A5 A Poesia pode ser livre 4 - V1 - AMOSTRA.pdf

vanicenascimento4 8 views 90 slides Oct 25, 2025
Slide 1
Slide 1 of 90
Slide 1
1
Slide 2
2
Slide 3
3
Slide 4
4
Slide 5
5
Slide 6
6
Slide 7
7
Slide 8
8
Slide 9
9
Slide 10
10
Slide 11
11
Slide 12
12
Slide 13
13
Slide 14
14
Slide 15
15
Slide 16
16
Slide 17
17
Slide 18
18
Slide 19
19
Slide 20
20
Slide 21
21
Slide 22
22
Slide 23
23
Slide 24
24
Slide 25
25
Slide 26
26
Slide 27
27
Slide 28
28
Slide 29
29
Slide 30
30
Slide 31
31
Slide 32
32
Slide 33
33
Slide 34
34
Slide 35
35
Slide 36
36
Slide 37
37
Slide 38
38
Slide 39
39
Slide 40
40
Slide 41
41
Slide 42
42
Slide 43
43
Slide 44
44
Slide 45
45
Slide 46
46
Slide 47
47
Slide 48
48
Slide 49
49
Slide 50
50
Slide 51
51
Slide 52
52
Slide 53
53
Slide 54
54
Slide 55
55
Slide 56
56
Slide 57
57
Slide 58
58
Slide 59
59
Slide 60
60
Slide 61
61
Slide 62
62
Slide 63
63
Slide 64
64
Slide 65
65
Slide 66
66
Slide 67
67
Slide 68
68
Slide 69
69
Slide 70
70
Slide 71
71
Slide 72
72
Slide 73
73
Slide 74
74
Slide 75
75
Slide 76
76
Slide 77
77
Slide 78
78
Slide 79
79
Slide 80
80
Slide 81
81
Slide 82
82
Slide 83
83
Slide 84
84
Slide 85
85
Slide 86
86
Slide 87
87
Slide 88
88
Slide 89
89
Slide 90
90

About This Presentation

POESIAS


Slide Content

Organizador: Bruno Twain







Editora Contos Livres
São Paulo
2025

ANTOLOGIA A POESIA PODE SER LIVRE 4
Copyright @2025 por Bruno Twain
Copyright @2025 por Editora Contos Livres

Nenhuma parte desta publicação poderá ser utilizada ou
reproduzida em qualquer meio ou forma, seja mecânico,
fotocópia, gravação etc.. Nem apropriada ou estocada em banco
de dados sem a expressa autorização da editora.

Revisão: Bruno Twain
Diagramação: Bruno Twain
Capa: Bruno Twain
Edição Geral: Editora Contos Livres
Ilustração: Adobe Photostock
Fotos: Pessoais autorizadas de cada autor



Editora Contos Livres
Rua Padre Correia de Almeida, 153
São Paulo – SP – CEP: 05743-220
Tel.: 11 9 4853-2117
editoracontoslivres.com.br

Prefácio
A liberdade da escrita se renova mais uma vez
com o retorno do nosso sucesso: “A Poesia Pode
Ser Livre 4”.

Nesta quarta edição, temos autores que
abrilhantaram as edições anteriores e, também,
novos autores trazendo novas escritas e novas
formas de ver o mundo e a poesia.

Quando a Editora Contos Livres foi fundada, em
2022, a missão era reunir escritores de máximo
potencial e abrir portas para cada um deles no
mundo literário, para realizarem seus sonhos e
conhecerem a magia da escrita impressa. Este feito
foi concluído com sucesso, esse projeto é um dos
responsáveis por isso, pois alcançou locais que os
livros não entravam com tanta frequência.

Nosso projeto consiste em atender escolas,
bibliotecas, saraus, festivais literários e, agora a
novidade, empresas. Sim, estamos iniciando um
projeto de venda de livros diretamente em
empresas, em escritórios e até fábricas, para levar
o mundo literário ao alcance de todos.

Desejamos sucesso a todos os nossos autores
e, aos nossos leitores, desejamos que cada linha e
cada frase os faça imaginar, desejar o melhor e

refletir, que fique na alma de vocês um dos testos de
nossos autores.

Obrigado por nos ajudar em nossa missão!
Dê valor aos escritores brasileiros!



Bruno Twain
Organizador e fundador da Editora Contos Livres

Sumário

A Poesia Pode Ser Livre 4
7













Bruno Twain
Bruno Twain é escritor no blog “Forever and for Always” desde 2008,
tendo mais de 1 milhão de acessos neste período. Sua série “Distorcendo
o Tempo” consagrou a posição #1 no Wattpad na categoria Ciência. É
criador e idealizador da Comunidade Contos Livres
@comunidadecontoslivres) no Instagram, alcançando marcos
importantes no erotismo e quebrando tabus. Formado em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas e Jornalismo. Autor de 3 livros, incluindo
“A Dama de Paus”, sucesso de público e crítica, além da produção “Joline
– A decepadora de membros”, sem data definida pela Editora Contos
Livres. Realizou projetos com jovens escritores pelo Brasil para revelar
novos autores e acredita que a leitura pode mudar vidas e realizar sonhos.

A Poesia Pode Ser Livre 4
8





Olhe bem para mim.
Olhe as minhas fotos.
Olhe bem direitinho.
Dê o zoom.

É isso mesmo que eu quero,
Eu não posso deixar de gargalhar.
Vai printando tudo
E não deixe de me seguir.

Dê uma boa olhada, você não consegue resistir, né?
Você acha que eu estou gostoso?
Olhe bem! Olhe direitinho!
E tire um print, vá, não se engane, eu sei que você
espalha eles por aí.

Duvido que você consiga se encarar no espelho,
Acha que me engana?
Então finja,
Seu fingimento é quase tão bom quanto as suas
mentiras.

Veja meus olhos, veja a minha boca linda,
Olhe o meu corpo dançando no Instagram,
Veja bem direitinho,
Decore cada detalhe do meu cabelo.

A Poesia Pode Ser Livre 4
9





Fale de mim,
Fale sempre de mim,
As más línguas falam mal de mim,
Já as boas estão em lugares bem melhores.

Minta,
Mas me olhe!
O que você acha de mim? Adicione meus amigos nas
redes sociais...
Você pode achar o que quiser.

A Poesia Pode Ser Livre 4
10





Te coloquei em minhas costas
E sai correndo.
Você levantou os braços e curtiu como nunca.
Seu sorriso vale mais do que tudo.
Tudo que eu sei sobre o amor,
Você me ensinou.
Juntos ficaremos para sempre,
E agora caídos um ao lado do outro,
Penso que poderia perder uma vida olhando para você.
Nós nunca nos perdemos nesse imenso tempo,
E quando achei que havíamos nos perdido...
Você estava lá para mim.
Você sempre me deu tudo.
Talvez eu não tenha sido tão bom,
Preciso te dar mais valor do que jamais dei.
Todo este tempo, fizemos tudo certo,
Nada caminhou tão perfeito.
Seu amor por mim, me fez escapar da escuridão,
Me trouxe de volta a vida.
Me fez respirar o aroma gostoso da natureza
E subir até o infinito.

A Poesia Pode Ser Livre 4
11













Clarisse da Costa
Clarisse da Costa, escritora, designer, colaboradora de revistas literárias,
Imortal na AMCL e organizadora de antologias pela Editora Contos Livres.
Livros publicados em 2022: Hiper-grafia em parceria com o escritor
Samuel da Costa, e o livro solo Nagô das Negras.
Livro publicado em 2024: Poesia Viva e Frangalhos.
Contato:
@clarisse_da_costa
E-mail [email protected]
Facebook Clarisse Costa

A Poesia Pode Ser Livre 4
12





São tantas sensações e sentimentos…
Uma janela aberta que deixei
para uma nova história.

São tantas cores num papel…
Um arco íris que guardei
para esse inverno.
Amanheço pensando em ti
já querendo te abraçar.
Porque no abraço
eu posso sentir o teu cheiro,
o calor aquecendo o meu corpo
e a vida inteira num só instante
que tu me olha.

