Fundamentos de Filosofia Gilberto Cotrim; Mirna Fernandes – 1º ano ensino m édio
Cap ítulo 3 – O diálogo Mas quem filosofa quer dialogar também com outras “almas”, outras pessoas, para chegar com elas - idealmente - a um acordo. Isso quer dizer que, para filosofar, precisamos aprender a dialogar. Que tipo de diálogo? Qual é a força das palavras? Conhecemos verdadeiramente o que acreditamos conhecer? Como podemos conhecer nossas crenças mais profundas?
Cap ítulo 3 – O diálogo Caminhos do Entendimento O poder da palavra MUSÉE D’ORSAY, PARIS, FRANÇA Camponesas bretãs (1894) – Paul Gauguin, óleo sobre tela. As duas mulheres dialogam em meio a seus afazeres diários. Por meio da linguagem e do diálogo construímos boa parte da realidade à nossa volta, para o bem e para o mal. A importância da linguagem Conhecer e acreditar conhecer Conversas cotidianas Ações cotidianas Análise e entendimento Conversa filosófica
Cap ítulo 3 – O diálogo A importância da linguagem GWENN DUBOURTHOUMIEU/AFP R epresentantes da ONU conversam com habitantes de Kampala, vila da república Democrática do Congo, em outubro de 2010, em busca de medidas para acabar com a violência sexual sofrida pela população feminina local. Dois meses antes, mais de 300 mulheres da região haviam sido violentadas. A linguagem tem um grande poder em nossas vidas. Nas últimas décadas, estudiosos de diversos campos do conhecimento como a antropologia, a sociologia, a filosofia, a linguística, a psicologia e a biologia. A força das palavras
Cap ítulo 3 – O diálogo Tendo em vista a importância e o poder das palavras em nossas vidas, você já deve ter percebido que uma das preocupações mais constantes dos filósofos - e que devemos levar em conta sempre que filosofamos. Conversas cotidianas Ações cotidianas Conhecer e acreditar conhecer
Cap ítulo 3 – O diálogo Método Dialógico Sócrates e a arte de perguntar MUSEUS E GALERIAS DO VATICANO Detalhe de Escola de Atenas (1510-1512) – Rafael. Nessa provável representação de Sócrates (à direita), o filósofo aparece realizando sua atividade preferida: conversar com seus discípulos. observe o posicionamento igualitário e respeitoso dos interlocutores e a atenção dos ouvintes em relação àquele que expõe suas ideias. Diálogo amigável Parteiro de almas Perguntas penetrantes Conhecimento progressivo Prática constante. Dor das descobertas Dificuldades do percurso
Cap ítulo 3 – O diálogo Explicando o método MUSEUS E GALERIAS DO VATICANO Nesse outro detalhe da Escola de Atenas (1510-1512) – Rafael, temos, em uma interpretação comumente aceita, os filósofos gregos Pitágoras (sentado à esquerda) e Parmênides (à direita em pé), o pensador árabe Averróis (espiando sobre o ombro de Pitágoras) e a filósofa grega hipátia de Alexandria (ao centro). O intercâmbio de ideias é próprio das investigações científicas e filosóficas, ajudando a promover o conhecimento. No diálogo denominado Teeteto, escrito por Platão (partes VI e VII, p.11-15), o próprio Sócrates explica seu método filosófico.
Cap ítulo 3 – O diálogo Dois momentos do diálogo MUSEUS E GALERIAS DO VATICANO Momento importantíssimo da atividade filosófica é o do recolhimento para o diálogo interno, como nesse último detalhe da Escola de Atenas (provavelmente o filósofo grego Heráclito, “o Obscuro”). Dialética, palavra que em sua origem grega queria dizer “arte da discussão”. A dialética socrático-platônica apresenta dois momentos importantes: a refutação (ou ironia e a maiêutica). Refutação ou ironia Maiêutica Análise e entendimento
Cap ítulo 4 – A consciência CARLOS PERTUIS/COLEÇÃO PARTICULAR Óleo sobre tela (1956) com representação de um ritual da fertilidade – Carlos Pertuis. O autor dessa pintura criou mais de 20 mil trabalhos artísticos em um hospital psiquiátrico, onde viveu 38 anos como interno. É possível dizer que filosofar é uma prática que ajuda a nos desprendermos de nossas tolices? Parece que sim. Vimos como a atitude filosófica desbanaliza o banal e reencanta a vida, fazendo-nos prestar mais atenção a nossos mínimos atos, emoções e pensamentos.
