Apostila 1ª Série - 3º Bimestre.pdf

ProfRaykaMirela 106 views 146 slides Dec 10, 2023
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About This Presentation

APOSTILADA DE ATIVIDADES 1ª SERIE


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APOSTILA
APOSTILA APOSTILA

Estado de Goiás
Secretaria de Estado da Educação
Superintendência de Ensino Médio
Gerência da Mediação Tecnológica
2023

ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Governador do Estado de Goiás
Ronaldo Ramos Caiado
Vice Governador do Estado de Goiás
Daniel Elias Carvalho Vilela
Secretária de Estado da Educação
Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira
Diretoria Pedagógica
Márcia Rocha de Souza Antunes
Superintendente de Ensino Médio
Osvany da Costa Gundim Cardoso
Gerente de Mediação Tecnológica
Denise Cristina Bueno
Coordenadoras Pedagógicas de Mediação Tecnológica
Luciane Aparecida de Oliveira Rodrigues
Wanda Maria de Carvalho
Apoio Pedagógico e Logística
Ênio Fonsêca
Equipe Técnica de Estúdio - Centro de Mídias
Danilo de Aquino Maranhão Martins
Eder Socorro Pimenta
Hugo Leandro de Leles Carvalho
Lindomar Manoel Borges Júnior
Thiago Pimenta de Souza
ELABORADORES/AS
Linguagens e suas Tecnologias
Daniela de Souza Ferreira Mesquita – Coordenadora de Área/Língua Portuguesa
Carlos César Higa – Mundo do Trabalho
Daniela Amâncio Cavallari – Língua Estrangeira - Inglês
Daniella Ferreira da Conceição – Língua Estrangeira - Espanhol
Ivair Alves de Souza – Língua Portuguesa
Luiz Carlos Silva Junior – Educação Física
Maria Caroline Guimarães Leite Logatti – Arte/Mundo do Trabalho
Matemática e suas Tecnologias
Luan de Souza Bezerra – Coordenador de Área
Luara Laressa Ferreira dos Santos Lima
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Pedro Ivo Jorge de Faria – Coordenador de Área/História
Alejandro de Freitas Paulino Matos – Geografia
Bruno Martins Ferreira – Geografia
Carlos César Higa – Sociologia
Gustavo Henrique José Barbosa – Sociologia/Filosofia/Projeto de Vida
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Núbia Pontes Pereira – Coordenadora de Área / Biologia / Ciências
Francisco Rocha – Física / Ciências
George Fontenelle Costa – Física
Luiz Carlos Silva Júnior – Biologia
Rosimeire Silva de Carvalho – Química
Revisão
Daniela de Souza Ferreira Mesquita
Sara Giselle de Cássia Alexandre Gondim
Sônia Maria Leão Lima Santos
Designer Gráfico
Hugo Leandro de Leles Carvalho – Capa
EQUIPE GOIÁS TEC
TELEFONE: (62) 3243-6735
E-MAIL: [email protected]
© Copyright 2023 – Goiás Tec Ensino Médio ao Alcance de Todos
“Todos os direitos reservados”

Sumário
LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS. ...........................................................................5
• Educação Física
• Língua Inglesa
• Língua Portuguesa
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS. ........................................................93
• Biologia
• Física
• Química
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS. ......................................................................151
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. ............................................................193
• Filosofia
• Geografia
• História
• Mundo do Trabalho
PROJETO DE VIDA. ....................................................................................................213

Linguagens e
suas Tecnologias

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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COMPONENTE CURRICULAR
EDUCAÇÃO FÍSICA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de
disputa por legiti midade nas práti cas de linguagem e
em suas produções (ar� sti cas, corporais e verbais).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502F) Propor ati vidades de lazer para a
comunidade escolar, estudando sua realidade local
para respeitar seus interesses, e democrati zar o
acesso a esses momentos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Conhecimento teórico-práti co sobre ati vidade � sica,
exercício � sico e treinamento corporal no contexto
das práti cas corporais. Conhecimento teórico-práti co
dos fundamentos técnicos e. das regras básicas nas
práti cas corporais.
Segundo a BNCC Brasil (2018), os esportes de
invasão ou territoriais agregam o “conjunto de
modalidades que se caracterizam por comparar a
capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma
bola (ou outro objeto) a uma meta ou setor da quadra/
campo defendida pelos adversários (gol, cesta,
touchdown etc.), protegendo, simultaneamente, o
próprio alvo, meta ou setor do campo (basquetebol,
frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol,
hóquei sobre grama, polo aquáti co, rúgbi etc.).” Neste
módulo iremos explorar e conhecer o esporte mais
popular do Brasil, o futebol.
HISTÓRIA DO ATLETISMO
Fonte: Alison vence a etapa de Doha. Foto: Divulgação www.cob.
org.br/.
O primeiro relato da realização de um campeonato
de atleti smo foi na Grécia anti ga, nas olimpíadas de
766 a.C. todavia este esporte já era prati cado pelas
pessoas na Grécia até mesmo com corridas a pé, pois
desta maneira eles iriam trabalhar a saúde o controle
de respiração e a resistência. O “stadion” – corrida
de aproximadamente 200m – reuniu cerca de 40 mil
pessoas que assisti ram à vitória do primeiro campeão
olímpico chamado de Koroebus.
Sabe-se que o atleti smo também era prati cado no
Egito e na China há mais de 5 mil anos com formatos
diferentes das competi ções ofi ciais de hoje, sendo
então considerado o esporte mais anti go do mundo.
Nas competi ções ofi ciais de atleti smo com formato
moderno data do século XIX, na Inglaterra, contando
com as seguintes provas ofi ciais:
• Corridas: rasas, com barreiras, com obstáculos
• Marcha atléti ca
• Revezamentos
• Saltos
• Arremesso e Lançamentos
• Combinada
Modalidade Olímpica
O atleti smo caracteriza-se por ser uma modalidade
olímpica cujo no Brasil a unidade que coordena é a
Confederação Brasileira de Atleti smo (CBTA), esporte
pode ser mais difundido no país no século XX, quando
Adhemar Ferreira da Silva em 1952, conquistou
a primeira medalha de ouro em salto triplo, o que
aconteceu nos Jogos de Helsinque, na Finlândia,
representando um marco para a modalidade para o
esporte.
Nas modalidades olímpicas encontramos as
corridas de curta distância (ti ro rápido), com percurso
podendo variar de 100 metros a 3 mil metros, as corridas
mais rasas seriam as de 100 metros enquanto as mais
longas de 10 mil metros. Se levar em consideração os
obstáculos nas corridas, consideramos as chamadas
corridas de barreiras podendo variar de 110 metros
a 400 metros, fi cando os obstáculos a uma distância
adequada. O ti ro de largada defi ne quando inicia uma
corrida, e o atleta que sair antes do ti ro de largada
poderá ser desclassifi cado.
Fonte: Imagem: h� ps://www.webrun.com.br/brasil-campeao-re-
vezamento-yokohama/.
Seleção Brasileira masculina do 4x100m, foi
campeã mundial de revezamentos em Yokohama, no
Japão.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
7
A marcha atlé ti ca é uma prova longa, podendo ser
de 20 mil metros até de 50 mil metros, dependendo
da categoria. Nesta marcha, a regra principal é
obrigatório manter um dos pés sempre no chão, sendo
que o joelho que dá a passada não pode sofrer fl exão
até a realização do movimento completo. Ocorrendo
três penalizações o atleta é desclassifi cado.
As provas de revezamento, podem ser de 4x100
m e 4x400 m com a equipe formada de 4 atletas,
podendo ser masculina, feminina e mista. Cada atleta
deve correr ¼ da prova e passar o bastão para o outro
atleta.
Já as provas de salto, como o próprio nome indica,
o atleta deverá saltar uma distância caindo geralmente
na areia quando o salto é horizontal, mas pode ser
o salto na verti cal sendo amparados por um colchão
próprio para a realização do esporte. O salto verti cal
compreende o salto em altura e salto com vara, sendo
que no salto em altura os atletas saltam de costas sobre
uma barra, enquanto no salto com vara, os atletas
uti lizam uma vara (2,80 a 3,40 m tanto para homens)
para saltar sobre um sarrafa, não podendo o mesmo.
Diferentemente das provas na verti cal, as provas
de salto horizontal compreendem salto em distância
(comprimento) e salto triplo, sendo que, o salto em
distância, os atletas correm e saltam quando chegam
à marca estabelecida. Os atletas caem no chão de
arei, onde fi ca a marca para medir a distância obti da.
No salto triplo, o atleta dá dois saltos antes do salto
fi nal na areia.
Fonte: Mauro Vinicius Duda da Silva no Troféu Brasil de Atleti smo
de 2016 — Foto: Wagner Carmo CBAt.
Levando em consideração os lançamentos e
arremessos podemos levar em consideração:
• Martelo – o atleta deverá lançar uma esfera de
metal presa a um cabo de aço o mais distante
possível;
• Peso - o atleta deverá lançar uma bola esférica
de metal o mais longe possível;
• Disco – o atleta deverá lançar um disco de metal
à maior distância possível.
• Dardo – o atleta lança um dardo tentando al-
cançar a maior distância possível.
Mariana Grazielly Marcelino é a primeira
atleta brasileira a chegar à fi nal panamericana da
modalidade.
Fonte: Imagem extraída de h� p:// jornalcobaia.com.br/atleta-ca-
tarinense-e-pentacampea-brasilei-ra-no-lancamento-de-martelo.
Podemos observar que os objeti vos são
semelhantes, mas mudam o ti po de material que irá
ser arremessado.

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Fonte: Imagem extraída de: h� ps://www.cob.org.br/pt/cob/ti me-brasil/ esportes/atleti smo/.
CURIOSIDADES:
No site da Confederação Brasileira de Atleti smo
podemos encontrar algumas curiosidades como:
• O campeão dos 100m rasos é chamado de “o
homem mais rápido o mundo”;
• O vencedor da maratona é o mais resistente;
• Os lançadores são os mais fortes;
• O campeão do decatlo é o mais completo;
• O martelo é uma bola metálica ligada por um
cabo de aço a uma empunhadura que o atleta
usa para lançar.
Fonte: Imagem: www.agenciabrasil.ebc.com.br/rio-2016
Silvania de Oliveira saltou 4.98m e conseguiu a ouroREUTERS/
Jason Cairnduff /Direitos reservados.
Fonte: www.lance.com.br/mais-esportes/ revezamento 4x400m
misto do Brasil.
SAIBA MAIS
h� ps://www.youtube.com/watch?v=-gL1XDppdiz4
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Elaboração de mapas mentais sobre atleti smo,
colocando em ênfase as diferenças encontradas nas
modalidades do atleti smo.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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b) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas para realização do mini atleti smo na escola:
Vídeo Impulsiona: Fonte: h� ps://www.youtube.com/
watch?v=iu-z9Q1XUZU.
MOMENTO ENEM
1. (INEP – ENEM 2014)
Os discursos referentes à práti ca de exercícios
� sicos estão imbricados de valores sociais, culturais
e educati vos infl uenciados, principalmente,
pelos discursos midiáti cos. O processo natural de
envelhecimento passa a ser visto como um descuido
por aqueles que assim o aparentam, especialmente
nos cuidados com o corpo.
Ao analisarmos a imagem, podemos considerar que
ela apresenta:
(A) os valores do corpo visto enquanto conjunto de
partes funcionando como uma máquina, fruto dos
valores mecanicistas.
(B) o exercício � sico como possibilidade de atender
às pessoas de qualquer idade e classe para o
aprimoramento estéti co.
(C) a práti ca de exercícios como promoção de saúde
e respeito ao desenvolvimento humano.
(D) um corpo em toda a sua essência, � sico, psíquico,
biológico e cultural e o exercício auxiliando o
entendimento de todas essas dimensões.
(E) a ideia do corpo ideal jovem, musculoso e atléti co
e o exercício como a fórmula para se alcançar a
juventude eterna e, por sua vez, o sucesso.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
ComumCurricular.2018 h� ps://www.cob.org.br/pt/
cob/ti me-brasil/esportes/ atleti smo/.
SQUASH
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de
disputa por legiti midade nas práti cas de linguagem e
em suas produções (ar� sti cas, corporais e verbais).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502F) Propor ati vidades de lazer para a
comunidade escolar, estudando sua realidade local
para respeitar seus interesses, e democrati zar o
acesso a esses momentos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Conhecimento teórico-práti co sobre ati vidade � sica,
exercício � sico e treinamento corporal no contexto
das práti cas corporais. Conhecimento teórico-práti co
dos fundamentos técnicos e. das regras básicas nas
práti cas corporais.
Segundo a BNCC Brasil (2018), Os esportes de
rede/parede envolvem o conjunto de “modalidades
que se caracterizam por arremessar, lançar ou rebater
a bola em direção a setores da quadra adversária nos
quais o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma
forma ou que leve o adversário a cometer um erro
dentro do período de tempo em que o objeto do jogo
está em movimento. Alguns exemplos de esportes
de rede são voleibol, vôlei de praia, tênis de campo,
tênis de mesa, badminton e peteca. Já os esportes de
parede incluem pelota basca, raquetebol, squash etc.”
Neste módulo iremos explorar e conhecer o esporte
de parede denominado squash.
O squash se caracteriza por ser um esporte de
parede, pois os competi dores alternam-se atacando
a bola e rebatendo-a contra uma parede de rebote.
O ponto irá ocorrer quando um dos jogadores não
conseguir responder aos ataques adversários.
Squash pode ser jogado individualmente ou
em duplas sendo um esporte disputado em quadra
fechada e que se uti liza das paredes laterais e frontal
para que ocorra o jogo. A quadra que tem o formato
de um quadrado, possui marcações que delimitam
as ações dos jogadores e, obrigatoriamente, a bola

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10
tem que ser rebati da contra a parede frontal antes
da jogada.
História
Em relação a origem do squash causa muita
controvérsia e muitas histórias. Existem pessoas
que afi rmam que surgiu nas prisões da Inglaterra,
no século XIX. Os presos, só com um cubículo para
se exercitar, improvisaram nas próprias celas uma
bolinha e jogavam com as mãos, sem raquetes. Outros
relatos dão conta que é um esporte derivado do tênis.
Fonte: Imagens extraída de h� ps://placar.abril.com.br/esporte/a-
-descoberta-do-squash-um-dos-esportes-nao-olimpicos-em-to-
ronto/ acessado em: 30/05/2022.
Por volta de 1920 surgiu no Brasil, com os ingleses,
que introduziram o novo esporte nos locais onde
procuravam ouro. Há documentos que comprovam
que em São João D’el Rey, nas minas de ouro da fi rma
de mesmo nome, em Minas Gerais, existi u uma das
primeiras quadras.
Fonte: Squash. Foto: wavebreakmedia / Shu� erstock.com.
Por ser jogado em quadra fechada, permite
sua práti ca durante todos os meses do ano. Muitas
empresas do setor civil estão procurando construir
quadras de squash nos prédios residenciais e
comerciais, em construção, incluindo-as nas áreas
de lazer.
O squash tem crescido muito no Brasil e é cada dia
maior o número de adeptos. Em 2002 o Brasil ganhou
sua primeira quadra toda de vidro (com visão nas
quatro paredes da quadra) e, com isso, possibilitou
um aumento de público e de transmissões para a TV. A
quadra de vidro pode ser montada em qualquer lugar,
(estacionamentos de shoppings, praças, ruas, áreas
verdes) desde que respeitadas as medidas ofi ciais.
Fonte: Texto extraído e adaptado de: h� ps://www.infoescola.
com/esportes/squash/ acessado em: 31/05/2022.
A pontuação
O squash é uma modalidade que não requer
tempo determinado de parti da como em outros
esportes, como por exemplo, o basquete e o futebol. É
o sistema de pontuação que determina sua fi nalização,
mas podemos ter uma média de tempo de jogo que
depende de fatores como, quanti dade de games,
equilíbrio técnico e principalmente do nível técnico
do parti cipante. A contagem dos pontos é disputada
através de uma melhor de três ou cinco games, em
que cada game é jogado até 11 pontos. O jogador
que ati ngir 11 pontos primeiro vence o game, a não
ser que a contagem fi que em 10 iguais, neste caso
vence o game quem fi zer 2 pontos de diferença. Os
dois jogadores podem pontuar (pontos corridos).
O sacador, se vencer uma jogada, marca um ponto
e mantém o serviço, e o recebedor se vencer uma
jogada, marca um ponto e se torna o sacador (COSTA;
SILVA, 2013; REGRAS WSF-CBS-FSPB, 2010).
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://homenscomh.wordpress.
com/2011/03/31/squash-o-esporte-que-queima-mais-caloria/
acessado em 03/06/2022.
Bene� cios
De acordo com a revista americana Forbes, o
Squash é o melhor esporte para o bem-estar e saúde.
Para isso, apresentou método construído com base
em consultas a especialistas, treinadores pessoais,
competi dores e educadores � sicos. Os quatro
componentes básicos da preparação � sica (resistência
cardiorrespiratória, força muscular, resistência
muscular e fl exibilidade) foram medidos com base
em uma escala de 1 a 5 (5 “excelente”, 4 “muito bom”,
3 “bom”, 2 “nada mal” e 1 “nada especial”).
O risco de lesão foi medido em uma escala de 1 a
3 (1 “baixa”, 2 “mais ou menos” e 3 “alta”). Queima de
calorias se baseou na energia gasta por um indivíduo
de 86 quilos após 30 minutos, com medição em uma
escala de 1 a 5 (5 “+ de 450 calorias”, 4 “entre 400-450
calorias”, 3 “entre 350-400 calorias”, 2 “entre 300-350
calorias” e 1 “entre 250-300 calorias”). Esse padrão
foi reti rado da Faculdade Americana de Medicina
Esporti va.
Os valores foram pontuados para se chegar a uma
classifi cação individual para cada esporte. A publicação
ainda ressaltou que os bene� cios � sicos, riscos de
lesão e queima calórica podem variar dependendo
da técnica, vigor, cuidado e entusiasmo individual por
quem prati ca.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
11
O Squash foi classifi cado como o mais completo.
Isto é, obteve os melhores resultados para quem
procura um esporte saudável. Por isso, pode ser
considerado o melhor esporte para o bem-estar e
saúde. O Briti sh Journal of Sports Medicine publicou
um estudo que examinou mais de 80 mil adultos na
Inglaterra e Escócia entre 1994 e 2008 que parti ciparam
de uma pesquisa nacional sobre saúde. Dentre os
resultados, a publicação sugere que o risco de morte
por qualquer causa era 47% menor entre aqueles
que jogavam esportes de raquete, e que a práti ca
regular de Squash poderia ajudar a se manter longe
da morte pelo maior período comparati vamente aos
demais esportes. Em últi ma análise, os pesquisadores
sugeriram que o Squash é o melhor esporte para
garanti r uma vida longa. Ou seja, o melhor esporte
para o bem-estar e saúde.
Fonte: Texto extraído e adaptado de: h� ps://squashistas.com.
br/o-dia-mundial-do-squash/ acessado em: 04/06/2022.
Tratando-se de modalidades com interação entre
adversários, podemos concluir que não é sufi ciente
realizar de forma adequada os gestos técnicos
demandados pelo o jogo esporti vo, mas também é
imprescindível escolher/decidir (individualmente
squash 1x1 ou individualmente e coleti vamente
squash 2x2) o que fazer diante da situação criada
pela dinâmica do jogo. O squash compõe a classe
dos esportes alternado direto, pois a bola deve
ser rebati da apenas a parti r de um golpe, segundo
González, 2017.
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=I85ng-l0Se4
acessado em: 31/05/20222.h� ps://www.youtube.
com/watch?v=8V-QbmozYqNU acessado em:
02/06/2022.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Realização de práti ca esporti va (squash) para que
os estudantes possam vivenciar o esporte de parede.
Adaptar o esporte com recursos que podem ser
encontrados no colégio/escola.
Assisti r o vídeo h� ps://www.youtube.com/
watch?v=Li8FMmOzG2c&t=487s.
MOMENTO ENEM
1. (INEP – ENEM 2014 - ADAPTADA)
Os esportes podem ser classifi cados levando-se em
consideração diversos critérios, como a quanti dade
de competi dores, a relação com os companheiros de
equipe, a interação com o adversário, o ambiente,
o desempenho comparado e os objeti vos táti cos da
ação. Os chamados esportes Os esportes de rede/
parede envolvem o conjunto de “modalidades que se
caracterizam por arremessar, lançar ou rebater a bola
em direção a setores da quadra adversária nos quais
o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma forma
ou que leve o adversário a cometer um erro dentro
do período de tempo em que o objeto do jogo está
em movimento. São exemplos de esportes de rede/
parede
(A) Handebol, basquetebol, futebol e voleibol.
(B) Rúgbi, futsal, natação e futebol americano.
(C) Tênis de mesa, vôlei de praia, badminton e squash.
(D) Basquetebol, handebol, futebol e futsal.
(E) Ginásti ca olímpica, beisebol, judô e tae kwon do.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
Comum curricular.2018.
COSTA, Marina Luisa de Lima Costa; SILVA, Mauro
Amâncio da. O ensino da técnica de squash: uma
abordagem metodológica. Do corpo: ciências e artes,
Caxias do Sul, v. 1, n. 3, 2013. Disponível em: h� p://
www.ucs.br/etc/revistas/index.php/docorpo/arti cle/
view/2912.
GONZÁLEZ, Fernando Jaime. Planejamento curricular
na educação � sica escolar: diálogos com a praxiologia
motriz. In: RIBAS, J. F. M (Org.). Praxiologia motriz na
América Lati na: aportes para a didáti ca na educação
� sica. Ijuí: Editora Unijuí, 2017.
REDFERN, Karen; NETO, Nelson; RODRIGUES,
Gilvandro. Regras mundiais do squash individual
com edição em português. Tradução original por
Nelson Neto e Karen Redfern, Adaptação para Regras
2010, Revisão e Formatação por Gilvandro Rodrigues,
WFS (World Squash Federati on), CBS (Confederação
Brasileira de Squash), FSPB (Federação Squash
Paraíba) 2018.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
12
BADMINTON
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG502) Analisar criti camente preconceitos,
estereóti pos e relações de poderes presentes nas
práti cas corporais, adotando posicionamento contrário
a qualquer manifestação de injusti ça e desrespeito a
direitos humanos e valores democráti cos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502F) Propor ati vidades de lazer para a
comunidade escolar, estudando sua realidade local
para respeitar seus interesses, e democrati zar o
acesso a esses momentos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Conhecimento teórico-práti co sobre ati vidade � sica,
exercício � sico e treinamento corporal no contexto
das práti cas corporais. Conhecimento teórico-práti co
dos fundamentos técnicos e. das regras básicas nas
práti cas corporais.
No módulo anterior estudamos o squash, esporte
considerado de parede, neste módulo iremos estudar
o badminton, que é considerado um esporte de
rede, desta maneira a diferença entre essas duas
categorias é, principalmente, a organização do jogo.
Nos esportes com rede como o badminton existe uma
divisória, essa organização se dá em relação à rede
que divide a quadra em duas partes. Nessa categoria,
o objeti vo é que o “birdie” (voltante) passe por cima
da rede. Já nos esportes com parede de rebote como
o squash, há uma parede contra a qual a bola deve
obrigatoriamente ser rebati da para a conti nuidade
do jogo.
O volante ou também chamado de “birdie” é uma
espécie de peteca que pode ser feita de peça sintéti ca,
como o nylon, com peso variando entre 4g a 6 g, ou
de penas de ganso. Sendo que em alguns países o
volante pode ser denominado pluma ou “shu� lecock.
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://olympics.com/pt/esportes/
badminton/ – Raquetes e “birdies” do badminton.
A raquete é feita de material como alumínio ou
aço e é feito para alcançar uma alta performance e
bons resultados, já existem até mesmo raquetes feitas
de carbono, sendo muito mais leves.
A parti da
Uma parti da de badminton é feita por 3 games,
cada um com 21 pontos, o ponto é marcado quando o
“birdie” cai no campo adversário dentro das limitações
e passando por cima da rede. Se a peteca sair das
limitações do campo, mesmo passando por cima da
rede, o ponto irá para o adversário.
A raquete e nem o atleta podem encostar na rede,
o “birdie” não pode encostar no atleta, no teto ou
nos arredores da quadra, o jogador não pode tocar a
peteca mais de uma vez por jogada e a “birdie” não
pode passar por baixo da rede.
A história do badminton
No site da Confederação Brasileira de Badminton
podemos conferir um pouco da história deste esporte:
O esporte surge na Índia, com o nome de Poona.
Ofi ciais ingleses a serviço neste país gostaram do jogo
e levaram-no para a Europa.
O “poona” passou a se chamar Badminton quando,
na década de 1870, uma nova versão do esporte foi
jogada na propriedade de Badminton, pertencente ao
Duque de Beaufort’s, em Gloucestershire, Inglaterra.
Em 1934 foi fundada a Federação Internacional de
Badminton (IBF), com nove membros: Canadá,
Dinamarca, Escócia, França, Holanda, Inglaterra,
Nova Zelândia e País de Gales. Sua sede se situa,
logicamente, em Gloucestershire.
Nos anos seguintes mais países se tornaram
membros, especialmente após a estreia do esporte
nas olimpíadas de Barcelona, em 1992. Hoje em dia,
existem 130 países membros da IBF, e o número
tende a crescer. Existem, na atualidade, seis torneios
principais promovidos pela IBF: Thomas Cup
(campeonato mundial masculino de equipes), Uber
Cup (campeonato mundial feminino de equipes),
Sudirman Cup (equipes mistas), World Championship,
World Juniors e World Grand Prix Finals.
Em 1995 o Badminton foi incluído nos XII Jogos
Pan Americanos de Mar del Plata, Argenti na, e foi
jogado novamente, em 1999, nos XIII Jogos Pan-
Americanos em Winnipeg, Canadá. Depois disso, a
modalidade se fi rmou no evento sendo esporte que
conta medalhas até hoje. Inclusive, em 2007 nos Jogos
PanAmericanos do Rio de Janeiro o Brasil conquistou
sua primeira medalha na competi ção. O feito histórico
para o Badminton brasileiro foi conseguido pelos
atletas Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo que
conquistaram medalha de bronze na categoria de
dupla masculina.
Fonte: Texto adaptado de: h� p://www.badminton.org.br/histo-
riadobadminton acessado em: 07/06/2022.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
13
CURIOSIDADES:
• O “birdie” pode ati ngir velocidades de 300 km/h.
• Pode ser considerado o esporte que usa raquete
mais rápido do mundo
• Badminton House era propriedade do Duque de
Beaufort’s
Fonte: Fachada da Badminton House – imagem extraída de:
h� ps://pt.wikipedia.org/wiki/Badminton_House acessado em:
06/06/2023.
Inclusão
O parabadminton é a versão adaptada do
badminton, pode ser prati cado por pessoas com
defi ciência nos membros inferiores, superiores,
além de pessoas com nanismo ou cegueira, todavia
é mais prati cado entre pessoas que uti lizam cadeiras
de rodas. Estruturado para pessoas com defi ciências
� sicas e terá a sua estreia nos Jogos Paralímpicos de
Tóquio 2020. Atletas em cadeira de rodas e andantes
uti lizam uma raquete para golpear uma peteca na
quadra dos adversários competi ndo em provas
individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas
em seis classes funcionais diferentes.
Em 1995, foi criada a IBAD (Associação
Internacional de Badminton para Defi cientes) para
gerir a modalidade. Em 2009, teve o seu nome alterado
para PBWF (Federação Mundial de Badminton) e
dois anos depois teve a sua junção integral com a
Federação Mundial de Badminton (BWF - Badminton
World Federati on, em inglês).
O primeiro Campeonato Mundial foi realizado em
1998, na Holanda. De lá para cá, foram realizadas 11
edições a parti r de 2001 fi cou decidido que os eventos
seriam realizados nos anos ímpares.
Fonte: Classes funcionais do parabadminton.
No Brasil, o Badminton foi introduzido em 2006,
pelo professor Léti sson Samarone Pereira, no Distrito
Federal. Também aconteceram no DF as primeiras
competi ções ofi ciais da modalidade - estaduais (2008)
e nacionais (2009). Desde 2011, o Brasil parti cipa de
todos os campeonatos internacionais da modalidade.
Fonte: h� ps://www.cpb.org.br/ modalidades/63/badminton
acessado em: 06/06/2022.
Cinco atletas goianos parti ciparam do Brazil
Internati onal Parabadminton em abril de 2022, todos
pontuando para o ranking mundial, o que mostra a
superação e a força de vontade dos integrantes desta
equipe.
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://esportegoiano.com.br/goia-
nos-en-tram-ranking-mundial-parabadminton/ acessado em:
08/06/2022.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
14
Fonte:https://www.olimpiadatododia.com.br/badminton/
184621-na-guatemala-brasileiros-tem-chances-em-quatro-ca-
tegorias/ acessado em:15/02/2022.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
Realização de práti ca esporti va (badminton) adaptada
para que os estudantes possam vivenciar o esporte
de invasão.
Assisti r o vídeo:
h� ps://www.youtube.com/watch?v=lG-iQFYobXM
MOMENTO ENEM
1. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTOS – PI –
ADAPTADA.
Os esportes com raquetes são desenvolvidos nas aulas
de Educação Física como conteúdo dessa disciplina.
Independente das modalidades, eles são esportes
bem aceitos pelos alunos. Porém, cada um deles
possui característi cas diferentes, como as regras, o
tamanho das raquetes, das bolas, entre outros.
Assinale a alternati va que exemplifi ca somente os
esportes com raquetes.
(A) Tênis de mesa, Squash, Badminton.
(B) Padel, Peteca, Tênis de mesa.
(C) Beach Tennis, Squash, Curling.
(D) Badminton, Hóquei, Tênis de mesa.
(E) Tênis de mesa, Peteca e Tênis.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
Comum Curricular.2018
h� ps://www.cpb.org.br/modalidades/63/badminton
https://esportegoiano.com.br/goianos-entram-
ranking-mundial-parabadminton/
h� p://www.badminton.org.br/historiadobadminton.
HISTÓRIA DA NATAÇÃO
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de
disputa por legiti midade nas práti cas de linguagem e
em suas produções (ar� sti cas, corporais e verbais).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502F) Propor ati vidades de lazer para a
comunidade escolar, estudando sua realidade local
para respeitar seus interesses, e democrati zar o
acesso a esses momentos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Conhecimento teórico-práti co sobre ati vidade � sica,
exercício � sico e treinamento corporal no contexto
das práti cas corporais. Conhecimento teórico-práti co
dos fundamentos técnicos e. das regras básicas nas
práti cas corporais.
Segundo a BNCC Brasil (2018), os esportes de
marca envolvem o “conjunto de modalidades que se
caracterizam por comparar os resultados registrados
em segundos, metros ou quilos (pati nação de
velocidade, todas as provas do atleti smo, remo,
ciclismo, levantamento de peso, natação entre
outros)” Neste módulo iremos explorar e conhecer
este esporte milenar denominado natação
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://conceitos.com/natacao/ aces-
sado em 15/06/2022.
O ser humano não tem o hábito natural de nadar e
devido ao fator de sobrevivência necessitou ao longo da
sua evolução a aprender a nadar. Por observar outros
animais a nadar, a espécie humana foi desenvolvendo
movimentos no meio líquido que permiti am a ação
de autopropulsão e autossustentação. O longo
então dos anos e da necessidade de sobreviver
e fugir de predadores acredita-se que a natação
foi desenvolvendo juntamente com a história. da
humanidade.
As sociedades vivam próximas a rios, lagos, mares
e oceanos, fazendo com que a pesca coleti va fosse
um fator de subsistência para as famílias. mergulhar
e aprender a nadar então era fundamental para o
homem primiti vo, pois aqueles que não sabiam
poderiam morrer. A busca pelos alimentos e a fuga

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
15
dos predadores permiti u que o homem primiti vo
fosse desenvolvendo movimentos aquáti cos para
sua sobrevivência. Desenhos e pinturas nas cavernas
demonstram o hábito de nadar do homem primiti vo,
pinturas egípcias e assírias comprovam que o ser
humano precisava nadar. A arqueologia a parti r
dos seus registros comprova na Índia o registro
de construções (piscinas) a mais de 5 mil anos. Na
Grécia o banho e a natação eram hábitos comuns
para as pessoas e as piscinas eram parte integrante
de locais públicos. A natação permiti a aos gregos
condicionamento � sico e consti tuía um componente
da educação da classe rica. O fi lósofo grego Platão
afi rmava: “Todo homem culto deve saber ler, escrever
e nadar”.
A natação então pode representar uma estratégia
para ati ngir objeti vos, como uma ati vidade saudável
e efi caz, ajudando na manutenção de sua saúde, ou
ainda como obstáculo a ser transposto, em casos de
adultos que desejam aprender a nadar (MASSAUD;
CORRÊA, 2001).
Fonte: Imagem extraída de: www.canva.com
Apreender a nadar
Em relação as habilidades aquáti cas básicas,
podemos afi rmar que elas são:
• a respiração,
• a fl utuação,
• a propulsão
• o mergulho.
O controle da respiração que diferente do
ambiente terrestre onde inspiramos e expiramos o
ar pelo nariz, no meio aquáti co a inspiração deve ser
feita pela boca e a expiração pode ser pelo nariz, pela
boca ou por ambos ao mesmo tempo (GALDI et al.,
2004)., Para a aprendizagem da natação é necessário
primeiramente a adaptação ao meio líquido, uma das
fases mais importantes no aprendizado. Nesta fase
busca-se permiti r através de es� mulos variados que
o aluno descubra as possibilidades de movimento
do corpo na água, explore e conheça seus limites e
encontre prazer na práti ca da natação. Para facilitar o
aprendizado, o professor deve proporcionar ao aluno
um ambiente favorável e seguro (GOMES, 1995).
A evolução da natação
Podemos afi rmar que a natação moderna consta
com um dos primeiros registros data de 1696, quando
o francês M. Thevenal descreveu uma maneira
singular de nadar, semelhante ao nado de peito
prati cado atualmente, que consisti a em movimentos
de pernas e braços parecidos com os de uma rã. O
nado de costas teve sua primeira forma criada em
1794, pelo italiano Bernardi, quando ele sugeriu um
movimento com os dois braços sendo jogados para
trás simultaneamente sendo aperfeiçoado a parti r de
1912, desta maneira, tornando-se bem parecido com
o nado de costas prati cado atualmente.
Mas somente em 1873, o inglês John Trudgen
desenvolveu uma nova técnica, que consisti a em
rotações laterais do corpo, tendo a movimentação
dos dois braços sobre a água como principal fonte
de deslocamento. Essa técnica foi bati zada de
Trudgen ou “over-arm-stroke”, sendo aperfeiçoada
pelo australiano Richard Cavill e, posteriormente,
transformou-se no nado crowl (livre) que conhecemos
hoje.
Finalmente, na década de 1930, nadadores norte-
americanos, já durante competi ções, atentaram
para o fato de que as regras do nado de peito
não impediam que o movimento dos braços fosse
realizado sobre a super� cie da água, o que permiti a
um deslocamento mais rápido. Essa manobra
conviveu com a técnica do nado peito por quase
20 anos até que, em 1948, um nadador húngaro
a transformou no nado borboleta, reconhecido
ofi cialmente pela Federação Internacional em 1953
como um esti lo da natação.
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://agenciabrasil.ebc.com.br/es-
portes/ noti cia/2021-12/nadador-brasileiro-e-tricampeao-mun-
dial-dos--50-metros-borboleta.
Os primeiros torneios remontam ao século 19,
tendo ocorrido na Austrália, em 1858, no Campeonato
Mundial de 440 jardas. Em 1869, a Inglaterra realizou
o 1º Campeonato Nacional e, fi nalmente, em 1877,
os Estados Unidos adotaram a forma de competi ções
organizadas, inicialmente, pelo New York Athleti c
Club. Aos poucos, a modalidade ganhou força e, em