A Poesia Pode Ser Livre 4
13





São tão lindos
esses olhos negros, apaixonantes
me deixando tímida e boba!
Fico às vezes sem palavras
querendo apenas estar
mais perto de você.
As sensações me levam
para dentro de ti e ali encontro
abrigo para morar.
A sua beleza tem leveza e paixão.
Abres o caminho da felicidade
com o teu sorriso e o teu olhar.
Se eu pudesse pararia o tempo
para a gente sentir
o calor do corpo num só abraço.
Porque abraço cura,
o abraço faz a gente se apaixonar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
14





Ah, doce e intensa paixão!
Eu te imaginei em alguém
e te encontrei.
Foi só abrir a janela da alma
para tudo acontecer.
Eu me permiti estar em estado de cura.
E sinto a tua urgência na minha vida.
Caminho e tenho total clareza.

É urgente essa paixão,
ela completa palavras
de refrãos e suas melodias fortes.
Ela leva para longe todas as incertezas,
é como a poeira levada ao vento.
Fazer parte dessa paixão
é existir no infinito.
Mas é preciso querer ser curado
para sentir a paixão.
A paixão traz sentimentos
e melhores formas de amar.

Você ama com afeto, com o toque
e quando percebe
a paixão brilha nos olhos.
É o mesmo brilho de uma criança
ao estar diante do universo.

Se existe algo assim
tão singular,eu não sei, só sei que eu vou
sentir e viver essa paixão imensurável.

A Poesia Pode Ser Livre 4
15













Leila Viana
Clarisse da Costa, escritora, designer, colaboradora de revistas literárias,
Imortal na AMCL e organizadora de antologias pela Editora Contos Livres.
Livros publicados em 2022: Hiper-grafia em parceria com o escritor
Samuel da Costa, e o livro solo Nagô das Negras.
Livro publicado em 2024: Poesia Viva e Frangalhos.
Contato:
@clarisse_da_costa
E-mail [email protected]
Facebook Clarisse Costa

A Poesia Pode Ser Livre 4
16





Conhecer-te foi mergulhar no aroma,
o café quente que desperta a alma,
uma promessa de manhã e encanto,
um ritual de afeto que acalma.
Entreguei-me inteira, sem medida,
como quem bebe o amargo e sente a vida,
cada gole revelando coragem e desejo,
um sopro de presente, puro ensejo.

O sabor da sombra que não se diz,
um amargor que desliza e conduz,
memória que insiste, que não se diz,
um café que queima, mas não reduz.
Entre brigas e silêncios contidos,
corpos e almas se fizeram ouvidos,
um derramado que ensina a resistir,
um gosto intenso que nos faz persistir.

No reencontro, sabor requentado,
um café antigo, mas desejado,
a alma aprende a medida do peso,
beber sem se afogar nesse adereço.
Hoje respiro, mesmo a amar,
sigo em frente, pronto para voar.
A carta 8 de Copas do Tarot sussurra discreto:
Partir é preciso. É caminho correto.

A Poesia Pode Ser Livre 4
17





O que foi, torna-se café de depois,
aquilo que ensinou, mas não me corrói.
Levo comigo a manhã clara,
um capítulo novo, que se prepara.
Café de agora, forte e inteiro,
um amor escolhido, meu companheiro,
só o presente é inteiro e belo,
e o futuro, enfim, é meu castelo.

A Poesia Pode Ser Livre 4
18













Daniel Machado
Daniel Machado, Poeta “Geógrafo da Alma” é natural e residente da
cidade de Alvorada RS, graduado em Administração de Empresas e
Ciências Sociais, Acadêmico de Pedagogia e tem uma forte ligação com
a arte, pois além de poeta, cronista, contista é compositor e ator. Suas
principais temáticas poéticas versam sobre questões românticas e étnico-
raciais e sociais.

A Poesia Pode Ser Livre 4
19





Eles passaram!
Os instantes em que te escondestes atrás da porta,
para ver como eu reagiria ao primeiro dia de aula.
Eles também passaram!
Os minutos intermináveis depois do almoço de
domingo,
para rumarmos ao ônibus que nos levaria ao Beira Rio.
Eles também passaram!
Um mosaico de paixões que não foram correspondidas,
ou mesmo as que foram e não persistiram.
O que não passou?
A necessidade de fazer poesia,
pois sem isto não faria nenhum sentido
Eu ter passado por aqui.

A Poesia Pode Ser Livre 4
20





E elas jorravam do ventre da sua memória.
Entrelaçavam-se e rasgavam a seda da sua existência,
repassando suas angústias, esperanças,
suas constatações.
O menino,
o maduro,
e o ancião velavam sonhos em comum
e outros nem tanto,
mas que seguiam o mesmo fluxo
navegando e naufragando em sua práxis poética
cortando a epiderme da sua essência sangrada e
descrita em versos no papel.

A Poesia Pode Ser Livre 4
21





Assim como a incredulidade nas mudanças,
não calaram os sonhadores.
Sigo palavra que sangra as hemácias
dos desfavorecidos.
Sigo verbo ainda que não me conjugues.
Sigo poesia ainda que o milagre não se faça.
Sigo lucidez contrapondo a neurose do mundo.
Sigo esperança em meio ao caos.
Sigo o vômito de estômagos vazios na plenitude da
fome.
Sigo o servir amaldiçoado pelos que se dizem santos
e não querem servir aos que tudo lhes é ausente.
Sigo compondo canções inaudíveis.
Sigo sonhando amores impossíveis.
Sigo coletivo diante da mesquinhez que nos abocanha.
Sigo pássaro despido de asas e já sem céu para voar.
Sigo um pedido de paz diante da indústria da guerra.
Sigo quem vive sendo expulso e morto por causa da
terra.
Sigo um sonho palpável,
ou quem sabe pura Quimera.

A Poesia Pode Ser Livre 4
22













Paula Mota
Paula Fernanda Mota de Oliveira, nascida em Colinas do Tocantins – TO,
mas com alma de mineira. Apaixonada pela família, amigos, amante das
artes, jornalista e autora do livro “Transformar-te: a essência de um ator”.
Enxerga nas palavras uma forma de se expressar e se fazer ouvida.
Traduz em seus contos e poemas, aquilo que só os seus olhos podem ver
e o seu coração pode sentir, na esperança de que aqueles que lerem
sejam igualmente tocados e transformados em suas melhoras versões.

A Poesia Pode Ser Livre 4
23





Ao acordar, ninguém pensa em nada além do seu
interesse, como quanto tempo pode gastar com o café
da manhã, ou os minutos restantes para ir trabalhar.
Ninguém pensa se o vizinho acordou bem, ou se
durante a madrugada alguém se acidentou, em nada.

A vida do viajante solitário do ônibus também é
assim. Ele acorda todos os dias, faz suas refeições, e
como muitos, não é lembrado nas ruas, na vizinhança.
Ninguém sabe seu nome, o que faz, onde mora...
Mas ele existe. Sobrevive.

Todos os dias, ele faz as mesmas coisas. Levanta,
arruma, sai de casa, caminha até o ponto de ônibus e
espera. Aguardando, ele vê o ônibus chegar, abrir as
portas... Ele entra e procura um lugar. Quase sempre os
lugares estão cheios. Então, ele senta na escada,
próximo à porta de saída. E ali, parado, finge não
existir.

O estranho, é que neste momento, ele é notado. Ele
é visto por todos. Pelo menos, por alguns segundos.
Pois os mesmos olhos que o notam, afastam-se dele.
Com desprezo, com nojo, com indiferença. Mas

A Poesia Pode Ser Livre 4
24




ninguém sabe o que os seus olhos veem, o que eles
expressam.

Expressam o sofrimento de anos vividos. Escondem
a criança adormecida, esquecida dentro dele. Assim
como as vezes em que sonhou os mais belos e puros
sonhos de criança.

