessoas, segundo o Estudo de Anetura, dos quais 96% são
oriundos do próprio país.
Dos 4% de clientes estrangeiros,a maioria corresponde a visitantes que viaja-
ram para Portugal por outros motivos e que, uma vez no país, foraffm atraídos
para a práticade alguma modalidade deTurismo de Natureza.
Esta situação reflecte claramente dois aspectosrelevantes:por um lado, ofraco
posicionamentode Portugalcomo destino para viagens deTurismo de
Naturezano mercado internacional (como motivo principal) e, por outro,a
importânciado conceito de "procura secundária",istoé, aqueles visitantes que,
uma vez no país, possam constituirumpúblico-alvoaoqual dirigir a comuni-
cação e a comercializaçãodaoferfftade Turismo de Natureza.
> Existe uma percepção positiva de Portugal como destino para
Turismo de Natureza
Noentanto,um inquérito realizado aos consumidorescomexperiência de viagens
ao estrangeiro nos seis principais mercados emissoresdaEuropa,coloca Portugal
como um destino bastante adequado para viagens deTurismo deNatureza.Em
todo o caso, convém analizar com precaução estes dados pois tal opinião pode
serdeterminada mais pelo desconhecimentodo país do quepelo seu conheci-
mento, independentementedaexperiência de viajar dos inquiridos.
QUADRO 9:Percepção de Portugal como destino adequado para Turismo de
Natureza.
4. A PERCEPÇÃO INTERNA
> Falta de promoção e legislação inadequadaNa perspectivados operadoresportuguesesde actividades deTurismo de
Natureza(turismo activo),os maiores obstáculos ou impedimentospara o desenvol-
vimentodosector são os seguintes:
País
emissor
Itália
Espanha
França
Holanda
Alemanha
ReinoUnido
Sim, muito
adequado
+ Sim, o suficiente
91,1%
83,4%
74,6%
59,5%
55,5%
26,4%
Sim, muito
adequado
36,9%
26,3%
16,1%
23,1%
5,5%
Sim,
o suficiente
47,2%
36,9%
48,3%
43,4%
32,4%
20,9%
Um pouco
8,3%
14,0%
20,7%
29,1%
34,8%
45,7%
Não
é adequado
0,7%
2,7%
4,7%
11,4%
9,7%
28%
Fonte:Inquéritoaos consumidores nos principais mercados europeus,Janeiro2006.

27TURISMO DE NATUREZA
QUADRO 10:Principais obstáculos / impedimentos para o desenvolvimento do
Turismo de Natureza/ activo em Portugal
A necessidade de mais e melhor promoção, habitualmente entendidacomo a
que deve realizar a administração pública, é uma reivindicaçãopermanente de todos os
sectores turísticos e em praticamente todos os destinos do mundo. Independentemente
da maior ou menor justificação desta reivindicação,traduz uma falta dereconhecimento
das deficiências e carências da oferfftade produtose serviços, que é uma responsabili-
dade praticamente exclusiva dos operadores privados.É de conhecimentogeral,espe-
cialmenteemturismo, que a melhor promoção é o produto/ serviçoser de qualidade,
pois os principais factores de decisão para a escolha de um destino são a experiência
própria e a recomendação de amigos/conhecidos/familiares, cuja orientação está direc-
tamente relacionada com o graudesatisfaçãoobtido na experiência de viagem.
Afalta de uma legislação adequada é também, na opinião das empresas
operadoras portuguesas, um dos grandes obstáculosou impedimentos para
o desenvolvimentocompetitivodo sector, pois existrr e uma grande confusão em termos
de definição de conceitos,de tipologias de empresas, de procedimentosparaa conces-
são e licenças,etc. Um obstáculo especialmente importante, na opinião dosoperadores,
é a impossibilidade de vender alojamento para estruturar e comercializarpacotes.
Na opiniãodos operadores, é preciso introduzir as seguintes modificações na
legislaçãoactual:
QUADRO 11:Modificações na legislação de Animação Turística
QUADRO 12:Modificações na legislação de Turismo de Natureza
Obstáculo / impedimento
Falta de promoção
Impossibilidade de vendade alojamento
Legislação inadequada
Falta de apoio financeiroadequado
% respostas
82%
79%
60%
53%
Fonte:Estudo sobre o Sector do Turismo Activoe de Natureza em Portugal,Anetura, 2005
Obstáculo / impedimento
Autorização de venda de alojamento
Reconhecimentodeexclusividade nas actividades realizadas
Uniformidadeff / homogeneidade na definição de actividades
Maior fiscalização e penalização de infracções
Condiçõesdos seguros
82%
78%
68%
56%
52%
Obstáculo / impedimento
Uniforffmidadeda legislação para todo o território
Licenças únicas de âmbito nacional
Anulação do pagamento de taxas
Formação nas Áreas Protegidas (AP)
Maior fiscalização e penalização de infracções
77%
68%
66%
53%
51%
Fonte:Estudo sobre o Sector doTurismo Activoe de Natureza em Portugal,Anetura, 2005.
Fonte:Estudo sobre o Sector doTurismo Activoe de Natureza em Portugal,Anetura, 2005.
% respostas
% respostas

o modelo de negócio
C

31TURISMO DE NATUREZA
QUADRO 13:Indicadores básicos dos principais segmentos no mercado de Turismo
de Natureza
Naturezasoftff Naturezahard
Toda a informação disponívff el indica que o mercado de natureza softffé odemaior
volume e o que apresenta maiores perspectivas de crescimento. Por outro lado, a avaliação
da capacidade competitiva de Portugal indica que é neste mercado que existem melhores
oportunidadespara desenvolveruma oferfftaatractiva,pois o país conta comos recursos e
atractivos de base adequados, apesar de ser necessário realizar importantes esforffços para
melhorar as condiçõespara um desenvolvimentomaior e mais competitivo.
O modelo de negócio que a seguir se desenvolvereferffe-se sobretudo ao mer-
cado doTurismo deNatureza softff.
1.TARGETING
> Segmentos
Os segmentos prioritários para Portugal devem ser os consumidores de
Turismo de Naturezasoft, na suas modalidades básicas.
Os consumidoresde naturezasoftff, desde os que prt ocuram ambientes naturais
para relaxar até aos que manifestam um elevado gff raudeinteresse pela natureza, consti-
tuem os segmentoscommaior volume e com maiores taxas de crescimentofuturas.
Simultaneamente,e apesar de também apresentaremos maiores índices de
sazonalidade, são os segmentoscujos consumidoresnão necessitam tanto da oferffta
deprodutose serviçoscomplexos.
Numa perspectiva de curto– médio prazo, Portugal deve concentraros esforffços
na criação e melhoria das condiçõesgerais (acessibilidade, informaçãoff …) e específicas
(actividades, experiências) para este tipo de consumidores, tanto para a procura interna
como para a procura estrangeira quevisita Portugal por outras motivações.
A longo prazo, Portugaldeveavançarna estruturação de uma ofertamais
especializadapara os segmentoscommotivaçõesmais específicas, poissão osque
contribuem em grande medida para a criação de imagem e posicionamento interna-
cional como destino deTurismo deNatureza.
Motivação principal
Descansar e relaxar na natureza
Interesse básico /
ocasional na natureza
Interesse avançado /
frequente na natureza
Interesse profundo /
habitual na natureza
Desportos de aventura na natureza
Requisitos
de oferta
especializada
Baixo
Médio / baixo
Médio / alto
Alto
Alto
Alto
Médio/alto
Médio
Médio/baixo
Baixo
Potencial
de crescimento
40%
30%
15%
10%
5%
Alto
Alto
Médio / alto
Médio
Baixo
Volume (*)
(*) Percentagem sobre ototal da procura.
Fonte:Estimativa deTHR com base na informação disponívff el.

