Análise do poema "O menino de sua mãe", de Fernando Pessoa - Ortónimo

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About This Presentation

João Pires Barreira (N.º 9, 12.º D)
Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa
Porto, Portugal

A minha análise do poema para a aula de Português de 02/06/2014.


Slide Content

No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado – Duas , de lado a lado – , Jaz morto, e arrefece . Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos . Tão jovem! Que jovem era! (Agora que idade tem?) Filho único , a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe». Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira, Ele é que já não serve. Da outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece, O menino da sua mãe. “O menino da sua mãe”, de Fernando Pessoa – Ortónimo Apresentação realizada por ----------- N.º9 12.ºD

No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado – Duas , de lado a lado – , Jaz morto, e arrefece . Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos . Tão jovem! Que jovem era! (Agora que idade tem?) Filho único , a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe». Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira, Ele é que já não serve. Da outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece, O menino da sua mãe. 1.ª Parte 2.ª Parte 3 .ª Parte Descrição realista do cenário: a planície e o soldado Discuso emotivo/valorativo: dor da família e juventude do rapaz Conclusão dramática do poema: constraste entre a realidade e as preces da família Estrutura Interna

No plaino abandonado Que a morna brisa aquece , De balas trespassado – Duas , de lado a lado – , Jaz morto, e arrefece . Raia-lhe a farda o sangue . De braços estendidos, Alvo, louro, exangue , Fita com olhar langue E cego os céus perdidos . Tão jovem! Que jovem era! (Agora que idade tem?) Filho único , a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe». Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira, Ele é que já não serve. Da outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece, O menino da sua mãe. descrição espacial descrição temporal antítese hipálage d escrição do soldado hiperbato hipálage hipálage descrição do soldado d escrição do espaço e do tempo o soldado encontra-se debilitado/enfraquecido por estar esváído em sangue algo debilitado, sem força ou energia 1.ª Parte a djetivação intensa frases declarativas caráter meramente descritivo desta 1.ª parte Presença das sensações táteis: “a morna brisa aquece ”; Presença das sensações visuais: “raia-lhe a farda o sangue;

No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado – Duas , de lado a lado – , Jaz morto, e arrefece . Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos . Tão jovem ! Que jovem era ! (Agora que idade tem?) Filho único , a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe». Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve . Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira, Ele é que já não serve. Da outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço … Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe, em casa, há a prece: “Que volte cedo, e bem!” (Malhas que o Império tece!) Jaz morto e apodrece, O menino da sua mãe. 2 .ª Parte e femeridade da vida do soldado aparte; pergunta retórica r elação entre o soldado e a sua mãe exclamações; perplexidade do suj. poético l igação entre a cigarreira e a mãe c ontraste entre o bom estado da cigarreira e a morte do rapaz s urgimento físico da cigarreira hipálage Simboliza o amor, o carinho materno e a efemeridade da vida (através da figura da mãe) s urgimento físico do lenço l igação entre o lenço e a criada hipálage Simboliza o carinho, a proteção, a pureza, a inocência e a brevidade da vida (através da figura da criada) Acentuação do dramatismo através do surgimento das figuras da mãe e da criada e da sua relação com a cigarreira e o lenço, respetivamente Alternância entre o presente e o passado: contraste entre a angústia da morte e a felicidade dos tempos em que o rapaz estava junto da família