Sonho estes, que as dificuldades apagaram, que
foram enfraquecidos pela morte da mãe, quando ele
tinha apenas oito anos. Esquecidos como as
lembranças que tinha dela, quando chegava da rua,
todo sujo de lama e sentia o cheiro suave vindo da
cozinha, de comida fresca preparada com zelo e amor
pelas mãos de sua mãe.

Lembrava o sorriso dela, ao notar que o filho havia
chegado. E a expressão de espanto ao perceber a
roupa imunda. O abraço apertado e o calor que sentia
por dentro, quando a ouvia chamá-lo de "menino!",
como quem está brava, mas o amor fala mais alto.

Hoje, o que lhe resta são marcas. Não aquelas que
o corpo estampa ao mundo, mas aquelas que os olhos
escondem e que o tempo não lhe permite esquecer.
Marcas que só quem tem a coragem de olhar nos seus
olhos, consegue ver.

A Poesia Pode Ser Livre 4
25













Rodrigo Deus
Carioca largado pela área de recursos humanos há algum tempo, eu sou
uma criatura divertida para uma criança, amada por uma esposa e
procurando um lugar no meio da escrita. Ainda vivo há quase quatro
décadas, a saúde me permite não realizar tanto por conta de doença
cardíaca, ainda que viva bem.
Sigo na luta de realizar sonho antigo de participar da publicação de livro,
qualquer livro, com o meu material. Já plantei uma árvore, já fiz uma filha!

A Poesia Pode Ser Livre 4
26





Naquela sexta-feira o barulho das crianças parecia
mais alto que o normal. A voz de Marta, rouca de tanto
repetir explicações e corrigir comportamentos, já ansiava
pelo refúgio que só a noite, o apartamento e o silêncio
poderiam oferecer. Porém ainda a décima primeira hora do
dia ainda estava por vir.
A sala era repleta de risos e burburinhos típicos do
oitavo ano de escolaridade, onde a ideia de explorar novas
ideias e pequenos prazeres ecoavam na mente dos jovens
e o futuro profissional nem sempre era algo prioritário.
Turma difícil, dia chato. O quadro estava cheio e era dia de
deixar os pequenos realizarem exercícios para a prova da
outra semana. Ao menos o ar condicionado ainda
ronronava friamente para todos.
Fim do primeiro turno, fim do segundo turno. Hora de
finalmente ir. O final do turno do sol representava o guardar
das suas coisas, o arrumar das cadeiras, o desligar das
luzes e as despedidas superficiais. Não teria festinha no
final de semana, nem sequer um chá na casa da Vera, a
mais velha das educadoras. Era melhor assim.
Trânsito. Os ratos de bebidas e prazeres baratos saiam
de suas tocas levando consigo o barulho de casas antigas
para novos bares, o que significava menos gente na rua da
exausta trabalhadora. A ansiedade pelo silêncio só crescia,
principalmente por se aproximar do seu refúgio e poder
finalmente correr para as águas restauradoras do chuveiro.

A Poesia Pode Ser Livre 4
27




Ali, naquele lugar montado cuidadosamente das
paredes ao chão, não havia gritos, pedidos, chamados ou
insistências mil. Apenas o nobre silêncio e o murmúrio das
máquinas que refrigeram, refrescam e entretém. Nada era
vazio naquele momento de ausência do sol, pois dentre os
sessenta metros quadrados de concretos e decorações em
tons pastéis o silêncio era um rei que tinha como melhor
súdito a paz.
Enquanto explorava seu corpo, a mulher lembrava que
precisava pagar o condomínio. Saiu e preparou um chá de
camomila, umas duas torradas com um bom bocado de
manteiga sem sal e não se esqueceu de eliminar alguns
biscoitos recheados do pacote no armário. A cadeira de
canto da sala já aguardava o seu traseiro, agora limpo.
Sentou-se e olhou pela janela. A rua, geralmente
agitada, estava serena. As luzes distantes piscavam como
estrelas caídas. O conforto do silêncio não era a ausência
de som, mas a presença de uma quietude que permitia que
seus próprios pensamentos se acomodassem. As vozes
dos alunos, as preocupações com o currículo, o cansaço
dos longos dias – tudo começou a… derreter. A ir embora
mente afora. Tudo isso ainda regado pela escuridão quase
total, se não fosse a luz do banheiro ainda acesa.
Não havia necessidade de falar, ouvir e reagir. Apenas
ser. Aquele silêncio era seu confidente, suas paredes eram
verdadeiras senhoras fofoqueiras que agora não ouviam
qualquer voz agora. Lembrou da última vez que se entregou
ao prazer no sofá de três lugares com um lindo exemplar de
ser humano do sexo masculino com olhos castanhos claros.
Depois, se recordou que, na semana seguinte ao rapaz, se

A Poesia Pode Ser Livre 4
28




entregara ao prazer molhado da boca de uma amiga de sua
prima. Escolhas, segredos. Como tantas outras vezes, a
querida noite era sua companheira. A deusa sombria que
curava suas mazelas e escutava suas lamúrias não faladas.
Solidão? Não. Solitude acolhedora. Espaço para
respirar fundo três ou dez vezes e sorrir como se fosse a
primeira vez a fazer tudo aquilo. Mesmo não sendo, claro.
Marta fechou os olhos com um grande sorriso no rosto.
Então abriu e reparou que sua pele parda se misturava
docemente com a luz da lua, quase refletindo a grande dona
da noite sempre a mudar conforme seu bel prazer. Os pelos
do braço demonstraram que ainda era humana. As unhas e
dedos arranhavam o ar frio que agora invadia sua janela e
seu corpo. Uma vontade louca de se esticar e simplesmente
existir. A pele aveludada abrigava curvas graciosas que,
naquela posição esticada no sofá, pareciam ter sido feitas
sob encomenda. Valia a pena manter os músculos
trabalhando na academia. Um suspiro profundo escapou de
seus lábios enquanto ela se espreguiçava, os braços
esticados acima da cabeça, o corpo se alongando em uma
dança lenta e sensual.
O algodão do robe era um convite para o ar frio agarrar
aquela criatura cansada e bela. Cada músculo relaxava,
cada tensão se desfazia no ar e na escuridão. Era um
momento só dela, de puro deleite, saciedade em sua
própria pele, liberdade da rotina trabalhista.
Foi ter com as criaturas dos sonhos, enrolada em si
mesma, visitando lugares jamais vistos por qualquer um dos
alunos exigentes de atenção, enquanto a Lua invadia
gradualmente o seu pequeno espaço no mundo.

A Poesia Pode Ser Livre 4
29













Maria das Chagas
Maria das Chagas de Oliveira
É nascida em Santa Inês /Ma. É técnica contábil aposentada.
Participou das antologias
Sentimentos poéticos;
salvante-III;
Dedilhando pensamentos;
universo da poesia;
universo de valores,
Deixe-me Transbordar.
Livros publicados:
Poemas amor, amor.
Amigas e o sobrenatural
Encontros Sinistro

A Poesia Pode Ser Livre 4
30





Duas vidas em um só momento.
A noite, cheia de neblina, abriga uma chuva que cai como
se fosse orvalho — mas com tanta força que fere não
apenas o corpo, vai além da pele e alcança o coração.

A tristeza faz parte do meu ser e, ao mesmo tempo, é um
sublime templo de angústia e dor. Ela não quer parar:
fere a pele, os sentimentos, tira o fôlego e a existência
de alguém.

As ruas, escuras e sem alegria, parecem calçadas sem
cor. Mesmo sob a luz do luar, não têm vida, pois o tempo
passou, e ninguém percebeu que pisava sobre algo
repleto de recordações.

Hei de encontrar a paz, em algum momento, durante
minha dança com as estrelas — em um lampejo de vida
que ainda pulsa em mim. Porque o amor não morre...
adormece.

A Poesia Pode Ser Livre 4
31






O dinheiro nos classifica; não é Deus, mas nos exorta.
Nos deixa mais ricos, mais insensíveis e menos
solidários. Menos amigos e mais orgulhosos. E nos
coloca em um pedestal.