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
16
1908, durante as Olimpíadas de Londres, foi fundada
a Federação Internacional de Natação (Fina), que
comanda não só as provas da modalidade, mas as de
nado sincronizado, polo aquáti co e saltos ornamentais.
Em nosso país o esporte surgiu ofi cialmente em 31
de julho de 1897, com a fundação da União de Regatas
Fluminense. Após um ano, o Clube de Natação e
Regatas organizou o primeiro Campeonato Brasileiro,
que consisti a em uma distância de 1.500 metros, entre
a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia,
no Rio de Janeiro.
Fonte: Texto extraído de: h� p://rededoesporte.gov.br/pt-br/ me-
gaeventos/olimpiadas/modalidades/natacao acessado e adapta-
do por Luiz Primandade em 08/06/2022.
Esti los da natação
No site da Confederação Brasileira de Desportos
Aquáti cos (CBDA) encontramos os esti los da natação:
1. Livre – os atletas nadam o esti lo craw, podendo
a prova ser de 50 m, 100 m, 200m, 400m, 800m e
1500m, ou revezamento (4x100m ou 4x200m),
além de poder disputar a maratona aquáti ca. Não é
permiti do nadar por baixo d`água, ou seja, com uma
parte do corpo sempre fora da água.
2. Costas – único esti lo que os atletas largam
dentro d´água, segurando o cabo da baliza. O corpo
só pode estar totalmente submerso nos 15 m após
a vidrada e a largada. Existem provas de 100m e de
200m.
3. Peito – esti lo mais lento, precisa ser realizado
com movimento simultâneo das pernas e dos braços
na horizontal. No momento da virada ou do toque
na borda, o atleta precisa bater com as duas mãos na
parede. Há provas de 100m e de 200m.
4. Borboleta – o atleta deverá alinhar ambos
os ombros alinhados à super� cie d`água, o atleta
faz movimentos simultâneos dos braços. As pernas
alinhadas também vão para cima e para baixo
simultaneamente. Também é necessário bater as duas
mãos ao mesmo tempo na parede. Existem provas de
100m e de 200m.
5. Medley – irá reunir os quatro esti los em uma
competi ção. Poderá ser de 200m (50m de cada
esti lo) ou de 400m (100m de cada esti lo), além do
revezamento 4x100m.
Fonte: Imagem extraída de: h� ps://br.freepik.com/ e adaptada
por Luiz Primandade.
Observação:Os a tletas podem ainda competi r em
revezamento (4x10m livre, 4x200m livre ou 4x100m
medley). A prova dos 800m é exclusivamente feminina,
apenas os homens competem 1500m.
Os povos indígenas e a natação
Os jogos mundiais dos povos indígenas no Brasil,
possuem entre suas modalidades a natação, com as
provas sendo realizadas individualmente, separadas
entre homens e mulheres. As distâncias percorridas
são entre 500m a 800 m, na primeira edição (1996)
as provas eram realizadas em piscinas, todavia a
organização do evento junto aos povos indígenas teve
uma ideia magnífi ca, levar o esporte para lagos e rios
em modalidade aberta.
Além de ter as habilidades necessárias para nadar
os atletas indígenas também precisam enfrentar os
fatores naturais como a correnteza dos rios, os animais
da região, a variação de temperatura, o vento e até
mesmo o sol, realmente é uma prova de força, rapidez
e resistência.
O contato com a água para os indígenas é
primordial, em determinadas situações o bebê na
sua primeira hora de vida é mergulhado no rio ou no
lado pela sua mãe, contato este com a água que irá
ter pelo restante da sua vida.
A pesca e a caça representam ações de
sobrevivência para algumas etnias e desta maneira
saber nadar e mergulhar é essencial, e os ensinamentos
passados de geração para geração.
Texto produzido por: Luiz Primandade.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
17
Fonte:h� ps://noti cias.uol.com.br/album/mobile/2014/09/05/in-
dios-de-15-etnias-parti cipam-da-4-edicao-do--jogos-tradicionai-
sindigenas.htm#fotoNav=42 - 9.set.2014 - Indígenas disputam
prova masculina de natação nas águas do rio Cajutuba, em Ma-
rapanim, nordeste do Pará, no sexto dia dos Jogos Tradicionais
Indígenas.
No site da Secretaria de Educação do Paraná
encontramos que os rituais realizados pelos Xavantes
de Mato Grosso, dentro de um rio, ocorrem quando
existe a preparação dos adolescentes com a fi nalidade
de furar a orelha, que é oxoxoxo, em que um grupo
permanece mergulhado até a altura do peito e,
nesse período, batem simultaneamente os braços,
realizando uma coreografi a aquáti ca. Eles acreditam
que assim haverá o amolecimento do lóbulo auricular,
facilitando a furação.
Fonte: Texto extraído e adaptado de: h� p://www.educacaofi si-
ca.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=725&even-
to=5.
Fonte: h� ps://www.esporte.ce.gov.br/2022/04/29/ sejuv-divul-
ga-edital-no-08-2022-referente-ao-chamamento-pu-blico-dos-jo-
gos-dos-povos-indigenas-do-ceara-2023/.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM_
a) Exposição de vídeos sobre natação. Observar os
vídeos citados nos links acima.
b) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado para experimentação
em locais sem piscina.
Assisti r o vídeo como exemplo: Fonte:h� ps://www.
youtube.com/watch?v=qapW8mQuwJA.
MOMENTO ENEM
1. (ENEM 2011)
O esporte de alto rendimento envolve ati vidades � sicas
de caráter competi ti vo, noqual os atl etas competem
consigo mesmos ou com outros, sujeitando-se a
regraspreestabelecidas aprovadas pelos organismos
internacionais ou nacionais de cada modalidade.
As grandes competi ções são reservadas aos grandes
talentos e possibilitam a promoção de espetáculos que:
(A) geram modelos de atletas, que passam a ser
exemplos seguidos por jovens e crianças.
(B) permitem aos espectadores assisti rem às parti das,
fazendo parte de equipes.
(C) minimizam as possibilidades de parti cipação e
procura pelas práti cas esporti vas.
(d) incenti vam o abandono das práti cas esporti vas,
além do sedentarismo nos indivíduos.
(E) possibilitam aos espectadores desenvolvimento
táti co e parti cipação nas equipes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional
Comum curricular.2018
MASSAUD, Marcelo G.; CORRÊA, Celia R. F. Natação
para Adultos. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.SILVA, J.
C. Educação e alienação em Marx: contribuições
teórico-metodológicas para pensar a História da
Educação. Revista Histedbr. Campinas 2005.
GALDI, Enori H. G. et. al. Aprender a Nadar com a
Extensão Universitária. Campinas, SP: IPES, 2004.
GOMES, Wagner D. F. Natação, uma Alternati va
Metodológica. Rio de Janeiro: Sprint, 1995. h� ps://
novo.cbda.org.br/
JOGOS MUNDIAIS DOS POVOS INDÍGENAS
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de
disputa por legiti midade nas práti cas de linguagem e
em suas produções (ar� sti cas, corporais e verbais).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502F) Propor ati vidades de lazer para a
comunidade escolar, estudando sua realidade local
para respeitar seus interesses, e democrati zar o
acesso a esses momentos.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
18
OBJETO DE CONHECIMENTO
Elementos sócio-histórico-culturais, políti co-
econômicos e estéti co-ar� sti cos das práti cas
corporais/ Brincadeiras e jogos indígenas.
Os povos indígenas apresentam uma diversidade
cultural riquíssima. Isso perpassa pelo conjunto de
suas práti cas culturais e compreendem o universo de
suas brincadeiras e jogos. Buscaremos trabalhar com
jogos indígenas, analisando pontos de vista presentes
nos discursos para a promoção de práti cas corporais
pela empati a e o respeito.
Jogos Mundiais dos Povos Indígenas: o Esporte e os
Espaços de Memória - como a Competi ção Impactou
as Comunidades Brasileiras e Mundiais ao Longo de
sua História
Fonte: Carlos Terena em 2015 [Imagem: Reprodução / Wikimedia
Commons].
Em junho de 2021, Carlos Terena, importante
liderança indígena e um dos idealizadores dos Jogos
Mundiais dos Povos Indígenas, veio a óbito aos 66
anos em decorrência da Covid-19. O seu legado
permanece vivo e foi lembrado por familiares e por
outras lideranças dessas comunidades como uma
fi gura que foi capaz de dar visibilidade aos povos
indígenas e suas causas. Sua morte revive discussões
fundamentais sobre a importância da memória e da
tradição para essas populações, tendo em vista que os/
as integrantes mais velhos foram as principais víti mas
da Covid-19. Além disso, evidencia a importância para
a perpetuação e reinvenção de costumes e práti cas
do esporte e de eventos como os Jogos Mundiais, que
não podem ser esquecidos.
O nascimento dos Jogos
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas são um
evento esporti vo e cultural que busca valorizar os
jogos tradicionais indígenas, de modo a preservar seus
patrimônios culturais. Para além dessa conservação,
o evento visa promover a integração entre as etnias
indígenas e, também, sensibilizar a população no
geral, inclusive de não-indígenas, sobre a diversidade
das culturas e a importância dessas para a formação
das nações parti cipantes. Os Jogos são resultados das
edições nacionais e nasceram ainda em 2013, durante
os Jogos Nacionais de Cuiabá, a parti r de um acordo
feito entre o Comitê Intertribal Memória e Ciência
Indígena (ITC), líderes estrangeiros de 17 países, 48
etnias nacionais e o governo federal, por meio do anti go
Ministério do Esporte. Dois anos depois, em 2015, os
Jogos efeti vamente aconteceram. Porém, no cenário
nacional, os Jogos são mais anti gos. Com o intuito de
reunir diversas etnias e suas práti cas, aconteceram pela
primeira vez, em 1996, pela arti culação de lideranças
como Marcos e Carlos Terena, Jeremias Xavante,
Tabata Kuikuro e Iuraru Karajá com o governo federal.
Desde a primeira edição, o evento tem acontecido
anualmente e apenas mais recentemente, nos anos de
2019 e 2020, os Jogos foram adiados em decorrência
da pandemia de Covid-19. Diferentemente de outros
eventos esporti vos mundiais, como as Olimpíadas ou
a Copa do Mundo, os Jogos dos Povos Indígenas têm
um processo de seleção gregária. Isto é, não existe
nenhuma competi ção classifi catória e seleti va que
determine os países e as etnias parti cipantes.
A edição de 2015
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas de 2015
(JMPI) aconteceram entre os dias 22 e 31 de outubro
na cidade de Palmas, no Tocanti ns. As ati vidades
ocorreram em diferentes espaços, sendo eles: a
Arena de Jogos, a Oca da Sabedoria, a Oca Digital,
a Feira de Agricultura Familiar Indígena e a Feira de
Artesanato. No evento, parti ciparam mais de 2 mil
atletas, representantes de 30 nacionalidades e 24
etnias. Nesta que foi a primeira edição dos Jogos,
foram incluídas competi ções de esportes indígenas –
reunidos em jogos tradicionais demonstrati vos e jogos
nati vos de integração –, além de um esporte ocidental
competi ti vo: o futebol. Os jogos demonstrati vos são
aqueles que tem como objeti vo apenas a exibição,
sendo dois deles o ti himore – jogo de arremesso
de bolas de martelo prati cado pelas mulheres do
povo Paresi, do Mato Grosso – e o idjassú – ti po de
luta corporal prati cada pelo povo Karajá, da Ilha do
Bananal. Já na categoria integração, destacaram-
se a corrida de tora, arco e fl echa, cabo de força e
canoagem.
O aspecto cultural foi extremamente forte durante
os Jogos. Isso porque além dos jogos demonstrati vos,
existi u uma preparação de horas para a realização
das pinturas corporais e também durante a dinâmica
do evento as relações sociais adentraram o campo
dos jogos. As etnias parti cipantes foram escolhidas
pelo comitê organizador, o ITC, que uti lizou como

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
19
critérios a conservação de costumes de cada etnia
como o idioma, as pinturas e os esportes tradicionais.
No caso das etnias brasileiras, considerou-se também
como exigência a parti cipação em alguma edição dos
Jogos Nacionais. A escolha de parti cipantes era de
responsabilidade do cacique e do respecti vo chefe
da delegação. É importante destacar que não haviam
restrições de idade ou sexo. Assim, crianças (desde
que a práti ca fosse segura para determinada idade),
mulheres e pessoas mais velhas das tribos poderiam
parti cipar dos Jogos.
Um dos fatores que compuseram esse cenário
complexo dos Jogos Mundiais foi a tramitação da
PEC 215, emenda consti tucional que ti nha a intenção
de delegar exclusivamente ao Congresso a função
de demarcação de terras indígenas e quilombolas.
Com a aprovação de tal medida, a reivindicação de
novas terras para demarcação seria extremamente
prejudicada e as demandas dos povos indígenas
colocadas em xeque, de modo a benefi ciar grandes
proprietários de terra. Durante os Jogos, atletas de
etnias brasileiras manifestaram-se contra a PEC e,
naquele momento, alguns acreditavam que o contexto
não era exatamente o mais propício para a realização
do evento, tendo em vista a ofensiva que essas
populações viriam a sofrer. Apesar da movimentação
contrária à emenda, na mesma semana dos Jogos
Mundiais de 2015, a comissão desti nada para analisar
o tema aprovou a PEC.
Para além do esporte
Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas ti veram
uma importância signifi cati va enquanto evento
esporti vo e cultural, mas os seus impactos foram
muito mais amplos. De maneira mais ou menos formal,
discussões sobre questões políti cas e sociais que as
populações indígenas vivenciavam, são problemáti cas
e que ainda permanecem. Nas palavras de uma das
lideranças dos povos mapuche, do Chile, os Jogos
Mundiais “são um espaço liderado por indígenas,
criado por indígenas, idealizado por indígenas com o
apoio do governo e de organismos internacionais, mas
concebido pelos povos indígenas”. O evento conseguiu
ser uma força potente para essas populações, que,
com auxílio de fi nanciamentos públicos, ti veram a
possibilidade de realizarem encontros únicos entre
comunidades disti ntas e diversas.
Repercussões e o futuro dos Jogos
Apesar da importância ampla do evento, sua
divulgação no território nacional encontrou limitações.
O comitê organizador e documentos produzidos por
Lucas Roque, Marcos Terena, Juan Antônio Calfi n e
Taily Terena para o Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) salientam, no entanto, a
grande visibilidade do mesmo. Para além da questão
da visibilidade, a problemáti ca do fi nanciamento é
bastante latente em eventos como os Jogos Mundiais.
Sua viabilidade é dependente da entrada de verba
para que se arque com custos de transporte, uniformes
e estrutura. Como etnias de diferentes partes do globo
deslocam-se até a cidade sede, é essencial que exista
algum ti po de auxílio para esses atletas conseguirem
parti cipar dos Jogos. Foi no Brasil que o evento teve
maior amplitude e esse aspecto mais mundializado.
Depois, existi u uma segunda edição, mas o Brasil não
mandou nenhuma delegação, dentre outros fatores,
por falta de verba.
A realidade pandêmica adiou ainda mais a
possibilidade de concreti zação de eventos desse
porte com as populações indígenas. Ainda que não
haja uma repercussão externa dos eventos locais,
existe uma importância signifi cati va desses, ao passo
que garantem às comunidades que os realizam uma
visibilidade na região. Os Jogos Mundiais assim, tem
um potencial agregador e criador de vínculos a parti r
de demandas comuns comparti lhadas nos espaços
proporcionados e criados pelo evento. Logo, apesar
de todas as críti cas, é inegável que os Jogos foram
capazes de arti cular diferentes etnias por meio do
esporte. Retomar a importância de espaços como
esse em um contexto de ofensiva contra os povos
indígenas é reafi rmar a necessidade de escuta e de
concreti zação das demandas dessas comunidades.
Fonte: Texto adaptado. Disponível em: <h� ps://jornalismoju-
nior. com.br/jogos-mundiais-dos-povos-indigenas/>. Acesso em
02/06/2022.
SAIBA MAIS
Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Disponível
em <h� ps://www.gov.br/funai/ pt-br>. Acesso em
02/06/2022.
Ministério da Cidadania: Secretaria Especial do Esporte
- Jogos dos Povos Indígenas. Disponível em <h� p://
arquivo.esporte.gov.br/index.php/institucional/
esporte-educacao-lazer-e-inclusao-social/jogos-
indigenas/modalidades>. Acesso em 02/06/2022.
Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena - ITC.
Disponível em <h� ps:// pt-br.facebook.com/Itc.
comiteintertribal/>. Acesso em 02/06/2022.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
20
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Seminário sobre jogos de integração e jogos de
demonstração, diferenciando-se segundo as
modalidades presentes nos Jogos Mundiais dos
Povos Indígenas. Disponível em <h� p://ge.globo.
com/to/noti cia/2015/10/conheca-16-modalida-
des-dos-jogos-mundiais-dos-povos-indigenas.
html>. Acesso em 02/06/2023
b) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado, trabalhando-se
pelo menos uma das ati vidades anteriormente
elencadas. Sugestão: Cabo de força e/ou peikrãn
(peteca).
Dica: Na plataforma do YouTube existem diversos
tutoriais que ensinam a construir a peteca de modo
artesanal com materiais como sacola plásti ca, papel,
palha de milho, dentre outros. Ex: Como fazer uma
peteca super fácil.
Disponível em <h� ps://www.youtube. com/watch?v=xDbFEuKa-
VTA>. Acesso em 02/06/2023.
MOMENTO ENEM
1. (INEP – ENEM 2015)
Organizados pelo Comitê Intertribal Indígena, com
apoio do Ministério dos Esportes, os Jogos dos Povos
Indígenas têm o seguinte mote: “O importante não
é competi r, e sim, celebrar”. A proposta é recente, já
que a primeira edição dos jogos ocorreu em 1996, e
tem como objeti vo a integração das diferentes tribos,
assim como o resgate e a celebração dessas culturas
tradicionais. A edição dos jogos de 2003, por exemplo,
teve a parti cipação de sessenta etnias, dentre elas
os kaiowá, guarani, bororo, pataxó e yanomami. A
últi ma edição ocorreu em 2009, e foi a décima vez
que o torneio foi realizado. A periodicidade dos jogos
é anual, com exceção do intervalo ocorrido em 1997,
1998, 2006 e 2008, quando não houve edições.
RONDINELLI, P. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em:
15 ago. 2013.
Considerando o texto, os Jogos dos Povos Indígenas
assemelham-se aos Jogos Olímpicos em relação à:
(A) Quanti fi cação de medalhas e vitórias.
(B) Melhora de resultados e performance.
(C) Realização anual dos eventos e festejos.
(D) Renovação de técnicas e táti cas esporti vas.
(E) Aproximação de diferentes sujeitos e culturas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Arthur José Medeiros de; ALMEIDA, Dulce
Maria Filgueira de e GRANDO, Beleni Salete. As
práti cas corporais e a educação do corpo indígena:
a contribuição do esporte nos jogos dos povos
indígenas. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte.
2010, v. 32, n. 2-4. [Acessado 3 Junho 2022], pp. 59-
74. Disponível em: <h� ps://doi.org/10.1590/S0101-
32892010000200005>.
FERREIRA, Maria Beatriz Rocha. Jogos dos Povos
Indígenas: diversidades. In: O público e o privado.
Jul/ dez 2010, n.16, pp.65-80. Disponível em: h� ps://
revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/
arti cle/ download/2445/2188/9164
SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino
de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
BRINCADEIRA E JOGOS POPULARES
EM OBRAS DE ARTES
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de
disputa por legiti midade nas práti cas de linguagem e
em suas produções (ar� sti cas, corporais e verbais).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG502E) Planejar eventos (gincana,
interclasse, ruas de lazer), vivenciando todas as etapas
de planejamento para avaliar a interação, compromisso,
respeito entre as diferenças existentes na escola.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Elementos sócio-histórico-culturais, políti co-
econômicos e estéti co-ar� sti cos das práti cas
corporais/ Brincadeiras e jogos populares.
Brincadeiras e Jogos Populares em Obras de Artes
uma Abordagem Metodológia Interdisciplinar.
A Arte pode retratar uma série de ações do
coti diano das pessoas como as brincadeiras e os jogos
populares. Isso pode ser observado ao se realizar
apreciação e leitura de obras ar� sti cas, por exemplo,
no trabalho desenvolvido pelos arti stas Pieter Bruegel
(estrangeiro) e Cândido Porti nari (brasileiro).
O belga Pieter Bruegel foi um importante arti sta
do século XVI. No ano de 1560, ele pintou uma de suas
grandes obras, chamada Jogos Infanti s. A tela abaixo
vai mostrar cerca de 250 pessoas, prati cando diversas
brincadeiras e jogos pelas ruas, num conjunto de 85
práti cas corporais diferentes.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
21
Fonte: Obra: Jogos Infanti s. Autor: Pieter Brueghel (1525- 1569).
Ano: 1560. Técnica: Óleo sobre tela. Dimensões: 118 x 161 cm.
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria. Disponível
em: <h� p://www.rupert.id.au/TJ521/bruegel_la.jpg>. Acesso em
03/06/2023.
Já Cândido Porti nari (1903-1962), foi um
importante arti sta plásti co brasileiro da fase
modernista, sendo reconhecido mundialmente ao
receber diversos prêmios nas inúmeras exposições
em que parti cipou. Como arti sta, através de suas telas,
mostrou para o mundo a cultura, os costumes e o jeito
brasileiro. As obras abaixo representam como este
arti sta costumava retratar ati vidades ao ar livre, de
crianças interagindo com a natureza e quase sempre
brincando, sozinhas ou em grupos.
Moleques Pulando Cela, 1958, óleo sobre tela de tecido, 59X72cm.
Roda Infanti l, 1932, óleo sobre tela, 39X47cm.
Meninos Soltando Pipas, 1947, óleo sobre tela, 60X74cm.
Menino com Pião, 1947, óleo sobre tela, 1947.
Menino com Esti lingue, 1947, óleo sobre tela de tecido 100X60cm
Observação:A fi cha técnica das obras de Artes
Visuais apresentadas, bem como de todo acervo
completo de obras do arti sta, pode ser encontrada
no Portal Porti nari (veja o endereço eletrônico em
SAIBA MAIS).

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
22
SAIBA MAIS
Pieter Bruegel, o Velho - tradução (é possível marcar a
opção da página para “Português” no canto superior
direito). Disponível em <h� ps://www.pieterbruegel.
org/>. Acesso em 03/06/2023.
Projeto Porti nari. Disponível em <h� p:// www.
porti nari.org.br/#>. Acesso em 03/06/2023.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado, trabalhando-se
um conjunto de brincadeiras e jogos populares
elencados a parti r:
- Das imagens retratadas nas obras ar� sti cas que
foram apresentadas;
- Do resgate das memórias familiares dos/as
estudantes;
- Do repertório que pode ser previamente
organizado pelo/a professor/a mediador.
Dica: Sugere-se a aplicabilidade mínima de duas
práti cas corporais de domínio popular, por exemplo, a
realização do Jogo da Bandeirinha/Pegabandeira e do
Jogo de Queimada. Para as turmas de Ensino Médio,
em razão do nível etário de desenvolvimento dos/
as estudantes, das habilidades motoras e do grau de
jogabilidade da turma, recomenda-se a modifi cação
das regras tradicionais complexifi cando-as a parti r da
introdução e/ou combinação de outros elementos.
Lembre-se que as regras dos jogos permitem essa
fl exibilização e inclusive podem ser propostas pelos/
as próprios/ as estudantes, deixando as práti cas
corporais com formas autorais para se jogar.
MOMENTO ENEM
1. (INEP - ENEM 2009)
A falta de espaço para brincar é um problema muito
comum nos grandes centros urbanos. Diversas
brincadeiras de rua, tal como o pular corda, o pique
pega e outros têm desaparecido do coti diano das
crianças. As brincadeiras são importantes para o
crescimento e desenvolvimento das crianças, pois
desenvolvem tanto habilidades percepti vomotoras
quanto habilidades sociais. Considerando a
brincadeira e o jogo como um importante instrumento
de interação social, pois por meio deles a criança
aprende sobre si, sobre o outro e sobre o mundo ao
seu redor, entende-se que:
(A) O jogo possibilita a parti cipação de crianças de
diferentes idades e níveis de habilidade motora.
(B) O jogo desenvolve habilidades competi ti vas
centradas na busca da excelência na execução
de ati vidades do coti diano.
(C) O jogo gera um espaço para vivenciar situações de
exclusão que serão negati vas para a aprendizagem
social.
(D) Através do jogo é possível entender que as regras
são construídas socialmente e que não podemos
modifi cá-las.
(E) No jogo, a parti cipação está sempre vinculada a
necessidade de aprender um conteúdo novo e de
desenvolver habilidades motoras especializadas.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, S. N.; ROCHA, L. O.; BOSSLE, F. Os
conteúdos de ensino da educação � sica escolar:
um estudo de revisão nos periódicos nacionais da
área 21. In: Motrivivência, v. 29, n. 51, p. 205-221,
jul. 2017. Disponível em: <h� ps://periodicos.ufsc.
br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-
8042.2017v29n51p205>. Acesso em 03/06/2022.
SOUZA, Vânia de Fáti ma Mati as.; COSTA, Luciane
Cristi na Arantes da; ANVERSA, Ana Luiza Barbosa;
MOREIRA, Sandra Maria. Da ação pedagógica
à mudança da práti ca docente: os jogos e as
brincadeiras em uma experiência com o Ensino
Médio. In: Pensar a Práti ca, Goiânia, v. 20, n. 1,
2017. Disponível em: <h� ps:// www.revistas.ufg.
br/fef/arti cle/view/41125>. Acesso em 03/06/2022.
SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino
de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
XADREZ
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento
mútuo, nas diversas linguagens (ar� sti cas, corporais
e verbais), com vistas ao interesse comum pautado
em princípios e valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG501B) Enumerar os espaços de
infraestrutura (quadras, praças, galpões, páti os),
discriminando os que possuem condições dentro e
fora da escola para organizar práti cas corporais em
condições seguras para a comunidade.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
23
OBJETO DE CONHECIMENTO
Práti cas corporais desenvolvidas em diferentes
contextos: educacional, de parti cipação e lazer e/ou
do rendimento/Brincadeiras e jogos de mesa e/ou
salão.
Diálogos e Representações e parti r da aplicabilidade
Práti ca do Jogo de Xadrez.
Os jogos existem desde a pré-história da
humanidade e os registros que podem ser encontrados
nas mais diversas partes do mundo, retratam variadas
formas nas quais essas mesmas práti cas corporais
se apresentam. Como manifestações culturais,
podem apresentar um caráter lúdico e recreati vo,
trabalhando ainda como moderadores em relação
ao comportamento humano. Por exemplo, os jogos
de mesa e/ ou salão, uti lizam-se de peças para
representarem jogadores/as e neles existem regras
pré-determinadas, que podem depender da uti lização
do raciocínio lógico, de estratégias elaboradas, da
atenção e de certo domínio de concentração sobre
as ações do/a outro/a para que se desenvolvam
enquanto jogo. As cartas de baralho, o jogo de dama,
as peças de dominó, o conjunto de quebra-cabeça e
o tabuleiro de xadrez fazem parte desse universo de
jogos, apresentando-se sob possibilidades diversas de
operacionalização.
O jogo de xadrez
Existe um conjunto de lendas a respeito das
origens deste jogo. Uma delas vai ser remontada ao
herói grego Palamedes, durante o cerco à Tróia, com
objeti vo de distração dos seus guerreiros. Uma outra
vai ser apresentada a parti r da Índia, como evolução
de um jogo ancestral na qual parti cipavam quatro
jogadores, cada um com oito peças representadas
por um ministro, um cavalo, um elefante, um navio
e quatro soldados. As peças estariam dispostas nos
quatro cantos de um tabuleiro, de 64 casas unicolores,
diferenciadas nas cores preta, vermelha, verde e
amarela. Neste jogo, conhecido como Chaturanga,
cada jogador individualmente lançava dados e era isso
que designava qual peça poderia ser movimentada. E
foram as trocas comerciais que levaram à exportação
deste mesmo jogo à China, ao Japão e à Pérsia,
desencadeando posteriormente um processo de
intercâmbios culturais e de modifi cação deste mesmo
jogo, até chegar à disseminação de sua forma atual
como jogo de xadrez. Hoje o xadrez é um jogo de
mesa e/ou salão que pode ser prati cado por dois/duas
jogadores/as, num tabuleiro composto por 64 casas
que se alternam entre cores predominantemente
claras e escuras. Cada lado vai ser representado por
um conjunto de 16 peças, sendo 08 peões, 02 torres,
02 cavalos, 02 bispos, 01 dama e 01 rei, como pode
ser visualizado na disposição abaixo:
Fonte: Organização de peças no tabuleiro de xadrez. Disponível
em: h� ps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Starti ng_positi on_
in_a_ chess_game.jpg>. Acesso em 08/06/2023.
A movimentação básica no jogo de xadrez vai ser
realizada por cada jogador/a, a parti r da observação
de cada uma das peças da seguinte maneira:
a) Peão: A peça anda sempre para frente uma casa.
No seu primeiro movimento é permiti do caminhar
para frente duas casas. O peão vai capturar ocupando
a casa da peça oponente uma casa na diagonal. Se
consegue chegar até a últi ma casa que está distante
da sua posição inicial é promovido à outra peça.
Costuma-se tornar o peão em dama por uma questão
estratégica de movimentos;
b) Torre: A peça pode ser movida para qualquer
casa vazia, como fi leira ou coluna, sempre em
movimento reti líneo, na horizontal ou verti cal;
Cavalo: A peça se move por quatro casas, num
movimento que desenha a letra L. O cavalo pode saltar
sobre as demais peças durante a sua movimentação;
c) Bispo: A peça vai se mover sempre nas
diagonais, desde que hajam casas vazias para que
possa se apresentar;
d) Dama: A peça é estratégica pela capacidade
de movimentação livre para qualquer casa vazia em
fi leiras, colunas ou diagonais.
e) Rei: A peça pode ser movida uma casa por vez,
seja em fi leira, coluna ou diagonal.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
24
Fonte: Disponível em: <h� p://www.tabuleirocriati vo.com.br/
post_xadrez.html>. Acesso em 08/06/2022.
Em síntese, no xadrez o objeti vo do jogo é capturar
o rei do/a parti cipante adversário/a. Se diz que o rei
está em xeque, sempre quando este esti ver no caminho
da movimentação de uma peça adversária. Esta
mesma condição deve ser a todo momento evitada,
se possível capturando a peça que está ameaçando a
permanência do rei no jogo. É possível também mover
o rei para uma casa que não esteja ameaçada por
qualquer peça adversária ou interpor com uma peça
da mesma cor, atrapalhando o movimento de ação da
peça adversária que ameaça o rei. Se nada disso for
evitado, o rei estará em xeque mate e o/a adversário/a
ganha a parti da se ele/a conseguir dar mate em seu/
sua jogador/a oponente.
Dentre os inúmeros bene� cios da práti ca
corporal do jogo de xadrez, destaca-se o exercício das
capacidades socioemocionais de se jogar, ao mesmo
tempo, contra o outro e com o outro. As peças têm uma
representação simbólica e que podem ser trabalhadas
a parti r do entendimento de tensões, contradições,
consensos e confl itos presentes na sociedade que
se manifestam para além do jogo. A necessidade de
estabelecer diálogo entre os/as parti cipantes passam
ainda pela condição de equidade, empati a e respeito.
Logo, como possibilidade de jogo de mesa e/ou salão,
o xadrez pode contribuir para a formação humana
seja uti lizado em senti do educacional, rendimento
e/ou parti cipação e lazer. E sua práti ca, pode ser
democrati zada para toda a comunidade.
SAIBA MAIS
Confederação Brasileira de Xadrez. Disponível em
<h� p://www.cbx.org.br/>. Acesso em 03/06/2023.
Xeque-Mate: O Xadrez mostra seu jogo. Disponível
em <h� ps://impulsiona.org.br/xeque-mate-o-xadrez-
mostra-seu-jogo/>. Acesso em 03/06/2023.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado, trabalhando-se
brincadeiras e jogos de mesa e/ou salão. Pelo texto
apresentado, foi dada a possibilidade de trabalho com o
xadrez tradicional, mediante a organização de vivências
em duplas com a turma. Caso não tenha as peças e o
tabuleiro convencional, o material pode ser construído
uti lizando-se somente a sua representação em papel;
a) Além do xadrez, existem outros jogos de mesa
e/ou salão que podem vir a ser aplicados - a parti r
do mesmo entendimento que o texto sugere. Alguns
já foram exemplifi cados no primeiro parágrafo, mas
pode-se desenvolver outros jogos de formas mais
simples. Cabe a realização de pesquisa orientada,
investi gando possibilidades que podem se transformar
em ati vidades diversas. Ex: De caráter expositi vo
como a apresentação em grupos, seminários e/ou
a sistemati zação da pesquisa em trabalho escrito; e
teórico-práti co, por meio da realização de circuitos,
festi vais e/ou torneios de jogos de mesa e/ou salão.
MOMENTO ENEM
1. (INEP - ENEM 2013)
O jogo é uma ati vidade ou ocupação voluntária,
exercida dentro de certos e determinados limites
de tempo e de espaço, segundo regras livremente
consenti das, mas absolutamente obrigatórias,
dotado de um fi m em si mesmo, acompanhado de
um senti mento de tensão e de alegria e de uma
consciência de ser diferente da “vida quoti diana”.
HUIZINGA J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São
Paulo: Perspecti va, 2004.
Segundo o texto, o jogo comporta a possibilidade de
fruição. Do ponto de vista das práti cas corporais, essa
fruição se estabelece por meio do(a):

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
25
(A) Fixação de táti cas, que defi ne a padronização para
maior alcance popular.
(B) Competi ti vidade, que impulsiona o interesse pelo
sucesso.
(C) Refi namento técnico, que gera resultados
sati sfatórios.
(D) Caráter lúdico, que permite experiências
inusitadas.
(E) Uso tecnológico, que amplia as opções de lazer.
REFERÊNCIAS
MARTELOTE, Daniella; DE SOUZA, Gabriela
Conceição; LUTZ, Thulyo. O ensino do Xadrez na
Educação Física escolar: uma revisão da literatura.
In: XXII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte
e IX Congresso Internacional de Ciências do Esporte.
2021. Disponível em:<h� p://congressos.cbce.
org.br/index.php/conbrace2021/9conice/paper/
viewFile/15783/7946>. Acesso em 03/06/2022.
SOUZA, Vânia de Fáti ma Mati as et al. Da ação
pedagógica à mudança da práti ca docente: os jogos e as
brincadeiras em uma experiência com o Ensino Médio.
In: Pensar a Práti ca, v. 20, n. 1, 2017. Disponível em:
<h� ps://www.revistas.ufg.br/fef/arti cle/view/41125/
pdf>. Acesso em 03/06/2022.
SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino
de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
JOGOS GAMES NO BRASIL
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento
mútuo, nas diversas linguagens (ar� sti cas, corporais
e verbais), com vistas ao interesse comum pautado
em princípios e valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG501H) Investi gar a manifestação dos jogos
virtuais, analisando a infl uência que eles exercem
sobre a vida coti diana, para avaliar os impactos
positi vos e negati vos no comportamento das crianças,
adolescentes e adultos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Práti cas corporais desenvolvidas em diferentes
contextos: educacional, de parti cipação e lazer e/ou
do rendimento/Brincadeiras e jogos eletrônicos.
As brincadeiras e os jogos eletrônicos se apresentam
na realidade das pessoas de modo cada vez mais
progressivo. O desenvolvimento tecnológico tem
possibilitado mudanças nos meios de comunicação e
da informação, criando diálogos também com o universo
das práti cas corporais e de suas práti cas de linguagem.
Conheceremos sobre o assunto, observando o
movimento brasileiro no universo dos games para refl eti r
sobre o comportamento de seus/suas prati cantes.
Texto 01
Três em cada Quatro Brasileiros Jogam Games,Aponta
Estudo da Pesquisa Game do Brasil (PGB)
Pela primeira vez, 74,5% da população brasileira
afi rma ter jogado jogos eletrônicos em 2022.
Temas como NFT, esports e metaverso já são mais
conhecidos entre o público.
Revista EXAME. Por Laura Pancini.
Publicado em 18/04/2022 14:29 atualização em
20/04/2023.
Fonte: Perfi l do gamer brasileiro em 2022 ilustrado (PGB/Divulgação).