No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas trespassado – Duas , de lado a lado – , Jaz morto, e arrefece . Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos . Tão jovem! Que jovem era! (Agora que idade tem?) Filho único , a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe». Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lhe a mãe. Está inteira E boa a cigarreira, Ele é que já não serve. Da outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço… Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe , em casa , há a prece: “Que volte cedo, e bem ! ” (Malhas que o Império tece ! ) Jaz morto e apodrece , O menino da sua mãe. 3.ª Parte Exclamações nos versos 27 e 28 servem para transmitir a dor, não só da família, mas também do próprio sujeito poético. Pode-se traçar uma comparação entre o apodrecimento do corpo do soldado (verso 29) com a degradação do Império pelo qual perdeu a vida (verso 28). A substituição da expressão “arrefece” (verso 5) pela expressão “apodrece” (verso 29) deve-se ao facto de, ao longo do poema, se ter vindo a aumentar o dramatismo e, consequentemente, o realismo da ação. Além disso, o verbo “arrefecer” remete-nos para um corpo morto, ainda quente, que devido à morte, vai arrefecendo lentamente; em contrapartida, o verbo “apodrecer” indica já o início da decomposição desse mesmo corpo, o que comprova a passagem do tempo à medida que a descrição prossegue. acentuação do dramatismo através das preces vãs da família acentuação do dramatismo atribuição da culpa, por parte do suj. poético, de todo aquele dramatismo g overnantes / nação pela qual o soldado perdeu a vida c ontraste entre as preces e a inevitável realidade s urgimento do segundo espaço da ação

Estrutura Externa Seis quintilhas; Versos hexassilábicos (seis sílabas métricas); Esquema rimático : a b a a b; Trata-se de um poema de base narrativa , com: Rima cruzada entre os 1.º e 3.º versos de cada estrofe; Rima interpolada entre os 2.º e 5º versos de cada estrofe; Rima emparelhada entre os 3.º e 4.º versos de cada estrofe; Rima pobre entre os versos 1 e 3 (“abandonado” e “trespassado”), por exemplo; Rima rica entre os versos 6 e 8 (“sangue” e “exangue”), por exemplo. Narrador : o sujeito poético (subjetivo; emite juízos de valor); Ação : a morte do soldado; Personagens : soldado, mãe, criada e Império; Espaço : “plaino abandonado” (verso 1) / “lá longe, em casa” (verso 26). Ligação entre o poema e o autor (Fernando Pessoa) Podemos, de facto, relacionar este poema com a própria vida de Fernando Pessoa . Desta forma, o tema da infância enquanto idade perfeita e feliz, um paraíso perdido e irrecuperável, poderá relacionar-se com os seus primeiros cinco anos de vida, marcados pela felicidade, amor, bem-estar e proteção que a família lhe proporcionava: vivia com a presença do pai, da mãe, das duas velhas criadas e da avó . No entanto, o seu pai morre. Mais tarde morre o irmão, o que o faz sentir novamente o amor e o carinho maternos. Apesar disso, esses sentimentos acabam por ser efémeros visto que a sua mãe se apaixona por outro homem e ele terá que abandonar Portugal e ir viver para a África do Sul . Assim sendo, a morte do soldado poderá relacionar-se com a morte do pai ou do irmão , e a angústia de querer voltar ao passado poderá relacionar-se com a mesma angústia que ele sente ao desejar voltar a ter a sua família unida e feliz como antigamente . Características do Ortónimo Ao longo deste poema, deparamo-nos com características do ortónimo que são transversais aos restantes poemas da sua autoria. A infância , por exemplo, símbolo da inocência, da inconsciência, da felicidade e da alegria – neste poema, simbolizados pela cigarreira, pelo lenço e pelas representações do passado vivido junto da família –, acaba por se representar  como algo longínquo e irrecuperável, o que gera nostalgia e um contraste com a consciência dos tempos de adulto que provoca dor , bem como a sensação de desconhecimento de si mesmo e de perda da identidade .

Bibliografia http:// www.slideshare.net/DanielaFilipaSousa/o-menino-da-sua-me-fernando-pessoa-ortonimo https :// sites.google.com/site/apontamentoslimareis/o-menino-de-sua-me http:// www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/12portofolio1/12portofolio1p.htm http:// pt.scribd.com/doc/91769484/Analise-o-Menino-Da-Sua-Mae http:// www.slideshare.net/MargaridaRodrigues6/mts-14790561