Sem fortuna com certeza, não faríamos quase nada.
Não teríamos poder, glamour e muitas conquistas. Nem
conheceríamos lugares infinitamente belos e falsas juras
de amor.

Com amor e bens materiais, faríamos quase tudo;
porém, nesse meio-termo entre o amor e a riqueza,
existe o "eu posso", "eu tenho". Então eu sou o melhor
que destrói tudo e todos.

A Poesia Pode Ser Livre 4
32





Quero que saiba
o quanto preciso de você e
o quanto eu te amo.

Entre caminhos e caminhadas,
quero desfrutar dos teus beijos e
me envolver com a magia do teu olhar.

Um afago cheio de ternura
nos cabelos, sussurros ao ouvido,
despertando o meu eu.

Quero me sentir uma estrela,
sentir a vaidade de ser admirada,
desejada e amada.

A Poesia Pode Ser Livre 4
33













Marilice Strada
Marilice Strada da Fonseca, nascida na cidade de Porto Alegre, no Rio
Grande do Sul, em 15/11/1966. Atuante nas áreas de letras e pedagogia.
Amante da literatura, acredita no potencial do ser humano na promoção
do bem maior, no poder da educação para mudar o mundo e no da
literatura para aprimorar o ser humano. Objetiva retratar em suas obras
um pouco do cotidiano real e ao mesmo tempo mágico; de personagens,
sentimentos, perspectivas e aspirações.

A Poesia Pode Ser Livre 4
34





Dele… há quem diga – que dó!
Mas e quanto a vida?
Parece nele plena. Se sorri.
Em todo caso, vale a pena.
Um incomodo, na calçada, foi parar.
Um velho sofá.
Ele, acomodado, incomodando...
Mas se ela para ele assim se posta, como é possível nele
haver pena.
Não há; não combinam.

Ele o que é…
Um mendigo... não; não mais – ele ser morador de rua.
E dele o que é?
O Sofá;
que não é mais daquele.
E a calçada, sua sala de estar.
Sentado, com suas finas pernas;
cruzadas;
e dando...
rizadas.
Assiste ao programa matinal:
Sinaleira fechada;
Cão abandonado;
Ônibus lotado;
No sofá sobra lugar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
35




Dia passando – o programa é vespertino.
Sinaleira aberta.
O cachorro late; alerta.
Enfim um amigo – cabeça acariciada
O sofá não é pouca coisa – três lugares.
A calçada é pequena...
Os transeuntes aproveitam o alongamento.
Deles, há quem diga – que dó!
Cansados, esperam;
gostariam de ter asas,
Querem voltar as suas casas.
O ônibus é expresso, mal enxergam.
Acenam, fazem sinal.
Ônibus direto, no sofá, sobra lugar.

As sombras surgem...
Programa é noturno, pensar no dia difícil é fácil.
Sinaleira piscante.
Não; amigo – agora não.
Mas o escuro confunde.
E acaba engolido.
Pelo ônibus,
Expresso, direto, varrendo – vazio.
Vá, vazio embora, a vida é plena.
O cansaço toma conta e leva embora todos os medos,
Se esticar, nem pensar,
A posição é fetal;
atravessar a noite pode ser fatal.
No emaranhado da escuridão, alguns se perdem.
No sofá, sobra lugar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
36




Ela o que é? Prostituta? talvez
Profissional do sexo. Ah! nomenclaturas
Nova madrugada, outra jornada,
e termino cansada.
Passo por aquela calçada.
Mas que limpa e arrumada!
Vejo que já está ocupada.
Ideal para o trabalho.
Fosse para iniciar, fosse para terminar.
Vejo o sofá.
Embora gasto e desbotado,
um dia deve ter sido belo.
Ah que dó!
Um carro, vem devagar,
faz sinal querendo parar
Era... final de expediente.
Mas, não se sabe o dia de amanhã.

Amanhece. Um novo dia.
Recomeçar, se espreguiçar, pernas finas cruzar.
E veja! Surge alguém.
Que vem, outro lugar ocupar.
Chegando bem na hora da programação começar.

Cliente rápido esse; e dos bons.
Peço, para na mesma calçada ficar.
Então sento para descansar.
Peço licença.

Pois sim – diz Alegria.
No sofá, sobra lugar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
37













Paulo Medrado
Paulo Henrique Cardoso Medrado, professor, filósofo, escritor, mestrando
em Letras pela UESB, membro do foro literário da ressaca e membro do
corpo editorial da revista Escri7a.

A Poesia Pode Ser Livre 4
38





O avião fez um voo rasante,
Pulverizou tratados de pequenas virtudes,
Nos terrenos cerebrais para adubar frutos pensantes,
Feito sonho doce assado no forno a lenha, com sua
ciência de produzir quitutes...
E seu perfume penetra no imponderável e traz o
improvável no banquete do provável...
Para saborear saberes verdejantes, degustar outros
horizontes e colher nos campos, outras atitudes.

A Poesia Pode Ser Livre 4
39













Maria Eduarda
Sou Maria Eduarda da Fonseca Soares, nascida em 27 de julho de 2009,
em Sapucaia do Sul (RS). Atualmente curso o ensino médio na Escola
Guianuba. Desde pequena, sou apaixonada por histórias, especialmente
contos de terror, embora também goste de explorar novos gêneros.
Sempre tive o apoio da minha família, dos meus professores e de Isabete
Fagundes, que me incentivaram a seguir escrevendo. A escrita é parte
essencial de quem sou, e através dela espero inspirar e emocionar as
pessoas que leem meus contos.

A Poesia Pode Ser Livre 4
40





No silêncio da noite, sinto o leve roçar de uma cauda
nas minhas costas e presumo que seja meu gato. Mas,
ao erguer os olhos para a janela, vejo-o caminhando pela
rua enevoada, vindo em minha direção.

A rua estava deserta, envolta por uma neblina densa.
Meus olhos se desviaram da tela do computador e
encontraram meu gato vindo em minha direção. Mas...
como? Ele estava ali, pedindo carinho como sempre
fazia. Seria possível? Não podia ser porque minha casa
estava completamente fechada.

Um arrepio percorreu minha espinha. Meu coração
gelou ao ouvir um miado vindo da rua. Olhei pela janela:
lá estava ele, meu verdadeiro gato. Levantei-me de
imediato, olhei atrás da cadeira... e não havia nada ali.

Saí do escritório e abri a porta para ele. O gato
entrou, mas, curiosamente, não foi até o escritório como
fazia todos os dias. Voltei à minha mesa, deixando a
porta entreaberta, caso ele quisesse entrar. Sentei-me,
tentando convencer a mim mesmo de que o “gato” que
havia sentido momentos antes era apenas fruto da
imaginação… ou da exaustão.

A Poesia Pode Ser Livre 4
41




O relógio marcava meia-noite. Terminava alguns
relatórios extras quando senti sede. Peguei minha
garrafa e percebi que estava vazia. “Como assim?”,
pensei. Eu havia acabado de enchê-la.