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
26
A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB),
levantamento anual consolidado sobre o consumo
de jogos eletrônicos no país, mostra que cerca de 3
em cada 4 brasileiros jogam jogos eletrônicos. Trata-
se de um crescimento de 2,5 pontos percentuais em
relação ao ano anterior, alcançando sua maior marca
histórica com 74,5% da população do Brasil afi rmando
jogar games em 2022.
O engajamento do público brasileiro com jogos
eletrônicos aparece ainda mais forte quando se observa
que, para 76,5% dos gamers, os jogos eletrônicos
são a principal forma de entretenimento. O número
apresenta um aumento progressivo: registrou 57,1%
em 2020 e 68% em 2021, totalizando um aumento
de 8,5 pontos percentuais nesta 9ª edição. A PGB
é desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers em
parceria com Blend New Research e ESPM. Em 2022,
o estudo ouviu 13.051 pessoas em 26 estados e no
Distrito Federal entre os dias 11 de fevereiro e 7 de
março.
Qual o perfi l do gamer brasileiro?
Assim como em edições anteriores do
levantamento, a PGB 2022 mostra que as mulheres
são maioria entre o público de jogos eletrônicos no
Brasil. Nesta 9ª edição, elas representam 51% dos
brasileiros que jogam games.
Fonte: Infográfi co extraído do texto ‘Viciados’ em jogos preocupam pais e psicólogos. Disponível em: <h� ps://www1.folha.uol.com.
br/ciencia/2012/09/1146914-viciados-em-jogos-preocupam-pais-e-psicologos.shtml>. Acesso em 03/06/2022.
“Essa predominância se relaciona aos smartphones,
plataforma com mais adeptos de jogos no Brasil e com
volume ainda maior do público feminino (60,4%), mas
também com as característi cas gerais da população
do Brasil”, complementa Camargo.
Já sobre a idade dos jogadores, pessoas de 20 a
24 anos são a maioria entre este público no Brasil,
com 25,5%. Mas a diferença percentual entre as
faixas é relati vamente equilibrada: adolescentes de
16 a 19 anos representam 17,7%, por exemplo, e
pessoas de 25 a 29 anos representam 13,6%. A maior
parcela do público gamer se identi fi ca como parda ou
preta (49,4%, na soma), seguida por pessoas que se
declaram brancas (46,6%). No que diz respeito à classe
social, a maioria dos jogadores são de classe média
(B2, C1 e C2), com 62,7%. Pessoas de classe média
alta (B1) representam 12,3% do público, procedidas
pela classe A, que representa 13,5%, e pela base da
pirâmide (classes D e E) com 11,6%.
Texto 2
Conhecimento sobre E-Sports, NFT e metaverso
cresce.
Segundo a PGB 2022, os E-Sports agora são
conhecidos por 81,2% dos gamers no Brasil —
um crescimento de 32,8 pontos percentuais em
comparação com a edição de 2021. Um dos temas
mais quentes do ano, os NFTs (Tokens Não Fungíveis)
são uma novidade presente entre o segmento. Um
pouco mais da metade dos gamers no Brasil (50,8%)

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
27
ainda não sabem a respeito dos itens não fungíveis.
Entre quem está por dentro do conceito, 32,1%
possuem NFTs. Já o conceito de metaverso aparece
com mais popularidade entre os jogadores do Brasil,
sendo conhecido por 63,8% da comunidade. Há, ainda,
uma parcela considerável de jogadores favoráveis a
ati vidades relacionadas ao conceito de metaverso —
59,3% do público gosta da ideia de ter eventos sociais
dentro dos jogos, como assisti r a fi lmes dentro de um
jogo, enquanto 51,7% simpati zam com marcas que
aparecem dentro dos jogos.
Texto adaptado. Disponível em: <h� ps://exame.com/
tecnologia/3-em-cada-4-brasileiros-jogam-games/>.
Acesso em 03/06/2022.
Texto 03
A Profi ssão do Século 21: e-Sports Abre Espaço para
um Novo Mundo de Oportunidades
Redação do Globo Esporte (Florianópolis).
Texto de Jayson Godoi 06/04/2022 11h13
Ian Bitt encourt Alves, head de esports do TRex
Unifi que, fala sobre o mercado ao GE
Entrevista pré-jogo na fi nal da Copa dos Campeões — Foto: Di-
vulgação/Copa dos Campeões.
Quando falamos da evolução da tecnologia,
descobrimos que muitas áreas de atuação foram
criadas para dar suporte ao processo. Conforme o
meio tecnológico se formava, a estrutura gamer era
montada, e os jogos conhecidos por proporcionar
momentos de lazer. Isso é bem diferente hoje,
sendo uma das profi ssões com mais espaço para
crescimento no mercado. A profi ssão gamer pode
estar relacionada em criar a comunidade digital com
auxílio de live stream e redes sociais ou executando
em alta performance.
• Descubra qual seu modo de jogo: Quando
encontramos a modalidade com mais identi fi cação,
é a hora de focar nela e desenvolver as habilidades.
Os jogos mais populares são do ti po FPS, ti ro em
primeira pessoa como Cou-nter-Strike, MOBA, com
arenas de combate on-line multi player, como League
os Legends, Ba� le Royale, como Free Fire e estratégias
em tempo real e RTS, como starcra� , jogos de cartas
e jogos de luta;
• Como se tornar um profi ssional do E-Sport: É
possível acessar vários conteúdos gratuitos sobre o
mundo competi ti vo dos E-sports. Conteúdos gravados
de jogadores profi ssionais estão acessíveis em todas
as plataformas de vídeo e streaming, onde é possível
localizar dicas e táti cas para serem executadas,
encontrar pessoas que querem seguir o mesmo
caminho e desenvolver uma equipe de treinamento;
• Prati que muito: Como em todas as áreas, os
mais preparados são os que demonstram mais
resultados. Por isso, esteja preparado para fi carmuitas
horas treinando. Faça um cronograma de treinos e
desenvolva a equipe;
• Esteja presente: Quando eventos/competi ções
acontecem, elas trazem experiências que são
fundamentais para o desenvolvimento do atleta.
Mesmo sendo um espectador é possível senti r a
energia que emana no ambiente, desde o apoio dos
torcedores até o grito da vitória de um ti me campeão;
• Parti cipe de torneios on-line: Conforme os
treinamentos estão evoluindo, é bom colocar em
práti ca tudo que está treinando. Muitos torneios
estão disponíveis on-line, onde pode-se encontrar
bons desafi os para testar as habilidades e ganhar
premiações;
• Crie uma comunidade: Conforme o
reconhecimento no mundo dos E-Sports, é
fundamental trabalhar as mídias sociais, onde você
pode interagir com os torcedores e o público alvo.
Assim você gera uma reputação e pode mostrar o
trabalho de várias formas, como dando aulas, dicas
sobre o jogo ou escrevendo sobre experiências;
• Outros caminhos do E-Sport: Além de
profi ssionalização, dentro de um jogo é possível
desempenhar outras funções que atuam junto ao
mundo do E-sport. Elas podem determinar tanto
a evolução quanto a preparação de competi ções,
eventos e carreira de um atleta. Produtores, gestores
de marketi ng, head de E-Sports, treinadores, agentes,
jornalistas, patrocinadores estão presentes no
caminho.
Conversando com Ian Bi� encourt Alves, head de
E-Sports do T-Rex Unifi que, organização localizada na
cidade de Timbó, em Santa Catarina, ele diz que conta
com o suporte de profi ssionais de diversas áreas.
“O mercado de E-Sports tem uma gama de
áreas de atuação, desde a parte dos jogadores,
que são os mais visíveis dentro da organização, até
a parte de administração, jurídica, fí sica e mental,
como advogados, psicólogos, fi sioterapeutas e
administradores. Todos estão presentes para a
segurança e suporte aos atletas que têm total apoio
para desempenharem em alta performance. Além
disso, temos um departamento de marketi ng que

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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cuida da imagem da equipe e de todos os atletas da
insti tuição.”
Fonte do texto: Disponível em: <h� ps://ge.globo.com/sc/ es-
ports/gameplaysc/noticia/2022/04/06/a-profissao-doseculo-
-21-e-sports-abre-espaco-para-um-novo-mundo-de-oportuni-
dades.ghtml>. Acesso em 03/06/2023.
SAIBA MAIS
Os melhores documentários sobre vídeo game.
Disponível em: <h� ps://www.videosmania.info/
os-melhores-documentarios-sobre-video-game/>.
Acesso em 03/06/2022. O que são E-Sports? Disponível
em:<h� p://cbesports.com.br/esports/>. Acesso em
03/06/2022.
E-Sports (esportes eletrônicos) na Educa-ção Física.
Disponível em <h� ps://impulsiona.org.br/e-sports-
educacao-fi sica/>. Acesso em 03/06/202.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado, trabalhando-se
brincadeiras e jogos eletrônicos diversos. Um
dos textos apresentados perpassa pela discussão
específi ca do E-Sport. Porém, podem ser trabalhadas
formas mais simplifi cadas através do uso do aparelho
celular e/ ou sites gratuitos específi cos que podem
ser encontrados facilmente pelo Google. Caso exista
a possibilidade de uti lização de videogames e/ou
computadores com emuladores, também podem
ser aplicados. A sugestão é tentar trabalhar com as
práti cas corporais da Educação Física e promover
diálogos a parti r da sua existência no mundo virtual;
É possível pensar ainda na construção de um
repertório comunitário de ati vidades referentes às
brincadeiras e jogos eletrônicos. Cabe a realização
de pesquisa orientada, investi gando possibilidades
que podem se transformar em ati vidades diversas.
Ex: De caráter expositi vo como a apresentação em
grupos, seminários e/ou a sistemati zação da pesquisa
em trabalho escrito; e teórico-práti co, por meio da
realização de circuitos, festi vais e/ou torneios de jogos
eletrônicos.
MOMENTO ENEM
1. (INEP - ENEM 2021)
TEXTO I: O usufruto de jogos eletrônicos,
vinculado à psicopatologia, pode ser considerado
um comportamento desadaptati vo quando são
apresentados sinais de excesso na uti lização de tais
tecnologias. Isso ocorre quando o comportamento
afeta o sujeito de forma que ele se encontre incapaz
de controlar a frequência e o tempo diante de um
comportamento que anteriormente era considerado
inofensivo.
LEMOS, I. L.; SANTANA, S. M. Rev. Psiq. Clín., n. 1, 2012.
TEXTO II: A maior parte da literatura cien� fi ca
relacionada aos exergames e educação se concentra
no potencial do jogo para melhorar a saúde � sica dos
alunos, envolvê-los em ati vidades sociais e melhorar
seu desempenho acadêmico. Resultados de pesquisas
recentes também têm mostrado que tais jogos podem
contribuir para o treinamento de práti cas esporti vas
e outras ati vidades envolvendo movimento, ou para
o desenvolvimento de habilidades motoras.
FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Movimento, n.3, jul.-
-set. 2015.
Apesar de interpretarem de forma disti nta os jogos
eletrônicos, ambos os textos abordam o(a):
(A) Doença como foco central.
(B) Relação do jogo com o indivíduo.
(C) Controle do tempo de uso do jogo.
(D) Necessidade de treinamento � sico.
(E) Envolvimento em práti cas coleti vas.
REFERÊNCIAS
GADELHA, George Tawlinson Soares. Os jogos
eletrônicos na educação � sica escolar: uma
possibilidade na abordagem críti co-emancipatória.
2020. Disponível em: <h� ps://repositorio.
ufrn.br/bitstream/123456789/28935/1/
Jogoseletronicoseducacao_Gadelha_2020.pdf>.
Acesso em 03/06/2022.
KUNZ, Elenor. Transformações didáti co-pedagógicas
do esporte. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1994.
MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.). Lúdico,
educação e educação � sica. Ijuí: Editora Unijuí, 1999.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
29
BRINCADEIRAS E JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento
mútuo, nas diversas linguagens (ar� sti cas, corporais
e verbais), com vistas ao interesse comum pautado
em princípios e valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG503I) Vivenciar diversas possibilidades
de jogos, uti lizando táti cas e técnica de esportes de
marca, precisão, rede/quadra, campo e taco, invasão
ou territorial para empregar na elaboração de jogos
cooperati vos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Conhecimento teórico-práti co dos fundamentos
técnicos, táti cos e das regras básicas nas práti cas
corporais/ Brincadeiras e jogos pré-desporti vos.
A Recreação, o Lúdico, a Brincadeira, o Brinquedo e
o Jogo: Base para o Desenvolvimento de Esportes?
As brincadeiras e os jogos pré-desporti vos integram
um conjunto de práti cas corporais que possibilitam um
trabalho educati vo anterior ao ensino dos esportes. Possui
como principais vantagens o caráter de ludicidade, bem
como a adaptabilidade de regras, espaços e materiais
para sua realização. Conheceremos as diferenças (entre
brincadeira, jogo e esporte), analisando a parti r dos
jogos pré-desporti vos a produção de discursos que
deles possam se produzir para desenvolver ações que
envolvam equidade, empati a e respeito.
Fonte: Exemplo de representação gráfi ca com as inter-relações entre brincadeira, jogo e esporte. Disponível em: <h� ps://periodicos.
ufsc.br/index.php/jornalismo/arti cle/view/1984-6924.2014v11n2p316/28226>. Acesso em 03/06/2022.
Brincadeira, jogo e esporte não são a mesma
coisa. Porém, apresentam importantes relações que
podem ser trabalhadas pelas práti cas corporais do
componente Educação Física no contexto escolar.
Convém antes revisitar alguns conceitos anteriores
para facilitar este entendimento:
• RECREAÇÃO: É um vocabulário que apresenta
certa difi culdade de conceituação, mas assim como
o vocabulário “recriação” têm em comum a fonte
recreare (que signifi ca tornar a criar). Talvez a melhor
forma para a entender possa estar no vocabulário
inglês “play” (traduzido como alegria, prazer e
sati sfação naquilo que se faz). A recreação pode
ser compreendida como ati vidade realizada fora do
tempo de trabalho e livre das obrigações familiares,
permiti ndo ações criadoras individuais e/ou coleti vas,
construídas por elementos como a espontaneidade,
a livre escolha, a diversão, o entretenimento, o
passatempo, a distração e o lazer. As brincadeiras e
os jogos materializam na práti ca sua expressão e seus
bene� cios são de ordem afeti va, cultural, intelectual e
social. Poder usufruir de ati vidades recreati vas signifi ca
contribuir também para a melhoria da qualidade de
vida ati va das pessoas em todas as idades.
• LÚDICO: Seu entendimento depende do
contexto em que este se encontra empregado. Vários
autores/as costumam uti lizar diferentes palavras para
identi fi car o lúdico, tais como brinquedo, brincadeira
e jogo. Aqui o importante não é pensar o lúdico em
si mesmo, mas sempre na relação que estabelece

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
30
com os sujeitos, quando estes estabelecem relações
com os outros. O lúdico não tem um momento e nem
um lugar específi co, pois vai representar o agora. Vai
se expressando na ação das pessoas em relação à
liberdade de suas escolhas pela aventura, sati sfação
e o querer fazer. Assim, os signos e os símbolos vão
dando magia à espontaneidade, num processo de
consti tuição da capacidade lúdica onde a presença
do outro/a é sempre fundamental.
• BRINCADEIRA: Encontra-se presente desde a
origem da humanidade, como um fenômeno social
que expressa a condição humana de existi r (cultural,
histórica, éti ca, estéti ca e políti ca). A brincadeira é
uma ati vidade espontânea e livre que não pode
ser delimitada, nem tampouco possuir espaço e
tempo pré-determinado, com um fi m em si mesma
de aprendizagens socioculturais e que se insere no
mundo real ao ser levada pelo mundo imaginário.
Ela propicia saltos qualitati vos para a pessoa sobre
a aprendizagem e também o seu desenvolvimento
integral, indo para além do aspecto psíquico.
• BRINQUEDO: É impossível precisar a origem do
brinquedo, mas afi rmar que em todas as civilizações,
de alguma forma, esteve sempre presente na vida dos
adultos e das crianças.
O uso que se faz dele terá conotações
diferenciadas, em consequência das infl uências
socioculturais expressas nas ações da pessoa que
brinca. Pelo contexto empregado, muitas vezes
é necessário substi tuir a palavra “brinquedo”, no
processo de leitura e interpretação, pela palavra
“jogo” e/ou “brincadeira”. Pois, este ainda pode vir
a designar tanto o objeto quanto a ação de brincar,
dependendo da tradução deste vocabulário. O
brinquedo supõe uma relação ínti ma com a pessoa,
uma indeterminação quanto ao uso na ausência de
um sistema de regras que organizam sua uti lização e
como alvo será residido no próprio processo e não no
resultado da ação.
• JOGO: Em relação ao jogo, é possível dizer que
se trata de uma ideia anterior ao desenvolvimento da
cultura e da sociedade porque trabalha basicamente
com a função signifi cante: tudo o que diz respeito a
ele possui um determinado senti do e signifi cado. E
a uti lização do jogo, em senti do cultural e histórico,
pode implicar em relações de funções biológicas,
educacionais e sociais - por exemplo. Enquanto
a brincadeira é simbólica, o jogo é funcional. Ou
seja, se a brincadeira tem como característi cas ser
livre e ter um fi m em si mesma, o jogo vai incluir a
presença de um objeti vo fi nal a ser alcançado. Isso
vai demandar para o jogo o aparecimento de regras
pré-estabelecidas de relações com as regras sociais,
morais e culturais existentes na sociedade. Outro fator
para se perceber a diferença entre jogo e brincadeira
é a ideia de oponência, do confronto entre duas ou
mais pessoas que, ao mesmo tempo, lutam por um
único objeto (brinquedo). É a posse do objeto que
pode levar à condição objeti va fi nal (vitória).
Os jogos podem apresentar ainda uma infi nidade
de classifi cações, dependendo do/a autor/a consultado
para facilitar sua compreensão. Quando se fala em
jogos pré-desporti vos, considera-se como explicação
inicial a ideia de que são jogos que vão se assemelhando
às práti cas corporais esporti vas ofi ciais, mas que não
possuem as mesmas regras insti tucionalizadas por
federações e/ou confederações. As exigências que
existem em relação ao número de parti cipantes, os
modos de se jogar, os aparatos e/ou implementos
a serem uti lizados e o espaço necessário para a
realização deste ti po de jogo são bastante maleáveis.
Assim, os jogos desporti vos situam-se como
possibilidades de jogo que podem ser trabalhados de
diferentes maneiras e que contribuem posteriormente
para a aprendizagem dos fundamentos técnicos e
táti cos dos esportes. Para exemplifi cação, observe
abaixo três ati vidades que vão se apresentar em suas
condições de jogabilidade como práti cas corporais
de jogos pré-desporti vos. É necessário destacar aqui
que estas vão se referir à especifi cidade do trabalho
educati vo que perpassa por alguns dos fundamentos
do futebol, do handebol e do voleibol:
• Jogo: Bobinho
– Descrição: Uma roda é formada com parte e/ou
toda a turma e um/a estudante fi ca no centro como
“bobinho”. Os/as demais estudantes fi cam trocando
dribles e passes (fundamento do futebol) entre si com
os pés, podendo dar somente três toques na bola
antes de passá-la e sem deixar que “bobinho” toque
nela. Cada vez que “bobinho” toca na bola, troca de
lugar com quem perdeu a bola e este/a passa à sua
condição. Se o/a estudante perde a bola para fora do
círculo, também deve assumir o papel de “bobinho”.
– Variação: Aumentar ou diminuir o número
de toques na bola, acrescentar mais pessoas como
“bobinho” e colocar mais bolas em jogo.
– Recursos: Bola de futebol ou similar.
• Jogo: Torre
– Descrição: Coloca-se um cone sobre a mesa e
demarca-se um círculo à sua volta, em tamanho que
possibilite deslocamentos para todas as direções.
Um/a estudante é escolhido/a para fi car dentro do
círculo e proteger o cone usando braços e pernas.
Outros/as três são escolhidos/as para fi car ao redor do
círculo trocando passes e arremessos (fundamentos
do handebol) até arremessar e derrubar o cone.
Quando a bola for interceptada por quem esti ver no

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
31
interior do círculo, troca de lugar com aquele/a que
perdeu a posse da bola.
– Variação: Podem ser colocados/as mais
estudantes no interior do círculo e/ou ao seu redor,
bem como acrescentar mais bolas ao jogo.
– Recursos: Bola de borracha pequena, mesa (de
sala de aula), cone e giz.
• Jogo: Limpeza
– Descrição: Duas equipes se posicionam em lados
opostos à rede. Cada integrante das duas equipes, a
qualquer momento em que esti ver com a bola em
mãos, deverá jogá-la para o outro lado (uti lizando os
fundamentos do voleibol) sempre por cima da rede.
Ao comando do/a professor/a, a equipe vencedora
será aquela que esti ver com o menor número de bolas
no seu campo.
– Variações: Colocar bolas de diferentes pesos,
tamanhos e em número superior ao número de
parti cipantes.
– Recursos: Bolas e rede de voleibol.
SAIBA MAIS
Explorando novos esportes na Educação Física.
Disponível em <h� ps://impulsiona.org.br/novos_
esportes/>. Acesso em 03/06/2022.
Metodologias ati vas na Educação Física. Disponível
em <h� ps://impulsiona.org. br/metodologias-ati vas-
educacao-fi sica/>. Acesso em 03/06/2022.
SUGESTÃO DE APRENDIZAGEM
a) Práti cas corporais orientadas pelo/a professor/a,
realizadas de modo adaptado, trabalhando-se
brincadeiras e jogos pré-desporti vos diversos
do Brasil e do mundo. Pelo texto apresentado,
já foram dadas três possibilidades que podem
ser realizadas com a turma, como um momento
inicial. Porém, esse repertório deve ser ampliado
pelo/a professor/a, a parti r dos saberes e de sua
experiência profi ssional;
b) Pensar na construção de um repertório comunitário
de ati vidades referentes às brincadeiras e jogos pré-
desporti vos, posteriormente a ser desenvolvido
na unidade escolar. Cabe a realização de pesquisa
orientada, investi gando possibilidades que
podem se transformar em ati vidades diversas.
Ex: De caráter expositi vo como a apresentação
em grupos, seminários e/ou a sistemati zação da
pesquisa em trabalho escrito; e teórico-práti co,
por meio da realização de circuitos, festi vais e/
ou torneios de jogos pré-desporti vos.
MOMENTO ENEM
1.(INEP - ENEM 2020)
Estória de um gibi da Turma da Mônica, inti tulada
Brincadeira de menino Mônica, conhecida personagem
de Maurício de Sousa, passa na casa da sua melhor
amiga, Magali, para convidá-la para brincar. A mãe da
Magali diz que a menina está com gripe e precisa de
repouso, e por isso não vai poder sair de casa. Mônica
sai triste e pensati va, quando cruza com o Cebolinha
e convida-o para brincar com ela de “casinha”. Ele se
recusa e diz: “— Homem não blinca de casinha”, e
Mônica retruca: “— Ah, Cebolinha! Que preconceito!”.
Cebolinha responde: “— Pleconceito uma ova!
Casinha é coisa de menina! Vou te mostlar o que é
blincadeila de menino!”. Enquanto ele sai de cena,
Mônica fi ca debaixo de uma árvore brincando sozinha
e Cebolinha faz várias aparições com brinquedos e
brincadeiras supostamente só de meninos: aparece
“voando” num skate, mas cai na frente dela. Depois
aparece numa bicicleta, mas bate numa pedra e cai.
Aparece de pati ns, tropeça e cai. Reaparece chutando
uma bola, mas a bola bate na árvore e volta acertando
sua cabeça. Desanimado e desisti ndo das “suas”
brincadeiras, Cebolinha aparece no últi mo quadro,
ao lado da Mônica, brincando de “casinha”.
OLIVEIRA, A. B.; PERIM, G. L. (Org.). Fundamentos pedagógicos
para o programa Segundo Tempo. Brasília: Ministério do Esporte,
2008 (adaptado).
Refl eti ndo sobre as relações de gênero nas brincadeiras
infanti s, a estória mostra que:
(A) Meninos podem se envolver com os mesmos
brinquedos e brincadeiras que meninas.
(B) Meninas são mais frágeis e por isso devem se
envolver em brincadeiras mais passivas.
(C) Meninos são mais habilidosos do que meninas e
por isso se envolvem em ati vidades diferentes.
(D) Meninas tendem a reproduzir mais os estereóti pos
de gênero em suas práti cas corporais do que os
meninos.
(E) Meninos e meninas devem se envolver em
ati vidades disti ntas, como, respecti vamente, o
futebol e a “casinha”.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
32
REFERÊNCIAS
KISHIMOTO, Tizuko M. (org.) Jogo, Brinquedo,
Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez Editora,
2007.
KUNZ, Elenor. Transformações didáti co-pedagógicas
do esporte. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1994.
MARCELLINO, Nelson Carvalho (org.). Lúdico, educação
e educação fí sica. Ijuí: Editora Unijuí, 1999.
COMPONENTE CURRICULAR
LÍNGUA INGLESA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG401) Empregar nas interações sociais, a
variedade e o esti lo de língua adequados à situação
comunicati va, ao/à interlocutor/a e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/a
interlocutor/a e sem preconceito linguísti co.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG401H) Elaborar um perfi l com os principais
dados pessoais: (nombre[social], apellidos, apodo,
gênero, edad, dirección, profesión, nacionalidad,
árbol genealógico etc.) - ame, last name, nicknames,
gender, age, directi ons, occupati ons, countries and
nati onaliti es, family tree etc.) para simular situações
de uso comunicati vo na sala de aula, uti lizando jograis
de perguntas e respostas.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Diálogos. Dados pessoais. Formas verbais no presente
do indicati vo/simples.
CLASS 01 (AULA 01)
Osimple present é formado pelo verbo principal no
infi niti vosem a preposição to, quando falamos de algo
que acontece frequentemente.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
33
● He plays soccer very well. (Ele joga futebol muito
bem.)
● They go to school in the a� ernoon. (Eles vão para
a escola de tarde.)
● I always read the newspaper in the morning. (Eu
sempre leio o jornal de manhã.)
● We generally travel to Brazil in December. (Geral-
mente nós viajamos para o Brasil em dezembro.)
● The sky is blue (O céu é azul) – uma verdade uni-
versal.
● She loves chocolate. (Ela ama chocolate.) - uma
opinião/senti mento.
● I want to have dinner with my father today. (Eu
quero jantar com meu pai hoje) – um desejo.
O simple present pode ser formado na afi rmati va,
negati va e interrogati va seguindo as regras de uso
explicadas abaixo:
Afi rmati va: Formado pelo sujeito + verbo principal,
sendo que ao ser conjugado na terceira pessoa do
singular precisa do acréscimo das par� culas “s”, “ies”
ou “es”.
Exemplos:
● She drinks a glass of milk every day. (Ela bebe um
copo de leite todos os dias)
● He leaves his offi ce at six o’clock. (Ele deixa o
escritório dele às seis horas)
● My brother likes his job very much. (Meu irmão
gosta muito do emprego dele)
● They want to buy a lot of magazines. (Eles querem
comprar muitas revistas)
● I work in a drugstore. (Eu trabalho em uma farmácia)
● That boy studies a lot. (Aquele garoto estuda muito)
Observação: É interessante verifi car cada verbo para
saber qual par� cula usar na conjugação da terceira
pessoa do singular.
Negati va: Ao formar frases negati vas no simple
present é necessário acrescentar o verbo auxiliar do
+ not (forma contraída: don’t). E no caso da terceira
pessoa do singular uti liza-se does + not (forma
contraída: doesn’t).
Exemplos:
● She doesn’t (does not) eat fruit for dessert. (Ela não
come fruta na sobremesa)
● My sister doesn’t (does not) know about the
party. (Minha irmã não sabe sobre a festa)
● We don’t (do not) want to eat pie now. (Nós não
queremos comer torta agora)
● I don’t (do not) understand what they say. (Eu não
entendo o que eles dizem)
● My mother doesn’t (does not) forget your
gift . (Minha mãe não esqueceu o seu presente)
● You don’t (do not) need to do your test today. (Você
não precisa fazer seu teste hoje)
Interrogati va: Ao formar frases interrogati vas no
simple present é necessário colocar o auxiliar antes
do sujeito da frase. No caso da terceira pessoa do
singular será uti lizado o does.
Exemplos:
● Do you take your children to the doctor? (Você leva
seus fi lhos ao médico?)
● Do they know about this? (Eles sabem sobre isso?)
● Does she go to school by bus? (Ela vai à escola de
ônibus?)

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
34
● What ti me do you have lunch? (A que horas você
almoça?)
● Does she prefer to go by car? (Ela prefere ir de
carro?)
● Do you know my boyfriend? (Você conhece meu
namorado?).
Com isso, pode-se concluir que o simple present é
uti lizado, entre outras situações, para expressar fatos,
ações, hábitos coti dianos, desejos e opiniões e deve
ser uti lizado seguindo algumas regras básicas que
formam esse tempo verbal. A atenção deve-se voltar
a terceira pessoa do singular, pois conjuga-se de uma
forma diferente das demais pessoas do singular.
Fonte: www.infoescola.com/ingles/simplepresent/.
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
1. Mark T for True or F for false:
A. ( ) Alfred is an American boy.
B. ( ) He lives in a modern fl at. He is eleven years old.
C. ( ) He has got two brothers.
D. ( ) Alfred wakes up at eight o’clock.
E. ( ) He walks to school.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
35
F. ( ) His classes begin at half past eight.
G. ( ) Alfred and his family have dinner at half past
seven.
2. Rewrite the text by replacing a roommate’s
character informati on:
Exemplo:
3. In the text we see Alfred’s routi ne, how is your
routi ne? Use the text as a model and describe your
routi ne.
Exemplo: He starts his day at about half past seven.
- fi ca - I start my day at six in the morning.
Você também pode postar sua roti na no mural da
turma usando o qr code.Não esqueça de se identi fi car
e a sua escola.
4. Change the sentences to the negati ve form.
A. He starts his day at about half past seven.
B. He has breakfast at a quarter to eight.
C. He is eleven years old.
5. Change the sentences to the interrogati ve form.
A. He starts his day at about half past seven.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
36
B. He has breakfast at a quarter to eight.
C. He is eleven years old.
CLASS 02 (AULA 02)
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG401) Empregar nas interações sociais, a
variedade e o esti lo de língua adequados à situação
comunicati va, ao/à interlocutor/a e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/a
interlocutor/a e sem preconceito linguísti co.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG401H) Elaborar um perfi l com os principais
dados pessoais: (nombre[social], apellidos, apodo,
gênero, edad, dirección, profesión, nacionalidad,
árbol genealógico etc.) - ame, last name, nicknames,
gender, age, directi ons, occupati ons, countries and
nati onaliti es, family tree etc.) para simular situações
de uso comunicati vo na sala de aula, uti lizando jograis
de perguntas e respostas.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Diálogos. Dados pessoais. Formas verbais no presente
do indicati vo/simples. SOCIAL MEDIA VOCABULARY
Profi le can also mean:
● concise, informal informati on about someone’s life.
● set of psychological traits or skills that make
someone suitable for a certain post, charge or
responsibility.
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
Read the following profi le and answer:
1. Answer the questi ons:
A. Whose profi le is displayed?

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
37
B. What he does?
C. What is his passion?
D. What does he believe?
2. Mark the correct alternati ve:
A. ( ) Teddy é um criador de problemas criati vo e
gosta de ter ideias novas e inovadoras.
B. ( ) Teddy é um solucionador de problemas criati vo,
mas não gosta de ter ideias novas e inovadoras.
C. ( ) Teddy é um solucionador de problemas criati vo
e gosto de ter ideias novas e inovadoras.
D. ( ) Teddy é um solucionador de problemas pouco
criati vo e sem ter ideias novas e inovadoras.
E. ( ) Teddy é um solucionador de problemas criati vo
e sem ideias novas e inovadoras.
3. Now it is your turn! Write your profi le answering
the questi ons:
A. What’s your full name?
B. Do you have a nickname you’d like to use on your
profi le instead of your name?
3.1 Describe yourself:
C. Who are you? (use adjecti ves)
D. How old are you?
E. Where are you from?
F. What sports do you like?
G. Do you have any hobbies?
Você também pode postar suas respostas no mural
da turma usando o qrcode. Não esqueça de se
identi fi car e a sua escola.
CLASS 03 (AULA 03)
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG401) Empregar nas interações sociais, a
variedade e o esti lo de língua adequados à situação
comunicati va, ao/à interlocutor/a e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/a
interlocutor/a e sem preconceito linguísti co.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG401G) Analisar o fenômeno da variação
linguísti ca, em seus diferentes níveis (variações
fonéti co-fonológica, lexical, sintáti ca, semânti ca e
esti lísti co-pragmáti ca) e em suas diferentes dimensões
regional, histórica, social, situacional, ocupacional,
etária etc.), examinando discursos que circulam em
textos de variados gêneros e diferentes ti pologias
para ampliar a compreensão sobre a natureza
viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da
consti tuição de variedades linguísti cas de pres� gio e
esti gmati zadas, fundamentar o respeito às variedades
linguísti cas e o combate a preconceitos lingüísti cos.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Sequências descriti vas, explicati vas e instrucionais.
Adjeti vos no grau superlati vo. Verbos na terceira
pessoa do presente simples.
Pronomes.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
38
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
Fonte:h� ps://www.fodors.com/world/europe/england/London.
1. Mark the correct alternati ve:
A. ( ) A história e a tradição estão longe de cada
esquina de Londres; é também uma das cidades
mais legais e modernas do mundo..
B. ( ) A história e a tradição o cumprimentam a cada
esquina de Londres; é também uma das cidades
mais estranhas e anti gas do mundo.
C. ( ) A história e a tradição o cumprimentam a cada
esquina de Londres; é também uma das cidades
mais chatas e modernas do mundo..
D. ( ) A história e a tradição o cumprimentam a cada
esquina de Londres; é também uma das cidades
mais legais e modernas do mundo.
E. ( ) A história e a tradição o se afastam de nós a cada
esquina de Londres; é também uma das cidades
mais anti gas e do mundo.
2. According to the text, why do people go to London?
3. The text introduces us to the city of London. Now
it is your turn! Answer the questi ons to introduce
your city:
(A) Is your city a young city or an old city?

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
39
(B) Is your city modern or traditi onal?
(C) Does your city have important or historical sites?
Which?
(D) Does your city have spaces for leisure such as
squares, parks, nearby waterfalls?
(E) What do you think is missing in your city?
(F) What do you like most about your city?
Você também pode postar suas respostas no mural
da turma usando o qr code. Não esqueça de se
identi fi car e a sua escola.
CLASS 04 (AULA 04)
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LGG401) Empregar nas interações sociais, a
variedade e o esti lo de língua adequados à situação
comunicati va, ao/à interlocutor/a e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/a
interlocutor/a e sem preconceito linguísti co.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG401G) Analisar o fenômeno da variação
linguísti ca, em seus diferentes níveis (variações
fonéti co-fonológica, lexical, sintáti ca, semânti ca e
esti lísti co-pragmáti ca) e em suas diferentes dimensões
regional, histórica, social, situacional, ocupacional,
etária etc.), examinando discursos que circulam em
textos de variados gêneros e diferentes ti pologias
para ampliar a compreensão sobre a natureza
viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da
consti tuição de variedades linguísti cas de pres� gio e
esti gmati zadas, fundamentar o respeito às variedades
linguísti cas e o combate a preconceitos linguísti cos.
OBJETO DE CONHECIMENTO Estar + gerúndio.
Advérbios de frequência e intensidade. Present
Conti nuous ou Present Progressive (em português,
presente con� nuo ou progressivo)
Ele é empregado para falar sobre situações
temporárias, ações con� nuas que estão acontecendo.
Formação do Present Conti nuous
O Present Conti nuous é composto por um verbo
principal e um verbo auxiliar.
Uti liza-se o verbo to be no Simple Present (presente
simples) como auxiliar e ao verbo principal, é acrescida
a terminação –ing .
Ou seja, na construção frasal esse tempo verbal segue
o seguinte padrão de formação:

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
40
Sujeito + verbo to be + verbo com -ing + complemento
Exemplo:
She is watching TV. (Ela está assisti ndo TV.)
Forma Negati va do Present Conti nuous
Na forma negati va, acrescenta-se o not depois do
verbo to be, ou seja, a construção das frases negati vas
é feita da seguinte forma:
Sujeito + verbo to be + not + verbo com -ing+
complemento
Exemplo:
She is not watching TV. (Ela não está assisti ndo TV.)
Forma Interrogati va do Present Conti nuous
Na forma interrogati va, o verbo auxiliar to be aparece
no início da frase. O padrão da estrutura das frases
interrogati vas é o seguinte:
Verbo to be+ sujeito + verbo com -ing + complemento
Exemplo:
Is she watching TV? (Ela está assisti ndo TV?)
Exemplos com do Present Conti nuous
● Forma afi rmati va (affi rmati ve form): Theyare
studying for the test. (Eles estão estudando para
o teste.)
● Forma negati va (negati ve form): They are not
studying for the test. (Eles não estão estudando
para o teste.)
● Forma interrogati va (interrogati ve form): Are they
studying for the test? (Eles estão estudando para o
teste?)
Atenção! (Pay Att enti on!)
Não é muito comum usar verbos de estado, como
por exemplo, os verbos agree (concordar), need
(precisar), believe (acreditar), know (saber), like
(gostar), etc. no Present Conti nuous.
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
1. Describe the acti on of the image using the verb
indicated in the present conti nuous.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
41
2. Read the text:
Doing tourism in Goiânia..
Goiania has several places to visit.
1. Parque Flamboyant: A very beauti ful and well-kept
place, with many people walking, cycling, running
and walking dogs.
2. Parque Vaca Brava: The park is not big but it is
very beauti ful and well maintained with a lake
in the center and a lot of green area, great I see
many people walking or just sitti ng on the grass
and watching the lake.
3. Feira da Lua: There are many people’s stalls selling
clothes and accessories, there are also many food
stalls, skewers, pastry, pamonha, janti nha, yakissoba,
broths, savory pies, sweet pies and others. This fair
is too big to go through it all and you get ti red, but
it’s worth spending the a� ernoon here.
Adaptado de: h� ps://www.tripadvisor.com.br/A� racti ons-g-
303324-Acti viti es-Goiania_State_of_Goias.html
2. What you can do at:
A. Parque Flamboyant:
B. Parque Vaca Brava:
C. Feira da Lua:
3. Turn the sentences into the negati ve form:
A. In Flamboyant Park a lot of people are walking.
B. In Flamboyant Park a lot of people are riding their
bikes.
C. I see many people walking or just sitti ng on the
grass and watching the lake.
D. There are many people’s stalls selling clothes and
accessories.
3. Turn the sentences into the interrogati ve form:
E. In Flamboyant Park a lot of people are walking.
F. In Flamboyant Park a lot of people are riding their
bikes.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
42
G. I see many people walking or just sitti ng on the
grass and watching the lake.
H. There are many people’s stalls selling clothes and
accessories.
CLASS 06 (AULA 06)
HABILIDADES E S PECÍFICA
(EM13LGG40 1) Empregar nas interações sociais, a
variedade e o esti lo de língua adequados à situação
comunicati va, ao/à interlocutor/a e ao gênero do
discurso, respeitando os usos das línguas por esse/a
interlocutor/a e sem preconceito linguísti co.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG401G) Analisar o fenômeno da variação
linguísti ca, em seus diferentes níveis (variações
fonéti co-fonológica, lexical, sintáti ca, semânti ca e
esti lísti co-pragmáti ca) e em suas diferentes dimensões
regional, histórica, social, situacional, ocupacional,
etária etc.), examinando discursos que circulam em
textos de variados gêneros e diferentes ti pologias
para ampliar a compreensão sobre a natureza
viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da
consti tuição de variedades linguísti cas de pres� gio e
esti gmati zadas, fundamentar o respeito às variedades
linguísti cas e o combate a preconceitos linguísti cos.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Uso dos adverbs of frequency, auxiliares e/ou modais,
os adverbs of frequency: frequently, generally,
normally, occasionally, someti mes, never, always,
rarely, usually.
Pode-se falar de frequência no passado, no presente e
no futuro. Bastante usados na roti na, porque indicam
quais ações prati camos mais ou menos vezes, eles
mostram a intensidade dessas ações relati vas ao
trabalho, à vida domésti ca, aos gostos pessoais, às
ati vidades � sicas, aos hábitos recentes etc.
Para tempos e orações compostos pelos verbos
auxiliares e/ou modais, os adverbs of frequency fi c a m
entre o verbo auxiliar/modal e o verbo principal. Alguns
também podem aparecer tanto no início quanto
no fi nal da oração, são eles: frequently, generally,
normally, occasionally, someti mes.
Observe alguns exemplos:
→ Antes do verbo principal
● They never follow the instructi ons.
(Eles nunca seguem as instruções.)
● She always goes home by bus.
(Ela sempre volta para casa de ônibus.)
● We rarely watch the news.
(Nós raramente assisti mos às no� cias.)
→ Depois do verbo to be
● I am usually full of energy a� er a cup of coff ee.
(Eu normalmente me sinto muito cheio de energia
depois de uma xícara de café.)
● He is always sick during winter.
(Ele está sempre doente durante o inverno.)
→ Depois do verbo auxiliar will
● We will always remember that summer.
(Nós sempre nos lembraremos daquele verão.)
→ Depois do verbo auxiliar does (negati vo)
● It doesn’t o� en rain all day long.
(Não chove frequentemente o dia todo.)
→ Depois do verbo modal can
● He can never fi nd his glasses.
(Ele nunca consegue achar seus óculos.)

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
43
→ Início de frase
● Normally, I wake up before everyone in the house.
(Normalmente, eu acordo antes de todos na casa.)
→ Final de frase
● They pay in cash occasionally.
(Eles pagam em dinheiro ocasionalmente.)
ACTIVITIES (ATIVIDADES)
1. Read the text:
Fonte:https://www.canva.com/design/DAFgAhiKqd0/7vlMO-
e_1UCiz9voXmvkpTg/view?utm_content=DAFgAhiKqd0&utm_
campaign=share_your_design&utm_medium=link&utm_sour-
ce=shareyourdesignpanel.
1. Mark the correct alternati ve:
A. ( ) Maria normalmente caminha no Parque
Flamboyant.
B. ( ) Sérgio corre duas vezes por semana.
C. ( ) Pedro sempre compra pamonha na Feira da
Lua..
D. ( ) João gosta de museus.
E. ( ) Ana nem sempre vai para a biblioteca do Setor
Universitário.
2. Responda as perguntas abaixo:
Obs.: Uti lize os advérbios de frequência.
A. How o� en do you get up early?
B. How o� en do you have breakfast in bed?
C. How o� en do you have lunch at home?
D. How o� en do you take a cold shower?
E. How o� en do you read a newspaper?
F. How o� en do you go to the bed late?
G. How o� en do you study at home?
H. How o� en do you help at home?
I. How o� en do you have beans at lunch?
J. How o� en do you go to school by bus?
K. How o� en do you study English?
L. How o� en do you practi ce exercises?

