Escola Sociológica Francesa
Fundada por Émile Durkheim, no final do século XIX, essa escola defende
que a sociedade é uma realidade sui generis . Em 1895, ele publicou o livro As
regras do método sociológico, apresentando esta proposta metodológica para
o estudo da sociedade. Portanto, caberia a sociologia estudar os ‘fatos sociais’,
sendo que eles agiriam sobre os indivíduos de forma coercitiva, externa e geral.
O seu sobrinho, Marcel Mauss (1974, p. 41), deu continuidade às suas
ideias e aprofundou a abordagem de estudo, pois, para ele, o estudo da
sociedade, a partir de características, poderia elucidar a totalidade dessa
sociedade, chegando, então, ao conceito de “fato social total”. Com isso,
por meio do método comparativo, Mauss estudou a reciprocidade e a troca
de objetos entre pessoas ou grupos sociais defendendo a dádiva como fun-
damento da vida social.
Esse compromisso é entendido como o vínculo das almas em que se deve
dar um presente, não se deve recusá-lo e ainda é preciso retribuí-lo. A leitura
feita por Mauss é de que o objeto ainda tem algo do doador, mas permanece
com o recebedor, e, entre eles, se estabelece uma parceria e também uma
condição hierárquica. Ou seja, as trocas sociais que fundam a reciprocidade
estão em um “sistema de prestações totais”, (MAUSS, 1974, p. 45) que tem
caráter voluntário (aparentemente livre e gratuito) e obrigatório (imposto e
interessado), e essas trocas perpassam fenômenos jurídicos, econômicos,
religiosos, estéticos e mesmo morfológicos.
Funcionalismo
Considerado o pai da Antropologia Britânica, Bronislaw Malinowski (1984) desen-
volveu uma análise por meio do funcionalismo e afirmava que todas as partes de
uma cultura local desempenham um papel de funcionamento. Logo, o pesquisador
teria que fazer um trabalho de campo intensivo para apreender todos os detalhes
culturais. No início, esses detalhes pareceriam arbitrários e sem sentido – tanto
nas práticas da população local, quanto no modo das pessoas sobreviverem no
ambiente local – mas, com a acumulação de dados anotados durante o tempo
em que o pesquisador permanece em campo, alguns núcleos de sentido viriam
à tona, e o antropólogo seria o mediador dos significados da sociedade do outro.
Entre 1914 e 1918, ele foi autorizado a realizar trabalho de campo na Nova
Guiné, entre os trobriandeses, aprendendo o uso da língua nativa, por meio
da observação participante entre os nativos, o que possibilitou, em 1992, a
publicação do livro Argonautas do Pacífico Ocidental .
5O que é antropologia: ramificações e atribuições