Levantei-me novamente. Ao sair do escritório, vi meu
gato dormindo tranquilamente no sofá, enrolado em si
mesmo, como fazia quando ainda era um filhote. Aquilo
apertou meu peito. Por um instante, quis que o tempo
parasse ali. Fui até a cozinha, enchi a garrafa com água
e voltei para o escritório. Eu estava exausto, um viciado
em trabalho, mas, mais do que isso, era alguém que
usava o trabalho como fuga. Fugia da dor, do silêncio...
de mim mesmo. E, no fim, sempre havia a desculpa
perfeita: os relatórios precisavam ser entregues.
Quando terminei, o relógio já marcava uma da
manhã. Desliguei o computador, guardei algumas pastas
e, de repente, senti novamente a presença do meu gato.
Sorri. Levantei-me para pegá-lo no colo, como sempre
fazia… mas não havia nada ali.
Fiquei paralisado. Sabia que era minha imaginação.
Era óbvio. Estava esgotado.
Desliguei o abajur. Ao dar o primeiro passo para sair
do escritório, algo, algo que estava ali, escondido, se
revelou. Talvez fosse minha própria sombra. Havia uma
sensação familiar, uma estranha aproximação. Aquela
presença escura não tinha forma definida, era apenas
uma sombra negra. Mas os sentimentos que ela
exalava… eram os meus: o vício pelo trabalho, a

A Poesia Pode Ser Livre 4
42




ganância por poder, o medo da solidão, o pavor da
escuridão.
Aquela sombra me conhecia tão bem porque ela era
eu.
Naquela sala, compreendi que aquele seria o meu
fim. Um fim incerto, porém, perfeito. Infelizmente, eu
sabia que acordaria de novo. E sim, acordei. Naquela
cama. Naquele quarto. A luz forte quase me cegava.
Queria acreditar que tudo não passava de imaginação ou
cansaço extremo, mas sabia que não era.
Todos os dias, a enfermeira me trazia os remédios.
— Doutora Mariana, a senhora acha que o paciente
122 está melhorando? — Perguntou a enfermeira que
estava do seu lado, observando a pessoa, de uma “
janela” de onde era possível observar quem estava lá
dentro.
O paciente acordava, mais uma vez.
— Sinceramente? Não. Ele só piora. Antes, eram
apenas relatos de sonhos estranhos. Agora, tem
alucinações com o gatinho falecido. É triste ver o que o
luto faz com alguém que não consegue dizer adeus.

A Poesia Pode Ser Livre 4
43













Cleide Moriano
Meu nome é Cleide Aparecida Moriano, natural de Guarulhos. Sou
formada em Enfermagem e especialista em saúde do trabalhador.
Adoro ler e escrever sobre temas diversos, mas me perco ao contar
histórias para meus familiares, amigos e fazer meus versos.

A Poesia Pode Ser Livre 4
44





A beleza da criação nos inspira ter dias melhores.
É através da escrita que me encontro com Deus, onde
vejo que um lindo entardecer enlouquece os meus olhos.
O sol se põe e a noite chega.
Existe algo mais belo do que estes versos?
Sim, só a sua presença nos faz perceber que perdemos
tempo demais com coisas inúteis e não observamos o
que há de mais belo em um lindo entardecer.
O sol se põe, a noite chega, as estrelas surgem e o céu
entra em festa, onde os astros se encontram e a dança
começa como se não tivesse fim.
Tenho 24 horas para apreciar a criação, onde o sol
nasce, encanta, brilha, aquece, se esconde e
desaparece.

A Poesia Pode Ser Livre 4
45





As tardes de domingo são as mais belas.
A semana começa no domingo, e não na segunda, como
todos imaginam.
É no domingo que começam os preparativos para uma
semana.
Segunda, sendo seu primeiro dia útil, e parece não ter
fim; aí vem a terça, onde, menos se espera, já é quarta,
a semana voa, a quinta vem se apresentando tímida,
quando finalmente chega a sexta.
Sexta-feira de comemorar e relaxar, após uma semana
exaustiva.
Sábado chegando, dia de organizar a bagunça deixada
por sete dias.
O dia passa rápido, e o que planejamos, deixamos
metade para trás.
Domingo chegando: quando o sol está mais lindo,
nossas esperanças se renovam, ajeitamos tudo e, no
final da tarde, parece que não fizemos nada.
Como é bom aproveitar este domingo como se a
segunda não existisse e admirar este pôr do sol por mais
algumas horas, mas, como disse, é apenas mais uma
tarde de domingo.
O sol se pondo, a lua surgindo, meus olhos se fechando,
porque hoje é o primeiro dia de uma semana linda que
está chegando.

A Poesia Pode Ser Livre 4
46





Muitas vezes, nos deparamos com tantas coincidências
que ficamos assustados; daí vêm os fatos.
Os fatos também surgem de maneira espontânea. Será
o destino?
Lá vem o destino, sempre perdido, procurando
coincidências e fatos.
Estes três eventos estão sempre em busca de algo, e
não é por acaso.
Então, a coincidência conversa com o fato, que entrega
o mapa para o destino e ele promete nunca mais se
perder.
Agora, se esses três eventos cruzarem seu caminho
simultaneamente, as coincidências, os fatos e o destino,
você deve seguir sem medo, porque nada na vida é por
acaso.

A Poesia Pode Ser Livre 4
47













Franklin Ramalho
Franklin Alves Ramalho nasceu em 2003, em Rubim (MG). Cresceu na
zona rural, onde a natureza lhe ensinou o silêncio e a beleza das palavras.
Desde cedo, fez da poesia sua forma de compreender o mundo e, em
2018, ao ingressar no IFNMG, passou a transformar sentimentos e
inquietações em arte. Autor do livro Onismo (Editora Caravana, 2021) e
participante das antologias Vozes da Resiliência (Editora Contos Livres,
2024) e Entre Contos e Versos - 4 (Editora Contos Livres, 2025), escreve
como quem vive entre a lembrança e a esperança, buscando, nas
palavras, um lugar para permanecer.

A Poesia Pode Ser Livre 4
48





Passou na minha rua, hoje, uma senhora
Seu vestido florido balançava ao seu caminhar
Carregava uma pequena sacola com a mão direita
enquanto a esquerda sustentava uma sombrinha
Seu cabelo em prata, prendido em coque, guardava a
memória de seus anos
Sua face enrugada e as mãos grossas e calejadas
mostravam que ela tinha provado do amargo da vida
Aqueles olhos profundos já sentiram fome, cansaço,
dor…
Aquele olhar experiente já tinha visto muita coisa
acontecer nessa terra
E mesmo assim, seguia seu caminho fraco pela rua
Olhou-me, reconhecendo em mim as gerações que me
antecedem
Abençoou-me e seguiu, como se a Vida precisasse de
mais um favor seu
Vi ela partir, assim como veio, de repente
Atrás do que a Vida ainda poderia necessitar,
Sendo que era
Ela a quem a Vida devia nos braços carregar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
49





Marcamos um encontro
Já estava tudo combinado
Data e hora, tudo pronto
Mas ela não cumpriu o trato

Esperei feito um tolo
Mas ela não apareceu
Percebendo que levei um bolo
Quem foi embora fui eu

Ah, mas se ela tivesse vindo
Com seu vestido turvo
Teria sido tão lindo
Nosso encontro no escuro

Já que ela não veio, vou embora
Nosso eclipse teve fim
Nosso amor jogado fora
Infelizmente, acabou assim

A Poesia Pode Ser Livre 4
50





Sinto saudades de nós.
Depois de ter me negado
É estranho ficarmos a sós,
Se ficamos tão distantes
Mesmo estando lado a lado.

Conservar contigo não tem mais o mesmo sabor
E o contexto parece que não flui
São palavras soltas, sem valor
Que se esforçam em encontrar
Quem tu és e quem eu fui

Mas se olho nos seus olhos
Que tanto brilho guarda
Minha garganta fecha,
Minha palavra trava.

Minha luz que tanto te incendiou
Foi fraca, um lume do vagalume
Triste luz, falha, sem costume
Que em sua presença se apagou.

A Poesia Pode Ser Livre 4
51













Érica Ramalho
Érika Alves Ramalho nasceu no dia 23/06/2006, em Rubim-MG. Filha do
meio do casal Aliete Alves Costa Ramalho e Alcebíades Ramalho da
Costa, cresceu sendo a única filha mulher entre seus dois irmãos, Franklin
e Henrique. Desde pequena, sempre gostou de contos e poesias. Gosta
de refletir sobre a vida e compartilha seus pensamentos de forma poética,
transformando sentimentos e vivências em versos marcantes.

A Poesia Pode Ser Livre 4
52





Adivinha quanto eu te amo,
Tenta só imaginar...
É mais do que as estrelas
Que à noite vêm brilhar.

