A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS - Economia A

Tema 3 - Economia A

1. Sílvia Lemos | Teresa Zêzere
Elsa Silva
Rosa Moinhos
TEMA 3
A PRODUÇÃO
DE BENS E DE SERVIÇOS

2. TEMA 3
A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS
1. Bens: noçãoe classificação
2. Produçãoe processoprodutivo
3. Fatoresde produção: noçãoe
classificação
4. Combinaçãodos fatoresde produção

3. TEMA 3
A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS
1.Bens: noção e classificação
• Noção de bem
• Bens livres e bens económicos

• Classificação dos bens económicos

4. B
E
N
S
Bens: noção e classificação
Livres
Existem na natureza de forma ilimitada, não sendo preciso
despender trabalho ou moeda para os obter.
Exemplos: ar, sol, água da fonte.
materiais → alimentos, vestuário.
Quanto à natureza
serviços → do médico, do professor. duradouros → bicicleta, computador.
Quanto à duração
não duradouros → alimentos, eletricidade. Complementares →lápis e papel.
Relação com outros bens
Substitutos → lápis e caneta. de consumo →sapatos, cadernos, canetas.
Quanto à função
de produção → farinha para o fabrico de pão.
ECONÓMICOS

5. 2. Produção e processo produtivo
• Noção de produção
• Setores de atividade económica
TEMA 3
A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS

6. Noçãode produção
PRODUÇÃO
Processodetransformaçãodoqueanatureza
ofereceequepermiteobterosbensque
utilizamosparasatisfazerasnecessidades.
PROCESSO DE PRODUÇÃO
Conjunto de operações e fases realizadas
sucessivamente e que, em conjunto, são
necessárias para a obtenção de um bem ou de um
serviço.

7. Setores de atividade económica
Setor primário
Agrupa as atividades que estão relacionadas com o
aproveitamento dos recursos naturais, englobando a agricultura,
a pesca, a pecuária, a silvicultura e as indústrias extrativas.
Setor secundário
Engloba as indústrias transformadoras, a construção, a produção
de energia e as obras públicas.
Setor terciário
Agrupa todas as atividades prestadoras de serviços
comercializáveis e não comercializáveis, tais como o comércio, o
turismo, os transportes, as administrações públicas e as atividades
financeiras.

8. Terciarizaçãoda economia
Importânciacrescentedos
ramosdeatividadedosetor
terciário(serviçoscomercia-
lizáveisenãocomercializáveis)
noconjuntodasatividades
económicas.
Como resultado da:
▪crescente necessidade de organização dos processos de produção
através da gestão do tempo, do espaço e dos recursos materiais e
humanos;
▪necessidade de planear, conhecer e antecipar as reações dos
consumidores ou fidelizar os clientes, desenvolvendo serviços de
conceção dos bens, controlo de qualidade, marketing e estudos de
mercado;
▪subcontratação de serviços, como a limpeza das instalações, a
manutenção e a reparação dos equipamentos;
▪trabalhos domésticos como os de limpeza, confeção de refeições
ou lavandaria.

9. 3. Fatores de produção: noção e classificação
• Noção e classificação dos fatores de produção
• Recursos naturais
• Trabalho: população ativa, inativa, empregada e
desempregada
• Desenvolvimento tecnológico
• Tipos desemprego e desemprego de longa duração
• Capital: noção e tipos
TEMA 3
A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS

10. Os elementos utilizados na
produção de bens e de serviços
para satisfazer as nossas
necessidades designam-se por
fatores de produção ou fatores
produtivos.
Recursos
naturais
Fator
trabalho
Fator
capital
Noçãoe classificaçãodos fatoresde produção

11. Noção
e classificação
dos fatoresde
produção

12. Osrecursosnaturais
Recursos naturais renováveis
Os que não se esgotam
▪vento, luz solar, recursos
hídricos, como a água do
mar e dos oceanos.
Potencialmente renováveis
▪recursos florestais.
Recursos naturais não
renováveis
Os que se poderão esgotar um
dia, pois existem na natureza de
forma limitada, não possuindo
capacidade de se renovar ou
sendo a sua renovação muito
lenta.
▪Minerais, combustíveis
fósseis, como o petróleo, o
gás natural e o carvão.

13. O que é a
economia
circular?
Modelo de produção e consumo baseados em dois ciclos complementares
semelhantes aos ciclos biológicos, nomeadamente:
•o ciclo dos matérias biológicos, que se decompõem através de organismos
vivos;
•o ciclo dos materiais técnicos, que não se decompõem através organismos
vivos.
Na prática, a economia circular implica a redução do desperdício de recursos e
resíduos.
Por exemplo, quando um produto chega ao fim do ciclo de vida, os seus materiais
são mantidos dentro da economia, de forma a serem reutilizados o maior número
de vezes possíveis, gerando um maior valor.
O que é considerado lixo numa economia linear transforma-se em recurso valioso
numa economia circular.
Endesa, Economia circular, in endesa.pt (adaptado).