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
44
M. How o� en do you drink coff ee? N. How o� en do you take shower?
Você também pode postar suas respostas no mural da turma usando o qr code. Não esqueça de se identi fi car
e a sua escola.
ANEXO 01 - LIST OF IRREGULAR VERBS
Fonte:h� ps://www.vocabularypage.com/2017/02/list-of-irregular-verbs.html.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
45
REFERÊNCIAS
Imagens adaptadas de:
https://www.canva. com/design/DAFhIuTNzYI/
EDoyCDfR6C35uUbFlF36cw/view?utm_content=DA-
FhIuTNzYI&utm_campaign=designshare&utm_me-
dium=link&utm_source=publishsharelink.
h� ps://www.canva.com/design/DAFgAhiKqd0/7vl-
MOe_1UCiz9voXmvkpTg/view?utm_content=DAF-
gAhiKqd0&utm_campaign=designshare&utm_me-
dium=link&utm_source=publishsharelink.
https://www.canva.com/design/DAFcEVuvNyQ/
kCl9xQbjT3O9geJxQEqdIA/view?utm_content=DAF-
cEVuvNyQ&utm_campaign=designshare&utm_me-
dium=link&utm_source=publishsharelink.
Sites educacionais
Disponível em :
https://brasilescola.uol.com.br/ingles/simple-
present.htm 01/03/2023.
disponível em :
h� ps://www.todamateria.com.br/simple-present/
01/03/2023.
disponível em :
https://brasilescola.uol.com.br/ingles/adverbs-of-
frequency.htm 03/03/2023.
disponível em :
https://www.infoescola.com/portugues/verbos-
auxiliares-portugues/ 03/03/2023.
disponível em :
h� ps://mundoeducacao.uol.com.br/ingles/present-
conti nuous.htm 10/03/2023.
disponível em :
h� ps://www.educamaisbrasil.com.br/enem/ingles/
present-conti nuous 12/03/2023.
disponível em :
https://www.infoescola.com/ingles/presente-
conti nuo-present-conti nuous/ 12/03/2023.
Gramáti cas e dicionários:
MURPHY, Raymond. English Grammar in Use (with
answers). Second Editi on. Great Britain: Cambridge
University Press, 1994.
OXFORD advanced learner’s dicti onary. Oxford: Oxford
University Press, 2004.
WELLS, John. Longman pronunciati on dicti onary.
Harlow, Essex: Pearson Educati on Ltd., 2008.
EASTWOOD, J. Oxford Practi ce Grammar. China:
Oxford University Press, 2001.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
46
COMPONENTE CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13LP21) Produzir, de forma colaborati va, e
socializar playlists comentadas de preferências
culturais e de entretenimento, revistas culturais,
fanzines, ezines ou publicações afi ns que divulguem,
comentem e avaliem músicas, games, séries, fi lmes,
quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de
dança etc., de forma a comparti lhar gostos, identi fi car
afi nidades, fomentar comunidades etc.
(EM13LP24) Analisar formas não insti tucionalizadas
de parti cipação social, sobretudo as vinculadas
a manifestações ar� sti cas, produções culturais,
intervenções urbanas e formas de expressão � pica
das culturas juvenis que pretendam expor uma
problemáti ca ou promover uma refl exão/ação,
posicionando-se em relação a essas produções e
manifestações.
(EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes
gêneros e mídias mediante seleção e apropriação de
recursos textuais e expressivos do repertório ar� sti co,
e/ou produções derivadas (paródias, esti lizações,
fanfi cs, fanclipes etc.), como forma de dialogar críti ca
e/ou subjeti vamente com o texto literário.
(EM13LP47) Parti cipar de eventos (saraus, competi ções
orais, audições, mostras, festi vais, feiras culturais
e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperati vas
culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive
para socializar obras da própria autoria (poemas,
contos e suas variedades, roteiros e micro roteiros,
videominutos, playlists comentadas de música etc.)
e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas
diferentes práti cas culturais de seu tempo.
(EM13LP21) Produzir, de forma colaborati va, e
socializar playlists comentadas de preferências
culturais e de entretenimento, revistas culturais,
fanzines, ezines ou publicações afi ns que divulguem,
comentem e avaliem músicas, games, séries, fi lmes,
quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de
dança etc., de forma a comparti lhar gostos, identi fi car
afi nidades, fomentar comunidades etc.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMLGG204A) Disti nguir o texto literário e não-
literário, usando as fi guras de linguagem, seus efeitos
de senti do e a manifestação nos diversos contextos
culturais para construir uma perspecti va estéti ca e
éti ca sobre indivíduo, cultura e sociedade.
(GO-EMLP21A) Produzir playlists, fazendo uso dos
recursos expressivos linguísti cos, paralinguísti cos, e
da ferramenta de edição de som inseridos no contexto
de produção, circulação e recepção para enriquecer a
competência e os letramentos digitais e potencializar
o interesse e o protagonismo.
(GO-EMLP24A) Interpretar a presença das
manifestações literárias populares como obras de
historicidade e atemporalidade importantes para a
formação humana e construção do seu meio social,
valorizando as diversas produções literárias regional
e global para engajar-se em processos signifi cati vos
de socialização e divulgação dos produtos culturais.
(GO-EMLP54A) Avaliar obras do repertório ar� sti co-
literário contemporâneo nacional e regional de acordo
com as preferências individuais, formando uma
coleção pessoal para intervir de forma autônoma e
críti ca, nas plataformas digitais.
(GO-EMLP47A) Uti lizar, de forma comparti lhada,
práti cas culturais e sociais de diferentes temáti cas
sustentadas em meios digitais atualmente existentes
(aplicati vos de som e imagem para smartphones e
notebooks), ressaltando a parti cipação cultural
coleti va, para moti var a práti ca da inserção do
indivíduo na criação críti co-social.
(GO-EMLP21A) Produzir playlists, fazendo uso dos
recursos expressivos linguísti cos, paralinguísti cos, e
da ferramenta de edição de som inseridos no contexto
de produção, circulação e recepção para enriquecer a
competência e os letramentos digitais e potencializar
o interesse e o protagonismo.
OBJETO DE CONHECIMENTO
Linguagem - Entonação expressiva e recursos
linguísti cos. Formas de refutação. Citação do discurso
do outro. As marcas linguísti cas e a coesão. Recursos
argumentati vos. Marcadores do tempo e do eixo
da verdade. Unidades mínimas da Libras. Uso de
estratégias de impessoalização (uso de terceira pessoa
e de voz passiva etc.). Sistemas de linguagem. Forma
de composição do texto, coesão e arti culadores e
progressão temáti ca. Estratégia de leitura: apreender
os senti dos globais do texto. Relação entre textos.
Elementos da linguagem teatral e da música. Práti cas
musicais envolvendo: composição e arranjo, uso de
samplers, manipulação sonora, produção de trilhas
sonoras e sonoplasti a, observando elementos
signifi cati vos da cultura juvenil. Literatura na Língua
Portuguesa. Produções avaliati vas com o uso da língua.
Gêneros discursivos digitais na Língua Portuguesa.
Uso de estratégias de impessoalização (uso de
terceira pessoa e de voz passiva etc.). Sistemas de
linguagem. Forma de composição do texto, coesão
e arti culadores e progressão temáti ca. Estratégia
de leitura: apreender os senti dos globais do texto.
Relação entre textos. Efeitos de senti do.
temáti ca. Estratégia de leitura: apreender os senti dos
globais do texto. Relação entre textos. Elementos
da linguagem teatral e da música. Práti cas musicais
envolvendo: composição e arranjo, uso de samplers,
manipulação sonora, produção de trilhas sonoras e
sonoplasti a, observando elementos signifi cati vos da
cultura juvenil. Literatura na Língua Portuguesa.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
47
Produções avaliati vas com o uso da língua.
Gêneros discursivos digitais na Língua Portuguesa.
Uso de estratégias de impessoalização (uso de
terceira pessoa e de voz passiva etc.). Sistemas de
linguagem. Forma de composição do texto, coesão
e arti culadores e progressão temáti ca. Estratégia
de leitura: apreender os senti dos globais do texto.
Relação entre textos. Efeitos de senti do.
CAPÍTULO 1 - POEMAS, SERMÕES E CANÇÕES
Poema
Poema é um texto literário escrito em versos,
que são distribuídos em estrofes. Pode ser narrati vo,
dramáti co ou lírico. E, estruturalmente, ele se opõe
à prosa, já que ela não admite versos.
Com relação às diferenças entre poema e poesia,
o poema se refere a uma estrutura textual, enquanto
a poesia está relacionada ao conteúdo do texto.
Poema uti liza as palavras como matéria-prima,
organizando-as em versos, estrofes ou prosa, ou seja,
apresenta uma estrutura que permite defi nilo como
gênero. A palavra poema é derivada do verbo grego
poein, que signifi ca “fazer, criar, compor”.
Exemplo:
Gregório de Matos Guerra
O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo
não é parte; Mas se a parte o faz todo sendo parte,
Não se diga que é parte.
Sermão
Sermão (prédica ou pregação) é um discurso
opinati vo e religioso com intuito de convencer a
audiência a respeito de uma determinada conduta
ou moral por meio da contundência retórica das
ideias, do discurso de autoridade sustentado em uma
obra ou em dogmas religiosos e da eloquência do
religioso que o profere. Normalmente, envolve temas
bíblicos, religiosos, teológicos ou morais e é dividido
estruturalmente em exposição, exortação e aplicação
práti ca.
Exemplo:
Sermão da Sexagésima (fragmento).
Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo,
pode proceder de um de três princípios: ou da parte
do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de
Deus. Para uma alma se converter por meio de um
sermão, háde haver três concursos: háde concorrer o
pregador com a doutrina, persuadindo; háde concorrer
o ouvinte com o entendimento, percebendo; há-de
concorrer Deus com a graça, alumiando.
Canção
Trata-se de uma composição musical para ser
cantado, o que envolve, necessariamente, uma
preocupação com o ritmo, a seleção de palavras, a
rima, enfi m, com a musicalidade das palavras.
Os gêneros textuais (poema e canção) trabalham
com recursos expressivos, com a linguagem poéti ca,
apoiam-se em métrica fi xa ou não, em rimas regulares
ou não, mas tem no ritmo a sua marca essencial, tem
modos de organização do discurso parecidos e visam
a causar prazer estéti co.
O ritmo é muito ligado à música, aos instrumentos,
aos arranjos etc. Muitas vezes, a nossa leitura “muda”
quando ouvimos a música da canção que analisamos
em sala de aula.
Os gêneros textuais poema e canção são bastante
semelhantes. Ambos têm como objeti vo fazer da
língua o instrumento ar� sti co capaz de tocar a
sensibilidade do desti natário. São similares também
quanto ao formato, pois são consti tuídos de versos,
agrupados em estrofes e se caracterizam pelo ritmo.
Assim, ambos os gêneros textuais (poema e canção)
trabalham com recursos expressivos, com a linguagem
poéti ca, apoiam-se em métrica fi xa ou não, em rimas
regulares ou não, mas têm no ritmo a sua marca
essencial e visam a causar prazer estéti co.
Esse gênero textual está totalmente presente no
nosso dia a dia, e podemos perceber que são vários
os efeitos e sensações que a canção causa nas pessoas
que tem a sensibilidade de apreciá-las.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Questão 01 - Leia o texto disponível em: <h� ps://
ti nyurl.com/GPMDGO-LPD110>.
A parti r do texto, faça um comentário sobre o tema
desenvolvido pelo Padre Antônio Vieira no Sermão
da Sexagésima.
TEXTO: - Comuns às questões: 2, 3
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército
que a pisa.
Mas mais frágil fi ca a bota.
Gonçalo M. Tavares
Questão 02 - (FUVEST SP)
Considerando que se trata de um texto literário,
uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
48
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.
Questão 03 - (FUVEST SP)
O ditado popular que se relaciona melhor com o
poema é:
a) Para bom entendedor, meia palavra basta.
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
d) Um dia é da caça, o outro é do caçador.
e) Uma andorinha só não faz verão.
POEMA
O gênero lírico originou-se na Grécia Anti ga, época
em que a manifestação poéti ca era apresentada ao
público oralmente, em forma de canto, o qual era
acompanhado por um instrumento musical chamado
lira. Sua manifestação em forma de canto perdura
até o fi nal da Idade Média, momento a parti r do
qual o gênero lírico passa a ter na palavra escrita seu
principal meio de composição e de difusão.
Esse registro no papel contribuiu para que
cada vez mais os poetas experimentassem formas
mais sofi sti cadas de composição, como o uso da
métrica, a construção de rimas, a seleção vocabular
e a disposição das palavras no espaço gráfi co. Essas
característi cas, porém, isoladamente, não defi nem
o gênero lírico, que também apresenta como traço
principal a manifestação da subjeti vidade.
Característi cas do gênero lírico
• Eu lírico
Como uma das principais característi cas do gênero
lírico é a manifestação da subjeti vidade, ou seja, a
manifestação de aspectos ligados à interioridade de
um sujeito, dá-se o nome de eu lírico à voz que se
expressa no poema. No entanto, há que se atentar
para o fato de que o eu lírico não necessariamente
corresponde à voz do poeta, afi nal, ele pode
materializar em seu poema um eu lírico disti nto de
seu eu biográfi co.
O poeta português Fernando Pessoa, por exemplo,
tornou-se famoso pelos heterônimos que criou, o que
fez com que sua obra expressasse vozes poéti cas
disti ntas de sua personalidade. Assim, é possível que
um poeta com uma identi dade masculina crie em seu
poema um eu lírico com identi dade feminina, ou vice
e versa, bem como um poeta adulto pode expressar a
voz poéti ca de uma criança ou a de um ser inanimado.
• Versos/metrifi cação
Verso é o nome atribuído a uma sucessão de
sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica
e melódica correspondente a uma linha do poema.
Metrifi cação ou métrica, por sua vez, é o nome que se
dá à medida de um verso, que é defi nida pelo número
de sílabas poéti cas.
Para determinar-se a medida de um verso, divide-
se o verso em sílabas poéti cas, procedimento que
recebe o nome de escansão. Nesse procedimento, que
é diferente da divisão silábica gramati cal, as vogais
átonas são agrupadas em uma única sílaba, sendo
que a contagem das sílabas deve ser feita até a últi ma
sílaba tônica.
• Estrofes
Estrofe é o nome dado ao agrupamento de versos
em um poema. Como o número de versos em cada
estrofe pode variar, a depender da quanti dade, as
estrofes podem ser denominadas da seguinte forma:
Dísti co: dois versos Terceto: três versos
Quarteto ou quadra: quatro versos Quinti lha:
cinco versos
Sexteto ou sexti lha: seis versos Séti ma ou septi lha:
sete versos Oitava: oito versos
Nona: nove versos Décima: dez versos
• Rimas
Nomeia-se rima o recurso musical baseado na
semelhança sonora das palavras situadas ou no
fi nal ou no interior dos versos. Classifi cam-se como
rimas interpoladas (ABBA), alternadas (ABAB) e
emparelhadas (AABB) as que são compostas no fi nal
dos versos.
• Linguagem
No gênero lírico, normalmente é uti lizada a
linguagem conotati va, ou seja, quando as palavras
empregadas estão em seu senti do fi gurado, em
seu senti do poéti co. Assim, o poeta tende a alterar
o senti do de palavras cristalizadas no coti diano
para atribuir-lhe um senti do mais amplo. O leitor,
por sua vez, vê-se, no movimento de leitura e de
interpretação, como alguém que precisa decodifi car
as palavras presentes no poema para além de seu
senti do denotati vo, tendo como auxílio o contexto
em que cada vocábulo aparece.
No gênero lírico, o uso das fi guras de linguagem,
como a aliteração (repeti ção de consoante), a
assonância (repeti ção de vogal) e o paralelismo
(repeti ção de frases e orações), contribui para o
alcance da linguagem poéti ca.
Tipos de poemas
 Soneto: forma fi xa consti tuída por duas
estrofes com quarto versos e por duas estrofes com
três versos.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
49
Balada: poema consti tuído por três estrofes
com oito versos e uma estrofe com quatro versos.
 Rondó: poema consti tuído só por estrofes
de quatro versos, ou por estrofes de quatro versos
combinadas com estrofes de oito versos.
 Haicai: poema japonês composto por três
versos, sendo que o primeiro verso tem cinco sílabas
poéti cas, o segundo tem sete, e o terceiro tem cinco.
 Ode: de origem grega, designa um poema
entusiásti co, de exaltação, signifi cando o mesmo
que “canto”. Estrutura-se, geralmente, em estrofes
de quatro versos. Tem como temáti ca assuntos ligados
à natureza.
 Hino: poema desti nado a glorifi car a pátria ou
louvar enti dades religiosas. Estrutura semelhante à
da ode.
 Écloga: poema que apresenta diálogo sobre
temas bucólicos e pastoris.
 Idílio: poema curto de caráter bucólico, pastoril.
Difere-se da écloga por não apresentar diálogo.
 Elegia: poema que trata de acontecimentos
tristes ou da morte de alguém.
 Sáti ra: poema que censura os defeitos
humanos, evidenciando o ridículo de determinada
situação.
 Vilancete: poema consti tuído só por uma
estrofe de quatro versos, ou estrofes de quatro versos
combinadas com estrofes com oito versos.
 Epitalâmio: poema composto em homenagem
às núpcias de alguém.
Ao som do instrumento musical lira, os poetas
gregos cantavam seus poemas, o que deu origem ao
gênero lírico.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Questão 1 - (UFU)
“Amar é um elo entre o azul e o amarelo.”
LEMINSKI, Paulo. La vie en close. 5. ed. São Paulo: Brasiliense,
1994.p.126.
Com base na leitura do poema, assinale a afi rmati va
que NÃO se aplica à poesia de Paulo Leminski conti da
em La vie em close.
a) Observa-se o emprego do haicai, tomado à
tradição literária japonesa, evidenciando o gosto
pelo poema breve.
b) Nota-se a predominância do eixo sintagmáti co
sobre o paradigmáti co, conferindo ao poema um
caráter mais discursivo.
c) Destaca-se a preferência pelo trocadilho e pelo
jogo de palavras, marcados por efeitos de surpresa
e condensação.
d) Ressalta-se, em relação ao signo verbal, a
exploração dos signifi cantes, vistos em relati va
autonomia quanto aos signifi cados.
Questão 2 - (UFU) Em geral, a lírica é vista como o
gênero que se caracteriza por expressar senti mentos
e ideias ínti mas de um sujeito poéti co. A poesia lírica
seria, então, marcada sobretudo pela subjeti vidade,
privilegiando o mundo interior em face ao mundo
exterior.
Assinale a alternati va em que o fragmento do poema
NÃO apresenta um eu lírico correspondente ao que
foi descrito.
a) “Mundo mundo vasto mundo,/ se eu me
chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria
uma solução./ Mundo mundo vasto mundo,/
mais vasto é meu coração.” (ANDRADE, Carlos
Drummond de. Alguma poesia)
b) “É mineral o papel/ onde escrever/ o verso; [...] É
mineral, por fi m,/ qualquer livro:/ que é mineral
a palavra escrita, a fria natureza/ da palavra
escrita.” (MELO NETO, João Cabral de. Psicologia
da composição)
c) “Em que lugar fi cou/ o que agora/ me faz falta/ o
que não sei/ nem mais o nome/ o que antes foi
tão querido/ [...] cercado por minha pele/ feito eu
mesmo?” (FREITAS FILHO, Armando. Longa vida)
d) “Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho/ [...]
Nem ama duas vezes a mesma mulher. [...] Ainda
não estamos habituados com o mundo/ Nascer é
muito comprido.” (MENDES, Murilo. In: Os quatro
elementos)
A POESIA BARROCA
Embora ainda infl uenciada pelos modelos
literários portugueses, a literatura brasileira começava
a receber a contribuição dos primeiros escritores
nascidos na colônia, surgindo, portanto, o senti mento

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
50
nati vista, isto é, o senti mento de valorização da terra
natal. As origens do Barroco confundem-se com as
origens da nossa própria literatura: os escritores
desse período, atentos à condição subalterna da
colônia ante Portugal, fi zeram da literatura um
instrumento para denunciar uma realidade de
violência, de exploração, escravização dos negros e
perseguição dos índios, na tentati va de combater a
mentalidade colonialista e moralizar a população por
meio de princípios religiosos. Desse período, além
de Gregório de Matos, destacam-se o Pe. Antônio
Vieira, Bento Teixeira (autor de Prosopopeia, obra
considerada o marco inicial do Barroco brasileiro),
Botelho de Oliveira, Frei Itaparica, Sebasti ão da
Rocha Pita e Nuno Marques Pereira.
Entre as principais característi cas da prosa e da
poesia barroca estão o interesse por temas religiosos,
os dualismos que bem representam o confl ito
espiritual do homem barroco, emprego de fi guras de
linguagem e, sobretudo, emprego de uma linguagem
requintada – essas duas últi mas característi cas
podem ser mais bem observadas a parti r da análise
do culti smo e do concepti smo. No culti smo, também
conhecido como gongorismo, há o uso excessivo de
fi guras de linguagem e jogo de palavras, recursos
literários que ti nham como objeti vo evidenciar
a habilidade verbal do escritor, deixando, dessa
maneira, a representação da realidade em segundo
plano. Ocorreu, principalmente, na poesia.
O concepti smo, ou Quevedismo, caracteriza-
se pelo jogo de ideias, buscando, ao contrário do
culti smo, a concisão e a ordem para convencer
por meio do raciocínio, sem, portanto, prejuízo de
senti dos. Manifesta-se preponderantemente na
prosa, embora existam registros também na poesia.
Vale ressaltar que em um mesmo texto ou poema
podem estar presentes culti smo e concepti smo,
haja vista que ambos consti tuem tendências Inter
infl uentes. Em alguns casos, são tênues as fronteiras
que separam esses esti los.
O Barroco, muito mais do que uma manifestação
literária, é uma manifestação ar� sti ca que encontrou
representantes também na música (o nascimento
da ópera), na arquitetura (observa-se forte adesão
ao esti lo na construção de igrejas) e nas artes
plásti cas (destaque para as esculturas de Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho). Em cada uma dessas
manifestações, podem ser observadas diferentes
maneiras de expressar a dualidade do homem barroco,
além de sua tentati va de fundir valores contraditórios,
como o gosto pelo profano, interesse pelas coisas
terrenas e, contraditoriamente, interesse pelo sagrad
Gregório de Matos Guerra foi advogado e poeta.
Sua obra inclui poesia lírica, sacra, sa� rica e eróti ca.
Ganhou maior destaque por suas produções sa� ricas,
ganhando o apelido de “Boca do Inferno” e “Boca
de Brasa”. Nasceu em 23 de dezembro de 1636 em
Salvador, Bahia. Seu pai era um fi dalgo português e
sua mãe baiana. Estudou Humanidades no Colégio da
Companhia de Jesus e depois foi para a Universidade
de Coimbra cursar Direito.
A poesia barroca tem como principal expoente
Gregório de Matos.
A Sua tese de doutoramento foi toda escrita em
lati m e encontra-se na Biblioteca Nacional. Em 1661
já estava formado e casado, sendo nomeado juiz em
Alcácer do Sal, no Alentejo. Nessa época escreveu o
poema sa� rico “Marinícolas”. Seus poemas líricos e
religiosos traziam infl uências do barroco espanhol.
Gregório não se adaptou à vida na metrópole.
Insati sfeito, preferiu voltar à sua terra natal. Em 1683
retornou para Salvador e foi nomeado procurador da
cidade, junto à corte portuguesa. Chegou a receber
do primeiro arcebispo, D. Gaspar Barata, os cargos de
vigário geral e de tesoureiromor, mas foi deposto por
não querer completar as ordens eclesiásti cas.
Ficou viúvo e casou-se novamente, com Maria
de Povos. Passou a viver de maneira modesta, até
fi car reduzido à miséria; mergulhado na boemia e
escrevendo poesias que sati rizavam sem compostura
toda a sociedade baiana.
Gregório de Matos considerava-se repreensor e
víti ma da própria sociedade.
Em 1685, o promotor eclesiásti co da Bahia
denunciou os seus costumes livres diretamente ao
tribunal da inquisição. Foi acusado de diversas coisas,
como difamação de Jesus Cristo e de não mostrar a
devida reverência, ti rando o barrete da cabeça ao
passar por uma procissão. As acusações indignaram o
poeta e seus admiradores, e não ti veram seguimento.
Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus
poemas circulavam em manuscritos de mão em mão
e nas rodas de conversa, contados de forma oral.
Após críti cas violentas direcionadas às autoridades
baianas, em 1694 foi degredado para Angola. Advogou
durante um tempo em Luanda e em 1695 recebeu
permissão para voltar ao Brasil, mas não para a
Bahia. Foi direcionado para Pernambuco, na cidade
do Recife. Lá residiu e conseguiu fazer-se mais querido
do que na Bahia.
Gregório de Matos, o Boca do Inferno, faleceu no
Recife no dia 26 de novembro de 1695, reconciliado
como bom cristão e sem nenhuma publicação feita
em vida. Afrânio Peixoto reuniu a totalidade de sua
obra em seis volumes, que foram publicados no Rio
de Janeiro pela Academia Brasileira de Letras, entre
1923 e 1933.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
51
Obras:
• Obras de Gregório de Matos, 1923-1933
• Vol. I, Sacra
• Vol. II, Lírica
• Vol. III, Graciosa
• Vols. IV e V, Sa� rica
• Vol. VI, Últi ma
• Obras Completas de Gregório de Matos, 7 vo-
lumes, 1968
• Gregório de Matos - Obras Completas, 1945
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Questão 01 – Ouça-o o video no link h� ps:// ti nyurl.
com/GPMDGO-LPD112. Sinteti ze o tema e identi fi que
uma característi ca barroca. Anote em seu caderno.
Questão 2 e 3
Leia o texto para responder as questões: 02 e 03
Inconstâncias dos bens do mundo
Gregório de Matos Nasce o Sol, e não dura mais que
um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em
tristes sombras morre a formosura, Em con� nuas
tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a
beleza assim se transfi gura?
Como o gosto da pena assim se fi a?
Mas no Sol, e na Luz falte a fi rmeza, Na formosura
não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfi m pela ignorância, E tem
qualquer dos bens por natureza
A fi rmeza somente na inconstância.
Disponível em h� ps://ti nyurl.com/p� 3yga. Acesso em: 25.10.23
Questão 02 - (ETEC SP)
Gregório de Matos, conhecido como o primeiro poeta
brasileiro, fez parte do período de produção ar� sti ca
brasileiro chamado Barroco. Uma característi ca muito
presente nesse período é a dualidade, transposta para
o poema do autor por meio da fi gura de linguagem
paradoxo.
Assinale a alternati va em que há o verso que
corresponde a essa fi gura de linguagem.
a) “Como a beleza assim se transfi gura?”
b) “Como o gosto da pena assim se fi a?
c) “E, na alegria, sinta-se tristeza.”
d) “enfi m pela ignorância”
e) “E tem qualquer dos bens por natureza:”
Questão 03 - (ETEC SP)
No poema, a ideia que funciona como fi o condutor
no desenvolvimento dos versos é a inconstância dos
fatos e elementos da vida.
Tendo isso em vista, assinale a alternati va que contém
o verso que apresenta uma ideia oposta a essa assim
como sua explicação.
a) segundo, pois trata de uma sequência da atos,
exemplifi cada pelo fi m do dia.
b) terceiro, pois a ideia de sombra retrata a vida e
tudo o que nela acontece.
c) sexto, pois o questi onamento feito pelo eu lírico
denota a dubiedade da realidade.
d) décimo segundo, pois trata do surgimento do
mundo e com ele o início de sua incultura.
e) décimo quarto, pois fala da única certeza do eu
lírico: a manutenção da mudança.
Questão 04 - (UEL PR)
TEXTO:
Descreve a vida escolásti ca
Mancebo sem dinheiro, bom barrete, Medíocre o
vesti do, bom sapato, Meias velhas, calção de esfola-
gato, Cabelo penteado, bom topete.
Presumir de dançar, cantar falsete, Jogo de fi dalguia,
bom barato, Tirar falsídia ao moço do seu trato,Furtar
a carne à ama, que promete;
A puti nha aldeã achada em feira, Eterno murmurar de
alheias famas, Soneto infame, sáti ra elegante;
Carti nhas de trocado para a freira, Comer boi, ser
Quixote com as damas, Pouco estudo: isto é ser
estudante.
WISNIK, J. M. (Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 173.
Sobre o poema, considere as afi rmati vas a seguir.
I. O poema estabelece uma diferenciação entre o
estudante rico, que tudo tem, e o estudante pobre,
que é obrigado a “furtar carne à ama”.
II. O poema tem início com uma disti nção entre o
bom e o mau estudante: “Mancebo sem dinheiro,
bom barrete, /Medíocre o vesti do, bom sapato [...]”.
III. O poema é construído a parti r de pequenos quadros
que denotam as várias práti cas do estudante, sendo
que quase nenhuma delas está associada ao estudo.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
52
IV. A repeti ção de formas verbais no infi niti vo
indica uma permanência das característi cas negati vas
elencadas a respeito do estudante.
Assinale a alternati va correta.
a) Somente as afi rmati vas I e II são corretas.
b) Somente as afi rmati vas I e IV são corretas.
c) Somente as afi rmati vas III e IV são corretas.
d) Somente as afi rmati vas I, II e III são corretas.
e) Somente as afi rmati vas II, III e IV são corretas.
SERMÕES – PROSA BARROCA
Fonte: Padre Antônio Vieira. Disponível em: <h� ps://www.estu-
doprati co. com.br/vida-e-obras-de-padre-antonio-vieira/>.
O livro Os sermões (1679), de Pe. António Vieira,
é a principal obra da prosa barroca brasileira e
portuguesa, já que esse autor faz parte da literatura
de ambas as nações. São textos de cunho concepti sta,
isto é, com uma argumentação engenhosa na defesa
de uma ideia. Para a defesa de seu ponto de vista,
Vieira usava comparações, an� teses e paradoxos.
Bem ao esti lo barroco, contrastante e contraditório,
o padre aliava fé à razão, já que o conteúdo de seus
textos era religioso, mas também argumentati vo, ou
seja, sua fé cristã era defendida por meio da razão.
As insti tuições religiosas ti nham grande peso na
vida cultural do país nesta época. Destaca-se a fi gura
de padre Antônio Vieira, modelo da prosa clássica
portuguesa, que ti nha intenções claras de assumir
na vida pública, vontade essa que marca suas cartas
e sermões. Os seus textos oratórios revelam um
grande virtuosismo na argumentação e na procura
de efeitos de surpresa, entusiasmo e espanto sobre
o auditório, quer tratasse de questões morais ou
políti cas e sociais. A prosa Barroca luso-brasileira é
representada, especialmente, pelos sermões de padre
Antônio Vieira, todavia sua genialidade no manuseio
das palavras transformou-o no maior prosador e
orador de língua portuguesa do século 17.
Seu interesse maior era a catequese dos índios.
Para isso aprendeu suas línguas e percorreu por 5
anos as aldeias indígenas na Bahia, pregando para
os nati vos, tal interesse o fez defender os índios do
cati veiro, provocando a raiva dos colonos que queriam
escravizá-los no trabalho da lavoura e das minas.
Padre Antônio Vieira
“Nem português, nem brasileiro; Vieira era
inteiramente jesuíta,” já disse um autor. O pe. Antônio
Vieira nasceu a 6 de fevereiro de 1608, em uma
casa pobre na Rua do Cônego, em Lisboa, tendo
sido um dos mais infl uentes homens desse século
em termos de políti ca portuguesa. Seu pai servira a
marinha e fora, por dois anos, escrivão da Inquisição
portuguesa. Seu pai se mudou em 1609 para o Brasil,
onde assumiu um cargo de escrivão em Salvador; em
1614 trouxe a família para o Brasil quando Antônio
ti nha 6 anos de idade. Antônio estudou na única
escola de Salvador da época: a dos jesuítas. Consta
que não era um bom aluno no começo, mas depois
tornou-se brilhante. Juntou-se a Companhia de Jesus
como noviço em maio de 1623.
Existem muitas lendas sobre Vieira, incluindo que
na juventude sua genialidade lhe fora concedida por
Nossa Senhora e que uma vez um anjo lhe indicou o
caminho de volta à escola quando estava perdido.
Quando em 1624 os holandeses invadiram a Bahia,
Vieira se refugiou no interior, onde começaram seus
impulsos missionários. Um ano depois tomou os votos
de casti dade, pobreza e obediência, abandonando o
noviciado.
Não prati cou a vida missionária, mas estudou
muito além da teologia: lógica, � sica, meta� sica,
matemáti ca e economia. Em 1634, após ter sido
professor de retórica em Olinda, se ordenou.
Em 1638 já ensinava Teologia. Apesar de antes
pensar-se que Vieira defendia a posse do Nordeste por
Portugal, hoje sabe-se que ele preferia que Portugal o
entregasse a Holanda apesar de seu famoso sermão
em favor da posse (Portugal gastava 10 vezes mais
com o Nordeste do que ganhava e a Holanda era um
inimigo militar muito superior na época). Em 1641
começou a carreira com diplomacia na conturbada
Portugal do século XVII. Quando eclodiu uma disputa
entre dominicanos.
Contextualidade Histórica
Vieira, defensor dos judeus, cai em desgraça,
enfraquecido pela derrota de sua posição quanto
à questão Nordeste. Em 1644 ele deixa Portugal
como embaixador (seu pai, que antes vivia pobre,
é nomeado pensionista real) para negociar com
a Holanda a devolução do Nordeste, com grau de

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
53
sucesso complexo numa ocasião da história de
Portugal que quase acaba com Portugal como parte
da Holanda.
O povo de Portugal não gostava das pregações
de Vieira em favor dos judeus e após estes tempos
conturbados da políti ca portuguesa ele acaba voltando
ao Brasil, onze anos após voltar para a Europa.
Fica no Nordeste algum tempo e volta para a
Europa com a morte de D. João IV, tornando-se
confessor da regente D. Luísa. Quando chega a
questão do sucessor de D. João, Vieira fi ca no lado
perdedor e é desterrado para o Porto, enquanto os
jesuítas têm seus privilégios removidos.
A Inquisição chega a prendê-lo na época após
não ter sucesso em censurá-lo. Novamente no lado
mais fraco na época da deposição de D. Afonso IV,
vai ao Vati cano após meses sem pregar. Encontra o
papa à beira da morte e fi ca em Roma. Quando em
1671 nova expulsão dos judeus é feita, Vieira parte
na defesa deles. Em 1675 ele é absolvido totalmente
pela Inquisição.
No começo de 1681 volta ao Brasil e volta a pregar.
Suas obras começam a ser publicadas na Europa, onde
são elogiadas até pela Inquisição. Já muito velho e
doente, tem que espalhar circulares sobre sua saúde
para manter em dia sua longa correspondência. Em
1694 já não escreve do próprio punho.
Esti lo de escrita Barroca/Concepti smo
Tendência, característi ca da literatura barroca,
para os jogos de conceitos, prova de engenho
subti l, não menos esti mada em poesia do que em
prosa. Já se encontra concepti smo no CANCIONEIRO
GERAL e nos poetas petrarquizantes de Quinhentos,
como Luís de Camões, mas no séc. XVII a tendência
intensifi ca-se e toma aspectos novos, sob a infl uência
dominante de Gôngora e de Quevedo. Embora
culti smo e concepti smo estejam inti mamente
unidos, frutos como são da mentalidade barroca, há
autores predominantemente concepti stas e de clara
expressão - clássica, em certo senti do: é o caso do
P.e António Vieira. Embora culti smo e concepti smo
estejam inti mamente unidos, frutos como são da
mentalidade barroca, há autores predominantemente
concepti stas e de clara expressão - clássica, em certo
senti do: é o caso do P.e António Vieira.
Literatura Esti lo caracterizado pelo abuso da
fi neza de espírito, pela abundância de ornatos, pela
elaboração formal, pelo abuso dos conceitos.
A escrita Barroca era uma escrita que uti lizava a
língua do Lati m em seus textos e oratórias pelo Lati m
ser uma língua muito culta por isso a grande infl uência
de línguas na literatura Barroca.
Vieira no dias atuais
Padre Antônio após falecer em 17 de junho de
1697 ainda hoje os sermões e as pregações dele ainda
fazem pensarmos sobre nossas vidas, se é o sal que
está com defeito ou se é a terra que não se quer salgar,
ou seja, se é os pregadores que estão com defeitos
ou se é os ouvintes que não querem ouvir e se deixar
levar pelo que as pregações dizem.
Se lermos o sermão notaremos que o sermão fala
sobre o sal da terra e a luz do mundo, mas que sal
e que luz, e é isso que tem de fantásti co na escrita
Barroca.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Questão 1 - (Mackenzie SP)
Assinale a afi rmação correta sobre Pe. Antônio Vieira.
a) Representante do esti lo barroco em Portugal e
no Brasil, serviu-se da prosa sermonísti ca para
questi onar aspectos sociais e políti cos de seu
tempo.
b) Devido a sua ideologia revolucionária, é
considerado pela críti ca especializada a mais alta
expressão do Barroco culti sta em Portugal.
c) Membro da Cia. De Jesus, atuou no Brasil no
século XVI, ao lado do Pe. José de Anchieta, como
um dos primeiros catequizadores que apoiaram a
escravidão dos silvícolas.
d) O esti lo prolixo que adotava em seus sermões,
� pico do gongorismo português, era estratégia
para insinuar críti cas contra o absoluti smo
monárquico do século XVII.
e) Assim como Gregório de Matos, notabilizou-se
pelos versos sa� ricos e irreverentes, nas críti cas
explícitas feitas aos representantes da aristocracia.
Questão 2 (IFSP)
O texto a seguir consti tui um trecho do Sermão de
Quarta-Feira de Cinzas, escrito por padre Antônio
Vieira, e proferido em Roma no ano de 1672.
Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais:
ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas,
ambas certas. Mas uma de tal maneira certa, e
evidente, que não é necessário entendimento para
crer; outra de tal maneira certa, e difi cultosa, que
nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é
presente, outra futura: mas a futura veem na os olhos,
a presente não a alcança o entendimento.
E que duas coisas enigmáti cas são estas? Pulvis
es, et in pulverem reverteris. Sois pó, e em pó vos
haveis de converter. Sois pó, é a presente; em pó vos

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haveis de converter, é a futura. O pó futuro; o pó em
que nos havemos de converter, veem no os olhos; o
pó presente, o pó que somos, nem os olhos o veem,
nem o entendimento o alcança.
De vinte e quatro horas que tem o dia, por que
se não dará uma hora à triste alma? Esta é a melhor
devoção e a mais agradável a Deus que podeis fazer
nesta Quaresma. Tomar uma hora cada dia, em que
só por só com Deus e conosco, cuidemos na nossa
morte e na nossa vida.
E porque espero da vossa piedade e do vosso
juízo que aceitareis este bom conselho, quero
acabar, deixando-vos quatro pontos de consideração:
Primeiro, quanto tenho vivido? Segundo, como vivi?
Terceiro, quanto posso viver? Quarto, como é bem
que viva?
(MENDES, João S. J. Padre Antônio Vieira. Editorial Verbo, 1972.
Adaptado)
Com base no texto selecionado, é correto afi rmar que,
ao redigir seus sermões, padre Antônio Vieira
a) uti lizava-se de an� teses, ou seja, da apresentação
de ideias opostas.
b) empregava vocabulário diversifi cado e não repeti a
palavras.
c) centrava o discurso em seu ponto de vista e não
propunha questi onamentos aos ouvintes.
d) optava por uma linguagem ininteligível, pois não
expunha as ideias de forma gradati va e sequencial.
e) limitava a compreensão dos ouvintes ao citar
frases em lati m, língua que poucos conheciam.
Questão 3 - (UESPI)
Os Sermões do Padre Antonio Vieira, enquanto gênero
sacro, se caracterizam por usar a palavra de maneira
perspicaz e por dar a cada palavra a tensão necessária.
Para o críti co português Antônio José Saraiva, “não
há nele palavras átonas, indiferentes, languescentes.
Cada uma parece ocupar o lugar que lhe é próprio,
como um estado de alerta”. Ante o exposto, qual
é, dentro das opções elencadas abaixo, o processo
retórico que não caracteriza e, por sua vez, não
compõe a estrutura da extensa e erudita obra de
Vieira?
a) Cultor da oratória concepti sta, os Sermões partem
sempre de um fato real ou de algo observado.
b) Construindo uma analogia entre o seu momento
presente e a “verdade” do texto bíblico, Vieira
seduz, por meio da palavra precisa, o ouvinte/
leitor a refl eti r e a reagir sobre os temas da sua
pregação.
c) Seus Sermões, apesar da riqueza imagéti ca, se
caracterizam por um vocabulário pouco seleto e
uma sintaxe previsível e pobre.
d) Orientado por objeti vos morais, políti cos ou
religiosos, Vieira busca sempre ati ngir seu alvo
com invulgar eloquência e força de persuasão.
Os Sermões de Vieira seguem, em quase
totalidade, a estrutura da retórica clássica triparti te:
introito (ou exórdio), desenvolvimento (ou argumento)
e peroração.
De vinte e quatro horas que tem o dia, por que
se não dará uma hora à triste alma? Esta é a melhor
devoção e a mais agradável a Deus que podeis fazer
nesta Quaresma. Tomar uma hora cada dia, em que
só por só com Deus e conosco, cuidemos na nossa
morte e na nossa vida.
E porque espero da vossa piedade e do vosso
juízo que aceitareis este bom conselho, quero
acabar, deixando-vos quatro pontos de consideração:
Primeiro, quanto tenho vivido? Segundo, como vivi?
Terceiro, quanto posso viver? Quarto, como é bem
que viva?
(MENDES, João S. J. Padre Antônio Vieira. Editorial Verbo, 1972.
Adaptado)
Com base no texto selecionado, é correto afi rmar que,
ao redigir seus sermões, padre Antônio Vieira
f) uti lizava-se de an� teses, ou seja, da apresentação
de ideias opostas.
g) empregava vocabulário diversifi cado e não repeti a
palavras.
h) centrava o discurso em seu ponto de vista e não
propunha questi onamentos aos ouvintes.
i) optava por uma linguagem ininteligível, pois não
expunha as ideias de forma gradati va e sequencial.
j) limitava a compreensão dos ouvintes ao citar
frases em lati m, língua que poucos conheciam.
Questão 3 - (UESPI)
Os Sermões do Padre Antonio Vieira, enquanto gênero
sacro, se caracterizam por usar a palavra de maneira
perspicaz e por dar a cada palavra a tensão necessária.
Para o críti co português Antônio José Saraiva, “não
há nele palavras átonas, indiferentes, languescentes.
Cada uma parece ocupar o lugar que lhe é próprio,
como um estado de alerta”. Ante o exposto, qual
é, dentro das opções elencadas abaixo, o processo
retórico que não caracteriza e, por sua vez, não
compõe a estrutura da extensa e erudita obra de
Vieira?
a) Cultor da oratória concepti sta, os Sermões partem
sempre de um fato real ou de algo observado.
b) Construindo uma analogia entre o seu momento
presente e a “verdade” do texto bíblico, Vieira
seduz, por meio da palavra precisa, o ouvinte/
leitor a refl eti r e a reagir sobre os temas da sua
pregação.
c) Seus Sermões, apesar da riqueza imagéti ca, se
caracterizam por um vocabulário pouco seleto e
uma sintaxe previsível e pobre.
d) Orientado por objeti vos morais, políti cos ou
religiosos, Vieira busca sempre ati ngir seu alvo
com invulgar eloquência e força de persuasão.