Te amo em cada riso
Que escapa sem querer,
Em cada vez que o mundo
Me faz pensar em você.

Te amo no silêncio,
Nos dias de saudade,
No tempo que não passa
E na eternidade.

E se um dia der saudade,
Ou faltar o chão sob os pés,
Fecha os olhos bem devagarzinho...
E lembra do quanto eu te amei dessa vez.

Daqui até a lua, ida e volta,
E mais um pouquinho além.
Porque amar você, meu bem...
É coisa que o coração sempre tem.

A Poesia Pode Ser Livre 4
53





Nunca fui de laços, nem de flor no cabelo,
Mas com você, descobri um mundo inteiro.
Virou seguro o que era receio,
E ser menininha… já não me pareceu tão feio.

Com você, deixei cair o escudo,
Me senti leve, me senti tudo.
Pela primeira vez, sem medo de ser,
Eu, inteira, só para você ver.

Tem dias bons, tem dias nublados,
Mas todos eles são mais abençoados
Quando seus olhos cruzam os meus
E o mundo, em silêncio, vira só nós dois e Deus.

Obrigada por não soltar minha mão,
Por ser abrigo, por ser chão.
Por aquele beijo, por ter calma,
Por enxergar a paz dentro da minha alma.

Com você, tudo é cor,
Até a dor tem outro sabor.
Você é casa, é céu, é mar,
É tudo aquilo que eu sonhei amar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
54





Amor, amores,
os verdadeiros,
sem dores.

O tempo passa,
mas permanecem,
na alma ficam,
jamais se esquecem.

Momentos bons,
sorrisos leves,
que nos embalam
até que a noite
nos adormece.

A Poesia Pode Ser Livre 4
55













Debora Tauane
Uma biomédica e escritora de Alagoinhas, Bahia, encontra Inspiração em
sua vida para criar contos com um toque de fantasia, sempre
acompanhada por sua fiel companheira, Meggy. A leitura e a escrita
sempre foram seu refúgio, ajudando-a a expressar sua criatividade e
superar a timidez. A chegada de Meggy trouxe ainda mais alegria e
significado, motivando Débora a Compartilhar suas experiências em
diversas antologias, buscando sempre conectar com outros amantes da
literatura e inspirar novos leitores.

A Poesia Pode Ser Livre 4
56






Na escada da vida, três degraus são essenciais:
Foco, força e fé, a base que sustenta.
Uma pitada de determinação, persistência e coragem,
E um toque de sorte, que faz a diferença.
Viva a vida do seu jeito, seja autêntico,
Seja feliz, ou faça o bem, e a felicidade virá.
Fazer o bem é bom, traz alegria
Felicidade para viver.
No fim, o que importa é ser feliz,
Com Foco, força e fé,
o resto é providência divina.
Viva a vida e seja feliz!

A Poesia Pode Ser Livre 4
57





Autismo, uma palavra que me assusta
Já faz um tempo após o diagnóstico
Ainda não consigo aceitar

Muitos sentem alívio com o diagnóstico tardio.
Mas não consigo sentir esse alívio
Preconceitos e Estigmas vêm com ele
E se não cuidar, a Depressão chega.

Só queria esquecer, mas lembro
Que agora faz parte de mim.
"Aceita que dói menos", dizem
Mas para mim, ainda dói muito.

A Poesia Pode Ser Livre 4
58













Carolina Murena
Carolina Paula Vicente Murena, 45 anos nasceu em 17/06/1980 em São
Paulo, Capital. Aos quatro anos de idade mudou se para Iguape, Litoral
Sul do Estado de São Paulo, a famosa Terra do Bom Jesus ou Princesa
do Litoral. Iguapense de berço e de coração, foi em Iguape que cresceu
e desenvolveu, estudou, casou foi mãe e avó. Uma brasileira que como
filha, irmã, mãe e avó coleciona experiências no seu universo de mulher
que entre caminhos espinhosos e floridos faz de sua experiência uma
mentoria de amor, fé, alegria, esperança, resiliência, paz e resistência.
Carolina Paula é Escritora e Poetisa e acredita que escrever é uma grande
troca de ensinar mais também aprender.
Os poemas dessa obra dedico a Marcos Roberto de Farias Mendonça,
meu namorado, companheiro e amor.

A Poesia Pode Ser Livre 4
59





Teu toque é a minha salvação,
Teu beijo é a minha paixão.
Em teus olhos, encontro meu lar,
E no teu amor, meu coração se revela.

Cada momento contigo é um sonho,
Cada palavra, uma canção.
Te amo mais a cada instante,
E em teu amor, encontro a minha verdadeira direção.

A Poesia Pode Ser Livre 4
60





"Teu amor é o meu refúgio,
Teu abraço é a minha paz.
Em teus olhos, encontro verdade e faço de você meu lar
E no teu coração, meu amor se faz.

Cada momento contigo é um presente,
Cada olhar é uma promessa.
Te amo cada dia mais batida,
E em teu amor, encontro minha verdadeira paz.

No teu sorriso, encontro alegria,
No teu toque, encontro amor.
Contigo, tudo é perfeito,
E sem ti, nada é igual .

A Poesia Pode Ser Livre 4
61






Foram alguns dias de espera, dias difíceis, dias que
pareciam não passar, dias de lembranças e saudades
Mas a tua volta, me traz alegria, suspiros, pensamentos
e muito carinho.
A distância foi um teste,
Foi também o fortalecimento
Mas o amor foi a minha

Cada dia sem ti foi um desafio, quase que um tormento
Mas a lembrança do teu sorriso me sustentou.
Saber que você estava em segurança e pensando na
gente só me fez mais forte.
Agora, mal posso sentir a tua presença,
E o meu coração se enche de amor.

Teu retorno é para mim um presente,
Um momento que eu tanto esperei.
Te amo mais a cada dia mais
E agora, posso estar com você novamente."

A Poesia Pode Ser Livre 4
62













Vanice Ricardo
Vanice Ricardo Do Nascimento
Professora e Poetisa. Tem poemas publicados pela Editora Contos livres
e outras antologias. Prefaciadora da Antologia O Grito Delas, A Voz
Silenciada que agora ecoa pela editora Brunsmark, 2023. Prefaciadora da
Antologia Entre Linhas e Versos, pela editora Rio Flores Editora Renato
Galvão. 2024. É autora do livro: VIDAS, pela Coleção Mulher Maravilhosa
Volume 8 uma edição da ALB Campos RJ GRUPO, 2022. EDITORIAL.

A Poesia Pode Ser Livre 4
63




Ela está no seu pequeno recinto
As portas fechadas
As cortinas proibindo a vista
Há luz lá fora, mas prefere a artificial.

O dia trocado pela noite
Queria ouvir o silêncio
Ter mais tempo consigo
Conversar com sua mente.

De dia escuta o barulho dos outros
Suas respirações, os roncos estomacais
Os gases barulhentos, espirros, pisadas...
Do gole de água entrando no corpo...

As pessoas acordadas falam alto
Gritam, aumentam o som
Buzinam, explodem de raiva
Odeiam e são odiadas...

É melhor transformar o dia em noite
Abafar o barulho das coisas barulhentas
Trazer os silenciadores
Colocar os tampões de ouvido.

Só falta fechar os olhos
Não para dormir
Para se sentir
Ouvir seu próprio barulho.

A Poesia Pode Ser Livre 4
64





Um poema poderia ter sido feito
Quando cada um entrou no ônibus lotado
Alguns em pé com suas mochilas pesadas
Tantos rostos femininos e masculinos.

Velhos cansados; os homens superiores
Os jovens ainda alegres
As mulheres sérias
As meninas e o peso de sê-las.

Tantos pensamentos que se lê nos rostos
Arrependimentos, desejos, tristezas...
Sonhos, alegrias planejadas...
Preocupações progressivas...

O poema durou horas
Ouviu o choro recolhido
O mistério dos olhos
Destruiu o horror da escrita.

Nada foi escrito
O poema em desordem
Os homens não têm tempo de escrever
O poema finalizado na última parada.