32 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
40%
30%
15%
10%
5%
Perfil básico
Pessoas para as quais o descanso é a principal motiva-
ção das suas fériffaseescolhemum ambientedenatu-
reza como sendo o mais adequado.
Pessoas com um interesse básico ou apenas ocasional
na natureza. Claramente,não é a motivação principal
da viagem, mas pode converter-se num factorde
atracçãocomplementar que causa valor acrescido à
experiência da viagem.
Pessoas com grande interesse pela natureza e para as
quaisé uma motivação importante da sua viagem.
A naturezadevecomplementar-secomoutrosatrac-
tivosdo destino (cultural, monumental…) e deve
poder desfrutar-se em boas condiçõesdeconfortoe
segurança.
Nesta categoria encontram-se os ecoturistas que se
encontramna sua primeira fasffe,ou turistas com ele-
vada consciência ambiental e ecológica.
Pessoas para as quais a naturezaconverte-se no
motivoe principal focffo de interesse da sua viagem,
seja por motivos de aprendizagem, de prazerestético,
de investigação,compromissoético, etc.
Nesta categoria incluem-se tanto os ecoturistas numa
fase mais avançada, com uma profunda preocupação
pelo equilíbrio ambiental e pelos impactosdaactivi-
dade turística sobre os espaços e comunidades
receptoras, como os amantes ou estudiosos de deter-
minadas manifestaçffõesnaturais.
Pessoas para as quais o motivo principal da sua
viagem é a prática dos seus desportospreferidosff , que
encontramna natureza o quadro mais adequado.
Istoé,o interesse principal reside não na natureza em
si mesma mas como facilitadora das condições ou do
cenário quepermitea prática das actividadesdespor-
tivas.
Descansar e relaxar
na natureza
Interessebásico/
ocasional na natureza
Interesse elevado /
frequente na natureza
Interesseprofundo/
habitual na natureza
Desportos de aventura
na natureza
Motivação principal
% do
mercado
Naturezasoftff Naturezahard
QUADRO 14:Perfil dos consumidores dos principais segmentos

33TURISMO DE NATUREZA
> Mercados geográficos
A importância do mercado interno e dos actuais visitantes estrangeiros
como procura secundária
Actualmente, os consumidoresouos praticantes deTurismo de Naturezaem
Portugal,são provenientesna sua maioria do próprio mercadointerno e os poucos
consumidoresestrangeirossão visitantes que viajaram para Portugal por outros
motivos.
Esta é uma realidade que, a curtoprazo, é difícil de modificar, sendo que é umar
característica comum a outros países receptoresde turismo, entre os quais Espanha,
onde também a grande maioriados consumidoresde Turismo de Natureza são do
próprio país.
Em consequência, tanto omercado interno como a procura estrangeira no
destino devem ser públicos-alvoprioritários para a promoção e comercializaçãoda
oferffta deTurismo deNatureza.
Priorização de mercados a médio / longo prazo
Numa perspectiva de médio/longo prazo, ecom o objectivode aumentar o
volume de procura estrangeira, Portugal deverá concentraros esforfços naqueles
países/mercadosque apresentam a melhor combinação de volume de procura de
Turismo de Naturezae atractivoestratégico para Portugal.
Assim, estabeleceu-se uma priorização de mercados geográficostendo em
consideraçãoos seguintes critérios:
a)Volume total de viagens de férias ao estrangeirff o em cada mercado emissor.
b)Proporçãode viagens deTurismo de Naturezasobreo total de viagensao
estrangeiro em cada mercado emissor.
c)Peso actual de cada mercado emissor no total da procura recebida por
Portugal.
d)O interesse estratégicode cada mercadoemissor paraPortugal,medido em
termosda sua contribuição para a melhoria da competitividade (grau de
exigência e sofisticação dos consumidores)e a um maior equilíbrio na pro-
cedência da procura.
Para cada mercado emissor, ersses critérios foraffm avaliados numa escala de 1
(valor mais baixo) a 5 (valor mais alto) e cada valor obtido foi ponderff ado por outro
valor atribuído à importância de cada critério de uma perspectiva estratégicaparao
desenvolvimentodosector doTurismo de Natureza em Portugal,tambémnuma
escala de 1 (valor mais baixo) a 5 (valor mais alto).
De acordocomestemétodo, os resultados obtidos, que se ilustram no quadro
seguinte, indicamas seguintes prioridades:
Prioridade 1: Alemanha, Holanda e Escandinávia
Prioridade 2: Reino Unido eFrança
Prioridade 3: Itália, Espanha e EUA

34 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
2.CLIENTING
O componenteClientingdoModelo de Negócio corresponde a todas aquelas
acções destinadas a atrair e fidelizar o cliente-alvoseleccionado.
A eficácia das acções de comercializaçãoe promoção, é de vital importância
num mercado cada vez mais segmentado e no qualintervém um número crescente
de concorrentes.
> Publicidadeoffeonline
>Ascampanhas publicitárias devem ser estrategicamenteorientadaspara os
mercadose segmentosque se querem atrair. É essencial conheceros meios
que utilizam os segmentosalvoparase inforffmarem sobre as viagens de
natureza.
>A utilização da ferramentaff interneté amplamente difundida entre o segmento
de jovens,porém os adultos já começam a utilizá-la. Este segmento inforffma-se
principalmenteatravés de revistas especializadas, diários e televisão.
>A informação que se quer trff ansmitir deve conter componentesemocionais
relacionados com paisagens naturais e fériffas dedescanso.
>Fam trips
>Viagens de familiarização e reconhecimentopara jornalistas, operadores e
agentes, editorese autoresde guias de turismo.
>Os objectivossão: incentivar a publicaçãode artigos em revistas especializa-
das,enriquecera intermediação do Turismo de Naturezasoftffportuguês nos
mercadosemissorese intervir na informação publicada nos guias de turismoff .
>Estas viagens devem ter um forffte componenteeducacional e devem ser pro-
gramadas muito cuidadosamente,tendo em consideração aspectostais
como os períodos adequados para visualizar a fauna, a flora, e outros facto-
resdiferenciais que oferffece oTurismo deNatureza de Portugalem relação a
outrosdestinos.
Critérios de priorização
Volume totaldeviagens
aoestrangeiro(*)
% viagens Natureza / total viagens
Peso na procura actual de Portugal
Interesse estratégicopara Portugal
(*) No caso dos Estados Unidos trata-se de viagens à Europa.
6
10
4
16
9
15
6
20
\6
15
8
20
9
10
4
16
9
15
6
16
6
10
10
12
12
10
8
16
15
15
6
16
3
5
2
4
Factor
de ponderação
Resultados ponderados
AL RU ES FR IT ESC HO EUA
Total 52 46 38 46 39 49 50 36
QUADRO 15:Priorização de mercados geográficos

35TURISMO DE NATUREZA
>Asviagens devem ser sempre acompanhadas por um perito na promoção do
sector de natureza da região;osgrupos não devem ser superiores a 10
pessoas.
> Secção natureza do portal de turismo
>Melhorar asecção deTurismo de Natureza no portal de turismo de Portugal.
Algumas das medidaspropostas:
>Ofeffrecer informação cff ompleta, detalhada everdadeirasobrea oferffta de
naturezasoftffemPortugal.
>Combinar a informação de serff viçosturísticoscominformação sobre o des-
tino,incluindo atracções turísticas, distâncias a sítios de interesse (em Km e
emmilhas) e tempo,facilidades de transporte,possibilidades de entreteni-
mento, etc.
>Informffar sobre as condiçõesclimáticas do destino, melhores períodos para a
realização de actividades de interesseespecial (observação da fauna ou flora,
etc.).
>Estabelecer, no quadrrr o de esforffços conjuntos, portais do destino que permi-
tam uma navegação centralizada pelo usuário. É crucial que as diferfentes
regiões de turismo de Portugal reúnam esforffços de modo a adoptar estraté-
gias uniformes na cff onstrução de seus portais.
>Ofeffrecer inforffmação bilingue nosidiomas dos principais mercados emisso-
respara Portugal – incluindo o holandês, já que o segmentodereformados
nestemercadoé muito importante enão falam necessariamenteinglês.
>Combinar a presença da internet com uma linha decall center.rr
3. SISTEMA DE VALOR
> Mais valor por menos esforços
Para que um destino seja competitivodeveoptimizar o equilíbrio entre o que
lhe pede o turista e o que lhe é oferffecido. Noutras palavras,um destino é competitivo
quando mais valor proporcionaraoclientee menos esforffços lhe forffem pedidos.
A fórffmula Valor por Esforffço é uma ferraffmenta útil para determinar todos os
elementosque formffam o sistema de valor:
>Valoré oque recebe o cliente na sua viagem; resulta da soma das experiên-
cias,emoçõese qualidade dos serviços.
>Esforçoé oque se“pede”aoclientee éo resultado da soma de incomodida-
des,insegurança e o preçopago.
O resultado combinado eponderado de ambos os componentes(valor e
esforffço)constitui o valor que se oferffece ao mercado.