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e) Os Sermões de Vieira seguem, em quase totalidade,
a estrutura da retórica clássica triparti te: introito
(ou exórdio), desenvolvimento (ou argumento) e
peroração.
Questão 4 - (UESPI)
A parti r das duas fi guras proeminentes do barroco
brasileiro, identi fi que a que autor se refere cada uma
das afi rmações a seguir.
1) Gregório de Matos
2) Pe. Antônio Vieira
( ) Sati rizando a sociedade da época, este advogado/
poeta baiano do século XVII, abordou também em
sua poesia temas sacros e líricos.
( ) Orador sacro famoso, na Bahia do século XVII,
foi também conselheiro do rei de Portugal. Em
seus sermões, defendeu os índios e criti cou os
costumes dos colonos.
( ) Com retórica bem trabalhada, usava uma
linguagem rebuscada, com silogismos e fi guras
de linguagem, tendo sido predominantemente
concepti sta, abordando questões morais e
políti cas.
( ) Foi denominado Boca do Inferno devido a seu
humor cáusti co e contundente, expresso nos
poemas sa� ricos.
A sequência correta é:
a) 1, 2, 2, 1
b) 2, 2, 1, 1
c) 1, 1, 2, 2
d) 2, 1, 1, 2
e) 1, 2, 1, 2
DETALHES IMPORTANTES DO
BARROCO BRASILEIRO
Bento Teixeira
Bento Teixeira (1561-1618) foi um poeta
lusobrasileiro, autor do poema épico “Prosopopeia”,
considerado o marco inicial do Barroco brasileiro.
Nasceu em Porto, Portugal, no ano de 1561. Filho
de Manuel Álvares de Barros e de Leonor Rodrigues,
cristãos novos, mudou-se com a família para o Brasil
colônia, em 1567, instalando-se na Capitania do
Espírito Santo.
Recebeu de sua mãe a doutrina judaica, no
entanto, estudou em colégio jesuíta. Tentou seguir
a carreira eclesiásti ca, mas desisti u. Depois da morte
dos pais, mudou-se para Ilhéus na Bahia. Em 1584,
casou-se com a cristã Filipa Raposo.
Em seguida, transferiu-se para a Capitania de
Pernambuco, onde em 1590 instalou uma escola em
Olinda e se dedicou ao magistério e ao comércio.
Acusado pela mulher, de ser judeu e de rejeitar
as práti cas cristãs, passou a ser perseguido pela
inquisição. Em 1589, foi julgado e absolvido pelo
ouvidor Em novembro de 1594, Bento Teixeira mata
a esposa e se refugia no Mosteiro de São Bento, em
Olinda. Durante uma tentati va de fuga, Bento foi preso
e enviado para Lisboa em 1595.
Na capital portuguesa, inicialmente negou, mas
resolveu depois confessar sua crença e práti cas
judaicas. Em 31 de janeiro de 1599, em auto de fé, foi
obrigado a renunciar solenemente a religião judaica.
Prosopopeia
Enquanto esteve na prisão em Lisboa, redigiu o
longo poema épico, Prosopopeia, publicado em 1601,
que abriu as portas do barroco brasileiro.
Seguindo a estrutura camoniana, o autor apresenta
o poema em oitavas-heroicas, com 94 estrofes, que
exalta as glórias dos Albuquerque, sobretudo do
seu protetor Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro
Donatário da Capitania de Pernambuco, onde
prosperava a cultura da cana-de-açúcar.
Conta a viagem de Jorge, o futuro donatário de
Pernambuco, quando retornou a Lisboa, em 1565 e
os problemas enfrentados pelo navio em que viajava,
quando foi atacado pelos corsários franceses e
pelas fortes tempestades que enfrentou, levando a
navegação à deriva, da falta de alimentos e de água
a bordo e pôr fi m do socorro recebido e da chegada a
Cascais. No poema, Bento Teixeira procurou ressaltar
o destemor e a solidariedade de Jorge de Albuquerque
Coelho para com os companheiros de viagem. Jorge
voltou a Pernambuco em 1573, a fi m de governar a
capitania de Pernambuco.
Bento Teixeira Pinto faleceu na cadeia em Lisboa,
em julho de 1618.
TEATRO BARROCO
Teatro A grande personalidade teatral portuguesa
do séc. XVI é Gil Vicente. A sua obra é uma obra de
transição entre o espírito medieval e o Renascimento,
mantém estruturas e ti pos caracteristi camente
populares e tradicionais, mas onde se incluem
já algumas das questões discuti das no âmbito do
humanismo. Signifi cati vo durante o século XVII.
Chamado de a arte da contrarreforma, o barroco
é, ao mesmo tempo, uma reação ao materialismo
renascenti sta e às ideias reformistas de Lutero
e Calvino e um retorno à tradição cristã. O espírito
da época é atormentado, cheio de tensão interna,
marcado pela sensação da transitoriedade das coisas,

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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pessimista e com gosto pelo macabro. A princípio
sóbrio e depurado, torna-se, com o tempo, rebuscado,
com abundância de metáforas.
A Arte Barroca Brasileira
Estudiosos afi rmam que foi no esti lo barroco
quando surgiram as primeiras expressões de arte
verdadeiramente brasileiras.
No Brasil, o Barroco tem seu apogeu no século
XVIII e perdurou até o século XIX. No nosso país, em
virtude da riqueza do período colonial, temos um
acervo marcante de obras de expressão barroca.
Aqui, esse esti lo está fortemente relacionado
ao catolicismo. Existem muitas igrejas barrocas,
entretanto, também é possível encontrar outros
projetos arquitetônicos com tais característi cas,
por exemplo, câmaras municipais, penitenciárias e
residências de pessoas ilustres.
O maior ícone da arte barroca no Brasil foi o
escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
(1730- 1814). Sua produção varia de trabalhos em
madeira entalhada, pedra-sabão, altares e igrejas e
tem como característi cas o uso das cores e a maneira
simples e dinâmica de retratar as cenas.
Vertentes do Barroco no Brasil
Há duas vertentes dentro da arte barroca
produzida em solo nacional.
A mais requintada ocorreu nos estados de Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, onde a
economia era baseada na cana-de-açúcar e mineração.
Nessas regiões são encontradas igrejas com trabalhos
em madeira, nos quais os relevos eram cobertos por
camadas de ouro. Há também janelas e portas que
exibem minuciosas produções em escultura.
Nas regiões menos abastadas do país, onde não
havia a produção de açúcar nem o ouro, o esti lo
ar quitetônico barroco era mais simplifi cado. As
igrejas não possuíam trabalhos tão elaborados, pois
eram realizados por arti stas menos experientes e
renomados.
Cidades Brasileiras e o Barroco
Ouro Preto, localizada no estado de Minas Gerais,
mantém uma riqueza cultural decorrente desse
período. É a cidade brasileira que mais se destaca no
que respeita ao esti lo barroco.
O ouro havia sido descoberto em Minas Gerais,
o que propiciou que fossem feitas construções
riquíssimas.
A cidade de Salvador é outro exemplo de expressão
do Barroco. Nessa altura, ela era a capital do Brasil (até
1763). Por esse moti vo, além de pinturas e esculturas,
abriga belas obras arquitetônicas. É exemplo o Palácio
do Governador.
ROMANTISMO
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais,
políti cas e culturais causadas por acontecimentos do
fi nal do século XVIII pela Revolução Industrial, que
gerou novos inventos com o objeti vo de solucionar
os problemas técnicos decorrentes do aumento
de produção, provocando a divisão do trabalho e
o início da especialização da mão-de-obra, e pela
Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade
mais harmônica, em que os direitos individuais
fossem respeitados, traduziu-se essa expectati va na
Declaração dos Direitos do homem e do Cidadão. Do
mesmo modo, a ati vidade ar� sti ca tornou-se mais
complexa.
Um dos primeiros movimentos ar� sti cos que
surge em reação ao Neoclassicismo do século XVIII
é o Romanti smo e historicamente situa-se entre
1820 e 1850. Os arti stas românti cos procuraram se
libertar das convenções acadêmicas em favor da livre
expressão da personalidade do arti sta.
O termo românti co foi empregue pela primeira vez
na Inglaterra para defi nir o tema das novelas pastoris
e de cavalaria que existi am nessa época. Românti co
signifi cava pitoresco: expressão de uma emoção que
é defi nida e que foi provocada pela visão de uma
paisagem.
O termo românti co passou depois a ser adotado
no movimento ar� sti co-fi losófi co Romanti smo, que
seguiu as ideias políti cas e fi losófi cas do século das
luzes (liberdade de expressão e afi rmação dos direitos
dos indivíduos) e também as ideias de um movimento
alemão chamado – Strürm und Drang (que ti nha como
principais elementos o senti mento e a natureza).
Característi cas do romanti smo:
• Culti vo da emoção, da fantasia, do sonho, da
originalidade, evasão para mundos exóti cos
onde se podia fantasiar e imaginar;
• Exaltação da natureza;
• Gosto pela Idade Média (porque ti nha sido o
tempo de formação das nações);
• Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade indi-
vidual, liberdade do povo);
• Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não
é um ser pessoal disti nto do mundo, Deus e o
mundo seriam uma só substância);
• Individualismo, visão de mundo centrada nos
senti mentos do indivíduo.
• Subjeti vismo, o arti sta idealiza temas, exage-
rando em algumas das suas característi cas (por
exemplo, a mulher é vista como uma virgem
frágil; a noção de pátria também é idealizada).

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez
a estéti ca da interioridade, que considera a arte como
um instrumento para se ati ngir o cerne da criação,
para se entrar em contato com a natureza infi nita,
através do senti mento sublime.
É o início da pintura moderna de paisagem, capaz
de exprimir, melhor do que outro, certos aspectos da
sensibilidade do homem oitocenti sta.
No século XIX aparece um movimento de reação
que procura os fundamentos da arte nas anti gas
realidades nacionais. O gosto pela arqueologia
torna-se extensivo à Idade Média e redescobre-se
o românico e o góti co, que os arti stas tentam fazer
reviver em suas obras. Dedicam-se à redescoberta das
técnicas construti vas desses dois esti los, chegando à
conclusão que as soluções técnicas da Idade Média
eram tão racionais como as clássicas greco-romanas.
O romanti smo procura elementos rústi cos e
entrega-se às realizações espontâneas, o que dá
origem à incorporação, na nossa cultura, de vários
conhecimentos acumulados pelos povos primiti vos ou
que se desenvolveram longe da Europa civilizada. Isto
leva ao estudo das artes chinesa, japonesa, indiana
e a africana.
Com o regresso à Idade Média, o romanti smo
recusa as regras impostas pelas academias
neoclássicas, pois estas eram inspiradas nos valores
clássicos (ordem, proporção, simetria e harmonia).
Os arquitetos românti cos preferem:
• Irregularidades nas estruturas espaciais e vo-
lumétricas;
• Preferência pelas geometrias mais complexas
e pelas formas curvas;
• Efeitos de luz;
• Movimentos dos planos;
• Pitoresco de decoração (tudo o quer pode ser
pintado ou representado em imagem).
Com a recuperação das formas ar� sti cas medievais
(românico e o góti co) acompanhada do gosto pelo
exóti co conti do nas culturais orientais (bizanti na,
chinesa e árabe) evidenciando as característi cas de
revivalismo, ecleti smo, historicismo e exoti smo.
Pintura
Enquadramos a pintura dentro período de 1820-
1850 que traz infl uências da pintura pré-românti ca
de fi nais do século XVIII, do Grupo Os Nazarenos,
que era um grupo de pintores alemães do tempo
do neo-classicismo que formaram em Roma uma
comunidade para estudar e pintar a parti r da arte
italiana do Renascimento e dos pré-rafaelitas, que era
um grupo de pintores que surgiu na Inglaterra cerca de
1848 e que procurava inspiração nos pintores italianos
anteriores à Rafael. Foi este grupo que trabalhou no
período tardo-românti co e fez a transição para o
Realismo e para o Simbolismo.
As principais característi cas da pintura românti ca
são:
• Corte com o academicismo neoclássico;
• O arti sta emancipa-se da encomenda e faz a
sua obra baseado nos impulsos da sua alma e
na sua própria inspiração;
• A pintura é bastante individualizada e diversi-
fi cada no que diz respeito ao próprio esti lo e
aos temas;
• Pretende integrar o observador, tal como no
barroco, mas agora ela já não se serve dos des-
concertantes efeitos trompe l’oeil, que diluem
fronteira entre a aparência e a realidade. Aqui o
observador, assim como os personagens repre-
sentados principalmente de costas, contempla
as paisagens distantes que se desdobram à sua
frente;
• Uma pintura românti ca pretende ser contem-
plada e o observador terá que dar um signifi -
cado à pintura consoante às suas emoções;
• O pintor lança um olhar subjeti vo sobre o mun-
do objeti vo e apresenta-nos uma imagem fi l-
trada pelas suas emoções. O arti sta torna-se o
intérprete do mundo.
Os temas da pintura românti ca são divididos
em três grupos. O primeiro, não são temas novos,
mas são tratados com a mentalidade românti ca e
seus novos conceitos ar� sti cos: históricos, literários,
mitológicos, retratos e autorretratos. O segundo, são
temas que representam a alma românti ca, emocional
e apaixonada, idealista e simples, como:
• Reti rados da atualidade políti co-social da época
(naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas
e seus heróis, lutas pela libertação de minorias);
• Inspirados no mundo dos sonhos e do fantásti co
(mundo interior do arti sta)
• Costumes populares (feiras e romarias)
• Tradições, hábitos e raças exóti cas (civilizações
não europeias, como a China, Japão, Índia e
Norte da África)
• Vida animal (animais selvagens e indomados)
• Paisagens (retratadas com simplicidade e nos-
talgia, de uma forma dramáti ca e emocional,
projetando o estado de espírito do próprio ar-
ti sta).
E o terceiro grupo, retrata a pintura de paisagem
revelando-se o gênero predileto desse período. São
composições solitárias e indefesas perante as forças da
natureza, olhando nostalgicamente para o horizonte
ou composições com árvore mortas e ruínas cobertas
por vegetação, que mostram a passagem do tempo e
o ciclo da evolução.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
58
Das característi cas do esti lo, destacamos:
• A cor prevalece sobre o desenho linear e são
uti lizadas cores variadas explorando contrastes
fortes e não harmoniosos;
• Os intensos efeitos de claro-escuro dão um lado
mais arti fi cial e dramáti co à luz. A luz focaliza-
-se sobre o ponto que se quer evidenciar na
composição, acentuando a expressividade e o
senti mentalismo das cenas;
• Uti lização do óleo e da aquarela;
• A composição uti liza estruturas agitadas, mo-
vimentadas, orientadas por linhas oblíquas,
diagonais e sinuosas que reforçam o senti do
trágico, dramáti co e heroico dos temas.
Escultura
A escultura teve que encontrar meios técnicos de
expressividade para representar o espírito românti co
exaltando senti mentos e emoções. Expressa reação
ao Neoclassicismo, evitando as composições estáti cas
e as super� cies lisas e polidas. Há a exaltação da
expressividade através de composições movimentadas
e de senti do dramáti co. A temáti ca em geral era
natureza, animais e plantas, temas heroicos e cenas
de fantasia e da imaginação. A palavra romanti smo
designa uma maneira de se
comportar, de agir, de
interpretar a realidade. O
comportamento românti co
caracteriza-se pelo sonho,
por uma ati tude emoti va
diante das coisas e esse
comportamento pode
ocorrer em qualquer
tempo da história. O ballet
nasceu em 1489, em Itália,
quando se realizou um espetáculo por ocasião do
casamento do duque de Milão. Nessa altura, só havia
bailarinos masculinos, já que as mulheres não estavam
autorizadas a dançar e as roupas eram pesadas, o que
limitava a variedade de passos; a presença das
mulheres apenas começou a ser aceita em fi nais do
século XVII. O ballet surgiu na sequência dos
espetáculos que os nobres ofereciam aos visitantes,
onde havia poesia, música, mímica e dança. Leonardo
Da Vinci chegou a desenhar cenários para estes
espetáculos.
O balé românti co buscava através da técnica a
expressão, a fl uidez do corpo e do movimento. Temos
como característi ca dele a idealização do amor, a
elevação do espírito, a divisão entre Vivos X Espíritos.
No balé românti co encontramos a mulher idealizada,
etérea, inacessível, inalcançável. A dança na ponta de
pés, uma imagem de marca do ballet, apareceu no
LONGA NARRATIVA DE FICÇÃO - Defi nição de Hegel
(epopeia burguesa moderna) – consolidação no séc.
XVIII - momento em que a epopeia era sufocada e no
qual o Romance ascendeu.
Obra precursora do romance moderno:
Publicação: entre 1605 e 1612 Dom Quixote de
La Mancha (Miguel de Cervantes)
Característi cas do Romance
 História complexa (leitor se aprofunda na trama
/ conhece bem cada protagonista)
 personagens (várias)
 cenário (variado)
 tempo (período de duração)
 enredo (vários fatos)
 narrador (foco narrati vo)
 nem todo romance é românti co - (podem ser
românti cos, de suspense, aventura, policial,
etc.)
Tipos de romance: abordagem (tema principal)
• Romance Urbano : criti ca os costumes da so-
ciedade (século XIX - sinônimo de romance re-
alista)
Principais representantes:
Jorge Amado (Capitães da Areia)
José de Alencar (Senhora)
• 1930 – 1945 (Era do Romance brasileiro)
• Romance Sertanejo ou Regionalista: aborda
questões sociais – condição de subdesenvol-
vimento (especialmente da região Nordeste)
Visão críti ca das relações sociais e do impacto
do meio sobre o indivíduo.
Principais representantes:
Bernardo Guimarães (O Ermitão de Muquém)
Graciliano Ramos, (Vidas secas)
Rachel de Queiroz, (O Quinze)
José Lins do Rego, (Menino de engenho, Ban-
güê, Usina)
Érico Veríssimo, (Clarissa, Caminhos cruzados–
(pampas gaúcho)Jorge Amado (Terras do sem-
- fi m, conta histórias de Salvador)
• Romance Histórico: reconstrução dos cos-
tumes, da fala e das insti tuições do passado
(início do século XIX ). Mistura de personagens
históricos e de fi cção. Primeiro romance histó-
rico - literatura universal: Waverley (1814) de
Sir Walter Sco� . O maior de todos os romances
históricos: Guerra e Paz (1869), de Tolstoi.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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• Romance Indianista: costumes indígenas como
foco.
Nosso representante: José de Alencar (O Gua-
rani e Iracema).
Indianismo moderno:
Macunaína, de Mário de Andrade
Cobra Norato, de Raul Bopp e Marti n Cererê,
de Casiano Ricardo.
• Romance Psicológico: analisa os moti vos ínti -
mos das decisões e indecisões humanas
O primeiro exemplo: As ligações Perigosas de-
Choderlos Laclos (1782).
Na Literatura Brasileira - marco inicial: Dom
Casmurro, de Machado de Assis.
• Romance Góti co: aborda toda série de horro-
res, mistérios terrifi cantes, torturas etc. Alema-
nha - produziu: As Drogas do Diabo (1816) de
Hoff mann.
No Brasil, Álvares de Azevedo (1831-1852) - A
Lira dos Vinte Anos (1853) e a coletânea de
contos A Noite na Taverna (1855) - publicados
após sua morte.
• Romance Românti co: liberdade de criação e
expressão da supremacia do indivíduo (fi nal do
século XVIII e início do século XIX).
Ex: A Moreninha (Joaquim Manuel de Macedo).
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
A Moreninha
Joaquim Manuel de Macedo
D. Carolina passou uma noite cheia de pena e de
cuidados, porém já menos ciumenta e despeitada; a
boa avó livrou-a desses tormentos. Na hora do chá,
fazendo com habilidade e destreza cair a conversação
sobre o estudante amado, dizendo:
- Aquele interessante moço, Carolina, parece
pagar-nos bem a amizade que lhe temos, não entendes
assim?...
- Minha avó...eu não sei.
- Dize sempre, pensarás acaso de maneira
diversa?...
A menina hesitou um instante e depois respondeu:
- Se ele pagasse bem, teria vindo domingo.
- Eis uma injusti ça, Carolina. Desde sábado à
noite que Augusto está na cama, prostrado por uma
enfermidade cruel.
O Romanti smo português é subdividido em três
fases:
• Prisão ao Neoclassicismo: ainda havia traços pre-
sos ao Neoclassicismo (ou Arcadismo), como a
poesia de Almeida Garret e Alexandre Herculano.
• Início dos Exageros: os poetas se assumem intei-
ramente românti cos, deixando a escola anterior
para trás. É o caso de Soares de Passos e Camilo
Castelo Branco.
• Início dos Traços Realistas: os poetas já estão dei-
xando o Romanti smo para trás e inserindo traços
da escola posterior em suas obras: o Realismo.
Os poetas de destaque são João de Deus e Júlio
Dinis.
- Doente?! Exclamou a linda Moreninha,
extremamente comovida. Doente?...em perigo?...
- Graças a Deus, há dois dias fi cou livre dele; hoje
já pôde chegar à janela, assim me mandou dizer Filipe.
- Oh! Pobre moço!... se não fosse isso, teria vindo
vernos!...
E, pois, todos os anti gos senti mentos de ciúme
e temor da inconstância do amante se trocaram por
ansiosas inquietações a respeito de sua molésti a.
No dia seguinte, ao amanhecer, a amorosa menina
despertou, e buscando o toucador, há uma semana
esquecido, dividiu seus cabelos nas duas costumadas
belas tranças, que tanto gostava de fazer ondear pelas
espáduas, vesti u o esti mado vesti do branco e correu
para o rochedo.
- Eu me alinhei, pensava ela, porque enfi m... hoje
é domingo e talvez... como ontem já pôde chegar à
janela, talvez consiga com algum esforço vir ver-me.
E quando o sol começou a refl eti r seus raios sobre
o liso espelho do mar, ela principiou também a cantar
sua balada:
“Eu tenho quinze anos / E sou morena e linda”.
Mas, como por encantamento, no instante mesmo
em que ela dizia no seu canto:
“Lá vem sua piroga / Cortando leve os mares”
Um lindo batelão apareceu ao longe, voando com
asa intumescida para a ilha.
Com força e comoção desusadas bateu o coração
de d. Carolina, que calou-se para empregar no
batel que vinha atentas vistas, cheias de amor e de
esperanças. Ah! Era o batel suspirado.
Quando o ligeiro barquinho se aproximou
sufi cientemente, a bela Moreninha disti nguiu dentro
dele Augusto; sentado junto a um respeitável ancião,
a quem não pôde conhecer (...).
Augusto, com efeito, saltava nesse momento fora
do batel, e depois deu a mão a seu pai para ajudá-lo a
desembarcar; d. Carolina, que ainda não mostrava dar
fé deles, prosseguiu seu canto até que quando dizia:
“Quando há de ele correr / Somente para me ver...”
Senti u que Augusto corria para ela. Prazer imenso
inundava a alma da menina, para que possa ser
descrito; como todos preveem, a balada foi nessa

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
60
estrofe interrompida e d. Carolina, aceitando o braço
do estudante, desceu do rochedo e foi cumprimentar
o pai dele.
Ambos os amantes compreenderam o que queria
dizer a palidez de seus semblantes e os ves� gios de um
padecer de oito dias, guardaram silêncio e não ti veram
uma palavra para pronunciar; ti veram só olhares para
trocar e suspiros a verter. E para que mais?
01. D. Carolina estava atormentada pelo ciúme e
despeito devido
a) as conversas que ela ti nha com a avó.
b) ao não comparecimento de Augusto a sua casa.
c) as informações que Filipe deu sobre Augusto.
d) ao bom conceito que a avó ti nha de Augusto.
02. A conversa entre d. Carolina e sua avó sobre o
estudante amado pela jovem foi
a) Esclarecedora
b) Desmoti vante
c) Entediante
d) animadora
03. O ciúme e o despeito de d. Carolina foram
substi tuídos
a) pela esperança e serenidade diante das
informações dadas pela avó.
b) pelo alívio e tranquilidade por causa do recado
de Filipe.
c) pelas ansiosas inquietações a respeito da doença
de Augusto.
d) pela culpa de ter julgado mal seu amado.
04. A menina voltou a arrumar-se pois
a) queria ir visitar o amado.
b) ti nha esperança de ser visitada pelo amado.
c) recuperou-se do ciúme e do despeito.
d) foi aconselhada pela avó a cuidar-se.
05. “Com força e comoção desusadasbateu o coração
de d. Carolina...”, o termo em destaque signifi ca
a) enormes
b) constantes
c) incomuns
d) reais
06. O reencontro de d. Carolina e Augusto foi
a) cheio de declarações de amor.
b) cheio de questi onamentos.
c) marcado pela indiferença e dúvidas.
d) marcado pela troca de olhares e suspiros.
ROMANTISMO
Contexto Histórico
Teve início na Europa no fi nal do século XVIII,
na Europa, obtendo maior destaque na França.
Desenvolveu-se em meio à Revolução Industrial e à
Revolução Francesa.
Acontece que a parti r da segunda metade do
século XVIII começou a consti tuir-se na Inglaterra
a sociedade industrial. Passou-se bruscamente do
sistema domésti co ao sistema fabril de produção,
provocando o surgimento de várias cidades industriais.
Assim, a burguesia começou a crescer econômica
e politi camente e o proletariado (trabalhadores)
começou a crescer em número. Da anti ga sociedade
de senhores e servos, passou-se à sociedade de
operários e empresários.
A Revolução Francesa, por sua vez, desencadeada
em 1789, acabou por levar a burguesia ao poder.
Assim, ambas as revoluções incenti varam a livre
iniciati va, o individualismo econômico e o liberalismo
políti co, esti mulando também o nacionalismo. Esse
clima de valorização da liberdade e renovação marcou
muito a literatura românti ca, afi nal, principalmente
baseados nessa liberdade, os poetas se senti ram livres
para expressar seus senti mentos na poesia, além de
não se senti rem mais presos à métrica dos versos que
as escolas anteriores valorizavam. Nascia uma nova
forma de escrever. Desse modo, o Romanti smo é a
escola da expressão dos senti mentos, da liberdade
de expressão. Por isso, alguns escritores passaram
a falar da natureza e do amor num tom pessoal e
melancólico, fazendo da literatura uma forma de
expressar seus senti mentos. Além disso, voltaram-se
para os tempos medievais, época da formação de suas
nações, valorizando os heróis e as tradições populares,
exaltando o nacionalismo. E essa liberdade também
fi ca evidente na forma de escrever, já que os escritores
românti cos abandonaram o tom solene e adotaram
um esti lo simples e comunicati vo na escrita.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
61
As principais obras românti cas na europa são:
 Contos e Inocência, de Willian Blake;
 Os Miseráveis, de Victor Hugo;
 Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas.
O Romanti smo foi o principal movimento estéti co
do fi nal do século XVIII e início do século XIX. O romance
Os sofrimentos do jovem Werther, do alemão
Goethe, é considerado a primeira obra românti ca
publicada. Não obstante, o movimento espalhou-se
por toda a Europa e pelas então colônias, tais quais
o Brasil. Podendo ser defi nido como a arte da nova
burguesia, que ascendia ao poder, o Romanti smo foi
uma arte complexa, diversifi cada e rica.
Romanti smo em Portugal
Em Portugal o Romanti smo surgiu em meio a uma
grande agitação políti ca. Em 1808 a corte de D. João
VI se transfere para o Brasil, ameaçada pelas tropas
de Napoleão Bonaparte. A parti r daí é organizado um
movimento de resistência que consegue expulsar o
invasor e, em 1820, ocorre na cidade de Porto uma
rebelião que se espalha por todo o país, combatendo a
monarquia absoluti sta, forma de governo em que o rei
exerce o poder absoluto, superior ao poder de outros
órgãos do Estado. Além disso, o cenário do nascimento
do Romanti smo em Portugal também era de disputa
pelo poder. Depois de abdicar do trono brasileiro
em favor do fi lho,D. Pedro I volta para Portugal para
disputar o trono com seu irmão D. Miguel.
Essa disputa foi vista como uma luta entre o
liberalismo de D. Pedro e o absoluti smo de D. Miguel.
Enfi m, D. Pedro sai vitorioso e começam a ocorrer
diversas mudanças sociais e políti cas, apesar de as
disputas entre conservadores e liberais ter perdurado
por todo o século XIX.
Assim, é nesse ambiente de lutas políti cas
e reivindicações liberais que se desenvolve o
Romanti smo português.
Seu marco inicial foi em 1825 com a publicação
do poema Camões, de Almeida Garret, em que o autor
faz uma espécie de biografi a senti mental do poeta.
O poema de Almeida Garre� possui característi cas
como subjeti vismo, nostalgia, melancolia e outros
considerados como defi nidores do esti lo.
Além disso, o movimento prezava a originalidade,
fazendo oposição aos modelos ou às regras impostas.
Com o crescimento da
burguesia, os autores do
esti lo passam a ser pagos por
suas obras. Por conta disso,
o Romanti smo em Portugal
pode ser chamado de Arte da
Burguesia. Isso faz com que
a arte leve em conta valores
considerados importantes
para essa classe.
Começam a ser
valorizados o amor e o
casamento, a religião ligada à espiritualidade e a Deus,
e o amor pela nação, o patrioti smo. O escritor uti liza
conteúdo do eu lírico e senti mentalistas. Falava-se
sobre o amor, sobre a vida e, algumas vezes, sobre
a morte.
A mulher volta a ser exaltada nos textos. Histórias
sobre a busca constante por amor, sobre a mulher
dos sonhos ou sobre as perdas desses amores são
constantes nesse período. A natureza também tem
lugar de destaque nas obras românti cas de Portugal.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
62
O Romanti smo em Portugal ainda é caracterizado pelo
escapismo. Isso marca uma tentati va de escapar da
realidade, novamente apelando mais para a emoção
mais do que para a razão. Os autores constantemente
escreviam seus textos com foco nos sonhos, na
natureza, no passado e na morte.
O Romanti smo português é subdividido em três
fases:
• Prisão ao Neoclassicismo: ainda havia traços presos
ao Neoclassicismo (ou Arcadismo), como a poesia
de Almeida Garret e Alexandre Herculano.
• Início dos Exageros: os poetas se assumem
inteiramente românti cos, deixando a escola
anterior para trás. É o caso de Soares de Passos e
Camilo Castelo Branco.
• Início dos Traços Realistas: os poetas já estão deixando
o Romanti smo para trás e inserindo traços da escola
posterior em suas obras: o Realismo. Os poetas de
destaque são João de Deus e Júlio Dinis.
Característi cas dos autores portugueses
Almeida Garret
Precursor do Romanti smo em Portugal, com a
obra Camões; apesar disso ele não se inti tulava nem
clássico nem românti co e, de fato, suas criações como
poeta, prosador e dramaturgo estavam longe do
senti mentalismo exagerado que caracteriza o � pico
escritor românti co.
Alexandre Herculano
A característi ca principal de suas obras é a
historiografi a, o relato da história de Portugal; sua
principal obra é Eurico, o Presbítero, que fala sobre
a fi gura do Clero, destacando o amor proibido, além
da retomada do poder de Portugal.
Camilo Castelo Branco
Foi o primeiro autor a ganhar a vida com a
Literatura. Ele vivia dela, e escrevia sobre temas que
seriam lucrati vos para ele. É considerado o criador
da novela passional portuguesa, isto é, das histórias
que envolvem a paixão; sua obra mais conhecida, e
de maior destaque como novela passional, é Amor
de Perdição.
Julio Dinis
Em sua obra não há o clima de tragédia e fatalismo
que marca, por exemplo, a novela passional de Camilo
Castelo Branco. Ainda que fale de amor e paixão, fala
de um jeito mais simples e, no fi nal, os mal entendidos
se esclarecem e tudo se resolve. Sua obra possui um
ar de oti mismo e esperança; obra mais conhecida,
inclusive com grande repercussão no Brasil: As Pupilas
do Senhor Reitor.
Característi cas gerais
• Liberdade de criação e expressão;
• Individualismo / subjeti vismo;
• Valorização das emoções;
• Nacionalismo;
• Escapismo / fuga da realidade;
• Pessimismo;
• Valorização da natureza;
• Religiosidade / Cristi anismo;
• Idealismo.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
01. (FMU-FIAM-FAAM-SP) O homem de todas as
épocas se preocupa com a natureza. Cada período
a vê de modo parti cular. No Romanti smo, a natureza
aparece como:
a) Um cenário cienti fi camente estudado pelo
homem: a natureza é mais importante que o
elemento humano.
b) Um cenário estáti co, indiferente; só o homem se
projeta em busca de sua realização.
c) Um cenário sem importância nenhuma; é apenas
um pano de fundo para as emoções humanas.
d) Confi dente do poeta, que comparti lha seus
senti mentos com a paisagem; a natureza se
modifi ca de acordo com o estado emocional do
poeta.
e) É um cenário idealizado onde todos são felizes e
os poetas são pastores.
02. (FEI-SP) São característi cas comuns aos movimentos
românti co e modernista:
a) Senti mento trágico da vida; desilusão e sofrimento.
b) Visão da natureza como refúgio acolhedor; atração
por ambiente noturno.
c) Projeção na natureza do estado de espírito do
poeta; religiosidade cristã.
d) Nacionalismo; liberdade; desejo de reformas
sociais.
e) Idealização da mulher; morte encarada como
libertação.
03. (ENC-SP) As duas obras-primas do romanti smo
português – Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero
– gêmeas no tempo e nos moti vos, saparam-se tanto
quanto Garre� se afasta e diverge de Herculano. Um
é a constante pessoal do português aberto à ordem
clássica, o português lúcido e sensível da saudade e
do pecado de delícia numa equação de tragédia, com
senti mentos de Bermardim em formas de Camões;
outro, o do português de cerne, que peca sobriamente
e supera com dureza o seu pecado, senti ndo a Sá de