14. DGAE, Economia circular, in dgae.gov.pt

15. O fator trabalho
POPULAÇÃO INATIVA
População que, independentemente da idade, não
pode ser considerada economicamente ativa no
período de referência — não está empregada nem
desempregada.
Os estudantes, os reformados, as crianças e as
domésticas fazem parte da população inativa.
O fator trabalho representa a capacidade humana para produzir.
Ao nível da economia de um dado país, o fator trabalho corresponde ao conjunto da
população com condições para participar no processo produtivo.
População total
POPULAÇÃO ATIVA
Conjunto de indivíduos com idade
mínima de 15 anos que, no período
de referência, constituíam a mão de
obra disponível para a produção de
bens e serviços que entram no
circuito económico (empregados e
desempregados).
PT = PA + PI

16. TAXA DE ATIVIDADE
Define o peso da populaçãoativano total da
populaçãode um país, num dado momento.
Taxa de atividade
População ativa e taxa de atividade, Portugal
INE, Estatísticas do emprego, 12 de maio de 2021, in www.ine.pt

17. Populaçãoempregadae taxa de emprego
Apopulaçãoativaécompostapelapopulação
empregadaepelapopulaçãodesempregada.
A taxa de emprego é um indicador que nos fornece
informações sobre a capacidade de emprego existente
numa economia, num dado momento.

A taxa de emprego relaciona a população empregada
com a população ativa.
População empregada e taxa de emprego, Portugal
INE, Estatísticas do emprego, 12 de maio de 2021, in www.ine.pt

18. Populaçãodesempregadae taxa de desemprego
Desempregado
Indivíduocomidadedos16aos74anosque,no
períododereferência,seencontrava
simultaneamentenasseguintessituações:
•nãotinhatrabalhoremuneradonemqualquer
outro;
•tinhaprocuradoativamenteumtrabalho,
remuneradoounão,aolongodeumperíodo
específico(noperíododereferênciaounastrês
semanasanteriores);
•estavadisponívelparatrabalharnumtrabalho,
remuneradoounão.
INE, Metainformação, in www.ine.pt

19. INE, Estatísticas do emprego, 12 de maio de 2021, in www.ine.pt
População desempregada e taxa de desemprego, Portugal

20. INE, Estatísticas do emprego, 12 de maio de 2021, in www.ine.pt
População desempregada e taxa de desemprego, Portugal

21. Indicadorestatístico
que complementae
aprofundaa análise
do desemprego.
Agrega, alémda população
desempregada:
-o subempregode trabalha-
doresa tempo parcial;
-osinativosà procurade
emprego, mas nãodisponíveis;
-osinativosdisponíveis, mas
que nãoprocuramemprego.
Subutilização
do trabalho
Subutilização do trabalho e taxa de subutilização
Subutilização do trabalho
Tx Subutilização Trabalho =
Subutilização do trabalho
População ativa
x 100

22. Desenvolvimento tecnológico—características, custos e benefícios
Automaçãoda produção
Utilizaçãodetecnologiaparaexecutartarefasnoprocessodeproduçãosema
intervençãodiretadoserhumano.
Informatização
A difusão dos computadores no setor dos serviços, como os bancos e os seguros,
permitiu:
•diminuir os custos das empresas prestadoras de serviços;
•reduzir o número de trabalhadores;
•controlar melhor os stocks ou a informação;
•aos utentes realizar autonomamente diversas operações, como a consulta de
saldos das contas bancárias, a compra de produtos ou o pagamento de serviços.

23. Desenvolvimento tecnológico—características, custos e benefícios
O desenvolvimento tecnológico tem sido
impulsionado pelo investimento, público e
privado realizado nas atividades ligadas à
I&D.
Descoberta de novas tecnologias, que,
aplicadas ao processo de produção, têm
proporcionado a constante inovação dos
produtos e o aparecimento de novos
produtos ou aumentos da produtividade.
O desenvolvimento tecnológico tem contribuído
para:
•a rápida desatualização das competências
dos trabalhadores, exigindo adaptação
constante;
•a desatualização do equipamento das
empresas e os próprios produtos.
As empresas têm de investir cada vez mais na
tecnologia e no digital para melhorar a produção,
a sua organização interna e para comunicar e
chegar rapidamente aos clientes.
Os trabalhadores têm de investir na sua
formação inicial e ao longo da vida.