36 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
Fórmula Valor por Esforço
Fonte:THR
> Componentes que trazem valor
Experiências:Constituem o núcleo do valor e compõem-se de variedade, sin-
gularidade,qualidade,sofisticação e simbologia das propostas que são oferffecidasao
consumidor /turista.
Conceptualmente existem4 tipologias de experiências, definidas em função
do seu conteúdoe do papel que desempenhao cliente no seu desenvolvimento.
Tipos de experiências
Valor Experiências Pirâmideemocional Processos de serviços
EsforçoIncomodidades Insegurança Preço
=
-
-
+
+
Entretenimento
Actividades de lazer nas quais os
turistas se envolvematravés dos
seus cinco sentidos.
"Edutenimento"
Os clientes querem envolver-se
activamente, querem descobrir e
aprender algo, entretendo-se.
Experiências estéticas
Os clientes envolvem-se no
ambiente ou no evento de forma
passiva.
Experiências de escape
Os turistas querem realmente ser
parte integrante da actividade ou
experiência.
CLIENTE ABSORTO (mente)
CLIENTE IMERSO (corpo)
CLIENTE PASSIVO
CLIENTE ACTIVO

37TURISMO DE NATUREZA
Pirâmide emocional:Boa partedo valor que se oferffece aos consumidores, e
que formffa parteda experiência, reside na satisfação das suas necessidades emocio-
nais.Porisso,o valor recebido podeserimplementado mediante uma adequada
gestão das emoções.
Processos de serviço:Osprocessosde serviçoconstituem a 3ªcomponente
do valor e referffem-se à eficiência e a qualidade comque são produzidos e prestados.
No processode produção e prestação dos serviçosintervêmelementosfísicos, tec-
nológicos e humanos.
> Componentes que representam esforços
Incomodidades:Asincomodidades estão relacionadas com a inexistência ou
insuficiência de infra-estruturasde acesso,deficiências nos serviçospúblicos, horários
não adequados,cenografia urbana ou natural degradados,ruídos,limpeza e higiene defi-
ciente, etc.
Insegurança:Situaçõesdetipo psicológico,físicoe/ou comercialque,em
muitas ocasiões, os visitantes sofrem. A confusão no tráfegoffautomóvel,a falta dumff
sistemaclaroe eficaz de sinalização, a ausência de postos de turismo, a poluição
estética, a ausência de tarifas de preçosclaros, orisco inerenteperantea falta de
garantias de qualidade, etc.,são alguns exemplos.
Preço:O esforffço não consistetanto no custo em si mesmo como no eventual
desequilíbrio entre o preçopago e a qualidade do serviçorecebido (value for money)yy
e nas eventuais dificuldades para efecfftuaro pagamento:meios de pagamento não
aceites ou outras contingências.Aindaque sejam cada vez menos frequentes,situa-
ções deste tipo persistem em alguns destinos turísticos.
Segurança
O cliente deve ter a sensação deestar tudo sob controle e sentir-se seguro
Variedade
O turista gosta de ter ao seu alcance uma ampla variedade de opções
entre as que elege
Singularidade
Um serviço personalizado ao cliente, que o faça sentir que recebe
um tratamento especial
Aceitação
O cliente deve sentir-se bemvindo e parte integrante
do destino visitado
Crescimento
O cliente deseja que a sua viagemlhe permitaaprender,
desenvolver-se e melhorar como pessoa
Contribuição
O cliente deseja sentir que a sua viagem contribui
com algo útil para o destino visitado
Fonte:Adaptação da pirâmide de Maslow.

38 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
> Cada sector turístico requer uma relação específica de Valor x Esforço
Embora existam elementos e standardscomuns,o Sistema deValor apresenta
algumas diferffenças e variações,commaior ou menor profundidade,em função das
características de cada sectorturístico. Isso acontece porque cada sectorturístico
temconsumidorescomnecessidades e motivações específicas e, portanto,o valor
oferffecido é também o resultado de uma combinação específica de recursos, tecno-
logia,actividades, etc.;por outro lado, determinados esforffços são melhor aceitesou
assumidos pelos consumidoresde alguns sectores.
Assim, por exemplo,os consumidoresde um sectorcomo oTurismo de
Natureza podem aceitar umacargamaior de incomodidades no transporte ou no
alojamentodoque os consumidoresde sectores como Vinho & Gastronomiaou
Saúde e Bem-estar.Os consumidoresdo sectordeReuniões estão menos dispostos
a aceitar deficiências nos procedimentosdos serviçosdo que os consumidoresde
Sol& Mar tradicional.
Portanto,cada sectordeveconfigurar um Sistema deValor adaptado ao perfil,
necessidadese motivações dos seus consumidores, pelo menos dos segmentosprio-
ritários.
> O Sistema de Valor para o sector de Turismo de Natureza em Portugal
deve centrar-se na diversidade e singularidade de experiências com
alto conteúdo recreativo, de aprendizagem lúdica e estética
Segundo a opção estratégica de Portugal de centralizar, a curr to/médio prazo,
os esforffços na estruturação deprodutospara o mercado deTurismo de Naturezasoftff,t
as experiências deverão ter um alto conteúdo de entretenimento,aprendizageme
de prazerestético, conteúdo que é perfeitamente compatívelcomo tipo de activida-
des que maisfrequentemente realizam os consumidores/praticantes deTurismo de
Naturezanas suas modalidadesmenos especializadas.

39TURISMO DE NATUREZA
QUADRO 16:Actividades mais frequentes dos consumidores/praticantes de
Turismo de Natureza
Motivação principal Actividades mais frequentes
Descansar e relaxar na natureza
- Rotas de automóvel
- Passeios suaves
- Fotografia
Interesse básico / ocasional na
natureza
-Passeios e excursões a pé, bicicleta,cavalo,barco,etc.
- Visitas a parques e reservasnaturais
Interesseelevado / frequentena
natureza
- Observação da natureza
-Visitas guiadas a parques e reservasnaturais
-Passeios e excursões a pé, bicicleta,cavalo,barco
- Percursos pedestres de dificuldade média
- Cicloturismo
Interesse profundo / habitual na
natureza
- Observação e interpretação da natureza
- Educação/aprendizagem do meio ambiente
-Percursos pedestres de dificuldade média /alta
- Naturalismo
-Actividades de interesse específico: observação de
flora e fauna, vulcanismo, espeleologia, etc.
Desportos de aventura na
natureza
Desportos de terra, água e arcomo:
-Percursos pedestres /Trekking
- Alpinismo / escalada
- Bicicleta de montanha
-Espeleologia
- Cicloturismo
- Canoagem /Kayakyy
-Mergulho
-Surf/Windsurf
-Asa delta
-Parapente
- Paraquedismo
Fonte:THR com baseem diversas fontffes.