Cap ítulo 4 – A consciência Consciência: Perceber o que acontece IMAGEZOO/CORBIS/FOTOARENA Parece haver níveis distintos de consciência entre os seres e em etapas distintas de cada ser. Significa isso que nossa consciência pode evoluir a estados de maior percepção, clareza e entendimento? O que devemos fazer para alcançá-los? O que é a consciência? Observando a consciência Sentimento de si e do objeto
Cap ítulo 4 – A consciência O que é a consciência? UTAH-BASED PHOTOGRAPHER RYAN HOUSTONMORE/GETTY IMAGES Na meditação busca-se manter a consciência permanentemente focalizada na própria consciência. Esses múltiplos aspectos já mostram um pouco da complexidade desse tema. Não é simples conhecer nem explicar o que é a consciência, pois dependemos justamente dela para fazer isso. Observando a consciência Sentimento de si e do objeto
Cap ítulo 4 – A consciência Consciência e identidade ALYN STAFFORD/GETTY IMAGES Menino e cão acompanham atentamente algum acontecimento. Em que se diferenciam então suas consciências? Essa sensação de self , ou sentimento de si, relaciona-se basicamente com o aqui e agora, com o presente. Não há um antes ou um depois. Menino e cão acompanham atentamente algum acontecimento. Em que se diferenciam então suas consciências?
Cap ítulo 4 – A consciência Experiência privada THINKSTOCK/GETTY IMAGES Como se integra a totalidade do ser humano, isto é, suas dimensões corporal, emocional e linguístico-espiritual? No entanto, a consciência está muito vinculada às condutas – e estas sim podem ser observadas por terceiros. Em outras palavras, as condutas são experiências públicas, isto é, podem ser percebidas por mais de um indivíduo ou organismo e potencialmente por todos.
Cap ítulo 4 – A consciência No entanto, essa consciência nuclear, básica, quando se insere em determinado ponto de história de um ser que é capaz de estabelecer relações entre seu passado e seu futuro. Experiência privada Observe também que, tanto do ponto de vista biológico como psicológico, a consciência é uma experiência marcadamente privada que se vive apenas na primeira pessoa. No entanto, à consciência estão muito vinculadas as condutas e estas sim podem ser observadas por terceiros. Em outras palavras, as condutas são experiências públicas. Experiência privada
Cap ítulo 4 – A consciência Consciente e inconsciente As contribuições da psicologia HULTON ARCHIVE/GETTY IMAGES Freud inconsciente pessoal; Inconsciente e sexualidade; Criador da psicanálise.
Cap ítulo 4 – A consciência Inconsciente e sexualidade CARLOS PERTUIS/COLEÇÃO PARTICULAR Homem tentando capturar serpentes em um cesto – Carlos Pertuis, óleo sobre papel. Freud observou que o inconsciente se manifesta em nossas vidas de forma simbólica, como ocorre nos sonhos e na arte. O símbolo principal dessa imagem, por exemplo, é a serpente. Na linguagem psicológica, esse réptil remete a processos inconscientes de mudanças ou de situações inesperadas e assustadoras – geradoras de angústia. Como analisou a psiquiatra brasileira Nise da Silveira (1905-1999), o indivíduo da pintura parece estar conseguindo domar algumas das serpentes que o ameaçavam (elas se dirigem para dentro do cesto), mas ainda há uma que se lança como uma flecha sobre ele. Para começar, Freud rejeitava a identificação entre consciência e psiquismo (isto é, conjunto dos processos psicológicos).
Cap ítulo 4 – A consciência Jung: inconsciente coletivo HULTON ARCHIVE/GETTY IMAGES Aparelho psíquico Jung inconsciente coletivo Para Jung, a vida psíquica envolveria muitos outros elementos, e seria um reducionismo interpretar a maioria de seus eventos como manifestações de caráter sexual. Teoria dos arquétipos Principais arquétipos
Cap ítulo 4 – A consciência Consciência e Cultura As interações com o ambiente RUBBERBALL/MARK ANDERSEN/GETTY IMAGES Muita gente se assusta quando vê gato preto, porque acha que dá azar. Diversas superstições – crenças geralmente baseadas em uma visão sobrenatural das coisas – costumam fazer parte do senso comum da maioria das sociedades. Você tem alguma crença desse tipo? Qual? Sabe explicar por que a tem? Durkheim: consciência coletiva Modos de consciência Consciência religiosa Consciência intuitiva Consciência racional
Cap ítulo 4 – A consciência Desenvolvendo a consciência crítica JOHN WILLIAM WATERHOUSE/ WALKER ART GALLERY, LIVERPOOL, INGLATERRA Eco e Narciso (1903) – John William Waterhouse. Na mitologia grega, Eco era uma ninfa das montanhas. Ela se apaixonou por Narciso, um jovem muito belo, e só tinha olhos para ele. Mas Narciso se enamorou perdidamente de sua própria imagem refletida na superfície de uma fonte, consumindo-se nesse amor até a morte. Consciência de si e do outro Conhecimento e sabedoria Ciência e filosofia Conversa filosófica