24. Tipos de desemprego
A inovação tecnológica exige aos
trabalhadores uma atualização
constante dos seus conhecimentos e
competências, o que obriga as
empresas a complementar a sua
formação, passando estes a ser
portadores de:
— uma qualificação inicial adquirida
através da escola e/ou das
universidades;
— uma qualificação profissional,
adquirida no local de trabalho.
Desemprego tecnológico
Desemprego resultante da evolução tecnológica.
Desemprego repetitivo
Desemprego associado às flutuações sazonais da
produção, como as atividades turística e agrícola.
Desempregados de longa duração
Todos os desempregados que permaneçam nessa
situação há um ano ou mais.

25. O capital —noção
TIPOS DE CAPITAL
Capital financeiro
Recursos financeiros
de que as empresas
dispõem.
Capital técnico
Capital circulante → bens que são
completamente utilizados,
destruídos ou transformados durante
o processo produtivo;
Capital fixo → bens que são
utilizados durante vários processos
de produção, perdendo parte das
suas propriedades, devido à
depreciação.
Capital natural
Todos os recursos
naturais de que a
sociedade dispõe e que
utiliza na satisfação das
necessidades.
Capital humano
Conjunto de
conhecimentos e
capacidades dos
indivíduos, que são
fundamentais para
a eficiência do
processo produtivo.
O conceito económico de capital refere-se ao conjunto de bens que são aplicados na atividade
produtiva, sendo utilizados na produção de outros bens.

26. 4. Combinação dos fatores de produção
• Produção como combinação dos fatores de produção
• Combinação dos fatores de produção a curto prazo
• Combinação dos fatores de produção a longo prazo
• Medidas para melhorar a combinação dos fatores
produtivos
TEMA 3
A PRODUÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS

27. A combinação dos fatores de produção
Input
Refere-se aos fatores produtivos utilizados pela
empresa na produção de bens e serviços.
Exemplos: matérias-primas, equipamentos,
máquinas, edifícios ou ainda o fator trabalho.
Output
Refere-se à produção obtida com o conjunto de
inputs utilizados pela empresa.
OUTPUT
Input
Input
Input

28. .
A combinação dos fatores de produção
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
Relação entre as quantidades empregadas dos fatores
produtivos (capital e trabalho) e a produção obtida.
Q = f (k, L)
COMBINAÇÃO DOS
FATORES DE PRODUÇÃO
Curto prazo — a empresa apenas
consegue fazer variar um fator de
produção, mantendo-se fixos os
restantes.
Longo prazo — a empresa consegue
fazer variar todos os fatores de
produção.
Q - Nível de
produção
quantidade
produzida de um
bem
(output).
Q = f (k, L)
K
quantidade
de capital
utilizado
(input).
L
quantidade
de trabalho
utilizado
(input).

29. A combinaçãodos fatoresde produçãoa curtoprazo
Funçãodeproduçãodecurtoprazo
Mostraarelaçãoentreonúmerodetrabalhadorescontratados(ouhorasdetrabalhocontratadas)eaquantidade
produzida.
Produtividade dos fatores produtivos
A produtividade estabelece a relação entre a
quantidade ou o valor da produção obtida e os fatores
de produção utilizados nesse processo, num
determinado período de tempo.

30. Produtividademédiade um fatorde produção
Produtividade média do trabalho
Em termos físicos → Quantidade produzida
N.º de trabalhadores
Em termos monetários → Valor da produção
N.º de trabalhadores
A produtividade do trabalho depende
de vários fatores, nomeadamente da
organização do trabalho, da qualidade
dos meios técnicos utilizados, da
qualificação profissional e da motivação
dos trabalhadores.
Relaçãoentreasgrandezasrepresentativasdaproduçãoobtidaeofatordeproduçãoutilizado
(trabalhooucapital)paraobteressaprodução,mantendo-seosrestantesfatoresprodutivos
constantes.
A produtividade média do trabalho refere-se à
quantidade média de produto que se obtém por
unidade de trabalho utilizada na produção.

31. Produtividade do trabalho por hora (EU-27=100
PORDATA, Macroeconomia, in www.pordata.pt
Fonte dos dados: Eurostat | Institutos Nacionais de Estatística - Contas Nacionais Anuais

32. Produtividade média de um fator de produção
Produtividade média do capital
Medida pelo volume de produto final por unidade de capital utilizada
como input.
Quantidade produzida Q
Fator capital utilizado K
Produtividade total
Relação entre o valor da produção total e o valor dos fatores de
produção que contribuíram para essa produção (calculada em
termos monetários).