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
63
Miranda e falando com ásperos soluços. Ambos bem
nossos. Vitorino Nemísio.
Tendo por base o texto críti co abaixo e, sobretudo, a
leitura de Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero, é
correto afi rmar que:
a) O “português aberto à ordem clássica” difere
de “português de cerne”, porque se deixa levar
mais profundamente pela emoção, devido às
infl uências da tragédia clássica.
b) O problema do celibato, no drama de Garre� , serve
para criar intenso confl ito entre as personagens,
que adotam o hábito forçadas pela situação; já, em
Eurico, o Presbítero, supera-se a ideia do pecado,
porque a personagem veste o hábito movida pela
autênti ca fé cristã e pelo desejo de combater os
infi éis.
c) Frei Luís de Sousa insere-se na linha da rigorosa
construção clássica, que supõe a recuperação
de � picos expedientes dramáti cos da tragédia,
enquanto que a construção mais livre, em Eurico,
o Presbítero, implica a atualização em grande
escala de expedientes comuns ao Romanti smo,
como o da expansão senti mental.
d) Há infl uência clássica tanto em Frei Luís de
Sousa quanto em Eurico, o Presbítero, presente
na construção rigorosa das duas obras, que
obedecem aos cânones da estéti ca seiscenti sta.
e) O senti mento da emoção, muito mais presente em
Herculano do que em Garre� , é autenti camente
português. Enquanto que a construção trágica não
passa de infl uência estranha a Portugal.
04. (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia com atenção o trecho
abaixo, extraído do últi mo capítulo de Amor de
Perdição, de Camilo Castelo Branco.
Viram na um momento, bracejar, não para resisti r à
morte, mas para abraçar-se ao cadáver de Simão, que
uma onda lhe ati rou aos braços. O comandante olhou
para o síti o donde Mariana ati rara, e viu, enleado
no cordame, o avental, e à fl or da água, um rolo de
papéis, que os marujos recolheram na lancha.
a) Que relação há, em Amor de Perdição, entre as
personagens Simão e Mariana?
b) No trecho citado, o narrador menciona um “rolo
de papéis”. Que papéis são esses?
c) Considerando as respostas dadas aos itens a e b,
analise a função desempenhada pela personagem
Mariana na estrutura do romance.
05.Leia e responda:
Amor de perdição - Capítulo II
[...] No espaço de três meses fez-se maravilhosa
mudança nos costumes de Simão. As companhias da
relé desprezou-as. Saía de casa raras vezes, ou só, ou
com a irmã mais nova, sua predileta. O campo, as
árvores e os síti os mais sombrios e ermos eram o seu
recreio. Nas doces noites de esti o demorava-se por
fora até ao repontar da alva. Aqueles que assim o viam
admiravam-lhe o ar cismador e o recolhimento que o
sequestrava da vida vulgar. Em casa encerrava-se no
seu quarto, e saía quando o chamavam para a mesa.
D. Rita pasmava da transfi guração, e o mari-
do, bem convencido dela, ao fi m de cinco meses,
consenti u que seu fi lho lhe dirigisse a palavra.
Simão Botelho amava. Aí está uma palavra
única, explicando o que parecia absurda reforma aos
dezessete anos.
Amava Simão uma sua vizinha, menina de quinze
anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-
nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira pela
primeira vez, para amá-la sempre. Não fi cara ela
incólume da ferida que fi zera no coração do vizinho:
amou o também, e com mais seriedade que a usual
nos seus anos.
Os poetas cansam-nos a paciência a falarem
do amor da mulher aos quinze anos, como paixão
perigosa, única e infl exível. Alguns prosadores de
romances dizem o mesmo. Enganam-se ambos. O
amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a últi ma
manifestação do amor às bonecas; é a tentati va da
avezinha que ensaia o voo fora do ninho, sempre
com os olhos fi tos na ave-mãe, que a está de fronte
próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é
amar muito, como a segunda o que é voar para longe.
Teresa de Albuquerque devia ser, porventura, uma
exceção no seu amor.
O magistrado e sua família eram odiosos ao pai
de Teresa, por moti vo de li� gios, em que Do mingos
Botelho lhe deu sentenças contra. Afora isso, ainda no
ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque
ti nham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte.
É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando
de si o dever de obtemperar e sacrifi car-se ao justo
azedume de seu pai, era verdadeiro e forte.
[...] CASTELO BRANCO, Camilo. Amor de perdição. SãoPaulo: Áti -
ca, 2001
Vocabulário
alva: primeira claridade da manhã. cismador:
pensati vo.
declinar: eximir-se, recusar. ermo: deserto.
esti o: verão.
incólume: ileso, livre de dano ou perigo. li� gio:
questão judicial.
obtemperar: obedecer, pôr-se de acordo. pasmar:
admirar-se de algo.
relé: ralé; a camada mais baixa da sociedade.
transfi guração: transformação na maneira de pensar
e proceder.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
64
a) Segundo o texto, que grande transformação o
amor provocou em Simão?
b) O que essa alteração de comportamento revela
sobre o novo estado de espírito de Simão?
c) Leia:
“[...] O campo, as árvores e os síti os mais sombrios
e ermos eram o seu recreio. Nas doces noites de
esti o demorava-se por fora até ao repontar da
alva. [...]”
O espaço é fundamental em uma narrati va não
só porque determina muitas das ações das
personagens, mas porque pode revelar seu
estado de espírito. Por que os novos espaços
por onde circula Simão são coerentes com sua
transformação?
d) Explique o que é, segundo o narrador, o amor dos
15 anos.
e) Por que Teresa de Albuquerque é uma exceção
em seu amor?
06. (UM-SP) O gosto pela expressão dos senti mentos,
dos sonhos e das emoções que agitam seu mundo
interior, numa ati tude individualista e profundamente
pessoal, marcou os autores do:
a) movimento realista
b) movimento árcade
c) movimento românti co
d) movimento barroco
e) movimento naturalista
07. (ITA-SP) O tema do excerto abaixo relaciona-se à
representati va tendência de um determinado esti lo
literário. Assinale, então, a opção cujos autores
pertencem à tendência e ao esti lo em questão:
“Amei-te sempre: – e pertencer-te quero / Para
sempre também, amiga morte. / Quero o chão, quero
a terra - esse elemento / que não se sente dos vaivéns
da sorte.”
a) Casimiro de Abreu, Visconde de Taunay, José de
Alencar.
b) Álvares de Azevedo, Fagundes Varela, Junqueira
Freire.
c) Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa,
Basílio da Gama.
d) Castro Alves, Gonçalves Dias, Manuel Antônio de
Almeida.
e) Gregório de Matos, Padre Vieira, Bernardo
Guimarães.
08.(UFPA) A liberdade de inspiração, pregada pelos
românti cos, correspondia, também, à liberdade formal
– esta peculiaridade possibilitou a mistura dos gêneros
literários e o consequente abandono da hierarquia
clássica que os presidia. Como consequência, no
Brasil:
a) Observa-se um detrimento da poesia em favor da
prosa.
b) Registra-se o abandono total do soneto.
c) Verifi ca-se a interpenetração dos gêneros, o que
muito enriqueceu os já existentes, possibilitando
o aparecimento de novos.
d) Ampliou-se o alcance da poesia, o que já não se
pode dizer quanto ao romance e ao teatro.
e) Usou-se, quase abusivamente, o verso livre, o
que muito contribuiu para o desenvolvimento
de nossa poesia.
09. (UCP-PR) Coube a ati ngir o ponto mais alto do
teatro românti co brasileiro. Numa linguagem simples
e correta, retratou os variados ti pos da sociedade do
século XIX:
a) Marti ns Pena.
b) Procópio Ferreira.
c) Joaquim Manuel de Macedo.
d) Machado de Assis.
e) Cornélio Pena.
(PUCCAMP) Para responder às questões, você vai usar
o texto abaixo.
Texto críti co
“Embora seja importante indagar das razões por
que público brasileiro dos anos de 1870 avidamente
leu e com entusiasmo aplaudiu “A Escrava Isaura”,
razões que encontram o principal moti vo em onda
então crescente de senti mento abolicionista –
convenhamos em que muito mais importante o
comportamento desse público é, para a críti ca, a
natureza desse romance.
Mesmo lido com simpati a, “A Escrava Isaura” não
resiste à críti ca. Seu enredo resulta em ser inverossímil,
tais e tantos são os expedientes primários do Autor,
usados para conduzir por determinados caminhos
e para desenlace preestabelecido: em frequentes
exabruptos, mudam os senti mentos dos protagonistas
com relação à bela e desditosa Isaura, e assim de
protetores se transformam de pronto em pérfi dos
algozes, servindo à linha dramáti ca premeditada pelo
fi ccionistas; não menos precipitada e arti fi cialmente
se engendram e desenrolam as situações ou episódios
concebidos sempre com a intenção de marcar
“passus” da vida “crucis” da desgraçada heroína, que,
por fi m, mais arrastada pelo autor que pelas forças do
drama que vive, encontra no alto do seu calvário, ao
invés do sacri� cio fi nal (o que teria dado ao romance
verossimilhança e força), a salvação e a felicidade de

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
65
extrema. Tão primário e arti fi cial quanto enredo que
domina a obra, dandolhe � pica estrutura novelesca
ou romanesca, é, não digo a concepção, mas o modo
de conduzir personagens: Isaura, Malvina, Rosa,
Leôncio, Álvaro, Belchior, André, o Dr. Geraldo, Marti m
e Miguel, se têm peculiaridades � sicas e morais que
os caracterizam sufi cientemente e os individualizam
na galeria das personagens da fi cção românti ca, se
ocupam posições bem “marcadas” no palco dos
acontecimentos, decomposto em dois cenários (uma
fazenda de café da Baixada Fluminense e o Recife),
não chegam contudo, a receber sufi ciente estofo
psicológico: daí a impressão que deixam, não apenas
de símbolos dramáti cos quase vazios, senão que
também � teres (vá lá a cansada imagem) conduzidos
pelo autor, para esta ou aquela ação indispensável, a
seu ver, às suas principais intenções”.
(Antônio Soares Amora, “O Romanti smo”, vol. II da A Literatura
Brasileira).
10. (PUCCAMP) Antônio Soares Amora diz-nos, no
texto, que:
a) a críti ca, ao avaliar um romance, baseia-se na
natureza da obra e não simplesmente nas reações
do público leitor;
b) a críti ca ataca os romances que cati vam a simpati a
e o entusiasmo dos leitores;
c) Bernardo Guimarães, ao escrever seu romance “A
Escrava Isaura”, não se preocupou com a críti ca e,
sim, com a Abolição;
d) é muito di� cil a críti ca avaliar romances de grande
popularidade e aceitação;
e) romance da natureza é para a críti ca muito mais
importante do que o comportamento do público
leitor.
11. (PUCCAMP) Ainda, de acordo com o texto:
a) enredo inverossímil de “A Escrava Isaura” resulta
de um autor primário que se perde nos caminhos
escolhidos para um fi m determinado;
b) os protetores de Isaura transformam-se em seus
algozes, crucifi cando-a no fi nal do romance;
c) os recursos empregados pelo Autor forçam um
defeso preestabelecido;
d) a parte mais inverossímil do romance é a que
assinala os “passus” da “via crucis” de Isaura;
e) embora reconhecesse a inverossimilhança do
drama, o autor via nela a salvação e felicidade
extrema da heroína.
12. (PUCCAMP) De texto concluímos que:
a) de tal modo os episódios de “A Escrava Isaura” são
dominados pela precipitação e arti fi cialidade, que
a ação resulta muito mais da inserção do Autor
do que das forças do confl ito;
b) a � pica estrutura novelesca de “A Escrava Isaura”
caracteriza-se pelo desenvolvimento do enredo,
pela concepção das personagens e pelo desfecho;
c) em “A Escrava Isaura” o Autor vive um drama cujas
forças o arrastam a um calvário onde encontra,
em vez do sacri� cio fi nal, a sua felicidade;
d) a bela e desditosa Isaura muda os senti mentos
dos protagonistas, levando-os ao sacri� cio fi nal,
no alto do calvário;
e) para a heroína é muito mais importante encontrar
a salvação e a felicidade extrema do que o sacri� cio
fi nal, no alto do Calvário.
13. (PUCCAMP) O texto afi rma que:
a) as personagens Isaura, Malvina, Rosa, Leôncio,
Álvaro, Belchior, Dr. Geraldo, Marti m e Miguel
são sufi cientemente caracterizados � sica, moral
e psicologicamente;
b) uma falha comparável no primarismo e
arti fi cialidade do enredo é a concepção das
personagens de “A Escrava Isaura’;
c) as personagens � teres cansam o leitor, à medida
que o Autor as conduz a esta ou àquela ação
indispensável ao enredo;
d) as personagens, conduzidas de modo primário e
arti fi cial, sem profundidade psicológica, são como
fantoches nas mãos do Autor;
e) sem o arti fi cialismo das personagens, “A Escrava
Isaura” teria resisti do à críti ca.
GERAÇÕES DO ROMANTISMO

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
66
O Romanti smo pode ser dividido em 3 gerações
que possuem algumas característi cas que as diferem.
Veja:
Primeira Geração
Quando o Romanti smo surgiu os autores ainda
manti nham em seus textos algumas característi cas
clássicas, seguindo regras da produção literária
referentes ao período.
As obras desse período abordam a natureza, o
país e idealizam tudo maravilhoso, por isso alguns
estudiosos chamam essa geração de nacionalista.
Em Portugal, os temas mais frequentes eram o
nacionalismo, o romance histórico e o medievalismo.
No Brasil, esse apego ao passado era visto no
indianismo.
Os versos de Gonçalves Dias ilustram bem a
primeira geração românti ca que tem como principais
característi cas a referência ao índio, aos negros, à
natureza brasileira.
Segunda Geração
A segunda geração é o período conhecido como
Ultrarromânti co, em que o mal do século tem papel
de destaque e as obras acabam sendo mais pesadas.
Suas característi cas marcantes são o exagero no
subjeti vismo e emocionalismo. As menções ao tédio
e desejo de morte são frequentes.
O poema de Alvares de Azevedo retrata muito
bem segunda geração. O verso” se eu morresse
amanhã” nos dá essa visão da geração melancólica,
do conhecido mal do século (uma visão depressiva das
coisas; culto da noite; doenças psíquicas; angústi a e
morbidez) e a fuga da realidade (através de sonhos,
da morte, loucura, embriagues)
Terceira Geração
Nesse período os escritores quebraram regras da
literatura. Os poemas começaram a ser escritos de
maneira diferente e na prosa começam a aparecer
palavras que antes não eram da literatura, ou seja,
palavras mais usadas pelo povo.
No poema de Castro Alves percebemos a fi gura
feminina denotando um amor mais real, despertando
a sensualidade e a concreti zação do contato � sico.
Diferente das donzelas virginais e inacessíveis
representadas pela segunda geração, a mulher se
entrega aos encantos de seu admirador, levando-
nos a crer que o encontro amoroso foi realmente
consumado. Nessa geração os autores também
começaram a falar de questões sociais. Foi o primeiro
passo para o realismo, próximo movimento literário
Característi cas do Romanti smo
O Romanti smo foi um movimento ar� sti co que
surgiu na Europa no século XVIII, mais especifi camente
na década de 1770, e durou até o século XIX. Esse
movimento infl uenciou a literatura, a pintura, a
arquitetura e a música.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
67
Qual foi o principal objeti vo do romanti smo?
No romanti smo, a sociedade evidenciou o espírito
românti co – ati tude e visão de mundo centrada no
indivíduo – com o objeti vo de se diferenciar dos
pensamentos do Iluminismo, que colocava a razão
como centro do mundo e pregava a objeti vidade.
Movidos por esse ideal de mudança, os arti stas
românti cos começaram a mudar a teoria e a práti ca
de suas artes. Além disso, a forma como essas pessoas
enxergavam o mundo também começou a mudar. Tais
transformações ultrapassaram o campo ar� sti co e
teve imenso impacto na fi losofi a e em toda a cultura
ocidental, que passou a aceitar a emoção e os senti dos
como uma forma válida de experimentar a vida.
A infl uência das revoluções pode ser percebida
nas característi cas de idealismo e rebeldia, que foram
marcantes nas obras produzidas no período.
Da mesma forma, o escapismo e o subjeti vismo,
que valorizavam mais os senti mentos individuais do
que os coleti vos, como consequência do desgosto com
a situação social, também podem ser apontados como
uma infl uência do período histórico no Romanti smo.
O individualismo, que era outro aspecto do des-
se movimento, era uma característi ca da burguesia
da época, que se tornou mais evidente a parti r das
revoluções do fi nal do século XVIII.
Liberdade de expressão e de criação
As regras externas não importam no Romanti smo.
As obras desse movimento têm como principal
objeti vo retratar e valorizar o “eu”. Por esse moti vo,
os autores sentem que têm total liberdade para
expressarem seus senti mentos e visão de mundo da
forma como desejam.
É importante considerar também que os
pensadores e arti stas românti cos frequentemente
recorriam à imaginação na produção das suas
obras. Na literatura, por exemplo, o objeti vo não era
descrever o mundo como ele é, mas sim como ele
poderia ser.
Rebeldia e Idealismo
Os autores do Romanti smo ti nham uma visão de
mundo completamente idealizada. A realidade para
esses autores era considerada desesperadora, já que
eles enxergavam as regras do mundo moderno como
limitações ao crescimento pessoal, políti co e ar� sti co.
Para eles, a pátria, a mulher e o amor são vistos não
da forma como são, mas como eles acreditam que
deveriam ser. Por esse moti vo, a pátria é sempre
perfeita. A mulher é sempre retratada como virgem,
frágil, bela e submissa e além dessas característi cas,
está o inati ngível. O amor é espiritual, geralmente
inalcançável e a causa de grande sofrimento.
Assim, os arti stas românti cos eram idealistas e
frequentemente se retratavam como heróis rebeldes,
à margem da sociedade passaram a ver seu trabalho
como uma forma de promover a mudança. Por esse
moti vo, era comum que a arte românti ca também
retratasse as injusti ças sociais e as opressões políti cas
da época.
Individualismo
Os autores do Romanti smo consideravam que
eles e seus senti mentos estavam no centro do
universo. Na visão dos romancistas, seus desejos,
paixões e frustrações são mais importantes do que
os acontecimentos externos.
Eles davam grande ênfase às suas característi cas e
experiências pessoais, que geralmente eram defi nidas
por senti mentos e emoções. Dessa forma, as obras
românti cas eram também marcadas por um forte
subjeti vismo que retratava de forma fi el a visão de
mundo dos autores.
Nacionalismo
Muitas obras do Romanti smo exaltam os feitos
dos heróis nacionais, resgatando o passado das
nações, principalmente o período medieval. Também
é comum a valorização da pátria.
Valorização da Natureza
Para os romancistas, a natureza consisti a em
uma força incontrolável e transcendental. O autor
românti co é fascinado pela natureza. Ele descreve as
paisagens exóti cas e usa, também, essa característi ca
para exaltar sua nação.
Além disso, o autor românti co transforma a
natureza em uma personagem que refl ete o “eu”.
Portanto, ela assume as emoções, como tristeza, e
esbanja exuberância diante da alegria e das conquistas
do indivíduo.
Pessimismo e Escapismo
Os romancistas, frequentemente, fi cam
impossibilitados de realizar os desejos do seu “eu”.
Isso acaba gerando angústi a, frustração, desespero,
tristeza, entre outras emoções que acabam
caracterizando esse estado de espírito como o “mal
do século”.
Um fator gerado por esse pessimismo existente é a
fuga da realidade que o autor não consegue suportar.
A causa dessa frustração vem do contexto histórico:
a Revolução Francesa promoveu mudanças, mas
essas mudanças não deixaram os homens sati sfeitos
e nem realizou seus desejos. Dessa forma, ele sente
a necessidade de escapar da realidade.
Devido a isso, o fi nal de muitas obras do período
do Romanti smo traz a saída encontrada pelos autores
para essa tristeza e para fugir da realidade. Morte,
suicídio, fuga para a natureza ou a pátria são os
escapes possíveis para esse mal.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
68
Senti mentalismo
A ênfase nas emoções pessoais é uma das
principais característi cas do Romanti smo. O autor
expressa não só os senti mentos dos personagens,
mas sua própria percepção das situações e da vida.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
01. Complete o texto com as palavras: Maniqueísta,
mal-do-século, idealizados, Trovadoresco, burguesa.
O Romanti smo é a primeira estéti ca cultural
. Privilegia a subjeti vidade,
a liberdade de expressão, o senti mentalismo e a
idealização – grosso modo, resgata os traços medievais
do período ________ , demonstrando
nacionalismo (formação estado nacional burguês)
e religiosidade (Teocentrismo). De origem alemã
e inglesa, o Romanti smo se difunde através dos
ideais da Revolução Francesa (1789). Seu universo
fi ccional se consti tui como o avesso do mundo real
e, de maneira ,
expressa a vitória do bem sobre o mal. Em 1774, na
Alemanha, Goethe publica Werther e lança as bases
do senti mentalismo e do escapismo; em 1781, Schiller
publica Os salteadores e recupera o passado histórico
medieval. Na Inglaterra, George Byron se destaca com
a poesia impregnada de pessimismo ( /
“spleen”), e W. Sco� exalta o passado com romances
históricos medievais, do ti po Ivanhoé. Na França,
autores como Alfred Musset, Alexandre Dumas, Victor
Hugo, e outros difundem enredos
.
02. A questão versa sobre aspectos do Romanti smo,
enquanto “estado de alma” e “esti lo literário”. Marque
C, para certo, e E, para errado:
Texto: “Nenhuma força virá me fazer calar / Faço no
tempo soar minha sílaba / Canto somente o que pede
para se cantar / Sou o que soa / Eu não douro pílula.
/ Tudo o que eu quero / É um acorde perfeito, maior
/ Com todo mundo podendo brilhar / Num cânti co /
Canto somente o que não pode mais se calar / Noutras
palavras, sou muito românti co.” (Caetano Veloso /
“Muito Românti co”)
a) É comum encontrar traços de Romanti smo até
na literatura dos nossos dias, a exemplo destes
versos, em que o “eu lírico” mostra seu “estado
de alma” românti co. ( )
b) Enquanto “estado de alma”, o Romanti smo
encontra-se unicamente concentrado na literatura
da primeira metade do século XIX. ( )
c) Pela temáti ca explorada, Caetano Veloso integra
o “esti lo de época” chamado Romanti smo. ( )
d) Não há qualquer disti nção entre Romanti smo,
como “estado de alma”, e Romanti smo, como
“esti lo de época”. ( )
e) A fuga da realidade através da imaginação, o
comportamento baseado na liberdade, na emoção
e na idealização da realidade defi nem o “estado
de alma” românti co. ( )
f) Hoje em dia, a palavra “românti co” designa
um rótulo, não raro comercial, demonstrando
imaginação e senti mentalismo. ( )
g) Como “esti lo de época”, o Romanti smo resgata,
grosso modo, posturas medievais.( )
03. (UEL) Assinale a alternati va que completa
adequadamente a asserção:
O Romanti smo, graças à ideologia dominante e a
um complexo conteúdo ar� sti co, social e políti co,
caracteriza-se como uma época propícia ao
aparecimento de naturezas humanas marcadas por
a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria,
oti mismo e crença.
b) etnocentrismo, insensibilidade, descontração,
oti mismo e crença na sociedade.
c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia,
pessimismo, angústi a e desespero.
d) teocentrismo, insensibilidade, descontração,
angústi a e desesperança.
e) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria,
descontração e crença no futuro.
04. (FUVEST)
I - “Ah! enquanto os desti nos impiedosos Não voltam
contra nós a face irada, Façamos, sim façamos, doce
amada,
Os nossos breves dias mais ditosos
II -”É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã
lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”
III - “E quando eu durmo, e o coração ainda Procura
na ilusão da lembrança,
Anjo da vida, passa nos meus sonhos E meus lábios
orvalha de esperança!”
Associe os trechos acima com os respecti vos
movimentos literários, cujas característi cas estão
enunciadas:
Romanti smo: evasão e devaneio na realização de um
eroti smo difuso.
Arcadismo: aproveitamento do momento presente
(“carpe diem”).
Barroco: efemeridade da beleza � sica, brevidade
enganosa da vida.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
69
a) I - romanti smo; II - arcadismo; III - barroco;
b) I - barroco; II - arcadismo; III - romanti smo;
c) I - arcadismo; II - romanti smo; III - barroco;
d) I - arcadismo; II - barroco; III - romanti smo;
e) I - barroco; II - arcadismo; III - romanti smo.
05. (FEI) Numere a coluna, tendo em vista a poesia
românti ca brasileira:
1. primeira geração
2. segunda geração
3.terceira geração
( ) abolicionismo
( ) condoreirismo
( ) autocomiseração exacerbada
( ) obsessão pela morte
( ) indianismo
( ) nacionalismo
Agora, escolha a alternati va que apresenta a sequência
correta dos numerais:
a) 2 - 3 - 2 - 1 - 2 - 1;
b) 1 - 3 - 2 - 1 - 2 - 3;
c) 3 - 2 - 2 - 1- 2 - 2;
d) 2 - 1 - 2 - 2 - 1 - 1;
e) 3 - 3 - 2 - 2 - 1 - 1;
ROMANTISMO NO BRASIL
De acordo com o texto do Gonçalves Dias: Qual das
estrofes é lembrada no Hino Nacional? A distância
no poema é marcada por dois advérbios. Quais são
eles e o que cada um representa? Dois elementos da
natureza são destacados no poema como símbolo
da pátria. Identi fi que-os.
No poema, de Álvarez de Azevedo estão sinteti zados
os temas do escapismo da vida e das angústi as
que consomem a existência do poeta. Que outras
característi cas do ultrarromanti smo encontramos
nele? Explique por que Álvares de Azevedo é ti do
como a “An� tese personifi cada”.
Em O Navio Negreiro, na estrofe, a expressão vocati va
“Senhor Deus dos desgraçados!” introduz a súplica dos
escravos que virá nos versos seguintes. A quem são
dirigidas as perguntas do poema?

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
70
O tema sobre o Romanti smo no Brasil é sempre
cobrado em provas como Enem e outras. Ele foi,
não somente um movimento ar� sti co (como nas
artes plásti cas e no teatro), mas também fi losófi co,
combinando o racionalismo formal com uma visão
mais emocional, enfati zando o “eu”, a criati vidade e o
valor subjeti vo da arte. Além disso, o movimento foi
crucial para revolucionar a prosa e a poesia brasileira,
infl uenciando nas próximas manifestações culturais.
O que foi o Romanti smo no Brasil
O impulso do Romanti smo surgiu como um
contraponto da intensa racionalização e mecanização
provenientes da revolução industrial. Ele é marcado
por um ambiente intelectual de grande rebeldia,
oposição à realidade social e inconformismo às regras
que determinavam o fazer ar� sti co, principalmente na
literatura. Para explicar o que foi o Romanti smo no
Brasil, primeiro vamos entender suas origens.
Com foco nas emoções e expressão da
subjeti vidade, o Romanti smo literário abriu espaço
para que o arti sta criasse livremente, o que também
refl eti a o cenário externo, aquilo que acontecia na
esfera social. Originalmente surgido na Alemanha,
que estava se formando conação, o romanti smo teve
bases nacionalistas e se mostrou como espaço para
a religação à natureza e também à essência humana.
Como você verá a seguir, esse contexto foi um
marco em comum para o Brasil, que passava justamente
pelo processo de independência de Portugal. Como
nação, o Romanti smo teve bases nacionalistas e se
mostrou como espaço para a religação à natureza e
também à essência humana.
Contexto Histórico do Romanti smo no Brasil
A melhor forma de conhecer uma escola
literária é acompanhando o cenário da época. Com
o contexto histórico do Romanti smo no Brasil, você
percebe que ele foi uma necessidade que caminhou
ao encontro da independência do nosso país. Após
o grito da independência em 1822, surge uma nova
mentalidade no povo brasileiro, que deseja reforçar
a nova realidade, negando tudo o que ti nha origem
na cultura portuguesa.
Além disso, o país atravessava um momento
marcado por reformas políti cas, ânimo de liberdade,
necessidade de construção dessa nova nação e,
principalmente, destaque para o nacionalismo e
valorização da nossa pátria. Semelhante ao contexto
histórico do Romanti smo europeu, a situação, ao
mesmo tempo em que criava uma certa insegurança
em relação ao novo modelo, também inspirava com
os novos ares.
Um marco que aponta para o início do Romanti smo
no Brasil foi o livro “Suspiros Poéti cos e Saudades”

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
71
de Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836. Veja
o trecho inicial do prefácio, que expõe como o
Romanti smo não está ligado a um lugar ou vertente
específi ca, mas principalmente ao compromisso do
escritor consigo, não podendo ser as obras julgadas
pela forma e, sim, senti das pelo leitor.
“Lede
Pede o uso que se dê um prólogo ao livro, como
um pórti co ao edi� cio; e como este deve indicar por
sua construção a que divindade se consagra o templo,
assim deve aquele designar o caráter da obra. Santo
uso de que nos aproveitamos para desvanecer alguns
preconceitos, que talvez contra este livro se elevem
em alguns espíritos apoucados. É um livro de poesias
escritas segundo as impressões dos lugares; ora
sentado entre as ruínas da anti ga Roma, meditando
sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a
imaginação vagando no infi nito como um átomo no
espaço; ora na góti ca catedral, admirando a grandeza
de Deus e os prodígios do cristi anismo; ora entre os
ciprestes que espalham sua sombra sobre túmulos;
ora, enfi m, refl eti ndo sobre a sorte da pátria, sobre
as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São
poesias de um peregrino, variadas como as cenas da
natureza, diversas como as fases da vida, mas que se
harmonizam pela unidade do pensamento e se ligam
como os anéis de uma cadeia; poesias d’alma e do
coração, e que só pela alma e o coração devem ser
julgadas ”
Característi cas do Romanti smo no Brasil
Com relação aos aspectos que marcam a literatura
desse movimento, podemos destacar como principais
característi cas do Romanti smo no Brasil:
• o rompimento com a cultura precedente, a es-
cola literária do Arcadismo com o predomínio
da racionalidade, ciência e cultura pagã;
• a subjeti vidade e valorização das expressões
dos senti mentos e manifestações do eu;
• a arte voltada para o povo, surgimento de um
público consumidor da cultura (com o surgi
mento de tecnologias que agilizavam a produ-
ção, surgiram os folheti ns);
• a liberdade e originalidade, com a criação da
forma livre de regras;
• a idealização da mulher, muitas vezes culmi-
nando no amor platônico;
• o indianismo, no qual o índio é apresentado
como herói;
• a evasão, ou um escape (escapismo) do mundo
real;
• o patrioti smo, com expressões de nacionalis-
mo chegando à sua forma exacerbada, que é
o ufanismo;
• a religiosidade, na qual o escritor ou poeta se
sustenta como resposta para a insegurança e
incerteza, além do contraponto ao cienti fi cismo
presente no Neoclassicismo (ou Arcadismo);
• a exaltação da natureza.
POESIA
As Três Gerações Românti cas Brasileiras
1ª Geração: Nacionalista / Indianista
O Romanti smo no Brasil, primeira geração, está
muito ligado ao ufanismo, uma vez que o país ti nha
se tornado independente recentemente. Outra
temáti ca muito explorada nessa época é o indianismo,
apresentando o índio como elemento de ligação à
pátria e à natureza (e riquezas naturais) próprias do
Brasil. O foco foi um resgate da essência história e
cultural do país.
• Índio como herói. Figura do “bom selvagem”;
• Exaltação de nossas paisagens naturais e de
nossa pátria;
Principais poetas: Gonçalves de Magalhães e
Gonçalves Dias, sendo este últi mo o autor da clamada
obra Canção do Exílio.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
01. Que visão de pátria é apresentada no poema?
Confi rme sua resposta transcrevendo dois versos do
texto em seu caderno.
02. No poema, as palavras “lá” e “cá” aparecem
repeti damente. O que elas representam para o eu
poéti co?

