136 O LIVRO DAS MENTIRAS
COMENTÁRIO (ΞΑ)
O número do capítulo refere-se à palavra hebraica Ain, o negativo, e
Ani, 61.
O tolo é o Louco do Tarô, cujo número é 0, mas refere-se à letra
Aleph, 1.
Um nó de tolo é um tipo de nó que, apesar de parecer um nó, não o é
realmente, desfazendo-se imediatamente.
O capítulo consiste numa série de complicados trocadilhos sobre 1 e
I (N. Trad.: em inglês, I = EU), considerando-se sua forma, seu som e
figuras cujo formato se assemelha a ambos.
O parágrafo 1 evoca o Louco do Tarô, que é correlato ao Ipsissimus,
ao louco puro, Parsifal.
A palavra safado sugere não apenas que o problema é sexual, mas
que este mesmo problema não existe.
O parágrafo 2 mostra o Lingam e a Yoni em conjunção, como a
fundação do êxtase (IO!), e o símbolo completo, IAO.
A última frase do parágrafo une os dois significados do sucumbir do
Lingam à Yoni, e do Ego ao Absoluto.
Esta idéia de que eu devo sucumbir, eu devo, é naturalmente
completada por eu pago , e o som da palavra pago sugere a letra Pé
(ver Liber XVI), que representa a dissolução final em Shivadarshana.
Em hebraico, a letra que segue O é P: então segue Ayin, o Diabo no
Tarô.
AYIN soletra-se OIN, substituindo, assim, o a por O, a letra do
Diabo, ou Pan, o deus Fálico.
Agora, AIN significa nada, e, assim, a substituição de AIN por OIN
significa a complementação da Yoni pelo Lingam, que é seguida pela
completa dissolução representada pela letra P.
Estas letras, O P, são a raiz de OPUS, a palavra latina para Obra;
neste caso, a Grande Obra. E também iniciam a palavra opening
(abertura). Na filosofia hindu, diz-se que Shiva, o Destruidor, está
adormecido, e que, quando ele abrir seu olho, o universo será aniquilado _