33. Produtividademarginal
Aprodutividademarginaldeumfatorde
produçãocorrespondeaoacréscimoda
quantidadeproduzida,provocadopela
utilizaçãodemaisumaunidadedesse
fator,mantendoconstantesosrestantes
fatores.
Produtividade marginal do trabalho
Variação da quantidade produzida devido à
utilização de mais uma unidade de trabalho (tudo
o resto constante).
Pmg =
Acréscimo da quantidade produzida
Acréscimo do número de trabalhadores
Pmg =
∆ ??????
∆ ??????

OU

34. Produtividademédiae produtividade
marginal do trabalho
0
20
25
30 30
28
0
5
10
15
20
25
30
35
0 1 2 3 4 5 6
Q
L
Produtividade média do trabalho da Empresa Delta SA

35. Lei dos
Rendimentos
Marginais
Decrescentes
Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes
Se adicionarmos unidades sucessivas de um fator variável,
mantendo fixos os restantes fatores, os aumentos na
quantidade produzida a partir de certo ponto serão cada
vez menores, isto é, serão decrescentes.
Significa que a quantidade produzida aumenta, no entanto, a
ritmos cada vez menores.
A quantidade produzida só decresce quando a produtividade
marginal for negativa.
A Lei dos Rendimentos Marginais Decrescentes está associada
ao curto prazo, pois tem implícita a existência de fatores fixos.

36. A combinação dos fatores de produção a longo prazo
A longo prazo, é possível as
empresas modificarem as
quantidades utilizadas de todos os
fatores de produção.
Custos fixos (Cf)
Encargos que não variam com a quantidade produzida pela
empresa, ou seja, são custos que a empresa tem de suportar,
mesmo que não produza.
Custos variáveis (Cv)
Encargos que variam com a quantidade produzida pela empresa.
Custos totais = Custos fixos + custos variáveis
OU
Ct = Cf + Cv
No longo prazo, a empresa pode
escolher qual a melhor combinação
de fatores produtivos (inputs),
trabalho e capital, que geram a
quantidade de produto (output)
pretendida e a um custo mínimo.
Custo total médio
Custo total por unidade produzida.
O custo total médio informa-nos sobre os encargos médios associados a cada
nível de produção.
Custo total médio =
??????���� ���????????????
??????�??????��??????�??????�� �����????????????�??????
OU Ctm =
Ct
??????

37. Isoquantas
Isoquanta
Curvaquetraduzasváriascombinaçõesdedoisfatoresprodutivos
queproduzemumadeterminadaquantidadedeproduto,deforma
eficiente,numdeterminadoperíododetempo.
Mapa de isoquantas
Várias isoquantas, onde K representa o capital e L representa
o fator trabalho, sendo que a combinação produtiva destes
dois fatores dá origem a uma quantidade fixa de produto.

Quanto mais afastada a curva da isoquanta estiver da
origem, maior é o volume de produção que lhe está
associado.
As isoquantas não se cruzam.
Os fatores de produção podem
apresentar algum grau de
substituibilidade entre si, o que ocorre
sempre que é possível trocar um fator
por outro, que cumpra a mesma função
(máquina ceifeira passa a executar as
tarefas do homem).

38. Rendimentos à escala
Suponhamos que se introduzem
alterações nos dois fatores (longo
prazo), trabalho e capital, ao
mesmo tempo e na mesma
proporção; utilizávamos duas
vezes mais unidades quer de
trabalho quer de capital. O que
aconteceria ao nível de
produção?
Poderia ocorrer uma das seguintes situações.
•A produção aumenta mais do que proporcionalmente
que o aumento dos fatores produtivos.
Rendimentos crescentes à escala
•A produção aumenta menos do que proporcionalmente
que o aumento dos fatores produtivos.
Rendimentos decrescentes à escala
•A produção aumenta na mesma proporção que o
aumento dos fatores produtivos.
Rendimentos constantes à escala
O conceito de rendimentos à escala traduz o efeito na quantidade produzida
(output) decorrente do aumento de todos os fatores de produção (inputs) na
mesma proporção e ao mesmo tempo.

39. Economias de escala e deseconomias de escala
Ao aumentar a quantidade de
fatores produtivos numa dada
proporção, permite-se à empresa
aumentar a quantidade de
produto obtida.
Mas este aumento implica
igualmente um aumento dos
custos de produção associados.
Economias de escala
Verifica-se uma diminuição do custo
total médio de longo prazo como
resultado do aumento da quantidade
produzida.
Deseconomias de escala
Verifica-se um aumento do custo total
médio de longo prazo como resultado
do aumento da quantidade produzida.
As economias de
escala estão associadas
a rendimentos
crescentes à escala.
As deseconomias de
escala estão associadas
a rendimentos decres-
centes à escala.

40. FIM