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
72
03. Apesar de se referir ao próprio país, o Brasil,
podemos considerar universal a maneira como o
poeta vive seu senti mento em relação à pátria. Por
quê?
04. Como você interpretaria a repeti ção da expressão
“Minha terra tem...”?
05. Transcreva, em seu caderno, os versos do poema
que podem ilustrar os seguintes senti mentos:
a) Desilusão.
b) Encantamento.
06. Alguns versos do poema de Gonçalves Dias
podem ser relacionados a trechos do “Hino Nacional
Brasileiro”, escrito 63 anos depois, em 1909.
Identi fi que esses versos e transcreva-os.
07. O que é exílio?
08. Caracterize o eu lírico do poema.
09. No poema, o eu lírico compara a terra natal com a
terra onde está exilado. Que elementos são uti lizados
nessa comparação?
a) Sociais.
b) Naturais.
c) Econômicos.
d) Políti cos.
10. A distância da terra natal provoca no eu lírico:
a) Tristeza.
b) Desespero.
c) Angústi a.
d) Saudade.
11. Ao se referir à terra natal, o eu lírico apresenta
uma imagem:
a) Realista.
b) Racional.
c) Idealizada.
d) Imparcial.
12. Quais os principais temas característi cos do
Romanti smo apresentados nesse poema?
13. Nos versos “Em cismar, sozinho à noite/ Mais
prazer encontro eu lá”, destaca-se a característi ca
românti ca:
a) Exaltação da natureza.
b) Valorização da cultura popular
c) Escapismo.
d) Críti ca social.
14. Apresenta um apelo o verso:
a) “Minha terra tem palmeiras”.
b) Que tais não encontro eu cá”.
c) “Nosso céu tem mais estrelas”.
d) “Não permita Deus que eu morra”.
15. Revela-se no poema um tom de:
a) Lamento.
b) Humor.
c) Ironia.
d) Rancor.
16. A distância e a saudade provocam a distorção da
imagem da terra natal, cuja natureza é minuciosamente
comparada com a da terra do exílio.
a) A oposição e a distância são marcadas por dois
advérbios insistentemente repeti dos ao longo
do poema. Quais são eles e o que cada um
representa?
b) Entre os diversos elementos da natureza, dois se
destacam e se tornam símbolos da pátria distante.
Quais são eles?
Romanti smo - Poesia
2ª Geração: Ultrarromânti ca / Mal do Século
A segunda geração do Romanti smo no Brasil,
também conhecida como mal do século, recebeu
grande infl uência da poesia de George Gordon Byron,
ou Lord Byron. A melancolia e o pessimismo ganham
destaque e o medo, o sofrimento e os vícios são temas
abordados nessas produções. A fuga da realidade se
apresenta com um saudosismo à infância, exaltação
da morte e no medo do amor.
Também conhecida como Ultrarromanti smo,
nessa fase do movimento românti co os autores já não
ti nham tanta afi nidade com o nacionalismo. Houve
maior exacerbação dos senti mentos, levando a um
egoísmo.
Com relação à mulher, que até então era retratada
de forma respeitosa (com o amor puro e cortês —
presente desde o Trovadorismo), agora tem um novo
papel. A parti r de então, o poeta demonstra certa
sensualidade em relação à mulher, para a qual ele
sugere ter desejos sexuais, mas percebe que não é
digno de tocá-la.
 Individualismo / Egocentrismo;
 Morte como refúgio;
 Idealização do amor perfeito;
 Pessimismo;
 Saudade da infância;
Principais poetas: Álvares de Azevedo e Casimiro
de Abreu, sendo este últi mo autor da renomada obra
Meus Oito Anos.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
73
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Leia o poema o conhecido poema “Meus oito anos”,
do poeta românti co Casimiro de Abreu:
Meus oito anos
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Oh! Que saudades que tenho / Da aurora da minha
vida, / Da minha infância querida /Que os anos não
trazem mais! /Que amor, que sonhos, que fl ores, /
Naquelas tardes fagueiras, / À sombra das bananeiras,
/ Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias / Do despontar da
existência! / – Respira a alma inocência / Como
perfumes a fl or; / O mar é – lago sereno, / O céu –
um manto azulado, / O mundo – um sonho dourado,
/ A vida – um hino d’amor!
Que auroras, que sol, que vida, / Que noites de
melodia / Naquela doce alegria, / Naquele ingênuo
folgar! / O céu bordado d’estrelas, / A terra de aromas
cheia, / As ondas beijando a areia/ E a lua beijando
o mar!
Oh ! dias da minha infância! / Oh ! meu céu de
primavera! / Que doce a vida não era / Nessa risonha
manhã! / Em vez das mágoas de agora,
/ Eu ti nha nessas delícias / De minha mãe as
carícias / E beijos de minha irmã!
Livre fi lho das montanhas, / Eu ia bem sati sfeito, /
Da camisa aberta o peito, / – Pés descalços, braços nus
– / Correndo pelas campinas / À roda das cachoeiras,
/ Atrás das asas ligeiras / Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos / Ia colher as pitangas, /
Trepava a ti rar as mangas, / Brincava à beira do mar; /
Rezava às Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo, /
Adormecia sorrindo / E despertava a cantar!
Oh ! Que saudades que tenho / Da aurora da
minha vida, / Da minha infância querida / Que os
anos não trazem mais! / Que amor, que sonhos, que
fl ores, / Naquelas tardes fagueiras, / À sombra das
bananeiras, / Debaixo dos laranjais!
Agora leia o poema “Ai que saudades”, de escritora
de literatura infanto-juvenil Ruth Rocha:
AI QUE SAUDADES...
Ruth Rocha (1931- )
Ai que saudades que tenho / Da aurora da minha
vida / Da minha infância querida / Que os anos
não trazem mais... / Me senti a rejeitada, / Tão feia,
desajeitada, / Tão frágil, tola, impotente, / Apesar dos
laranjais.
Ai que saudades que eu tenho / Da aurora da
minha vida, / Não gostava da comida / Mas ti nha que
comer mais... Espinafre, beterraba, / E era � gado e
era fava, / E tudo que eu não gostava / Em porções
industriais.
Como são tristes os dias / Da criança escravizada,
/ Todos mandam na coitada, / Ela não manda em
ninguém... / O pai manda, a mãe desmanda, / O irmão
mais velho comanda, / Todos entram na ciranda, / E
ela sempre diz amém...
Naqueles tempos ditosos / Não podia abrir a boca,
/ E a professora era louca, / Só queria era gritar. / Senta
direito, menina! / Ou se não, tem sabati na! / Que letra
mais horrorosa! / E pare de conversar!
Oh dias da minha infância, / Quando eu fi cava
doente, / Ou senti a dor de dente, / E lá vinha
tratamento! / Era um tal de vitamina... / Mingau,
remédio, vacina, / Inalação e aspirina, / Injeção e
linimento!
E sem falar na tortura: / Blusa de gola engomada,
/ Roupa de cava apertada, / Sapati nho de verniz... /
E as ordens? Anda direito! / Diz bom dia pras visitas!
/ Que menina mais sem jeito! / Tira o dedo do nariz!
Que aurora! Que sol! Que nada! / Vai já guardar
os brinquedos! / Menina, não chupe os dedos! / Não
pode brincar na lama! / Vai já botar o agasalho! / Vai
já fazer a lição! / Criança não tem razão! / É tarde,
vai já pra cama!
Vê se penteia o cabelo! / Menina se mostradeira!
/ Menina novidadeira! / Está se rindo demais! / —
Que amor, que sonhos, que fl ores, / Naquelas tardes
fagueiras, / À sombra das bananeiras, / Debaixo dos
laranjais!
Comparando os dois poemas, é correto afi rmar:
a) ( ) Ruth Rocha faz um plágio do poema de Casimiro
de Abreu, ou seja, uma cópia fraudulenta do
primeiro texto, apresentando assim uma “imitação
ou cópia de obra intelectual ou ar� sti ca alheia
como sendo de própria autoria” (Dicionário Caldas
Aulete).
b) ( ) Ruth Rocha faz uma paródia do poema de
Casimiro de Abreu, já que promove não só “a
introdução de um novo senti do ao texto primeiro,
mas sim uma completa alteração do signifi cado
do primeiro texto.” (FERRAZ, Salma).
c) ( ) Ruth Rocha faz um pasti che do poema de
Casimiro de Abreu, uma vez que imita seu esti lo
com fi nalidade estéti ca e lúdica, confi rmando o
senti do original do poema por meio processos de
adaptação, apropriação e colagem de trechos do
texto original.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
74
Romanti smo - Poesia
3ª Geração: Social / Libertária
Entre 1870 e 1881 manifestou-se a terceira
geração do Romanti smo no Brasil. Inspirada nas
produções do escritor francês Vitor Hugo, essa fase
também foi nomeada como Geração Condoreira, em
atribuição ao Condor (águia, falcão), que tem uma
visão mais ampla, simbolizando que nessa etapa os
poetas haviam alcançado a maturidade e liberdade
fundamentais para suas produções.
Historicamente, o Brasil estava vivendo um
momento de pensamentos em favor de um Brasil
republicano (consequentemente, o fi m da monarquia)
e com foco no abolicionismo, promovendo o fi nal da
escravidão (que começou em 1850, se concreti zando
em 1888). Dessa forma, o nacionalismo brasileiro deixa
de ser representado apenas pela cultura europeia e
indígena, integrando-se também o reconhecimento
pela identi dade negra.
Por um lado, a poesia do Romanti smo no Brasil,
3ª geração, estava empenhada em denunciar as
condições de trabalho dos escravos e a realidade social
e econômica no país e, por outro, surgiu também uma
nova representação da mulher. Agora, ela deixa de ser
algo puro, quase divino como na primeira geração ou
apenas sensual, como na segunda, para uma relação
eróti ca e a consumação do amor.
 Abordagem das questões sociais, principalmente
acerca da abolição da escravatura;
 Linguagem enfáti ca;
 Defesa dos escravos;
 Eroti smo;
Principal poeta: Castro Alves, “o poeta dos escravos”,
tendo como obra de destaque O Navio Negreiro.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
O texto que segue, a parte IV de “O navio negreiro”,
é a descrição do que se via no interior de um navio
negreiro. Perceba a capacidade de Castro Alves em nos
fazer ver a cena, como se esti véssemos num teatro.
“O navio negreiro”
Castro Alves Era um sonho dantesco...
O tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a
se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens
negros como a noite, Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras
crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas, No turbilhão
de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente... E da ronda
fantásti ca a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala, Ouvem-se
gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia, A multi dão faminta
cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece... Outro, que de
mar� rios embrutece, Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra. E após,
fi tando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o
chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!...”
E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda
fantásti ca a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam!... Gritos,
ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
açoite: chicote.
arquejar: ofegar.
dantesco: relati vo às cenas de horríveis narradas por
Dante Alighieri em sua obra Divina comédia, na parte
em que descreve o inferno.
luzernas: clarões.
tombadilho: alojamento do navio.
turbilhão: redemoinho.
vãs: inúteis, sem valor.
1. O texto revela grande força expressiva em razão de
sua plasti cidade, criada a parti r das fortes imagens e
das sugestões de cor, som e movimento que envolvem
a cena. Com relação a esses recursos, responda:
a) A que se referem as metáforas “a orquestra” e “a
serpente” na 3ª e na 6ª estrofes?
b) Duas cores são postas em contraste na 1ª e na 2ª
estrofes. Quais são elas e o que representam?
c) Observe a 1ª, 3ª, 4ª e 5ª estrofes e destaque delas
palavras ou expressões que sugiram movimento.
d) Observe a 1ª e a 3ª estrofes e destaque delas
palavras ou expressões que se associem a
sonoridade.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
75
2. Acentuando a plasti cidade do texto, por duas vezes
o poeta aproxima as ideias de som e movimento,
empregando as palavras orquestra e dança, como
se houvesse uma dança dos escravos ao som da
orquestra. De acordo com o texto, explique que ti po
de dança os escravos realizam.
3. Além de an� teses, também hipérboles foram
empregadas nesse poema de Castro Alves. A hipérbole
é uma fi gura de linguagem que se caracteriza pelo
exagero na expressão. Destaque da 1ª estrofe três
hipérboles e indique que efeito de senti do têm no
texto.
4. O poema “O navio negreiro” tem uma fi nalidade
políti ca e social evidente: a erradicação da escravidão
no Brasil. De que modo o poeta procura ati ngir o
público e convencê-lo de suas ideias: com argumentos
racionais ou com a exploração das emoções? Justi fi que.
PROSA
Surgimento dos folheti ns, a parti r da implantação
da imprensa no Brasil, que veio com a chegada da
família real, em 1808. Esses folheti ns eram o que
chamamos hoje de telenovelas.
 Herói idealizado.
 A literatura passar a ter um público alvo, visando
à lucratividade.
 Exaltação do Brasil / nacionalismo
 Flashbacks: recordações uti lizadas para explicar
acontecimentos do presente.
 Senti mentalismo explícito.
Tipos de romance Indianista
• Exaltação da cultura e costumes indígenas;
• Índio representado como herói;
• Representação da paisagem brasileira;
Principais obras: Iracema e O Guarani, ambas
Histórico
• Exposição dos costumes do passado;
• Mescla de fi cção e realidade;
• Principais obras: As Minas de Prata e A Guerra
dos Mascates, ambas também de José de
Alencar.
Urbano
• Exposição dos costumes no ambiente urbano,
principalmente na cidade do Rio de Janeiro;
• Principais obras: A Moreninha, de Joaquim
Manuel de Macedo, Memórias de um Sargento
de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida,
Senhora, de José de Alencar.
Sertanejo
• Aborda temas e situações que se passam longe
dos ambientes urbanos, focando no povo do
interior e em seus costumes;
• Principal obra: O Sertanejo, de José de Alencar.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
O GUARANI
José de Alencar
Os gritos e bramidos dos selvagens, que
conti nuavam com algumas interrupções, foram-se
aproximando da casa; conhecia-se que escalavam o
rochedo nesse momento.
Alguns minutos se passaram numa ansiedade
cruel. D. Antônio de Mariz depositou um últi mo beijo
na fronte de sua fi lha; D. Lauriana apertou ao seio a
cabeça adormecida da menina e envolveu-se numa
manta de seda.
Peri, com o ouvido atento, o olhar fi to na porta,
esperava. Ligeiramente apoiado sobre o espaldar da
cadeira às vezes estremecia de impaciência e bati a
com o pé sobre o pavimento da sala.
De repente um grande clamor soou em torno da
casa; as chamas lamberam com as suas línguas de fogo
as frestas das portas e janelas; o edi� cio tremeu desde
os alicerces com o embate da tromba de selvagens
que lançava nomeio do incêndio.
Peri, apenas ouviu o primeiro grito, reclinou
sobre a cadeira e tomou Cecília nos braços; quando
o estrondo soou na porta larga do salão, o índio já
ti nha desaparecido.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
76
Apesar da escuridão profunda que reinava em
todo o interior da casa, Peri não hesitou um momento;
caminhou direto ao quarto onde habitara sua senhora,
e subiu à janela.
Uma das palmeiras da cabana estendia-se por
cima do precipício e apoiava-se a trinta palmos de
distância sobre um dos galhos da árvore que os
aimorés ti nham abati do durante o dia que ti raram
aos habitantes da casa a menor esperança de fuga.
Peri, apertando Cecília nos braços, fi rmou o
pé sobre essa ponte frágil, cuja face convexa ti nha
quando muito algumas polegadas de largura.
Quem lançasse os olhos nesse momento para
aquela banda da esplanada veria ao pálido clarão do
incêndio deslizar-se lentamente por cima do precipício
um vulto hirto, como um desses fantasmas que,
segundo a crença popular, atravessam à meia-noite
as velhas ameias de algum castelo em ruínas.
A palmeira oscilava, e Peri, embalando-se sobre o
abismo, adiantava-se vagarosamente para a encosta
oposta. Os gritos dos selvagens repercuti am nos ares
de envolta com o estrépito dos tacapes que abalavam
as portas da sala e as paredes do edi� cio.
Sem se inquietar com a certa tumultuosa que
deixava após si, o índio ganhou a margem oposta,
e segurando com uma mão nos galhos da árvore,
conseguiu tocar a terra sem o menor acidente.
Então, fazendo uma volta para não aproximar-
se do campo dos aimorés, dirigiu-se à margem do
rio; aí estava escondida entre as folhas a pequena
canoa que serviria outrora para os habitantes da casa
atravessarem o Paquequer.
Durante a ausência de uma hora que Peri ti nha
feito, quando deixava Cecília adormecida, ele havia
tudo preparado para essa empresa arriscada que
devia salvar sua senhora.
Graças à sua ati vidade espantosa, armou com
o auxílio da corda a ponte pênsil sobre o precipício,
correu ao rio, amarrou a canoa no lugar que lhe
pareceu mais propício, e em duas viagens levou esse
barquinho que ia servir de morada a Cecília durante
alguns dias, tudo quanto a menina podia crescer.
1. O texto, sem deixar dúvidas, é legíti mo representante
do ti po de romance do Romanti smo. Que afi rmação
NÃO comprovaria essa tese?
a) A tendência a desenvolver um discurso comovente
e emocionante.
b) A confi guração, pelos seus atos, da personagem
como herói.
c) A narrati va marcada por situações que conduzem
ao suspense, técnica essa que prendia o leitor aos
acontecimentos.
d) O emprego esti lísti co da hipérbole, denunciando a
maneira senti mentalmente exagerada de conduzir
a narrati va.
e) O apego ao descriti vismo da realidade imediata
com a fi nalidade de dar verossimilhança aos fatos
narrados.
2. De que modo podemos ver a presença da
personagem Peri como personagem � pica da criação
poéti ca do Romanti smo?
3. Qual o ponto de vista da narrati va?
4. (UFPR 2009) Memórias de um sargento de milícias,
de Manuel Antônio de Almeida, tem merecido atenção
dos críti cos literários há bem mais de um século.
Identi fi que, entre os trechos de críti cas literárias a
seguir, quais se referem a essa obra.
1. Essa obra é, dos seus primeiros livros, o que
mais possui o ar de modernidade a que se
referiu Barreto Filho, “deslocando o interesse
do acontecimento objeti vo para o estudo dos
caracteres”, na linha portanto do romance
psicológico a que se entregaria defi niti vamente,
rompendo com a tendência ao romanesco tão em
voga. (Adaptado de: COUTINHO, Afrânio. Estudo
Críti co. p. 26.)
2. Essa obra difere da maioria dos romances
românti cos, pois apresenta uma série de
procedimentos que fogem ao padrão da prosa
românti ca. O protagonista não é herói nem vilão,
mas um malandro simpáti co que leva uma vida
de pessoa comum; não há idealização da mulher,
da natureza ou do amor, sendo reais as situações
retratadas; a linguagem se aproxima da jornalísti ca,
deixando de lado a excessiva metaforização que
caracteriza a prosa românti ca. (Adaptado de:
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português Linguagens, vol II, p. 182.)
3. [...] o distanciamento cronológico dessa obra é
de poucos anos, o que autoriza classifi cá-la antes
de novela de memórias que histórica. Donde o
argumento, que o escritor ouviu de um colega
do “Correio Mercanti l”, de ostentar característi cas
de documento de uma fase histórica do Rio de
Janeiro, porventura ainda vigente na altura em que
a narrati va foi elaborada. Desse teor documental
nasce o realismo que perpassa [...] toda a obra: um
realismo insti nti vo, quase de reportagem social,
a que faltam apenas arquitraves cien� fi cas para
se transformar no Realismo ortodoxo da segunda
metade do século XIX. (Adaptado de: MOISÉS,
Massaud, A literatura brasileira através dos textos.
p. 173.)
4. É supérfl uo encarecer o valor documental da obra.
A críti ca sociológica já o fez com a devida minúcia.
Essa obra nos dá, na verdade, um corte sincrônico
da vida familiar brasileira nos meios urbanos em
uma fase em que já se esboçava uma estrutura

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
77
não mais puramente colonial, mas ainda longe do
quadro industrial-burgûes.
E, como o autor conviveu de fato com o povo, o
espelhamento foi distorcido apenas pelo ângulo
da comicidade. Que é, de longa data, o viés pelo
qual o arti sta vê o � pico, e sobretudo o � pico
popular. (Adaptado de: BOSI, Alfredo. História
concisa da literatura brasileira. p. 134.)
Referem-se à obra Memórias de um sargento de
milícias os trechos:
a) 1,2 E 3 apenas.
b) 2 e 4 apenas.
c) 1 e 4 apenas.
d) 2, 3 e 4 apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
5. (UTFPR) Em relação à obra Memórias de um
Sargento de Milícias, marque a alternati va correta;
a) o tempo dos acontecimentos que envolvem
Leonardo Pataca e seu fi lho, Leonardo, é o mesmo
em que o narrador escreve no romance.
b) a linguagem do romance é bem românti ca,
idealizando muito e sempre os fatos que se
revelam sob um prisma enaltecedor.
c) a insti tuição familiar, especialmente, a família
composta por Leonardo Pataca, Maria e o herói da
narrati va é sobretudo burguesa, ordeira e sólida.
d) a igreja, sobretudo a Católica, passa por um
processo de idealização, emergindo como
insti tuição inabalável, piedosa e principalmente
voltada para a vida espiritual.
o coti diano fl uminense,
simultaneamente de voto e profano,
revela-se a parti r de uma linguagem
prosaica em que as festas religiosas são
pintadas em parte como folias
carnavalescas.
6. (UFPR) Sobre o romance Memórias de um Sargento
de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, assinale
a alternati va correta.
a) o pretérito imperfeito da frase que dá início ao
romance – “Era no tempo do rei”- fornece uma
referência temporal equivalente à das lendas e
histórias da carochinha, sem verossimilhança
histórica.
b) a divisão em capítulos revela a difi culdade da
literatura da época para encadear em uma
narrati va con� nua as ações de uma grande
quanti dade de personagens.
c) localizamos boa parte do humor da narrati va
na diferença existente entre as pretensões do
padrinho e da madrinha para o futuro do afi lhado
Leonardo Pataca e a realidade das trapalhadas e
peripécias realizadas por ele.
d) os desati nos do protagonista são justi fi cados na
narrati va pelo abandono paterno e materno,
demonstrando o aprofundamento psicológico
que sustenta a construção da personagem.
e) a ênfase na denúncia da violência contra os
escravos permite afi rmar que Memórias de um
Sargento de Milícias é um romance social.
7. (UFPR) Considere as seguintes afi rmações sobre
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel
Antônio de Almeida:
I – publicado originalmente como folheti m, alcançou
o patamar de cânone da literatura brasileira por
inaugurar no Brasil e escola realista-naturalista, muito
afeita a denúncias sociais.
II – a personagem principal, Leonardo Pataca, fi lho,
embora tendo nascido em uma família desestruturada,
dá mostras de superação pessoal no longo esforço que
lhe custou alcançar o cargo de Sargento de Milícias.
III – na passagem do jornal para o livro, foram manti dos
os elementos folheti nescos do original. IV – como
personagem José Dias, de Dom Casmurro, Leonardo
Pataca, fi lho, é um exemplo de agregado, fi gura � pica
presente nas grandes famílias brasileiras, que ganham
teto e comida em troca de pequenos favores.
Assinale a alternati va correta.
Apenas as afi rmati vas I e II são verdadeiras:
a) Apenas a afi rmati va III é verdadeira
b) Apenas as afi rmati vas I, II e III são verdadeiras
c) Apenas as afi rmati vas II, III e IV são verdadeiras
d) Apenas as afi rmati vas I, II e IV são verdadeiras
e) Apenas as afi rmati vas I e II são verdadeiras
Autores do Romanti smo no Brasil
 Gonçalves de Magalhães: poeta responsável
por trazer o Romanti smo para o Brasil;
 Gonçalves Dias: importante poeta indianista e
nacionalista, da primeira geração do Roman-
ti smo brasileiro;
 Álvares de Azevedo: representante da segunda
fase do Romanti smo, expressava a angústi a e
melancolia da geração;
 Casimiro de Abreu: assim como Álvares de
Azevedo, também apresentava um subjeti vis-
mo exacerbado e grande melancolia. Entretan-
to, foi considerado como um poeta inocente,
por retratar mais o saudosismo à infância;
 Junqueira Freire: poeta também da segunda
fase do Romanti smo, ti nha como marca a gran-
de angústi a e relação com a morte;
 Fagundes Varela: inspirado na poesia de Lord
Byron, abordava a angústi a, a melancolia e o
desengano;

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
78
 Castro Alves: conhecido como Poeta dos Es-
cravos, foi da 3ª geração do Romanti smo. Ele
contribuiu tanto com a denúncia em relação
aos escravos, quanto escreveu poemas que
apresentam a nova representação da mulher;
 Tobias Barreto: poeta também da 3ª fase do
Romanti smo, abordava a escravidão e defendia
a liberdade religiosa;
 Bernardo Guimarães: boêmio e defensor do
byronismo, contribuiu principalmente para a
prosa românti ca;
 José de Alencar: um dos principais escritores
em prosa do Romanti smo brasileiro;
 Franklin Távora: importante escritor da pro-
sa românti ca, foi responsável por introduzir o
Romanti smo regionalista no nordeste;
 Machado de Assis: escritor que pertenceu ao
fi nal do Romanti smo e início do movimento
literário subsequente, o Realismo.
Obras do Romanti smo no Brasil
Romanti smo no Brasil — poesia
Suspiros Poéti cos e Saudades; Os Mistérios;
Primeiros Cantos; Últi mos Cantos; As Brasilianas;
Canção do Exílio; Lira dos Vinte Anos; As Primaveras;
Meus Oito Anos; Noturnos; Anchieta ou O Evangelho
nas Selvas; Diário de Lázaro; O Navio Negreiro –
Tragédia no Mar; Espumas Flutuantes; Vozes d’África;
Os Escravos; Obras Poéti cas; Que Mimo; O Gênio da
Humanidade; A Escravidão.
Romanti smo no Brasil — prosa
O Ermitão de Muquém; O Garimpeiro; Lendas e
Romances; O Seminarista; A Escrava Isaura; O Corti ço;
Suspiros Poéti cos e Saudades; Os Mistérios;
Primeiros Cantos; Últi mos Cantos; As Brasilianas;
Canção do Exílio; Lira dos Vinte Anos; As Primaveras;
Meus Oito Anos; Noturnos; Anchieta ou O Evangelho
nas Selvas; Diário de Lázaro; O Navio Negreiro –
Tragédia no Mar; Espumas Flutuantes; Vozes d’África;
Os Escravos; Obras Poéti cas; Que Mimo; O Gênio da
Humanidade; A Escravidão.
Ubirajara; Iracema; O Guarani; Lucíola; A Viuvinha;
O Tronco do Ipê; Ressurreição; A mão e a luva; Helena;
A Moreninha; Memórias de um Sargento de Milícias;
O Noviço; O Cabeleira; O Matuto; Inocência.
O Romanti smo no Brasil representou
historicamente três grandes momentos que foram:
o fi m do Brasil Colônia e início do Brasil Império, a
luta contra a escravidão e a favor do Brasil República.
Marcado pelo senti mentalismo exacerbado e fi m da
preocupação com a forma.
Principais Autores e Obras Românti cos
GONÇALVES DIAS
Gonçalves Dias (1823-
1864) foi um poeta,
professor, jornalista e
teatrólogo brasileiro. É
lembrado como o grande
poeta indianista da Primeira
Geração Românti ca. Deu
romanti smo ao tema índio
e uma feição nacional à
sua literatura. É lembrado
como um dos melhores
poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da
cadeira nº. 15 da Academia Brasileira de Letras.
Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias,
Maranhão, no dia 10 de agosto de 1823. Filho de um
comerciante português e uma mesti ça viveu em um
meio social conturbado. Durante os anos da infância,
ajudou seu pai no comércio, ao mesmo tempo, que
recebeu educação de um professor parti cular.
Em 1838, viajou para Coimbra e ingressou no
Colégio das Artes, onde concluiu o curso secundário.
Em 1840 matriculou-se na Universidade de Direito
de Coimbra, onde teve contato com escritores do
romanti smo português, entre eles, Almeida Garre� ,
Alexandre Herculano e Feliciano de Casti lho.
Durante sua permanência em Coimbra, escreveu a
maior parte de suas obras, inclusive a famosa “Canção
do Exílio” (1843), onde expressa o senti mento da
solidão e do exílio. Em 1845, depois de formado em
Direito, Gonçalves Dias retornou para o Maranhão,
indo no ano seguinte morar no Rio de Janeiro
procurando integrar-se ao meio literário.
Em 1847, com a publicação de “Primeiros Cantos”,
conseguiu sucesso e o reconhecimento do público.
Recebeu elogios de Alexandre Herculano, poeta
românti co português. Ao apresentar o livro, Gonçalves
Dias confessa: “Dei o nome Primeiros Cantos às
poesias que agora publico, porque espero que não
sejam as últi mas”. Em 1848 publica o livro “Segundos
Cantos”.
Em 1849, é nomeado professor de Lati m e História
do Brasil no Colégio Pedro II. Durante esse período
escreveu para várias publicações, entre elas, o Jornal
do Comércio, a Gazeta Mercanti l e para o Correio
da Tarde. Nessa época funda a Revista Literária
Guanabara. Em 1851, Gonçalves Dias publica o livro,
“Últi mos Cantos”. Regressa ao Maranhão e conhece
Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixona,
mas por ser mesti ço não tem o consenti mento da
família dela que proíbe o casamento. Mais tarde casa-
se com Olímpia da Costa. Gonçalves Dias exerceu o
cargo de ofi cial da Secretaria de Negócios Estrangeiros,
poetas líricos da literatura brasileira. É Patrono da

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
79
foi várias vezes à Europa e em 1854, em Portugal,
encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro
inspira o poeta a escrever o poema “Ainda Uma Vez
— Adeus!”.
Em 1862, Antônio Gonçalves Dias vai à Europa
para tratamento de saúde. Sem resultados embarca
de volta no dia 10 de setembro de 1864, porém o navio
francês Ville de Boulogne em que estava, naufraga
perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão,
onde o poeta falece.
Gonçalves Dias faleceu na costa do Maranhão, no
dia 3 de novembro de 1864.
Gonçalves Dias é considerado o grande poeta ro
mânti co brasileiro. A história do Romanti smo no Brasil
se confunde com a própria história políti ca da primeira
metade do século XIX. A Independência políti ca,
em 1822, despertou a consciência de se criar uma
cultura brasileira identi fi cada com as raízes históricas,
linguísti cas e culturais.
Gonçalves Dias fez parte da Primeira Geração de
“poetas” românti cos brasileiros. Sua obra poéti ca
apresenta os gêneros lírico e épico. Na lírica, os temas
mais comuns são: o índio, o amor, a natureza, a pátria
e a religião. Na épica, canta os feitos heroicos dos
índios.
O Indianismo: Gonçalves Dias é o mais célebre
poeta indianista. Exaltou a coragem e a valenti a do
índio, que passa a ser o personagem principal, o herói.
Entre os principais poemas indianistas destacam-se:
“Marabá”, “O Canto do Piaga”, “Leito de Folhas Verdes”
e principalmente, “I-Juca Pirama” – considerado o
mais perfeito poema épico indianista da literatura
brasileira.
O Amor: A parte amorosa conti da em seus versos
foi inspirada por Ana Amélia Ferreira do Vale. O poeta
amou a jovem, cujo casamento não foi permiti do pela
família. A recusa causa-lhe penosos sofrimentos, por
ele registrados nos poemas: “Se se morre de amor”,
“Ainda Uma Vez – Adeus” e “Minha Vida e Meus
Amores”.
A Natureza: Como poeta da natureza, Gonçalves
Dias canta as fl orestas e a imensa luz do sol. Seus
poemas sobre os elementos naturais conduzem seu
pensamento a Deus. Sua poesia sobre a natureza se
entrelaça com o saudosismo. Sua nostalgia o remete à
infância, Na Europa sente-se exilado e é levado até sua
terra natal através da “Canção do Exílio” um clássico
de nossa literatura.
Obras de Gonçalves Dias
• Canção do Exílio, 1843
• Primeiros Cantos, 1847
• Segundos Cantos, 1848
• Sexti lhas do Frei Antão, 1848
• Últimos Cantos, 1851
• I - Juca Pirama, 1851
• Os Timbiras,1857 (inacabado)
• Dicionário da Língua Tupi, 1858
• Liria Varia, 1869 (obra póstuma)
• Canção do Tamoio
• O Canto do Guerreiro
ÁLVARES DE AZEVEDO
Álvares de Azevedo
(1831-1852) foi um poeta,
escritor e conti sta, da
Segunda Geração Românti ca
brasileira. Suas poesias
retratam o seu mundo
interior. É conhecido como
«o poeta da dúvida».
Faz parte dos poetas
que deixaram em segundo
plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados
na Primeira Geração Românti ca, e mergulha fundo
em seu mundo interior. É Patrono da cadeira n.º 2,
da Academia Brasileira de Letras.
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em
São Paulo no dia 12 de setembro de 1831. Era fi lho
do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona
Luísa Azevedo. Aos dois anos de idade, junto com sua
família, muda-se para o Rio de Janeiro.
Em 1836 morre seu irmão mais novo, fato que o
deixou bastante abalado. Foi aluno brilhante, estudou
no colégio do professor Stoll, onde era constantemente
elogiado. Em 1845 ingressou no Colégio Pedro II.
Em 1848, Álvares de Azevedo voltou para São
Paulo e iniciou o curso de Direito na Faculdade do
Largo de São Francisco, onde passou a conviver com
vários escritores românti cos.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
80
Nessa época fundou a revista da Sociedade Ensaio
Filosófi co Paulistano, traduziu a obra Parisina, de
Byron e o quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre
outros trabalhos.
Álvares de Azevedo vivia em meio aos livros da
faculdade e se dedicava a escrever suas poesias. Toda
sua obra poéti ca foi escrita durante os quatro anos
que cursou a faculdade. O senti mento de solidão e
tristeza, refl eti dos em seus poemas, era de fato a
saudade da família, que fi cara no Rio de Janeiro.
Morte
Em 1852, Álvares de Azevedo adoece e abandona
a faculdade, um ano antes de completar o curso de
Direito. Viti mado por uma tuberculose e sofrendo
com um tumor, Álvares de Azevedo é operado, mas
não resiste.
Álvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de
1852, com apenas 20 anos de idade. Sua poesia Se Eu
Morresse Amanhã!, escrita alguns dias antes de sua
morte, foi lida, no dia de seu enterro, pelo escritor
Joaquim Manuel de Macedo.
O Ultrarromanti smo
Álvares de Azevedo é o nome mais importante
do «Ultrarromanti smo», também conhecido como
a «Segunda Geração Românti ca», quando os poetas
deixaram em segundo plano os temas nacionalistas
e indianistas e mergulharam no seu mundo interior.
Seus poemas falam constantemente do tédio da
vida, das frustrações amorosas e do senti mento de
morte. A fi gura da mulher aparece em seus versos,
ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre
inacessível.
Álvares de Azevedo deixa transparecer em seus
textos, a marca de uma adolescência confl itante
e dilacerada, representando a experiência mais
dramáti ca do Romanti smo brasileiro.
Em alguns poemas, Álvares de Azevedo surpreende
o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra-
se irônico e com um grande senso de humor, que ri
da própria poesia românti ca. Álvaro de Azevedo não
teve nenhuma obra publicada em vida. O livro Lira
dos Vinte Anos foi a única obra preparada pelo poeta.
FAGUNDES VARELA
Fagundes Varela (1841- 1875) foi um poeta
brasileiro. Sua poesia apresenta característi cas da
segunda e da terceira geração de poetas românti cos
do Brasil. Além de apresentar temas sobre a natureza,
a angústi a, a solidão, a melancolia e o desengano,
apresenta também temas sociais e políti cos. É patrono
da cadeira n.º 11 da Academia Brasileira de Letras.
Fagundes Varela (Luís Nicolau Fagundes Varela)
nasceu na Fazenda Santa Clara, em Rio Claro, no Rio
de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1841. Filho do
Magistrado e fazendeiro Emiliano Fagundes Varela

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
81
e de Emília de Andrade passou a infância junto à
natureza. Em 1860, muda-se para São Paulo, ingressa
na Faculdade de Direito no Largo São Francisco e
parti cipa da vida boêmia da cidade.
Livros de Álvares de Azevedo
• Macário, obra dramáti ca, (1850)
• Lira dos Vinte Anos, poesia (1853)
• A Noite na Taverna, prosa (1855)
• O Conde Lopo, poesia (1866)
Em 1861, Fagundes Varela publica seu primeiro
livro de poesias “Noturnas”, com apenas 32 páginas,
com infl uência de Byron e dos poetas românti cos que
lhe antecederam como no poema “Arquéti po”:
Ele era belo! Na espaçosa fronte
O dedo do Senhor gravado havia
O sigilo do Gênio: em seu caminho
O hino da manhã soava ainda,
E os pássaros da selva gorjeando
Saudavam-lhe a passagem neste mundo. (...)
Em 1862, Fagundes Varela conhece Alice
Guilhermina Luande, fi lha do proprietário de um
circo que estava instalado em São Paulo. Segue até
Sorocaba e lá casa-se com ela, no dia 28 de maio.
Em 1863 nasce seu fi lho Emiliano, que morre em
dezembro, com apenas três meses de vida. A morte
do fi lho lhe inspira seu mais famoso poema “Cânti co
do Calvário”, um dos momentos mais sublime de sua
produção literária.
Em 1865, Fagundes Varela muda-se para o Recife
e ingressa na Faculdade de Direito, onde presencia a
onda de nacionalismo ali desencadeada. Nesse
mesmo ano, com a morte da esposa, volta para São
Paulo. Em 1866 retorna para a Faculdade de Direito
de São Paulo, mas pouco frequenta as aulas. Nessa
ocasião, Fagundes renuncia aos estudos
defi niti vamente e volta para a sua casa paterna.
Em 1869 casa-se com
a prima Maria Beliscaria
Lambert. Da união
nasceram duas fi lhas,
Lélia e Rute. Seu terceiro
fi lho, também chamado
Emiliano, não sobreviveu.
Fagundes leva uma vida
boemia e era visto muitas
vezes embriagado.
Fagundes Varela
faleceu precocemente,
na cidade de Niterói, Rio
de Janeiro, no dia 18 de fevereiro de 1875.
Geração Românti ca
Fagundes Varela é considerado o poeta da
natureza, é o autor que melhor a reproduz nos versos
da literatura brasileira. Sua obra é repleta de um
lirismo bucólico.
Sua obra poéti ca, embora ainda presa a certas
ati tudes ultrarromânti cas, da segunda geração, como
o pessimismo, a solidão e a morte, aponta novos
rumos, que conduzem à geração seguinte.
A poesia de Fagundes Varela além de ser um
lamento senti mental ou uma queixa amorosa passa
a ser também um grito de protesto ou de reivindicação
social. É considerado o precursor da poesia social e
abolicionista.
A obra de Fagundes Varela pode ser separada de
acordo com os temas abordados:
Obras de Fagundes Varela
• Noturnos (1861)
• Cânti co do Calvário (poema 1863)
• O Estandarte Auriverde (1863)
• Vozes da América (1864)
• Cantos e Fantasias (1865)
• Cantos Meridionais (1869)
CASTRO ALVES
(1847-1871) foi um poeta brasileiro, representante
da Terceira Geração Românti ca no Brasil. O Poeta dos
Escravos expressou em suas poesias a indignação aos
graves problemas sociais de seu tempo. É patrono da
cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras. Antônio
Frederico de Castro Alves nasceu na vila de Curralinho,
hoje cidade de Castro Alves, Bahia, em 14 de março
de 1847. Era fi lho de Antônio José Alves, médico e
também professor, e de Clélia Brasília da Silva Castro.
Em 1854, sua família mudou-se para Salvador, pois
seu pai foi convidado para lecionar na Faculdade de
Medicina. Em 1858 ingressou no Ginásio Baiano onde
foi colega de Rui Barbosa.
Demonstrou vocação apaixonada e precoce
pela poesia. Em 1859 perdeu sua mãe. No dia 9 de
setembro de 1860, com 13 anos, recitou sua primeira
poesia em público em uma festa na escola.
Sofrimento: a dor confere a Fagundes Varela uma
notável inspiração poéti ca, como no poema “Cânti co
do Calvário”, dedicado ao fi lho e publicado na obra
“Cantos e Fantasias”. Sua Brasília da Silva Castro.
Em 1854, sua família mudou-se para Salvador, pois
seu pai foi convidado para lecionar na Faculdade de
Medicina. Em 1858 ingressou no Ginásio Baiano onde
foi colega de Rui Barbosa.
Demonstrou vocação apaixonada e precoce
pela poesia. Em 1859 perdeu sua mãe. No dia 9 de
setembro de 1860, com 13 anos, recitou sua primeira
poesia em público em uma festa na escola.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
82
No dia 24 de janeiro de 1862, seu pai se casa com
a viúva Maria Ramos Guimarães. No dia 25, o casal,
o poeta e seu irmão José Antônio partem no vapor
Oiapoque para a cidade do Recife onde o jovem iria
fazer os preparatórios para ingressar na Faculdade de
Direito.
Castro Alves chegou ao
Recife numa época em que
a capital pernambucana
efervescia com os
ideais abolicionistas e
republicanas. Cinco meses
depois de chegar, publicou
o poema “A Destruição de
Jerusalém”, no Jornal do
Recife, recebendo muitos
elogios. Na tentati va de
entrar na Faculdade de
Direito, Castro Alves foi reprovado duas vezes.
No Teatro Santa Isabel, que se tornou quase
um prolongamento da faculdade, realizavam-se
verdadeiros torneios entre os estudantes. Nesse
ambiente, em março de 1863, durante uma
apresentação da peça Dalila, de Octave Feuillet, Castro
Alves se encanta com a atriz Eugênia Câmara. Em 17
de maio publica no jornal “A Primavera”, sua primeira
poesia sobre a escravidão. Um mês depois, enquanto
escrevia uma poesia para Eugênia, os sintomas da
tuberculose começaram a aparecer. Em 1864 morre
seu irmão. Mesmo abalado, é fi nalmente aprovado
no curso de Direito. Castro Alves parti cipa ati vamente
da vida estudanti l e literária. Publica suas poesias no
jornal “O Futuro”. No 4.º número, publica uma sáti ra
à academia e aos estudos jurídicos.
No dia 7 de outubro, prova o gosto da morte. Uma
dor no peito e uma tosse incontrolável o faz lembrar,
da mãe e dos poetas que morreram com a doença.
No ímpeto, escreve “Mocidade e Morte”.
Nesse mesmo ano, volta para a Bahia, faltando
aos exames e perdendo o ano na faculdade. Em
Salvador, na casa da Rua do Sodré procura repousar.
Em março de 1865 ele retorna ao Recife e ao curso de
Direito. Isolado no bairro de Santo Amaro, vive com
a misteriosa Idalina.
Ao visitar o amigo Maciel Pinheiro, condenado
à prisão escolar, no térreo do Colégio das Artes, por
haver criti cado a academia em um arti go no Diário de
Pernambuco, escreve o poema “Pedro Ivo”, exaltando
o revolucionário da Praieira e o ideal republicano.
No dia 11 de agosto de 1865, na abertura solene
das aulas, a sociedade pernambucana se reunia no
salão nobre da faculdade para ouvir os discursos e
saudações das autoridades, professores e alunos.
Castro Alves é um deles: “Quebre-se o cetro do
Papa, / Faça-se dele uma cruz! / A púrpura sirva ao
povo/ Para cobrir os ombros nus. (...)”. Os mais velhos
olhavam admirados e os mais jovens deliravam.
Direito, Castro Alves foi reprovado duas vezes.
No dia 23 de janeiro de 1866 morre seu pai,
deixando cinco fi lhos menores de 14 anos. A
responsabilidade fi cou com a viúva e com Castro
Alves, agora com 19 anos.
Nessa época, Castro Alves inicia um intenso caso
de amor com Eugênia Câmara, dez anos mais velha
que ele. Em 1867 partem para a Bahia, onde ela iria
representar um drama em prosa, escrito por ele “O
Gonzaga ou a Revolução de Minas”.
Em seguida, Castro Alves parte para o Rio de
Janeiro onde conhece Machado de Assis, que o ajuda
a ingressar nos meios literários. Em seguida, vai para
São Paulo e conclui o Curso de Direito na Faculdade
de Direito do Largo do São Francisco.
Em 1868 rompe com Eugênia. De férias, numa
caçada nos bosques da Lapa, fere o pé esquerdo com
um ti ro de espingarda, resultando na amputação
do pé. Em 1870 volta para Salvador onde publica
Espumas Flutuantes, único livro editado em vida, onde
apresenta uma poesia lírica, exaltando o amor sensual
e a natureza, como no poema Boa Noite.
Castro Alves faleceu em Salvador, no dia 6 de julho
de 1871, viti mado pela tuberculose, com apenas 24
anos de idade.
Característi cas da Obra de Castro Alves
Castro Alves é a maior fi gura do Romanti smo.
Desenvolveu uma poesia sensível aos problemas
sociais de seu tempo e defendeu as grandes causas
da liberdade e da justi ça.
Denunciou a crueldade da escravidão e clamou
pela liberdade, dando ao romanti smo um senti do
social e revolucionário que o aproximava do Realismo.
Sua poesia era como um grito explosivo a favor dos
negros, sendo por isso denominado “O Poeta dos
Escravos”.
Sua poesia é classifi cada como “Poesia Social”,
que aborda o tema do inconformismo e da abolição
da escravatura, através da inspiração épica e da
linguagem ousada e dramáti ca como nos poemas:
Vozes d’África e Navios Negreiros, da obra Os Escravos
(1883), que fi cou inacabada.
Com “Poeta do Amor” ou “Poeta Lírico”, a mulher
não aparece distante, sonhadora, intocada como em
outros românti cos, mas uma mulher real e sensual. Foi
também o “Poeta da Natureza”, como se observa nos
versos de “No Baile na Flor” e “Crepúsculo Sertanejo”,
onde enaltece a noite e o Sol, como símbolos da
esperança e liberdade.
Poesias de Castro Alves
• A Canção do Africano
• A Cachoeira de Paulo Afonso
• A Cruz da Estrada
• Adormecida