40 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
4. PRODUÇÃO DE VALOR
> Um processo complexo
No turismo em geral,e em cada um dos sectores turísticos em particular,ra
produçãode valor requer o desenvolvimentodeumamplo e complexosistema de
recursos e atractivosturísticos, de infra-estruturas e equipamentos,de serviçose de
actividadesque exige a intervenção de numerosos actores,tanto do sectorprivado
como do sectorpúblico.
> A imprescindível cooperação entre os actores intervenientes
A capacidade do sistema turístico de Portugal em geral,e de cada um dos sec-
tores em particular,rpara oferffecer ao mercado uma óptima e competitiva relação de
Valor x Esforffço requer a imprescindívele necessária cooperação entre todos os acto-
resintervenientes.
Não se trata só de uma cooperaçãobilateral entre sectorpúblicoe sectorpri-
vado,mas também internamentenopróprio sectorprivado,assim como entre os
diversosactores da administração pública, tanto de âmbito nacional como regional
e local.
Marco para a cooperação entre o sector público e o sector privado, e interna-
mente em cada um, no processo de produção de valor
Sector público Sector privado
Administração Central
Administração Regional
Administração Local
Políticase acções globais
-Planeamento
- Legislação
- Infra-estruturas
- Equipamentos
- Formação
- Marketing global
-Etc.
Políticas eacções específiíícas
- Desenvolvimento de produto
- Melhoria da qualidade
- Atracção de investidores
- Formação específiííca
- Marketing segmentado
- Etc.
Hotéis
Restaurantes
Transportes
Intermediários
Operadores
Fornecedores
Comércio
Etc.

41TURISMO DE NATUREZA
> 4 fases na cadeia de produção de valor
Na perspectiva do consumidor,ros componentesou elos da cadeia de produção
devalorturístico podem-se agrupar, crronceptualmente,em 4 fases:
- Preparação
- Chegar
- Estar
- Viver
A fase dePreparaçãoé oprimeiroelo da cadeia de produção e engloba todas aque-
las actividades,procedimentose agentesque intervêmnoprocessode procura de infor-ff
mação prévia, de reservae de compra da viagem por partedo cliente.Alguns dos facfftores
que intervêm são: postos de turismo, portais de viagens na internet, agências de viagens,
operadores turísticos generalistas ou especializados, centrais dereserva,material promo-
cional,clubes e associações de consumidores, etc. Aindaque a maior partedos serviços
relacionados com esta função corresponda ao sectorprivado,a administração pública
está presentedeuma formffa notávelatravés da promoção e da comunicação que o des-
tino realiza nos mercados de origem,por meio de diversos instrumentos: campanhas
publicitárias,divulgação de material promocional,presençaem feirasff,etc.
Chegaraolugar de destino da viagem requer a utilização de meios e infra-estruturas
de transportee de serviçosrelacionados (companhias aéreas,aeroportos, autoestradas,
caminhos-de-ferrffo,portos,sistemadesinalização, etc.), alguns dos quais são geridos
directamente pela administração pública eoutros competemao sectorprivado.
Estarcomportaa utilizaçãode serviçostão diversos como alojamento,restaurantes,
serviços de informação turística, de segurançff a, de telecomunicações, de transporte local,
comerciais, etc.Também aqui a responsabilidade é dividida entre o sectorpúblicoe o
sector privado.
Viverconstitui o núcleo do valor oferffecido ao turista erelaciona-se com a qualidade,
variedade, singularidade das experiências que pode viver e desfrutar. Depende em
grande medida da capacidade do sectorprivado para articular uma oferfftaatractiva e
diversificada,mas a responsabilidade da administração pública é também elevada na
criação das condiçõesgerais,no regulamentodas actividades e das empresas operado-
ras,etc.Porexemplo,a gestão de museus, o regulamentodehorários comerciais, a lim-
peza ecuidado da cenografia urbana, etc.,é em boa parteresponsabilidade da
administração.
> No Turismo de Natureza, a produção de valor deve concentrar-se,
Em consonância com o delineado de que, no Sistema deValor para o sectorde
Turismo de Natureza, os esforços devem concentrar-sena estruturaçãode uma
ampla e variada oferfftade experiências (que é o principal componenteda função
Viver) do ponto de vista da produção do valor o ênfase deve ser posto na criação e
preferencialmente, na função Viver.

42 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
facilitação das condiçõesnecessáriasparaque tal oferfftade experiências se torne
realidade.Não quer dizer,rque as várias funções ou fases doprocessodeprodução
de valornão tenham importância, mas tudo o que está relacionado com a função
“Viver” adquireuma relevância comparativamente superior.
TURISMO DE NATUREZA:Peso relativo de cada fase do processo de produção de
valor
nte:THR com base na informação de merff cado disponível
> Experiências
Um sistema integral de experiências para garantir um grande valor aos clientes
Ainda que as experiências constituam o factorque mais influi no conteúdo e
na percepção de valor, a maioria dos destinos de naturr eza (isto é, as empresas opera-
doras) não dedicagrandes esforffços à estruturação de uma oferfftade experiências
ampla e diversa nem a gerir adequadamente oseu conteúdo.
Pelo contrário,e sobretudono Turismo de Naturezasoftff, numa gt rande parteda
oferfftaactual omaior componentedevalor oferffecidoreside,frequentemente, no
cenário em si mesmo (parque natural, paisagem, rio, montanha…), confiando que a
beleza e singularidade da atração natural seja suficientepara neutralizar as incomo-
didades ou inseguranças que possam afecfftaro desenvolvimentodaviagem.
Para oferecer ao mercado um valor de maior conteúdo e mais atractivo,
Portugal deverá desenvolverumsistemaintegral,variado e equilibrado de experiên-
cias na natureza, para satisfazer uma ampla gama de necessidades e de motivações.
Experiências estéticas
>Desenvolvimentodeinfra-estruturas e serviçosque permitam ao turista con-
templar a natureza duma perspectiva diferffente.Exemplos:teleféricffos,funicu-
lares, passeios em balão, etc.
>Delinear rotas onde o turista possa observar formas trff adicionais detrabalho.
Exemplos:visitas aos campos de cultivo,aos ateliers de móveis rústicos,a zonas
de pastoreio, etc.
>Desenvolveritinerários que passem por sítios de alto valor paisagístico, cultural
e histórico. Exemplo: itinerários que passem por aldeias pitorescas, portospes-
queiros, aldeias históricas,sítios arqueológicos,castelos, etc.
>Programar espectáculos que recriem tradiçõese histórias do país. Exemplo:
batalhas navais,históriasde amor, frormas de cultivff o,etc.
10%
Preparação
50%
Viver
25%
Estar
15% Chegar

43TURISMO DE NATUREZA
>Organizarvisitas a eventosrelacionados com a natureza. Exemplo: competi-
ções desportivas,exposiçõesdeplantas aromáticas típicas, feirffas de agricul-
tura, feiras de gff astronomia, etc.
>Desenvolveractividadestemáticas.Exemplo:toursnocturnos para a observa-
ção da fauna, etc.
>Organizareventose espectáculos em espaços naturais, que incluam elementos
históricos ou culturais típicos do destino. Exemplo: espectáculos nocturnos de
luzese de música portuguesa, concertosemredor de vulcões,etc.
Experiências de "Edutenimento"
>Delinear cursos educacionais sobre temas relacionados com a natureza.
Exemplo:cursos de protecção do ambiente,cursos de protecção da natureza,
etc.
>Organizarencontroscomprofissionais do ambiente.Exemplo:encontros com
estudiosos, professorffes universitários, documentalistas, etc.
>Delinear circuitosque incluam visitas a centrosdedicados à conservaçãodo
ambiente. Exemplo: institutos dedesenvolvimentodeecoprodutos,centrosde
protecção, institutos de investigação ambiental, etc.
>Criar actividades onde o turista possa participar e aprender com a comunidade.
Exemplo:trabalhos têxteis,azulejoe,etc.
>Delinear circuitostemáticos-educacionais: zonas vinícolas,zonas de pastorícia,
vias romanas,etc.
> Pirâmide emocional
Especial atenção às emoções relacionadas com contribuição, variedade e
segurança
rtugal deveriaconcentrarmaioritariamente asua atençãoem satisfazeras
necessidadesdos clientes relacionadas com:
>Contribuição
>Segurança
>Variedade
Os consumidoresdeTurismo de Naturezasoftprocuram na sua maioria, mais
que os consumidoresde outrossectores turísticos,sentir que estão acontribuirposi-
tivamente para o desenvolvimentoturísticodo destino que visitam, seja ajudando a
atribuir valor e a preservarasatracções naturais, seja gerando recursos económicos
atravésdoseu gasto para as economias dos espaços rurais.
No que diz respeitoàsegurança, outros destinos de naturezasoftffcentram os
seus esforffços na regulamentaçãode empresas e de actividades praticadas no perí-
metrodosespaços naturais protegidos.Destinos como Austrália e EUA são bons

