zaga era intransponível.
Já a Itália sofreu na pri-
meira fase e sofreu em todos os
seus jogos. Se Roberto Baggio
não existisse, provavelmente a
Itália não teria passado da pri-
meira fase.
No meio do caminho fi-
cou a Argentina que havia en-
cantado na primeira fase, co-
mandada por um renascido Ma-
radona. No entanto, o argentino
comemorou seu gol contra a
Grécia correndo para a câmera
claramente aceleradaço na co-
ca. Ele foi pego em um exame
antidoping, acabando definitiva-
mente para o futebol.
O Russo Oleg Salenko
bateu o recorde de gols em u-
A copa de 1994 sofreu
um azar histórico. Ok, a final foi
horrível, terminou 0x0 e foi de-
cidida apenas nos pênaltis. O
Brasil jogava burocraticamente,
a Itália dependia apenas de Ro-
berto Baggio para marcar gols e
além disso, grandes potências
como Alemanha e Argentina
decepcionaram. Fora isso os
uniformes eram horríveis, ti-
nham marcas d’água em exces-
so. As camisas de goleiro feitas
pela Adidas eram todas quadri-
culadas. Enfim.
Poucas pessoas perce-
bem isso, mas o brilho da copa
esteve em seleções lado-b do
futebol mundial. Quem viu a-
quela copa não se esquecerá
jamais da Romênia de Hagi
(Deus supremo do futebol, para
quem este especial é dedicado),
Dumitrescu e Radociouiu. Ou a
Bulgária de Stoichkov, Letchkov
e Ivanov (mais belo jogador da
história). Tivemos ainda a Sué-
cia de Brolin e Keneth Ander-
son. A Nigéria de Yekeni, Amu-
neke e Amokachi.
Mas é aquela coisa. Na
hora da decisão em uma Copa
do Mundo, a camisa pesa. To-
das essas seleções ficaram pelo
caminho e na final lá estavam
os óbvios Brasil e Itália. Um jo-
go entre duas seleções chatas,
jogado no calor de 12h30 do
verão americano da Califórnia,
só poderia ser chato.
O Brasil havia feito uma
campanha... consistente, diga-
mos. Conseguiu vitórias aper-
tas, mas só sofreu mesmo na
partida contra a Holanda. Ro-
mário decidia várias partidas,
Bebeto era um bom parceiro e a
ma única partida. Fez cinco
contra Camarões e terminou a
copa artilheiro, ao lado de Stoi-
chkov, com 6 gols. Nunca mais
fez nada na vida. Nesse mesmo
jogo, Roger Milla fez um gol,
mesmo tendo impressionantes
42 anos.
Voltando a final. O Brasil
ameaçou mais, visto que a Itá-
lia estava acabada fisicamente.
Mas, o gol não saiu. A certa al-
tura, o goleiro Pagliuca soltou
um chute de Mauro Silva e a
bola bateu na trave e voltou
nas mãos do goleiro, que depois
beijou a trave. A trave e os
deuses do futebol não poderiam
deixar que Mauro Silva definisse
uma Copa do Mundo. O Brasil
chegou a apelar, colocando Vio-
la em campo.
As cobranças de pênalti
foram inevitáveis.
Para começar, Baresi
perdeu o primeiro para a Itália
e Márcio Santos o primeiro do
Brasil. Sim, estava difícil do gol
sair. Mas, na sequência, Alberti-
ne, Romário, Evani e Branco
converteram suas cobranças
para matar a vontade que Gal-
vão Bueno tinha de gritar gol.
Galvão estava quase
tendo um AVC com Taffarel,
que insistia em tentar adivinhar
o lado da cobrança. Pois, foi a-
divinhando que ele pegou a ba-
tida de Massaro. O capitão Dun-
ga fez o seu e socou o ar, colo-
cando o Brasil na frente. Era a
vez de Roberto Baggio. Ele ca-
minhou lentamente até a mar-
ca, parou e cobrou. E você sabe
como foi. Galvão deu seu brado
retumbante e se eternizou em
nossas mentes e corações.
Página 16
Até mais do que o título e o fim do jejum de 24 anos sem títulos,
a copa de 1994 eternizou Galvão Bueno em nossas memórias
CH3 NEWS
Acabou! É tetra! É tetra!
Estados Unidos 1994
Dunga vocifera palavras de amor