A Poesia Pode Ser Livre 4
65




Quem manda em mim
Não é minha mãe
Não é meu pai
Nem o capitalismo.

Quem faz eu me sentir feliz
Não é Van Gogh com “Os Girassóis"
Nem o belo poema de amor de Pablo Neruda
Nem a bela vista de Fernando de Noronha.

Quem faz eu me sentir triste deveria ser: As crianças
palestinas sendo mortas
As crianças dos ricos sendo crianças
Como deveriam ser; sem preocupações.

O que faz eu ser humanamente humana
É essa forma de querer ser poesia
Mesmo sendo insensível a dor do outro
Felicitar por ser explorada.

Comprar um pouco da liberdade
Nos fins de semana
Saborear a prisão da escala 6x1
Saber que ficará velho e sem aposentadoria.

Ser canhoto levou-o a sonhar
Achar que é livre e que pode revolucionar
Ordenhar a alegria e a tristeza da vida
Um dia ser revolucionário outro dia fuzilado.

A Poesia Pode Ser Livre 4
66













Simone Reis
Meu nome é Simone Reis, sou do Rio de Janeiro, tenho três filhos Marcus
Vinicius Reis (em memória), Emanuelle Reis Magalhães e Gabriel Reis.
Já participei de mais de 40 antologias, sou autora do livro " Jeito de ser",
faço parte da academia de Letras do Rio de janeiro e luto todos os dias
por uma vida melhor, leve e com leituras para serem espalhadas.

A Poesia Pode Ser Livre 4
67





Se for para ir embora, que vá de vez. Mas se for para
ficar, me faça feliz e me ensina a te amar do jeito que
você é. Meu preto, seu perfume e seu colar me deixam
sem estrutura, quero você ao meu lado, sem pedir para
ir embora.
Venha ficar junto comigo para ver da nossa casa a chuva
cair lá fora, os vidros molhados e nossos corpos suados
de fazer amor e carinho.
Mas se for com esse seu jeito de homem sério,
carinhoso, que fala ao pé do ouvido com a voz rouca,
dizendo não, vou embora. Vou ficar aqui. Então fica aqui
no nosso ninho de amor.

A Poesia Pode Ser Livre 4
68













Sofia Albino
Sofia Albino é uma jovem que desde pequena ama ler e escrever, já tem
mais de 40 antologias com sua participação e um livro publicado “Onde
mora nosso coração” que junto com sua mãe, Derinéia Albino, conta em
poesias e contos seu amor pela região onde mora.
Sofia sonha em se tornar escritora e, transmitir para todos, sua paixão
pela literatura.

A Poesia Pode Ser Livre 4
69





Com cada gesto que tenho,
Posso mudar o planeta.
Como faço em cada folha que desenho.
A esperança no olhar do poeta.

O planeta pede para dele cuidar,
Das árvores e animais,
Cuidar do mar e do ar
E assim o amar cada vez mais.

Sento à uma sombra de uma árvore,
E penso que um dia podemos,
O verde não mais termos,
Ele que nos alegra e refresca

Devemos cuidar da terra e amar,
O amor que pensa em todos e acompanha
Hoje é dia de cuidar para que
A próxima geração busque
um mundo puro
para zelar e proteger!

A Poesia Pode Ser Livre 4
70













Beth Alves
Sou Elizabeth Alves, professora das Letras, autóctone da cidade de
Itamarandiba no recôncavo Vale do Jequitinhonha. Começou sua carreira
de escritora e poetisa na pandemia e de lá para cá não parou e ganhou
diversos prêmios pois sua escrita tem alcançado "além mar!" Esfuziante,
pensa em alçar mais longínquos voos pois a escrita a leva a navegar por
mares nunca dantes navegados...

Muito grata aos familiares e ao seleto e dileto grupo de amigos que a
apoiam e incentivam a seguir no paraíso das letras!

A Poesia Pode Ser Livre 4
71





Sou um poeta fingidor
Finjo tão absurdamente
Que chego a fingir que sei o que é o amor
O amor que deveras sinto.
E aos que amo e amei,
Até na dor senti bem,
Não aos desamores que tive,
Mas amo o que não tenho.
E assim, na roda da vida
Gira, até perder a razão,
Esse órgão que pulsa
Que se chama coração.

A Poesia Pode Ser Livre 4
72





Minhas mãos dançam sobre o papel
Palavras que fluem como um rio
Pensamentos que se tornam realidade
Em cada linha, uma história se revela.

A caneta é minha ferramenta
Que me permite criar e sonhar
As palavras são minhas cores
Que pintam um quadro de emoções.

Escrever é minha paixão
Que me faz viver e sentir
É uma forma de expressão
Que me permite ser eu mesma.

A escrita é uma ferramenta
Que nos ajuda a processar
Nossas experiências, nossos sentimentos
E a encontrar nosso próprio caminho.

A Poesia Pode Ser Livre 4
73













Ana Pedrita
Uau, novamente venho aqui participar com minha simplicidade, desta
imensidão da leitura.
Através dessa bela Antologia (com belos escritores).

A Poesia Pode Ser Livre 4
74





Pássaros nos arvoredos e folhas caindo...
Etapas, mudanças e transformações.
Como uma bela borboleta, após o seu casulo:
Voe, voem...
Todas as espécies, algumas nos seus ninhos.
Encantando, ao cuidar de suas crias.
Cantarolando nossos dias!
Na natureza, fazendo sua parte e cada um, com sua
beleza.
Até o beija-flor nos beija com o encanto do seu nome.
Cada um, com seu " cantarolar “.
Temos... Devemos respeitar!
Falando ao vento e que se espalhe:
"Gratidão a natureza “, que aqui no planetinha Terra
ainda está.
E só está a nos mostrar, está aqui para nos amar!
Por quê, somos os mais cruéis?
Por quê, somos os mais pecadores?
Por quê, somos incompreensíveis, sempre em erupção?
Por quê, somos os mais irracionais e nos achamos
imbatíveis?
Com nossas condutas, no planetinha Terra!
O quê, poderíamos ser ...
Com nosso, puro egoísmo.
Antes do fim... Grite...
Em seu eu, reflita. Tente ser melhor!

A Poesia Pode Ser Livre 4
75













Ildacir Pedreira
Escritora, participantes de belas Antologias, como: "Meu Adorável Pet"
(Editora Contos Livres), autora de belos livros físicos, como: Coletânea de
Infância.
Membro Imortal correspondente da Academia de Letras do Brasil
(ALBRJ).

A Poesia Pode Ser Livre 4
76





É um amor sofrido
Parece até castigo, mas é gostoso.
Um amor terno e sublime...
Vc já sentiu esse amor?


Igual a esse amor somente o do Senhor
Pois Ele amou, amou e deu sua vida
E assim é uma mãe: mata e morre por amor
E ama os filhos das suas entranhas
Aliada e com parceria eterna do Criador.

Como contava o meu avô:
— "A mãe vai na frente,
Carrega um cesto cheio de água,
Chega ao seu rumo; com um copo d’água.
E o filho, não lhe dá nenhum valor! "

Mas não importa, a mãe se reergue, dá a volta
Faz que nem liga, mesmo por dentro sofrida
O amor supera e tudo retorna ao seu lugar.
Amor de mãe, não vacila e sim
Anima, cativa, bota para cima
O filho ingrato, que vai sempre amar.

A Poesia Pode Ser Livre 4
77













Nari Hugen
Nari Hugen, nascido em 05/09/1976, natural de Rancho Queimado - SC,
filho de lavradores, tem o segundo grau completo. Faz residência no
município de São José/SC. Tem paixão em escrever. Exerce a função de
mestre de obras, escritor e poeta com três livros solo, coautor em
antologias, selos, haicais, e revistas de diferentes editoras. Acadêmico de
academias e núcleos, e prêmios destaques. Instagram:
@hugennari.escritor

A Poesia Pode Ser Livre 4
78





Nas asas dos meus sonhos
Quero voar rasante à realidade
E transformar o que tenho almejado
Seguro com os pés no chão

Não tenho medo de prosseguir
Vou tecer com retalhos de amor
Cicatrizes decoro com a unção da fé
Que tenho nas verdades do meu ser

Que não me faltem motivos para sonhar
Com muita paixão e força no coração
Sonhar é saudável para se viver
Longevos ser, e perceber a vida acontecer

Ancião a cofiar a barba branca no ócio
No balanceio da rede à sombra
Desfrutar das bênçãos merecidas
De minha própria escolha de valor!