44 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
exemplosde controle e gestão eficiente que exercem sobre as empresas vinculadas
ao sectore das suas respectivasactividades.
Nestesentido,Portugal deveria regular e ordenar,demodo eficiente,as activi-
dades e serviçosrealizados pelas empresas de animação turísticas no sectordevia-
gens de naturezasoftff. Como foi obserff vado no capítulo "CapacidadeCompetitiva de
Portugal" Portugal tem um grande handicap em matéria deregulamentação,levando
a que muitas empresas que oferecem actividades de naturezasofttrabalhem de
formailegal, gerando assim uma grande insegurança ao turista.
Para melhorara sensação de segurança do turista, Portugal deveria
(entreoutros):
>Regular todas as empresas que realizemactividadesde naturezasoftffno
âmbitodos espaços naturais portugueses;atravésdeincentivose/ou pena-
lizaçõesàs empresas que actuem de formffa irregular.
>Identificar as principais actividades realizadas pelas empresas de natureza e
criar um manual de conduta para a sua realização.
>Reveros critérios e processosde licenciamentodeactividade para as empre-
sas vinculadas ao sectordenaturezasoftff
>Desenvolverum sistema de fiscalização eficiente,onde as empresas que não
cumpram com as normas rigorosamentesejam penalizadas e no caso de
reincidência, retirar as suas licenças de actividade.
Enquantoexistir necessidades doturista relacionadas com avariedade, outros
destinos actuam no sentidodecriar itinerários dos maisdiversos tipos. O Parque
Nacional deYellowstonenos EUA é um bom exemplo de variedade, oferffecendo ao
turista diversas possibilidades de itinerários,tanto temáticoscomo no tempo de
duração ou no graudedificuldade.Nestesentido,Portugal deveria concentraros
seus esforffçosem desenvolveruma ampla gama de itinerários de distintos níveis de
dificuldade.Exemplos:
>Itinerários adaptados a crianças, adultos,incapacitados,famílias,etc.
>Itinerários temáticos(para observação de fauna, flora, cascatas, etc.)
>Itineráriosespeciais para grupos
>Itinerários de curta, média e longa duração
>Itinerários circularese só de ida (com a possibilidadederealizar a volta de
autocarro ou em teleféricffo)

45TURISMO DE NATUREZA
> Qualidade de
processos de serviços
No Turismo de Natureza, o requisito de qualidade nos processos de serviços
é tanto maior quanto mais especializada é a experiência.No sectordoTurismo de Natureza, a exigência de qualidade nos processosde ser-
viçosconverte-se num requisitochave para a competitividade à medida que se avança
naespecialização e sofisticação das actividades realizadas e das experiências propostas.
Enquantoque para os consumidoresou praticantes de actividades de iniciação
ao Turismo de Natureza, ou que se encontram nas primeiras fases de simples contem-
plação e desfrute dos espaços naturais, o principal componentedovalor reside funda-
mentalmente na beleza e singularidade dos cenários,parao consumidor ou praticante
mais avançado os processosdeserviçoconvertem-se numa exigência.
Assegurar bons standards de eficiênciae qualidade nos processosde serviços,
planeandorealizar determinados processosda cadeia de produção melhor que os
concorrentes, é sempre a melhor garantia para a competitividade em todas as moda-
lidades doTurismo deNatureza.
Como objebctivo de forfftalecer a imagem do destino em relação à sua oferfftade
naturezasoft, muitos destinos concentramesforffçosemmelhorar a qualidade dos
processos de serviçosrelacionados com esse mercado.Comestepropósito,desta-
cam-se actuaçõescomo as seguintes:
>Criação de marcas turísticas (México,Pirinéus,Catalunha Central,Terras
d’Ebre)
>Desenvolvimentodeselosturísticos (Natureza e Arteem Sardenha)
Seguindo asbest practicesdedestinos de naturezasoftffe melhorando-as,
Portugal deveria actuar seguindo as seguintes directrizes:
>Desenvolverum sistemae marcas de qualidade específicííosparaos serviçosde
natureza.Exemplode marca: Caminho das termas,Jardinsde Portugal, etc.
>Desenvolver selos específicos para diferffenciarasoferfftasrelacionadas com a
naturezasoftff. Exemplo:HikingPortugal,llSports& Fun in PF ortugal,llFamily &
Naturerr, Portugal Ecológico,etc.
>Aplicar um sistema de qualidade e de eco-compatibilidade aos equipamen-
tose infra-estruturasturísticas de Portugal.Exemplo:controledequalidade
e impactoambiental do alojamento,vias de acesso,transportepúblico,
empresasprestadoras de serviçosaos turistas, etc.
>Delinear cursos de reciclagem para profissionais do sector. Exrremplo: cursos de
gestão ambiental, utilização de tecnologiaslimpas,guias de parques naturais, etc.
>Delinearprogramasde incentivosdirigidosa sectoreschave da indústria de
viagens de naturezasoftff. Exemplo: formffação de profissionais de hotelaria,
apoio tecnológico a pequenas empresas, etc.

46 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
> Incomodidades
Optimização do tempo útil do turista
Para reduzir a sensação de incómodo dos turistas que realizam viagens de
naturezasoftff, outrtos destinos dedicam-se principalmente a melhorar as infra-estru-
turas e equipamentosdestinados ao uso turístico.EmEspanha, destinos como as
Astúrias estão constantementea investir em obras de melhoramentoe infra-estrutu-
ras dos seus parques naturais. O parque de Aigüestortesi Estany de Sant Maurici
aposta em melhorar itinerários para pessoas com mobilidade reduzida. Na Catalunha
foidesenvolvido um sistema de transportepúblicointegrado com o fim de facilitar a
deslocação de turistas de Barcelona em direcçãoaos locais naturais (FGC Barcelona-
Montseny).
Outras medidas inovadoras destinadas a reduzir as incomodidades dos turistas
são as seguintes:
>Implementação de um código de conduta para frequentadoresdosespaços
naturais protegidos.Exemplo:Scottish Outdoor Access Code.
>Desenvolvimentodeuma oferfftadeequipamentos e infra-estruturas turísti-
cas que incorporem elementos que reduzam o impactoambiental.Exemplo:
HotelAristonem Milão (construção bioclimática, materiais não tóxicos,
oferffta de comida biológica, serviçosde bicicletas).
Portugal deveria investir em actividades que reduzam o tempo do turista nos
trajectos de deslocação, na obtenção de informaçãoff , na procura de alojamento e
restaurantes,na orientaçãonos parques naturais, etc.
Comesteobjectivo,propõem-se as seguintes intervenções:
>Melhorar a acessibilidade aos recursos e aos atractivosturísticosnaturais
atravésdacriação de umaboa rede de estradas, principaise secundárias,
que permita o acesso rápido e seguro dos turistas aos locais naturais.
>Optimizar a localização dos serviçosaos turistas mediante o desenvolvi-
mentodeserviçosdealojamentoe restauração nas imediações dos atracti-
vose das possíveis actividades na natureza.
>Habilitar serviçose infra-estruturaspara sua utilização por pessoas com
necessidadesespeciais
>Adoptar medidas para facilitar o desfrute turístico no destino. Exemplos:
>Adaptação de horários dos parques naturais à realidade turística
>Criação de mapas de informação ao longo dos itinerff ários
>DesenvolvimentodeumsistemaGPS ligado a uma base de dados de infor-ff
mação turística, para que os turistas possam receber informaçãf o no seu
telemóvel

