A INCLUSÃO EDUCACIONAL: Políticas, caminhos e possibilidades Profª Suely Melo de Castro Menezes Conselho Nacional de Educação A INCLUSÃO EDUCACIONAL: Políticas, caminhos e possibilidades Profª Suely Melo de Castro Menezes Conselho Nacional de Educação
Eu... O Lugar de onde falo. Meu Discurso diz de mim e da forma como eu vejo o mundo...
É NECESSÁRIO SAIR DA ILHA PARA VER A ILHA... NÃO NOS VEMOS SE NÃO SAIRMOS DE NÓS MESMOS. José Saramago
Para compreendermos os desafios da Escola que pretende INCLUIR, é necessário AJUSTAR CONCEITOS. Necessário situar a educação - social e institucionalmente.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS MATERIALIZAM DIÁLOGOS SOCIAIS...
Diálogo entre “personagens” – luta entre pontos de vista e juízos de valor, externados por muitas vozes... Por trás do enunciado existe o falante, o sujeito dotado de consciência e situado histórica e socialmente.
Precisamos refletir os álibis... * não estamos preparados * não temos recursos * não podemos tratar diferente * não conseguem progredir * não são viáveis na escola regular
Quando falamos de DIFERENÇA, no âmbito do pensamento sobre exclusão social, falamos de uma categoria da população que se vê obrigada a um status especial que lhe permite coexistir na comunidade, mas com privação de certas atividades sociais – subcidadãos .
A exclusão não é arbitrária ou acidental, mas fruto de uma ordem social que a justifica A deficiência na relação com a valorização do perfeito, do padrão, do socialmente premiado, etc.
A deficiência na relação com a negação, com a omissão, com a incompetência, com o descompromisso
Falar em Inclusão Social implica em democratização dos espaços sociais, crer na DIFERENÇA como valor... Incluir não é apenas colocar junto, e, principalmente, não é negar a DIFERENÇA, mas respeitá-la como construtiva do humano. O VETOR DA EXCLUSÃO/INCLUSÃO NÃO ESTÁ NA DIFERENÇA EM SI, MAS NO VALOR A ELA ATRIBUÍDO
INCLUIR... “... Incluir a invenção/criação de novos direitos, que surgem de lutas específicas e de suas práticas concretas. [...] Essa redefinição inclui não somente o direito à igualdade, como também o direito à diferença, que especifica, aprofunda e amplia o direito à igualdade.” Evelina Dagnino
LEIS E AS NORMAS RESPONDEM A DEMANDAS CONCRETAS, mas são as atitudes que derrubam ou fortalecem as questões invisíveis, muitas vezes mais fortemente arraigadas
AMBIGUIDADE SOCIAL... Políticas de inclusão e ações de transformação movem-se no terreno do racional (direito, valorização), enquanto as atitudes e comportamentos movem-se no âmbito do emocional...
A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL FOI REVISADA E ATUALIZADA, ACATADA PELA SOCIEDADE CIVIL, MEC E CNE
As DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL na perspectiva de inclusão estão sendo reconstruídas pela Comissão de Educação Especial do CNE/CEB.
O CNE desenvolverá trabalho com especialistas e representantes dos públicos atendidos na revisão, atualização e aprimoramento das Diretrizes da Educação Especial.
Serão construídos oito documentos, visando aprofundar e focar as questões, com ampla participação do público atendido
Diretrizes Operacionais: para oferta de AEE Diretrizes Operacionais: para avaliação, adequações curriculares e certificação específica para alunos com deficiência. DIRETRIZ GERAL e...
Diretrizes Específicas: para atendimento de alunos com... Deficiências intelectuais; Deficiências físicas e motoras; Deficiências Sensoriais; Transtornos Gerais do desenvolvimento (autismo, aspeger , ...) Síndromes; e Altas Habilidades/Superdotação DIRETRIZ GERAL e...
Compromisso com a formação humana. Construção coletiva na efetivação dos direitos humanos. Iniciativas plurilaterais que visem ações afirmativas. FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO
Produzimos um ideal de escola que deve atender todos os alunos, mas acabamos olhando para os sujeitos da escola inclusiva como aqueles que por possuírem deficiência são “os diferentes”.
Temos inventado esse sujeito tantas vezes de diferentes formas – excepcionais, deficientes, especiais diferentes – e não paramos para pensar na condição de sujeito, no que ele possui para além dos comprometimentos, dos déficits, das altas habilidades.
Talvez, se pensarmos em outras práticas – práticas que não partam de uma percepção de diferença capturada em categorias: o deficiente mental, o surdo, o hiperativo, o sindrômico, etc. – possamos romper com a compreensão de que cada aluno carrega em si uma identidade única, estável .
Falar sobre o outro, sobre sua vida... Localizá-lo em determinados lugares DISCURSO INCLUSIVO: não busca trazer para o centro das discussões grupos de indivíduos, tomando-os como peças de uma categoria essencial, homogênea – A DEFICIÊNCIA. Definimos quem “eles” são, em que lugar estamos e onde “eles” devem ficar: aqui e lá, dentro e fora, no centro e à margem
Essa é a realidade? Ou é a realidade que inventamos? Podemos inventar outras? Podemos pensar de outras formas? Ter outros olhares que mostrem outros sujeitos?
O exercício de pensar e olhar de outras formas para a escola, sem a intenção de produção de marcas que partam da condição de normalidade ou não, pode significar a invenção de outros sujeitos na escola inclusiva.
Encontrar outras possibilidades Narrar “outros” sujeitos Traçar “outros” caminhos... E não os a priori percorridos MAS ISSO REQUER ALGUNS DESLOCAMENTOS...
ESTAMOS TRABALHANDO NAS DIRETRIZES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ATÉ FEVEREIRO... VENHA PARTICIPAR CONOSCO! “NÃO EXISTE ÁLIBE PARA A EXISTÊNCIA” Bakhtin Todos respondemos pelo lugar que ocupamos... Pelo que fazemos. Por nossas Ações e Omissões!
NÃO ACEITE O USUAL COMO ALGO NATURAL, PORQUE EM TEMPOS DE CONFUSÃO ORGANIZADA, DE ARBITRARIEDADE CONSCIENTE, DE HUMANIDADE DESUMANIZADA, NADA DEVE SER NATURAL, NADA DEVE SER IMPOSSÍVEL MUDAR Bertolt Brencht