A Poesia Pode Ser Livre 4
79





Ouço a chuva cair lá fora
Nessa noite de sábado
A quebrar o silêncio
E molhar o véu da escuridão;

Deitado sobre a cama apenas ouço,
O som percuciente sobre o telhado
Me despertou do sono...
Era tão prazeroso esse sonhar;

Relampejos vislumbram pela cortina
Seguido do barulho de trovões
Ora acordado, antes da madrugada...
Antes calmaria, agora tempestade;

O vento a desfolhar a escuridão
Sopra a chuva, cortina prateada
A cair do beiral da choupana
Goteja entre os vãos das telhas;

Molha o chão e pinga sobre o lençol,
De repente tudo calmaria...
E o silêncio flutuante como neblina
Embala o sono novamente...

A Poesia Pode Ser Livre 4
80





Há tantas dúvidas sobre o teu amor
Difícil de acreditar no seu florir
Ontem disse a sorrir que me ama
Não enxerguei o teu desabotoar
Hoje, já provou que não é bem assim
A negar o abraço quando eu cheguei,

Os sentimentos foram decepções
O atrito foi duro ao toque
Senti logo no gosto amargo do beijo
Era apenas apaziguado sem bálsamo
Que não era o sabor do chocolate
Quão outrora tinha nos teus lábios,

Esquivou-se com o corpo e olhar,
A desviar se, projetando medo
Sinta-se à vontade do teu coração
Não use de minha bondade
Entendi sem entender que devo sair
Diga logo a verdade mesmo que faça doer

Vai ser melhor assim para nós dois
Liberdade sempre foi nosso elo
Vou voar em busca de outro amor
Assim como faz tempo que você despetalou;
A nossa história que fique no sabor
E seja o ímpeto de outra paixão...

A Poesia Pode Ser Livre 4
81





Desejo não ouvir do mundo, mas da tua boca
Que possa ter se arrependida do instante
Que prevaleceu para a nossa sintonia
Que seja tarde demais para você desabrochar
No mesmo jardim e na mesma medida do que eu
É guarida entre flores e sorrisos, postergados do
coração!

A Poesia Pode Ser Livre 4
82













Bel Siqueira
Elisabel Siqueira é mãe do Matheus, filha de Paulo e Iara, Tia do Vitor e
da Isabel. Formada em Letras/Literatura pela PUCRS também é
Pedagoga, pós-graduada em História e Cultura Afro-Brasileira Educação
Especial Inclusiva, Docência no Ensino Superior, Alfabetização e
Letramento, Liderança e Gestão de Equipes, Administração, Supervisão
e Orientação Escolar, Educação a Distância: Gestão e Tutoria e Gestão
em Saúde Pública. Professora e Diretora no Município de Alvorada.
Acredita que a oralidade e a escrita têm o poder de manter viva a magia
do amor, a beleza da ancestralidade e seu legado.

A Poesia Pode Ser Livre 4
83





Dela descrevo um sorriso
Um ato linear, constante,
Sem muitas nuances.
Não te vi gargalhar
Mas vejo este sorriso mudar
a cada abraço meu
Neste momento o mundo para
e tranquilidade espalha

O abraço e teu sorriso se enlaçam
No aconchego quentinho do teu carinho
Há tanto amor na beleza da tua flor
A tua casa é um jardim,
Tuas palavras são flores, rosas e jasmins
Teu acolhimento colore o coração aflito

Tu és tão pequenininha Senhora
Que cabe no meu colo e na minha mão
Tu és tão grande Senhora
Que consegue milagres através da oração

Minha admiração passa pelo teu exemplo,
Pela tua fé, atitudes e constância
Desde que nasci
Sempre vivi um sonho de amor
És a minha vida, perfeita!

A Poesia Pode Ser Livre 4
84





Como posso te amar tanto
Te respirar, te sentir?
Lembranças, vivências, conversas
Escutar
O primeiro choro, tuas palavras
Ver
Teu crescer, tua desenvoltura,
Sentir
a cada dia que passa
que és o motivação do meu respirar
Arrefeço e choro de emoção e medo
a cada voo teu
Mas a transformação é essencial
neste universo chamado vida
Sonho ideal de amor
Quando seguires o teu caminho
Sempre volta
Quando der o teu maior voo
Construir teu próprio ninho
Volta
Hoje vivo o sonho de ter você por perto
Amanhã sonharei com tua volta para me ver
“Calma mãe!
Um passo de cada vez. ”

A Poesia Pode Ser Livre 4
85






Meu coração bateu forte
Quando escutei teu pulsar,
Senti chegar nova sorte,
Um novo tempo no ar.
No peito da vozinha,
No ventre da tua mãezinha.
Ocaña, Borba, Siqueira,
Famílias de coração,
Te chamam de protagonista
Do futuro em construção.
Serás a que vai vencer,
A que vai nos surpreender.
Tu vens pra ser diferente,
Pra sonhar, ser a primeira,
Serás luz pra nossa gente,
Liberdade verdadeira.
E por ti, meu corpo aguenta
Toda dor que o mundo inventa.
Que nunca te falte chão,
Nem espaço ou direção.
Que tua voz seja canção,
E tua alma, um clarão.
Vai além do que sonhei,
Mesmo onde eu não pisei.

A Poesia Pode Ser Livre 4
86




Que a cor da tua pele negra
Nunca seja empecilho.
E que a justiça se integre
Como parte do teu trilho.
Que o mundo seja gentil,
Menos cruel, mais sutil.

A Poesia Pode Ser Livre 4
87





Você chegou como um raio de luz,
num tempo em que o coração chorava,
trouxe sorrisos, esperança e cor,
foi alegria que Deus nos entregava.
Menino criativo, cheio de imaginação,
faz da vida um desenho encantado,
canta, brinca, planta e cuida,
com um coração puro e iluminado.
Em cada traço, em cada canção,
nos mostra o quanto é talento.
Nosso menino querido, doce tesouro,
que vale mais que um baú de ouro!

A Poesia Pode Ser Livre 4
88













Antonio Carneiro
Antonio de Oliveira Carneiro, natural de Chapada dos Guimarães-MT. É
escritor, quadrinista, compositor e poeta. Desde criança, sempre gostou
muito de ler, escrever e desenhar, o que lhe fez aprofundar com o
tempo, ainda mais no mundo da arte e da literatura. Em 2012, lançou de
forma independente o livro de poesias ´´Tributo ao amor``. Em 2024,
publicou uma HQ de entretenimento (Revista em quadrinhos DEDÉU).
Já participou de algumas antologias de poemas, crônicas e contos.

A Poesia Pode Ser Livre 4
89






Em pé no muro da vida
Tentando avistar a eloquência perdida
Perdendo de vista a razão
Procurando ampliar a visão

Vivendo inquieto no mundo da lua
Correndo descalço no meio da rua
Com o ouvido atento, ouvindo o vento
Buscando o espaço perdido no tempo

Jogando o jogo vivido
No tabuleiro da ilusão
Procurando encontrar a saída
Nesse imenso mundo sem chão

O sorriso que busco está longe
Enquanto estou perto do fim
As respostas escondem em massa
E as perguntas se acumulam em mim.

A Poesia Pode Ser Livre 4
90





Contate-nos!

www.editoracontoslivres.com.br
[email protected]
11 9 4853-2117



http://instagram.com/editoracontoslivres


Antologias:
www.editoracontoslivres.com.br/editais
[email protected]