47TURISMO DE NATUREZA
>Desenvolvimentode uma páginawebque permitaaos turistas realizar reser-
vas de circuitose consultar informação de prff eçose itinerários
>Incentivar as empresas do sectorturísticoa implementar tecnologiase pro-
cessos transparentesno desenvolvimentodoseu negócio de modo a evitar
possíveisimpactos ambientaiscriados pela actividade turística. Exemplo:
materiais de construçãoe mobiliário natural, produtosde limpeza biodegra-
dáveis,papel reciclado,recolha selectiva de resíduos, etc.
> Insegurança
Normas de qualidade, informação e sinalização
Osdestinos de naturezasoftfftratam com especial atenção aquestão da insegu-
rança sentida pelo turista quando realiza uma viagem de natureza. Entre as medidas
adoptadas por estes destinos, as relacionadas com sinalização de rotas,normas de
qualidade e informação turística são as mais destacadasff .
Na Escócia foi desenff volvida uma sinalizaçãode rotas específica para cada nívííel
dedificuldade e de acordocoma tipologiado grupo de viagem como por exemplo
as rotas para famílias e as rotas para incapacitados. Nos postos de turismo e nos por-
tais da internet da Escócia pode encontrar-se toda a informação detalhada rff eferffente
a passeios e itinerários disponíveis no destino. O guia de Mountaineering Council of
Scotland é outro bom exemplo da importância da informação para que o turista seff
sinta mais seguro na realização da sua viagem de natureza.
Em Espanha, é cada vez maior o número deempresas turísticas acreditadas com
um selo de qualidade; o que supõe um forffte processode adaptação destas empresas
para elevar os standardsde segurança e qualidadenos seus estabelecimentos.
Portugal,como fim de reduzir a insegurança do turista quando realizauma
viagem de naturezasoftff, devteria seguir as seguintes directrizes:
>Desenvolverum sistema de telecomunicação que permita a cobertura tele-
fónicamóvelnas áreas naturais de uso turístico.
>Criar um selo de qualidade ambientale fomentar a sua utilizff açãopor empre-
sas turísticas que desenvolvam o seu trabalho no sectordenatureza.
>Controlara segurançadas infra-estruturas e equipamentos de uso turístico.
>Aplicar um sistema de penalização rigoroso às empresas que não cumpram
coma normativa ambiental vigente.
>Revera informação dada aos turistas via intff ermediários e aplicar eventuais
medidas correctivas.
>Unificar sistemas de sinalização, tanto para atalhoscomo para estradas, para
que seja clara e homogénea em todo o território.
>Desenvolverserviços de emergência médica em todas as áreas naturais de
uso turístico.

48 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
A introdução delabels: uma boa maneira de reduzir insegurança.
Uma das maneiras mais eficazese efecfftivaspara neutralizar a percepção de
insegurança em relação à adequação de um destino, serviçoou empresa, reside na
introduçãodelabelsque tranquilizam o mercado sobre a sua idoneidade para viver
experiências relacionadas com a natureza.
Existemmais de 20 sistemas delabelse programas de certificação reconheci-
dos que garantemque um destino, um determinado cenário,umaactividade,um
serviço ou uma empresa tenham um desempenho superior de uma perspectiva de
sustentabilidadeambiental, sócio-cultural e económica.
Numa perspectiva de desenvolvimentodoTurismo de Natureza em Portugal,
provavelmenteoslabelsque melhor se adaptam às suas características e necessida-
des são o Green Globe e o PanParks, cujas características principais se apresentam de
seguida:
GreenGlobe 21
OlabelGreen Globe 21 é de âmbito internacional
e aplica-setanto aatractivos comoa empresasoperadoras,
alojamentoe comunidades.
GreenGlobe 21 é um sistema global de certificação para o desenvolvimento
sustentado do turismo. Baseia-se na Agenda 21 e nos princípios do Desenvolvimento
Sustentável aprovadospela Cimeira daTerra do Rio de Janeiro.
PANParks®
É umlabeldeâmbitopan-europeu que
aplica-se a Parques Nacionais e Reservas Naturais.
O PAN PPParks é umlabelcriado pelaorganização de conservaçãoda natureza
World WildlifeFund -WWF que certifica Parques Nacionais eReservas Naturais atra-
vésdeumprocessode verificação realizado por peritos independentessobrea base
dos Princípios,Critériose Indicadoresde PANPPParks. Estes princípios cobremrelevan-
tesaspectos ambientais, sociais, económicose culturais e asseguram novosstan-
dardspara a conservaçãoe o desenvolvimentosustentável.
> Preço
Incrementar o valor percebido em troca do preço pago
A sensação de abuso de preçosque um turista pode sentir quando viajaé um
factornegativo,motivopelo qual os destinos adoptam políticas de preçoscomo
intuito de minimizar esta percepção.Entreas medidas adoptadas pelos destinosde
naturezasoftff, as mais frt equentessão:

49TURISMO DE NATUREZA
>Ofertas com preçosmais económicos. No portal de turismo daGaliza –
Turgalicia - os turistas podem decidir as datas da suas férias atravésdo
“calendário de dias verdes”. D”e acordocomestecalendário,os dias que se
apresentamem verde proporcionamum descontode20% no preçodos
alojamentosrurais.
>Criação de passes turísticos.OFamily ticketkknaEscóciaé um passe destinado
a grupos familiares que desejam visitar diversas atracções no destino: par-
ques naturais, museus, etc.
>Desenvolvimentodeumserviçode gestão de reservas de casas rurais pela
internet e atravésdeuma linha telefónicaff gratuita: Exemplo: www.centralru-
ral.com, onde o turista pode obter informação sobrff e uma série de estabele-
cimentosseleccionados e de qualidade na Catalunha.
Portugal,como objecbtivo de reduzir a percepçãode gasto por partedos clientes,
deveriaadoptar uma política de preçoshomogéneaem todo o seu território,
incluindo os seguintes aspectos:
>Criar oferfftaseconómicas para determinados períodos do ano. Exemplo: des-
contopara reservasfeitas com 6 meses de antecedência, oferfftasespeciais
para viagens em épocas baixas, etc.
>Desenvolverum sistema onde oturista fiel seja incentivado a voltar a
Portugal.Exemplo:cartãodevisita fidelidade, cupõesde desconto, etc.
>Criar passes turísticos especiais para o produtonaturezasoftff. Exemplo: passe
onde partedo seu valor sedestine a projectos de melhoria ambiental, etc.
>Estruturar um sistema para a venda directade circuitose pacotes sem
intermediaçãode operadores turísticos.Exemplo:serviços de gestão de
reservasatravésdeinternet e sua respectivapromoção nos principais mer-
cados emissores.
>Publicar os preçosdos serviçosparareduzir a sensaçãode“extemporanei-
dade”nos clientes.Exemplo:preços de táxis, de entradas nos parques,etc.
>Estruturar um amplo leque de pacotesdenatureza para abarcar diferen-
tessegmentos de procura. Exemplos: pacotesque incluam desde aloja-
mentoemcabanas rústicas, casas rurais,atéalojamentosem hotéis de
standing.

estratégiadedesenvolvimento
D

52 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
> Concentrar o desenvolvimento de produtos em áreas determinadas
A necessidade de delinear o planeamento turísticodopontodevista de con-
centração territorial justifica-se por muitas e variadas razões,entreas quais destaca-
mos as seguintes:
>A concentraçãode recursos e atracções turísticas, como motivadores de
viagem em determinados espaços.
>A transversalidade que caracteriza a actividade turística, em que intervêm
numerosose diversos factores,condiçõese actores,facilita a configuração
da ligação de empresas e outros agentes em determinados espaços,que
mantêmrelaçõesdecomplementaridade.
>Razões de natureza subjectiva relacionadas com os hábitos de consumo dos
turistas, em que o relax/lazeré a motivação principal da viageme aoptimi-
zação do tempo de lazer disponívelconverte-se num critério fundamental
para medir a rentabilidade económica e emocional da viagem. Ambos os
factores favorecema estruturação da oferfftaturística em espaços reduzidos.
>Para criar atractividade e competir com destinos muito consolidados e com
marcasbem posicionadas é necessário oferffecerexperiências integrais,e para
isso é imprescindívelactuarsobrea totalidade do espaço receptor,ro que só
é possível fazer a partir de uma aproximação territorial de dimensão local.
>Embora no desenvolvimentodos destinos turísticos incidam todos os níveis
da administração pública (nacional, regional e local), o nível mais idóneo
para aplicar uma política de desenvolvimentoturísticoé o nível local, pois é
nesteníveíílque se produz a experiência turística.
Na realidade praticamente todos os destinos deTurismo de Natureza, e
também noutros sectores turísticos,baseiam o seu desenvolvimentonaconfigura-
ção declusters, tal como se ilustra na figura seguinte.

