O historiador Carlos Fuentes diz que a América foi muito
desejada antes mesmo do seu conhecimento. Ao aportarem
em solo americano, os espanhois já traziam atreladas à sua
bagagem cultural, ideias imaginadas sobre como seria esse
continente, como deveriam procurar riquezas e/ ou
fixarem-se nessas terras. Neste post trabalharemos o
período da colonização espanhola da América, mais uma
das épocas que encontramos na História, permeadas por
dominações, massacres e a imposição cultural.
No século XV, enquanto Portugal dominava a
circunavegação da África e o comércio com as Índias, a
Espanha de Fernando e Isabel de Castela decidiu apoiar e
financiar uma aventura temerosa. Cristóvão Colombo,
navegador genovês, acreditava que a Terra era redonda e
que se seguissem a direção Oeste, chegariam na Ásia. Em
1488, foi dado o aval para a expedição. Porém, foi em 12 de
outubro de 1492, após trinta e três dias de viagem em alto
mar, com uma tripulação desconfiada e condições
insalubres, que Colombo aportou no atual Caribe, mais
especificamente nas Bahamas.
Muitos descrevem essa viagem como desapontadora
para a coroa espanhola. Afinal, não chegaram ao
Oriente. Contudo, todo o território “descoberto” e
explorado pelos espanhois tornava-se sua posse. Isso,
além das práticas mercantilistas de acúmulos de
metais e monopólios comerciais, fez com que Espanha
e Portugal desejassem formalizar acordos para que, no
fundo, nenhum ficasse no caminho do outro. Ou seja,
mesmo que as riquezas não estivessem tão às vistas
logo da chegada das primeiras expedições na América,
era inteligente por parte dos espanhois, em querer
alguma regulamentação daquelas terras, haja vista a
possibilidade de domínio português.