53TURISMO DE NATUREZA
Principaisclustersde natureza em alguns países concorrentes
A primeira componenteda estratégiade desenvolvimentoé a decisão acerca
das localizações prioritárias para o desenvolvimentode produtosno sectordo
Turismo de Natureza. Esta decisão baseia-se numa combinação ponderada dos
seguintesfactores:
>A necessidade de focffalizar odesenvolvimentopara criar uma massa crítica
de oferfftasuficientepara posicionar Portugal comodestino deTurismo de
Natureza
>O território é o suportede todas as actividades turísticas, mas noTurismo de
Naturezaadquireuma relevância especial, pois não só é o suportemas
também o principal argumento, pelo que constitui omarcode referfência
para o desenvolvimentodoTurismo de Natureza.
>A necessidade de optimizar a eficácia e rentabilidade dos esforffços dirigidos
a solucionar as deficiências e carências competitivasactuais,o que pode
contribuir em grande medida para a concentraçãoterritorial.
>Embora praticamente todo o território do país esteja apto ao desenvolvi-
mentodeprodutospara oTurismo de Natureza, especialmente na modali-
dadesoft, existe um alto consenso entre os peritos portugueses que, a
curto-médio prazo, os esforffços deveriam concentrar-se nos Açores,Madeira,
Centroe Porto e Norte.
Itália E spanha Fr ança Irlanda
Toscania
Alpes
Piemonteses
Dolomites
Abruzzo
Lagos do
Norte
Sicilia
Andaluzia
Norte
Pirinéus
Extremadura
Galiza
Midi-Pirinéus
A cadeia dos Puys
Bretanha
Provença-Alpes
Ródano-Alpes
Shannon
Causeway Coast
Glenns
NorthWest and
Lakelands
Ring of Kerry
Wicklow Mountains
Midlands

54 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
Aprioridade de desenvolvimentodoTurismode Natureza é diferffente nas diversas
regiões de Portugal:
1ª Prioridade:Portoe Norte
Centro
Açores
Madeira
2ª Prioridade:Lisboa
3ª Prioridade:Alentejo
NoAlgarve,o Turismo de Natureza é um produtocomplementarparaa oferffta
regional.
2. FASES DE DESENVOLVIMENTO
Através de uma perspectiva de desenvolvimentogradual e equilibrado de um
sector turístico podem identificar-se diversas fases no seu crescimento, até alcançar
um desempenho competitivo. Estas fases não têm limites,clara e estritamente esta-
belecidos,nem a fase seguinte devenecessariamentecomeçar quando finaliza a
anterior, mas são etapas de um prrr ocessodinâmicoe inter-relacionado.
Asdiversasfases são:
I)Planeamento:Ênfasena criação das condiçõesbásicas para o desenvolvimentodo
produto:ordenamentodoterritório,regulamentaçãoda actividade,
valorização de recursos e atracções,criação de infra-estruturase equipamentos,etc.
II)Desenvolvimentodaoferffta:Ênfase na estruturação das componentes bási-
cas,tanto complementarescomo periférfficas,que integramo produtopara
articularumvolume significativodeoferffta.
III)Reforffçodacompetitividade: Ênfase na melhoria da cadeia de valor do pro-
dutoatravésdainovação tecnológica, a melhoria da qualidade dos serviços,
a adequação dos recursos humanos, etc.
IV)Diversificação e aprofundamentodaoferffta:Ênfase na diversificação,apro-
fundamentoe sofisticação da oferfftapara satisfazernovasnecessidades e
motivações, novossegmentosde procura, etc.
V)Marketing: Ênfase na melhoria da eficácia e rentabilidade da promoção e da
comercializaçãodo produtopara penetrar em novosmercados e segmentos.
De acordocomestas fases de crescimentoe tendo em conta o estado actual
de desenvolvimentodo sector, em cada um dos destinos priorizadosr , os esforffços e
recursos devem concentrar-senas seguintes linhas de actuação:

55TURISMO DE NATUREZA
QUADRO 16:Linhas de actuação para o desenvolvimento do Turismo de Natureza
nos destinos prioritários
Região
Porto
e Norte
Centro
Açores
Madeira
Lisboa
Alentejo
Fase
Desenvolvimento
da oferffta
Planeamento
Desenvolvimento
da oferffta
Reforffço
da competitividade
Reforffço
da competitividade
Planeamento
Directrizes de desenvolvimento
Nas proximidades dos parques naturais e nacionais da região,o pri-
meiropasso a seguirseria o de aperfeiçoar os serviçose equipamen-
tosturísticosque servemdeapoio ao visitante.Exemplo:melhoraros
serviços de transporte,sinalização,parquesde estacionamento e
centrosde informação do Pff arque Nacional Peneda-Gerés,assim
como adequar o horário de abertura de restaurantes e outros servi-
çosturísticos.
Apesar de contar com bonsexemplosde estruturação e desenvolvi-
mentodeprodutose rotas de natureza (Aldeias de Xisto,Rota dos
Fósseis, Aldeias Históricas, etc.), em geralverifica-sea ausência de infra-
estruturase serviços básicosdestinadosao uso turístico.Torna-se
necessáriorealizar um esforffço na melhoriadas vias secundárias, da
sinalização das vias, das rotas e itinerários pedestres,aumentar a quali-
dade e quantidade da oferfftade alojamento ederestaurantes,assim
como estruturar um maior número depontos deinformaçãoff turística
e de centrosinterpretativos.
Asilhas dos Açores possuemrecursos naturais com grande capacidade
de atracção turística. Por ser uma região com pouca tradição turística,
grande partedas empresas foraffm criadas recentemente, existindo
uma escassa oferfftade experiências inovadoras relacionadascom o
Turismo de Natureza. Neste sentido, seria necessário actuarno sentido
de colaborar com as empresas fazendo chegar informação de merff -
cado,tecnologiae ideias para a criaçãodeexperiências que valorizem
os valores autênticos da região.O desenvolvimentode umsistemade
sinalização dos recursos naturais e a melhoria da informação e divulff ga-
ção destes recursos são outrasimportantes acções a realizar.rr
O Turismo deNaturezaé um dos sectores principais da ilha que conta
commuitospercursos (levadas)e infra- estruturaspara uso turístico.
Também existem operadores especializados queoferffecem vários tipos
de experiências e desportos.
O turismodaMadeiramudoumuito nos últimos 5 anos, a clientela
actualmente émais joveme activa. Comoconsequência, também o
Turismo de Natureza é umturismo mais activo.
A prioridade de desenvolvimentodeveria concentrar-senasinalização
e na melhoria dos serviçosinformativff ose de interpretação.
Paralelamente, haveria que regulamentar e controlar a actividade das
empresasque organizamexcursões, uma vezque existemvárias sem
licençae que carecemde profissionalismo.
A região de Lisboa possui uma grande variedade de reservasnaturais
muitoapropriadas para o uso turístico.Aslinhas prioritárias deactua-
ção devemestarcentradas no aperfeiçoamentodos serviçose equipa-
mentosturísticosdisponíveisnas proximidades destas reservas:
melhoria da qualidade dos restaurantese alojamentos,etc.
Aregião do Alentejo não possui uma oferfftade natureza muito sofisti-
cadae grande partedas actividades que existemactualmente estão
relacionadas com o turismorural.
Verifica-seumbaixograu dedesenvolvimentodeinfra-estruturas bási-
cas destinadas ao uso turístico.
Assim,é necessário concentrarmo-nos nodesenvolvimentodas infra-
estruturas,equipamentose serviçosturísticosbásicos, tais como sinali-
zação,informaçãoff , melhoramento dasviassecundarias,estruturação
de itinerários de natureza, etc.

56 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO (ESTIMATIVA)
Tendo por base o graudedesenvolvimentoactualdo sectordeTurismo de
Naturezaem Portugal,e tomando como referffência um horizontede10anos,a velo-
cidade de crescimentodestesector pode estabelecer-se numa taxa de crescimento
anual de 9%, com um incrementolinearde 130%.
A taxa de crescimentoanual estimada para Portugalé superior à taxa de cres-
cimentodomercado deTurismo de Natureza a nível internacional (7%) pois há que
teremconta que Portugal partedeuma base muito reduzida e, por isso, o potencial
de crescimentoé maior emais rápido que noutros destinos que contam comum
volume importante de actividade neste sector.
Taxa de crescimento do sector Turismo de Natureza em Portugal
Vi10
5
2
0
100 110 160 230
ViAnos
% Incremento
Base 100=2005
3. REFORÇO DA COMPETITIVIDADE
> Concentrar esforços na melhoria dos factores chave
Na estratégia de desenvolvimentodoTurismo de Natureza, outra componen-
techave deve ser a concentraçãode esforffços na criação e melhoria das condições
competitivas para responder aos requisitosbásicosdo mercado.
A capacidade competitiva actual de Portugal no sectordoTurismo de Nature-
za é limitada, especialmente numa perspectiva do mercado turístico internacional,
pois o graudecumprimentodos requisitoschave para competir com êxito neste
mercadoé ainda insuficiente.
Asprincipais carências e deficiências de competitividade de Portugal concen-
tram-se naqueles aspectoscujo bom funcionamento edesempenho se consegue
atravésdeuma actuação sistemática e prolongada e que configuram as condições
nas quais sãoutilizados turisticamente osrecursos naturais.

57TURISMO DE NATUREZA
QUADRO 17:Evolução do grau de cumprimento actual dos requisitos chave
Requisitos chave
Grau de
cumprimento actual
Cenários naturais singulares e de grande capaci-
dade de atracção
Abundância e diversidade de flora e fauna
Adequada dotação de infra-estruturas de acesso,
sinalização e equipamentos básicos (áreas de
descanso,call centers, etc.)
Ampla e variada ofertade rotas eitinerários
(extensão,dificuldade,etc.) adaptada a diversas
tipologiasde turistas / visitantes
Bom nível de tecnologia,know howe experiência
nagestão de actividades especializadas
Bom funcionamento de fornffecedores de serviços
de apoio: aluguer de equipamentos e materiais,
transporte,etc.
Eficaz cobertura de seguros
Eficaz funcionamento de serviçode resgatee ser-
viçosmédicosde urgência
Disponibilidade de excelentesguias e monitores,
comdomínio de idiomas
Alojamentointegrado no ambiente natural
Sistemade certificação de espaços naturais
Sistemadecertificação de empresas operadoras

58 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do turismo em Portugal
Embora Portugal ainda disponha de espaços e cenários de grandebeleza natu-
ral e de uma abundante biodiversidade, convém referffir que não se trata de recursos
coma potêncialidadee capacidade de atracção que têm, por exemplo,as grandes
selvas como a Amazónia, as grandes montanhas como os Himalaiasou os Andes, os
grandes parques ou reservasnaturais africanascomo o Serengeti (Tanzânia), Masai
Sara (Quénia), Kruger (África do Sul) ouYellowstone nos Estados Unidos, etc.
Noentanto,os recursos de base de Portugal são suficientes e adequados para
desenvolveruma oferfftade Turismo de Natureza de uma dimensão mais reduzida
mas potencialmenteatractivaparauma grande parteda procura,provavelmentea
maioria, quenão procura ou não pode aceder ao desfrute de experiências nos gran-
des e míticos cenários naturais.
Mastal está sujeito à melhoria de condições que permitam um aproveita-
mentomaisordenado e mais profundo dos espaços naturais. Portanto, a competi-
tividade potencial de Portugal nestesector,respecialmenteno mercado doTurismo
de Naturezasoftff, depende da ct apacidade do país para melhorar e forfftalecer essas
condições.
4. INSTRUMENTOS DE APOIO
A quarta componentedaestratégiade desenvolvimentoconsistena criação,
actualizaçãoou reforffçodeuma série de instrumentos para regular,rordenare esti-
mular o desenvolvimentodeoferfftadeprodutospara oTurismo de Natureza.
Os instrumentos propostos são os seguintes:
1.Modificar o actual modelo legal que regula as actividades deTurismo de
Naturezaem Portugal e que afecfftatanto adefinição das diversas tipologias
de actividades (animação turística, turismo activo)como o procedimento
delicenciamentoe controle de empresas e utilização permitidas nas áreas
protegidas, com o objectivode unificar critérios e estabelecer um modelo
legal claro e estimulador para favorecero desenvolvimentodo Turismo de
Naturezanuma perspectiva de competitividade e sustentabilidade.
2.Apoiar a utilização dos sistemas de incentivosparaas empresas operadoras
deTurismo de Natureza, para estimular o aparecimentoe consolidação de
oferffta de produtos.
3.Estabelecerum acordoentreos diferffentes organismos da Administração
comcompetênciasnaEducação e Formação,paracriar um sistema de re-
gistode guias e monitoresdas actividades relacionadas com oTurismo de
Natureza.
4.Elaborar e divulgar umManual para a criação e comercializaçãode produtos
de Turismo de Natureza.
5.Implantarlabelsoucertificados de qualidadepara Parques Naturais, aloja-
mento, empresas operadoras e outros factores da cadeia de valor doTuris-
mo de Natureza.

59TURISMO DE NATUREZA
6.Estabelecerum sistema de sinalização específica adaptada às características
do meio ambiento dos espaços naturais.
7.Criar um Serviço de AssistênciaTécnica para assessorar a criação, gestão e
comercialização de produtos deTurismo de Natureza.
8.Delinear um sistema comum de ferraffmentas e indicadores de seguimento
da procuraturística deTurismo de Natureza em Portugal.
9.Criar a posição“ProductManager”doprodutoTurismo de Natureza na estru-
tura doTurismo de Portugal, ip.
10.Criar o Clube de Produtode Turismo de Natureza, formffado por todas as
empresase organismos relacionados com os diversos componentesdaca-
deia de produção que queiram participar voluntariamente para trabalhar
no desenvolvimentodo sector. Este Clube pode ser coordenadopelo Turis-
mo de Portugal,ip,atravésdoProductManager.
11.Estimular a formffação dejoint venturvv esentreempresasportuguesase es-
trangeiras que possam trazertecnologiaeknow how, facilitando o acw esso
a incentivose investidores, etc.
12.Criar uma completa base de dados dos recursos, actividades,operadores e
intermediários relacionados com oTurismo de Natureza.
13.Organizarumamplo programadeviagens debenchmarkingpara operado-
resdeTurismo de Natureza, com o objectivodeintroduzir em Portugal as
melhorespráticas existentesno mundo e comercializaçãode produtosde
Turismo de Natureza, gestão de espaços protegidos, etc.
14.Criar e manter permanentementeactualizada uma Base de Dados de“boas
práticas”e colocar à disposição das empresas operadoras deTurismo de
Natureza.
15.Elaborar um Plano de Marketing específico deTurismo de Natureza em
Portugal,que sirva como marcodereferffência para a promoção e a comer-
cialização da oferfftaportuguesade Turismo de Natureza, coordenandoos
recursos e esforffçosdosector público e do sectorprivado.

10 PRODUTOS ESTRATÉGICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM PORTUGAL
TURISMO
DE NATUREZA
TURISMO DE PORTUGAL
Turismo de Portugal, ip
Rua Ivone Silva, Lote 6
1050-124 Lisboa
T: 21 781 00 00 F: 21 793 75 37
[email protected] www.turismodeportugal.pt www.visitportugal.com
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