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
83
• Amar e Ser Amado
• Amemos! Dama Negra
• As Duas Flores
• Espumas Flutuantes
• Hinos do Equador
• Minhas Saudades
• O “Adeus” de Teresa
• O Coração
• O Laço de Fita
• O Navio Negreiro
• Ode ao Dois de Julho
• Os Anjos da Meia Noite
• Vozes d’África
JOSÉ DE ALENCAR
José de Alencar (1829-1877)
foi um romancista, dramaturgo,
jornalista, advogado e políti co
brasileiro. Foi um dos maiores
representantes da corrente
literária indianista e o principal
romancista brasileiro da fase
românti ca. Entre seus romances
destacam-se “Iracema” e
“Senhora”.
Seu romance “O Guara
ni”, publicado em forma de folheti m, no Diário do
Rio de Janeiro, alcançou enorme sucesso e serviu
de inspiração ao músico Carlos Gomes que compôs
a ópera O Guarani. Foi escolhido por Machado de
Assis para patrono da Cadeira nº. 23 da Academia
Brasileira de Letras.
Infância e Juventude
José Marti niano de Alencar Júnior nasceu no síti o
Alagadiço Novo, Mecejana, Ceará, no dia 1 de maio de
1829. Era fi lho de José Marti niano de Alencar, senador
do império, e de Ana Josefi na. Em 1838 mudou-se
com a família para o Rio de Janeiro.
Com 10 anos, José de Alencar ingressou no Colégio
de Instrução Elementar. Durante a noite, presenciava
os encontros políti cos de seu pai. Em sua casa, tramou-
se a maioridade de D. Pedro II, decretada em 1840.
Com 14 anos, José de Alencar foi para São Paulo, onde
terminou o secundário e ingressou na Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco.
Em 1844, ao ver o sucesso do livro “A Moreninha”
de Joaquim Manuel de Macedo, resolveu que seria
escritor de romances. Entregou-se à leitura dos
autores mais infl uentes da época, como Alexandre
Dumas, Balzac, Byron, entre outros.
Em 1847, com 18 anos, iniciou seu primeiro
romance “Os Contrabandistas”, que fi cou inacabado.
Em 1848 foi para Pernambuco, onde conti nuou seu
curso na Faculdade de Direito de Olinda, concluído
em 1851. De volta a São Paulo levou o esboço de dois
romances históricos: “Alma de Lázaro” e “O Ermitão
da Glória”, que só seriam publicados no fi m da vida.
Ainda em 1851, José de Alencar voltou para o
Rio de Janeiro onde exerceu a advocacia. Em 1854,
in gressou no Correio Mercanti l, na seção “Ao Correr
da Pena”, onde comentava os acontecimentos sociais,
as estreias de peças teatrais, os novos livros e as
questões políti cas.
Em 1855 assumiu as funções de gerente e
redatorchefe do “Diário do Rio”, onde publicou, em
folheti m, seu primeiro romance “Cinco Minutos”
em 1856. No dia 1 de janeiro de 1857 começou a
publicar o romance “O Guarani”, também em forma
de folheti m, que alcançou enorme sucesso e logo
foi editado em livro. Em 1858, José de Alencar
abandonou o jornalismo para ser Chefe da Secretaria
do Ministério da Justi ça, chegando a Consultor com
o � tulo de Conselheiro, ao mesmo tempo em que
lecionava Direito Mercanti l. Em 1860, com a morte do
pai, se candidatou a deputado pelo Ceará, pelo parti do
Conservador, sendo reeleito em quatro legislaturas.
Na visita a sua terra Natal se encanta com a lenda de
“Iracema” e a transforma em livro.
Em 186, sob um pseudônimo, publicou “Cartas
de Erasmo”, dirigidas ao imperador onde descrevia a
situação do país. Defendia um governo forte e propu
nha uma abolição gradati va da escravatura. Embora
D. PedroII não simpati zasse com Alencar, não se
opôs a sua escolha para o Ministério da Justi ça do
Império. Em 1870 foi eleito senador pelo Ceará, porém,
com os confl itos com o Ministro da Marinha não foi o
escolhido. Voltou para a Câmara, onde permaneceu
até 1877, porém rompido com o parti do Conservador.
Mesmo no auge da carreira políti ca, José de Alencar
não abandonou a literatura. Em 1864, casou-se com
Georgina, com quem teve quatro fi lhos, entre eles,
Mário Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai.
Viu suas obras atacadas por jornalista e críti cos que
faziam campanha sistemáti ca contra o romancista.
Triste e desiludido publicou sob o pseudônimo
de Sênio. Porém, a maioria o louvava. Durante toda
sua vida procurou trazer para os livros as tradições,
a história, a vida rural e urbana do Brasil. Famoso, a
ponto de ser aclamado por Machado de Assis, como “o
chefe da literatura nacional”. José de Alencar morreu
aos 48 anos no Rio de Janeiro víti ma da tuberculose.
José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12
de dezembro de 1877.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
84
Característi cas da Obra de José de Alencar
Como romancista, José de Alencar escreveu uma
variedade de obras em diferentes gêneros. Deixou
romances indianistas, históricos, regionalistas e
urbanos. As principais realizações indianistas em
prosa de nossa literatura são os três romances de
José de Alencar: “O Guarani”, “Iracema” e “Ubirajara”.
Como poeta, José de Alencar escreveu o poema
indianista “Os Filhos de Tupã”.
Como teatrólogo destacam-se as comédias “Verso
e Reverso”, “O Demônio Familiar” e “As Asas de um
Anjo”.
Obras de José de Alencar
• Cinco Minutos, romance, 1856;
• Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios,
críti ca, 1856;
• O Guarani, romance, 1857;
• Verso e Reverso, teatro, 1857;
• A Viuvinha, romance, 1860;
• Lucíola, romance, 1862;
• As Minas de Prata, romance, 1862-1864-1865;
• Diva, romance, 1864;
• Iracema, romance, 1865;
• Cartas de Erasmo, críti ca, 1865;
• O Juízo de Deus, críti ca, 1867;
• O Gaúcho, romance, 1870;
• A Pata da Gazela, romance, 1870;
• O Tronco do Ipê, romance, 1871;
• Sonhos d’Ouro, romance, 1872;
• Til, romance, 1872;
• Alfarrábios, romance, 1873;
• A Guerra dos Mascate, romance, 1873-1874;
• Ao Correr da Pena, crônica, 1874;
• Senhora, romance, 1875;
• O Sertanejo, romance, 1875.
MACHADO DE ASSIS
Machado de Assis (1839 - 1908) foi um escritor
brasileiro, um dos nomes mais importantes da
literatura do século XIX. Escreveu poesias, contos e
romances. Foi também jornalista, teatrólogo, críti co
de teatro e críti co literário.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na
Chácara do Livramento no Rio de Janeiro, no dia 21 de
junho de 1839. Foi o primeiro fi lho de Francisco José
de Assis, um decorador de paredes, e da imigrante
portuguesa Maria Leopoldina. Machado de Assis
passou sua infância e adolescência no bairro do
Livramento. Seus pais viviam na propriedade do
falecido senador Bento Barroso Pereira e D. Leopoldina
era a protegida de D. Maria Jose Pereira.
Machado fez seus primeiros estudos na escola
pública do bairro de São Cristovão. Tornou-se amigo
do padre Silveira Sarmento, o ajudava nas missas,
familiarizava-se com o lati m.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
85
Quando ti nha dez anos perdeu sua mãe. Viúvo,
seu pai saiu da Chácara e foi morar em São Cristovão.
Logo passou a viver com Maria Inês da Silva, só vindo
a casar-se em 1854.
Sua madrasta trabalhava como doceira em uma
escola e levava o enteado para assisti r algumas aulas.
À noite, Machado ia para uma padaria, local onde
aprendia francês com o forneiro.
À luz de velas, Machado lia tudo que passava em
suas mãos e já escrevia suas primeiras poesias.
Em busca de um emprego, com 15 anos, conheceu
Francisco de Paula e Brito, dono da livraria, do jornal
e da ti pografi a.
Daí por diante não parou de escrever na Marmota
e de fazer amizades com os políti cos e literatos,
frequentadores da livraria, onde o assunto principal
era a poesia.
Em 1856, Machadinho, como era conhecido,
entrou para a Imprensa Ofi cial como aprendiz de
ti pógrafo, mas além de mau funcionário, escondia-
se para ler tudo que lhe interessava.
O diretor decidiu incenti var o jovem e o apresentou
a três importantes jornalistas: Francisco Otaviano,
Pedro Luís e Quinti no Bocaiúva.
Otaviano e Pedro dirigiam o Correio-Mercanti l e
para lá foi Machado de Assis, em 1858, como revisor
de provas. Colaborava também para outros jornais,
mas ganhava pouco e estava sempre sem dinheiro.
Com 20 anos, Machado de Assis já frequentava
os círculos literários e jornalísti cos do Rio de Janeiro,
capital políti ca e ar� sti ca do Império.
Em 1960, Machado de Assis foi chamado por
Quinti no Bocaiúva para trabalhar na redação do
“Diário do Rio de Janeiro”, que estava sendo preparado
para reaparecer sob a direção políti ca de Saldanha
Marinho. Além de escrever sobre todos os assuntos
e manter uma coluna de críti ca literária, Machado
tornou-se o representante do jornal no Senado.
Machado também escrevia no “Jornal das
Famílias”, onde suas histórias inconsequentes e
açucaradas eram lidas nos serões familiares.
Em 1864, Machado de Assis publicou “Crisálidas”,
uma coletânea de seus poemas. O livro foi dedicado a
seus pais, Maria Leopoldina e a Francisco, que morrera
naquele ano.
Em 1867, o Imperador concedeu a Machado o
grau de “Cavaleiro da Ordem da Rosa”, por serviços
prestados às letras nacionais. No dia 8 de abril
Machado foi nomeado ajudante do diretor do Diário
Ofi cial, iniciando sua “carreira burocráti ca”.
Em 1868 ele conheceu Carolina Xavier de Novais,
uma portuguesa culta, irmã do poeta português
Fausti no Xavier de Novais, que lhe revelou os clássicos
lusitanos.
No dia 12 de novembro de 1869, o casamento
de Machado e Carolina é realizado, tendo como
testemunhas, Artur Napoleão e o Conde de São
Mamede, em cuja residência se realizou a cerimônia.
Em 1872, Machado de Assis publicou seu primeiro
romance, “Ressurreição”. No dia 30 de janeiro
de 1873, a capa do décimo número do “Arquivo
Contemporâneo”, periódico do Rio de Janeiro, coloca
lado a lado as fotos de José de Alencar, até então o
maior romancista do Brasil, e a de Machado de Assis.
Ainda em 1873, ele foi nomeado primeiro ofi cial
da Secretaria da Agricultura e, três anos depois
assumiu a chefi a da seção.
Em 1881, Machado de Assis publica o romance
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que marca o
início da fase acentuadamente realista de sua obra.
A obra havia sido publicada, no ano anterior, em
folheti ns na Revista Brasileira.
Em 1896, fundou com outros intelectuais, a
Academia Brasileira de Letras. Nomeado para a
cadeira n.º 23, tornando-se, em 1897, seu primeiro
presidente, cargo que ocupou até sua morte.
Na entrada do prédio há uma estátua de bronze
do escritor. Em sua homenagem, a academia chama-
se também “Casa de Machado de Assis”.
Em outubro de 1904 morreu sua esposa, Carolina,
companheira de 35 anos, que além de revisora de suas
obras era também sua enfermeira, pois Machado de
Assis ti nha a saúde abalada pela epilepsia.
Após a morte da esposa o romancista raramente
saía de casa, em homenagem à sua amada, escreveu
o poema “À Carolina”.
Machado de Assis
faleceu no Rio de Janeiro,
no dia 29 de setembro
de 1908. Em seu velório,
comparecerem as
maiores personalidades
do país. Rui Barbosa,
um dos juristas mais
aplaudidos da época,
fez um discurso de
despedida com elogios
ao homem e escritor.
Levado em uma
carreta do Arsenal de Guerra, só desti nada às grandes
personalidades, um grande cortejo fúnebre saiu da
Academia para o cemitério de São João Bati sta, onde
foi enterrado.
Fases da obra de Machado de Assis
Machado de Assis teve uma carreira literária
ininterrupta, produziu de 1855 a 1908. Escreveu
poesias, romances, contos, crônicas, críti cas e peças
de teatro. O ponto alto de sua produção literária é o
romance e o conto, onde se observa duas fases:

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
86
Primeira fase
A primeira fase das obras de Machado de Assis
apresenta-se presa a algum aspecto do “Romanti smo”,
com uma história cheia de mistérios, com fi nal feliz
ou trágico e uma narrati va linear.
Apresenta também traços inovadores, como
uma linguagem menos descriti va, menos adjeti vada
e sem o exagero senti mental. As personagens têm
um comportamento não só movido pelo amor, mas
também pela ambição e pelo interesse. São dessa fase
os romances:
• Ressurreição (1872)
• A Mão e a Luva (1874)
• Helena (1876)
• Iaiá Garcia (1878)
Segunda fase (Realismo)
A segunda fase das obras de Machado de Assis
inicia-se com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”
(1881), onde retrata a miséria humana, indo até seu
últi mo romance, “Memorial de Aires” (1908) - o livro
da saudade, escrito após a morte de Carolina.
É nesse período que se encontram suas mais ricas
criações literárias. Diferente de tudo quanto havia sido
escrito no Brasil, Machado inaugura o “Realismo”.
O esti lo realista de Machado de Assis difere de
seus contemporâneos, porque ele aprofunda-se na
análise psicológica dos personagens desvendando
a fragilidade existencial na relação consigo mesmo
e com os outros personagens. São dessa fase os
romances:
• Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
• Quincas Borba (1891)
• Dom Casmurro (1899)
• Esaú e Jacó (1904)
• Memorial de Aires (1908)
Contos de Machado de Assis
• Papéis Avulsos (1882)
• Histórias Sem Data (1884)
• Várias Histórias (1896)
• Páginas Recolhidas (1899)
• Relíquias da Casa Velha (1906)

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
87
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o narrador
era um defunto que resolveu distrair-se um pouco
saindo da monotonia da eternidade escrevendo suas
memórias, livre das convenções sociais, pois está
morto. O narrador fala não só da vida, mas de todos
os que com ele conviveram, revelando a hipocrisia
das relações humanas.
As personagens femininas
As grandes “personagens femininas” das obras
de Machado de Assis ou são adúlteras ou estão a
ponto de ser como Virgília de Memórias Póstumas
que repele Brás Cubas quando podia casar-se com
ele, mas torna-se sua amante depois que está casada
com outro homem mais importante na escala social.
Sofi a, protagonista de Quincas Borba, fi ca no
limiar do adultério, tentando o pobre Rubião até levá-
lo à loucura, para ti rar dele seu últi mo centavo e assim
enriquecer seu esposo.
Capitu, sua heroína mais famosa, personagem de
Dom Casmurro, é o protóti po de mulher dissimulada,
que engana vilmente o marido – ou parece enganá-
lo. Apenas Fidélia, de Memorial de Aires, é a mulher
honesta e fi el, como seu próprio nome sugere.
O escritor Machado de Assis é uma fi gura tão
importante para o nosso país que a sua biografi a foi
escolhida para fi gurar no arti go A biografi a das 20
pessoas mais importantes para a história do Brasil.
VISCONDE DE TAUNAY
Visconde de Taunay (1843-1899) foi um escritor,
militar e políti co do império brasileiro. Monarquista
e grande admirador de D. Pedro II, com ele manteve
uma longa correspondência quando o ex-imperador
foi exilado do país.
Em 1863 formou-se em Ciências Físicas e
Matemáti ca na Escola Militar. Em 1864 casou-se com
Cristi na Teixeira Leite, fi lha do Barão de Vassouras.
Ingressou no curso de Engenharia Militar.
Em 1871, Visconde de Taunay publica uma de
suas principais obras: “A Reti rada da Laguna”, onde
em uma narrati va forte, e dramáti ca, evidencia os
problemas militares, o sofrimento dos combatentes
e o nacionalismo durante os anos na guerra.
Terminado o curso de Engenharia, Taunay passa
a lecionar História, Línguas, Mineralogia, Biologia e
Botânica no Colégio Militar.
Inocência
O romance “Inocência” publicado em 1872
é considerado o melhor romance sertanejo do
Romanti smo, obteve extraordinária popularidade e
foi traduzido para diversas línguas.
Vida políti ca
Em 1872, o Visconde de Taunay ingressou na
vida políti ca. Foi deputado por Goiás. Em 1876, foi
nomeado presidente da província de Santa Catarina.
Entre 1881 a 1884 foi deputado por Santa Catarina.
Foi presidente da província do Paraná de 1885 a 1886.
Taunay presidiu a Sociedade Central de Imigração
que promoveu a chegada dos primeiros imigrantes
alemães e italianos para o sul do Brasil. Em seguida,
foi senador por Santa Catarina na vaga do Barão de
Laguna. Foi um dos mais dedicados parti dários da
abolição da escravatura.
Dedicado às suas múlti plas ati vidades, Visconde
de Taunay destacou-se também como jornalista
músico e pintor, além de ter sido administrador da
fl oresta da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Títulos e honrarias
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira
de Letras e da Academia Brasileira de Música, onde
ocupou a cadeira n.º 13.
Taunay foi ofi cial da Ordem da Rosa, Cavaleiro da
Ordem de São Bento, da Ordem de Aviz e da Ordem
de Cristo.
No dia 6 de setembro de 1889, recebeu de D.
Pedro II o � tulo de “Visconde, com Grandeza”. Neste
mesmo ano, com a queda da Monarquia, afasta-se
do Senado, mas permanece fi el ao ex-imperador, por
quem manti nha a mais profunda admiração.
Durante o exílio de D. Pedro, Taunay manteve
farta correspondência com ele, que posteriormente
foi reunida e publicada por seu fi lho Aff onso de E.
Taunay, no livro “Visconde de Taunay: Pedro II”.
Visconde de Taunay faleceu no Rio de Janeiro, no
dia 25 de janeiro de 1899.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. (USP) O índio, em alguns romances de José de
Alencar, como Iracema e Ubirajara, é:
a) retratado com objeti vidade, numa perspecti va
rigorosa e cien� fi ca.
b) idealizado sobre o pano de fundo da natureza, da
qual é o herói épico.
c) pretexto episódico para descrição da natureza.
d) visto com o desprezo do branco preconceituoso,
que o considera inferior.
e) representado como um primiti vo feroz e de maus
insti ntos.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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2. (SANTA CASA) No conto “Um Homem Célebre”,
ocorre o falecimento da esposa do Pestana,
personagem central, compositor que não logra concluir
um réquiem para a missa da mulher. “Contentou-se da
missa rezada e simples, para ele só. Não se pode dizer
se todas as lágrimas que lhe vieram sorrateiramente
aos olhos foram do marido, ou se algumas eram do
compositor.” Conforme o excerto lembra, na obra de
Machado de Assis é comum que o narrador:
a) ponha em dúvida o signifi cado aparente da
realidade, muitas vezes enganoso.
b) interfi ra emocionalmente no texto, tornando-o
dramáti co, senti mentalista e ultrarromânti co.
c) busque revelar a profunda hipocrisia e bondade
que, a um tempo, caracterizam o comportamento
dos seres humanos.
d) busque revelar o aspecto mais piedoso do caráter
das personagens construindo uma narrati va
eminentemente moralista.
e) construa um texto fortemente espiritualizado,
em que importa pouco o signifi cado material das
ações.
3. (FUVEST) “Neste despropositado e inclassifi cável
livro (...), não é que se quebre, mas enreda-se o fi o das
histórias e das observações por tal modo, que, bem o
vejo e sinto, só com muita paciência se pode deslindar
e seguir em tão embaraçada meada”. Eis como o autor
vê sua obra, dentro da qual faz refl exões como esta: “o
povo, o povo está são: os corruptos somos nós os que
cuidamos saber e ignoramos tudo.” Trata-se da obra
a) Portugal, de Miguel Torga.
b) Quincas Borba, de Machado de Assis.
c) Os maias, de Eça de Queirós.
d) Vidas secas, de Graciliano Ramos.
e) Viagens na minha terra, de Almeida Garre� .
4. (FUVEST)
I - Autor que levava no palco a sociedade portuguesa
da primeira metade do século XVI, vivenciando, na
expressão de Antônio José Saraiva, o refl exo da crise.
II - Atuou na linha do teatro de costumes, associou o
burlesco e o cômico em dramas e comédias ao retratar
fl agrantes da vida brasileira, do campo à cidade.
Os enunciados referem-se, respecti vamente, aos
teatrólogos:
a) Camilo Castelo Branco e José de Alencar.
b) Machado de Assis e Miguel Torga.
c) Gil Vicente e Nelson Rodrigues.
d) Gil Vicente e Marti ns Pena.
e) Camilo Castelo Branco e Nelson Rodrigues
5. (PUCCAMP) “Cantor das selvas, entre bravas matas
/ Áspero tronco da palmeira escolho, / Unido a ele
soltarei meu canto, / Enquanto o vento nos palmares
zune, / Rugindo os longos, encontrados leques.”
Os versos acima, de Os Timbiras, de Gonçalves Dias,
apresentam característi cas da primeira geração
românti ca:
a) apego ao equilíbrio na forma de expressão;
presença do nacionalismo, pela temáti ca indianista
e pela valorização da natureza brasileira.
b) resistência aos exageros senti mentais e à forma
de expressão subordinada às emoções; visão
da poesia a serviço de causas sociais, como a
escravidão.
c) expressão preocupada com o senso de medida;
“mal do século”; natureza como amiga e
confi dente.
d) transbordamento na forma de expressão;
valorização do índio como � pico homem nacional;
apresentação da natureza como refúgio dos males
do coração.
e) expressão a serviço da manifestação dos estados
de espírito mais exagerados; senti mento profundo
de solidão.
6. (F.C.CHAGAS) “O critério de apresentação da obra,
colocando em primeiro lugar a parte referente ao
indígena, está de acordo com a busca do exoti smo
que era moda na época.
“A moda que o juízo críti co acima transcrito menciona,
a propósito da obra A Viagem Pitoresca e Histórica ao
Brasil, do pintor Jean-Bapti ste Debret, era vigente no
período da literatura.
a) barroco;
b) arcádico
c) românti co;
d) realista;
e) naturalista.
7.(USC) A respeito do Romanti smo no Brasil, pode-se
afi rmar que:
a) sua ação nacionalista deu origem às condições
políti cas que propiciaram a nossa Independência;
b) coincidiu com o momento decisivo de defi nição
da nacionalidade e colaborou para essa defi nição;
c) espelhou sempre as infl uências estrangeiras, em
nada aproveitando os costumes e a cor locais;
d) foi decisivo para o amadurecimento dos
senti mentos nati vistas que culminaram na
Inconfi dência Mineira;
e) ganhou relevo apenas na poesia, talvez por falta
de talentos no culti vo da fi cção.
8. (F.C.CHAGAS) O movimento românti co, cujas
origens estão na Alemanha e na Inglaterra, adquiriu na
literatura brasileira um refl exo extraordinário porque:
a) nossas letras contavam, à época, com arti stas do
talento de um Machado de Assis e de um Raul
Pompéia;

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b) coincidiu com o momento decisivo de defi nição
da nossa nacionalidade e de valorização do nosso
passado histórico;
c) prosperavam, entre nós, os senti mentos
nati vistas elevados ao mais alto plano estéti co,
como demonstram os poemas “O Uruguai” e
“Caramuru”;
d) nosso complexo cultural de colonizadores
encontrava na prosa inti mista sua expressão mais
adequada e natural;
e) nossos homens de letras e de ciências criaram
teorias em que se demonstrava a fl agrante
superioridade do pensamento anglo-germânico
sobre o de outros povos.
9. (F.C.CHAGAS) “Em cismar, sozinho, à noite, / Mais
prazer encontro eu lá; / Minha terra tem palmeiras /
Onde canta o sabiá.”
Nestes versos de Gonçalves Dias, escritos em Portugal,
o poeta vive um momento marcado por
a) solidão, devaneio e idealização nacionalista.
b) melancolia, tédio e ironia;
c) amor a Portugal, devaneio e idealização
nacionalista;
d) saudades, ânimo sa� rico e pessimismo;
e) alívio, expectati va e oti mismo.
10. (VUNESP) Baseando-se na leitura do texto de
Álvares de Azevedo, assinale a única alternati va
incorreta.
“Junto a meu leito, com as mãos unidas, / Olhos fi tos
no céu, cabelos soltos, / Pálida sombra de mulher
formosa / Entre nuvens azuis pranteia orando. / É
um retrato talvez. Naquele seio / Porventura sonhei
doiradas noites. / Talvez sonhando desatei sorrindo /
Alguma vez nos ombros perfumados / Esses cabelos
negros, e em delíquio / Nos lábios dela suspirei
tremendo. / foi-se minha visão. E resta agora / Aquela
vaga sombra na parede / – Fantasma de carvão e pó
cerúleo, / Tão vaga, tão exti nta e fumarenta / Como
de um sonho o recordar incerto.”
(AZEVEDO, Álvares de. VI Parte de “Ideias Ínti mas”. In: CÂNDIDO,
A. & CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira, vol. II, São
Paulo, Difusão Europeia do Livro,1968, p. 26).
Considerando os aspectos temáti cos e formais do
poema pode-se vinculá-lo ao segundo momento do
movimento românti co brasileiro, também conhecido
como “geração do spleen” ou “mal do século.”
a) A presença da mulher amada torna-se o ponto
central do poema. Isso é claramente manifestado
pelas recordações do eu-lírico, marcado por um
passado vivido, que sempre volta em imagens e
sonhos.
b) texto refl ete um arti culado jogo entre o plano
do imaginário e o plano real. Um dos elementos,
entre outros, que arti cula essa contradição é
a alternância dos tempos verbais presente/
passado.
c) Realidade e fantasia tornam-se a única realidade
no espaço da poesia lírica românti ca, gênero
privilegiado dentro desse movimento.
d) Apesar de uti lizar decassílabo, esse poema possui
o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto
formal é importante para intensifi car certo
prosaísmo inti mista da poesia românti ca.
11.(PUC) Considerado pela críti ca brasileira o escritor
mais bem-dotado de sua geração, Álvares de Azevedo,
além das poesias, deixou-nos que obra de prosa
narrati va?
a) Conde Lopo;
b) Macário;
c) Espumas Flutuantes;
d) Noite na Taverna;
e) Pedro Ivo.
12.(U.FORTALEZA) “Eu deixo a vida como deixa o tédio
/ Do deserto, o poento caminheiro / Como as horas
de um longo pesadelo / Que se desfaz ao dobre de
um sineiro.”
Os versos acima exemplifi cam:
a) a uti lização de metáforas grandiosas para
expressar a indignação com as injusti ças sociais
que caracteriza a obra de Castro Alves;
b) a temáti ca a procura da morte como solução para
os problemas da existência em que se encontra
em Álvares de Azevedo;
c) tratamento ao mesmo tempo irônico e lírico a
que Carlos Drummond de Andrade submete o
coti diano;
d) a presença da natureza como cenário para o
encontro do pastor com sua amada, como ocorre
em Tomás Antônio Gonzaga;
e) a exploração de ecos, assonâncias, aliterações em
busca de uma sonoridade válida por si mesma,
como se vê na obra de Cruz e Sousa.
13. (F.C.CHAGAS) A poesia confessional e fantasia
de Álvares de Azevedo pertence a uma geração
românti ca situada entre a de;
a) Gonçalves Dias e a de Cláudio Manuel da Costa
b) Gonçalves de Magalhães e a de Gonçalves Dias;
c) Castro Alves e a de Cruz e Sousa;
d) Gonçalves Dias e a de Castro Alves;
e) Cláudio Manuel da Costa e a de Tomás Antônio
Gonzaga.
14. (F.C.CHAGAS) A palavra de Castro Alves seria,
no contexto em que se inseriu, uma palavra aberta
à realidade da nação, indignando-se o poeta como
problema do escravo e entusiasmando-se com o

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
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progresso e a técnica que já ati ngiam o meio rural.
Esse últi mo aspecto permite afi rmar que Castro Alves.
a) identi fi ca-se aos poetas da segunda geração
românti ca no que se refere à concepção da
natureza como refúgio.
b) afasta-se, nesse senti do, de outros poetas, como
Fagundes Varela, que o consideram o campo um
an� doto para os males da cidade;
c) trata a natureza da mesma forma que o poeta
árcade que o antecedeu;
c) antecipa o comportamento do poeta parnasiano
que se entusiasma com a realidade exterior;
e) idealiza a natureza da pátria, buscando preservar
a sua simplicidade e pureza, tal como Gonçalves
Dias.
15. (AFA - Adaptado) Observe o ideal de liberdade,
preconizado por Cecília Meirelles em “Romanceiro
da Inconfi dência: “
Agora, peço a você. / Ó caboclo brasileiro, / caboclo
ainda cati vo, / ler o ‘Navio Negreiro’ / para fi car
informado / do passado cati veiro. / Era um navio
maldito, / uma ave de rapina / voando a fl or do
oceano, / no bojo a gana a assassina / conduzia ouro
humano: / a rapa negra era a mina. / Caboclo, não
chore não, / não chora quando o poema / apertar-lhe
o coração; / se não puder impe ou gema / ou grite de
indignação. / caboclo, este o dilema. / Depois leias
as Vozes d’África / com a mesma indignação/ contra
os senhores de escravos, / ó caboclo do sertão, / o
cati veiro de hoje / é o mesmo: cana e algodão.”
Esse ideal de liberdade repete, de certa forma, a
temáti ca da poesia social de:
a) Castro Alves;
b) Fagundes Varela;
c) Casimiro de Abreu;
d) Álvares de Azevedo.
16. (FUVEST) Lucíola e Senhora; O Gaúcho, Sertanejo;
e o Guarani e As Minas de Prata representam na obra
de Alencar, de acordo com os seus conteúdos e seus
cenários, romances de ti pos, respecti vamente:
a) urbanos, regionalistas e pré-históricos;
b) documentais, sociais e histórico-indianistas;
c) europeus, nacionais e indianistas;
d) psicológicos, documentais e folclóricos;
e) realistas, impressionistas e românti cos.
17. (PUC) Nos romances Senhora e Lucíola, José de
Alencar dá um passo em relação à críti ca dos valores
da sociedade burguesa, na medida em que coloca
como protagonistas personagens que se deixam
corromper por dinheiro. Entretanto, essa críti ca se
dilui e ele se reafi rma como escritor românti co, nessas
obras, porque.
a) pune os protagonistas no fi nal, levando-os a um
casamento infeliz;
b) justi fi ca o confl ito dos protagonistas com a
sociedade pela diferença de raça: uns, índios
idealizados; outros, brasileiros com maneiras
europeias;
c) confi rma os valores burgueses, condenando os
protagonistas à morte;
d) resolve a contradição entre o dinheiro e valores
morais tornando os protagonistas ricos e
poderosos;
e) permite aos protagonistas recuperarem sua
dignidade pela força do amor.
Leia os fragmentos de Inocência para responder as
questões 18 a 22:
Texto I:
O dia 15 de julho de 1860 era dia claro, sereno e
fresco, como costumam ser os chamados de inverno
no interior do Brasil.
Ia o Sol alto em seu percurso, iluminando com seus
raios, não muito ardentes para regiões intertropicais,
a estrada, cujo aspecto há pouco tentamos descrever
e que da Vila de Sant’Ana do Paranaíba vai ter aos
campos de Camapuã.
A essa hora, um viajante, montado numa boa
besta tordilho-queimada, gorda e marchadeira, seguia
aquela estrada. A sua fi sionomia e maneiras de trajar
denunciavam de pronto que não era homem de lida
fadigosa e comum ou algum fazendeiro daquelas
cercanias que voltasse para casa. Trazia na cabeça um
chapéu-do-chile de abas amplas e cingido de larga fi ta
preta, sobre os ombros um poncho-pala de variegadas
cores e calçava botas de couro da Rússia bem feitas e
em bom estado de conservação.
Tinha quando muito vinte e cinco anos, presença
agradável, olhos negros e bem rasgados, barba e
cabelos cortados quase à escovinha e ar tão inteligente
quanto decidido.
Texto II:
—Está aqui o doutor, disse-lhe Pereira, que vem
curar-te de vez
—Boas-noites, dona, saudou Cirino.
Tímida voz murmurou uma resposta, ao passo que
o jovem, no seu papel de médico, se sentava num
escabelo junto à cama e tomava o pulso à doente.
Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe
o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um
lenço vermelho atado por trás da nuca.
Apesar de bastante descorada e um tanto magra,
era Inocência de beleza deslumbrante.
Do seu rosto irradiava singela expressão de
encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
91
olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os
cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos
a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces.
Era o nariz fi no, um bocadinho arqueado; a boca
pequena, e o queixo admiravelmente torneado.
Ao erguer a cabeça para ti rar o braço de sob o
lençol, descera um nada a camisinha de crivo que
vesti a, deixando nu um colo de fascinadora alvura,
em que ressaltava um ou outro sinal de nascença.
Razões de sobra ti nha, pois, o pretenso facultati vo
para senti r a mão fria e um tanto incerta, e não poder
ati nar com o pulso de tão genti l cliente.
18. A denominação romance regionalista aplica-se ao
livro em que o autor identi fi ca par o leitor a paisagem,
os costumes, a linguagem de uma região específi ca do
interior do Brasil. Reconheça do primeiro fragmento
elementos que permitem identi fi car a paisagem rural
de Inocência:
19. Identi fi que no primeiro fragmento os aspectos
que apresentam Cirino como elemento estranho à
paisagem.
20. O segundo fragmento apresenta ao leitor a moça,
Inocência. Ela está doente, com febre brava, de cama.
Em sua descrição, porém, o narrador destaca que
aspectos da moça?
21. Destaque as expressões que realçam a meiguice
de Inocência:
22. Os protagonistas do romance pertencem a grupos
sociais disti ntos. Comente em que este aspecto
interfere no relacionamento deles.
23. (UNICENTRO) Relati vamente ao romance
Inocência, de Taunay, todas as afi rmati vas abaixo são
procedentes, EXCETO
a) O autor desenvolve toda a história em cenário e
meio ti picamente sertanejo.
b) Numa atmosfera agreste e idílica, a gente rústi ca
do sertão de Mato Grosso vive seus confl itos.
c) Pereira decide casar a fi lha com Manecão, homem
honrado e rude tal como o pai de Inocência.
d) Órfã de mãe desde o nascimento, Inocência é
criada pelo pai, Pereira, mineiro afetuoso mas
turrão.
e) Inocência, que vivia, desde menina, apaixonada
pelo práti co Cirino, deixa de aceitar o noivado
imposto pelo pai.
24. (UFRN) O romance Inocência (1872), de Visconde
de Taunay, é reconhecido pela críti ca como uma das
mais populares narrati vas da Literatura Brasileira.
Nessa obra, o leitor pode identi fi car valores do
Romanti smo regionalista por meio da
a) Caracterização do modo de vida urbano como
sendo perverso.
b) Assimilação dos costumes do homem branco pelo
caboclo.
c) Reprodução do linguajar � pico do interior
brasileiro.
d) Intervenção refl exiva do narrador protagonista.
e) Descrição da cidade que se passa o romance.
25. Observe a sequência abaixo, do penúlti mo capítulo
de Inocência, de Visconde de Taunay:
“Vinha a morte desdobrando as suas sombras no
rosto de Cirino. Iase-lhe empanando o brilho dos
olhos; fi cara a língua trôpega, afi larase-lhe o nariz
e sinistro palor mais realçava a negra cor dos seus
cabelos e barbas. Sentara-se Cesário no chão para
segurar com mais jeito o corpo do moribundo. Duas
lágrimas vinham-lhe sulcando as másculas faces.
Ligeiro estremecimento agitava o corpo de Cirino.
—Agora, acrescentou com voz muito sumida, chegou…
o meu dia… Mas… eu lhe peço… nada diga… à sua
afi lhada… Não consinta… que case com… Manecão.
—Então, interrompeu Cesário, foi ele quem?…
—Não, não, contestou Cirino, mas… ela havia de ser…
infeliz… Ouviu? Promete-me?
—Prometo, respondeu Cesário com fi rmeza.
Juro até…
—Pois bem, suspirou o agonizante, agora… agradeço
a morte. Quero apegar-me… às Santas do Paraíso…
e chamo por…
E com esforço, no últi mo alento, murmurou mais e
mais baixo:
—Inocência!
Na tarde deste dia, o viajante que passasse por aquele
siti o poderia ver uma cova coberta de fresco, sobre
a qual se erguia uma cruz tosca feita de dois grossos
paus amarrados com cipós. Eram mostras da caridade
do mineiro Antônio Cesário.
A cena da morte de Cirino revela:
a) Que o livro é adepto de uma visão barroca da
realidade, baseando-se no paradoxo que consiste
na paixão vivida por Cirino e, ao mesmo tempo,
a negação disso em nome dos valores religiosos
(e da noção de honra) que ele culti va. Manecão o
mata sem que ele tenha ti do (em virtude desse seu
impasse) qualquer envolvimento com Inocência.
b) Que Taunay, autor realista, explora criti camente a
temáti ca dos confl itos de classe. O pano de fundo
da batalha de Manecão com Cirino (que resulta
na morte deste últi mo) é o envolvimento de
Inocência – comprometi da com Manecão, homem
pobre e honrado – com Cirino, um galanteador
rico e esnobe. A vingança de Manecão é um modo
de ele resisti r à força de atração do dinheiro em
seu meio social.

LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS
92
c) Que o romance carrega marcas � picas do
Romanti smo por mostrar o sofrimento (e o
sacri� cio) do protagonista Cirino como decorrência
de sua oposição aos valores estabelecidos, uma
vez que ele morre por reivindicar o direito de
viver seu amor por Inocência, a qual, contra sua
vontade, mesmo não amando Manecão, tem um
compromisso de casamento com ele para atender
a uma determinação de seu pai.
d) Que Inocência é um texto modernista, mas com
traços neoclássicos, já que, mesmo situando sua
intriga no sertão nordesti no, narrando a rivalidade
de duas famílias cujos membros se matam por
questões de terra, o texto é uma releitura da obra
Romeu e Julieta, de Shakespeare.
e) Que Inocência é um texto exemplar da vertente
urbana do romanti smo brasileiro. O confl ito que
culmina na morte de Cirino é relacionado à sua
aproximação, por interesse, à família rica de
Inocência, visando benefi ciar-se do dote desta, o
que lhe permiti ria frequentar os salões da corte.
Igualmente interessado nisso, Manecão vê no
assassinato do rival uma forma de realizar seu
intento.
26. “Inocência” é um romance rico de registros
culturais, pois contrapõe, além de diferentes esti los
de vida, o estrangeiro ao brasileiro e o homem da
cidade ao sertanejo.
Com base na obra, escreva
S - diante dos costumes do sertanejo;
C - diante das ati tudes do citadino;
E - diante dos comportamentos do estrangeiro.
( ) Acatamento ao desejo dos familiares mais
velhos; casamento apalavrado; respeito à palavra
empenhada; especulações sobre vidas alheias.
( ) Casamento do homem na maturidade; preservação
da casti dade feminina até o casamento; proteção
rigorosa da família; respeito às tradições.
( ) Códigos morais tolerantes; fl exibilidade éti ca;
combinação do saber acadêmico com o popular;
confi ança na mulher.
( ) Rigor cien� fi co e interesse por pesquisas; descrição
objeti va e uti lização de dados esta� sti cos; respeito
às diferenças de sexo e de classe.
( ) Deveres de hospitalidade; divisão peculiar da
habitação; gosto por devassar novas terras;
ridicularização de comportamentos exóti cos.
27. (UFRN) O romance Inocência (1872), de Visconde
de Taunay, é reconhecido pela críti ca como uma das
mais populares narrati vas da Literatura Brasileira.
Nessa obra, o leitor pode identi fi car valores do
Romanti smo regionalista por meio da
a) Caracterização do modo de vida urbano como
sendo perverso.
b) Assimilação dos costumes do homem branco pelo
caboclo.
c) Reprodução do linguajar � pico do interior
brasileiro.
d) Intervenção refl exiva do narrador protagonista.
REFERÊNCIAS
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www.todamateria.com.br/arte-barroca/> Acesso em
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Padre Antônio Vieira. Disponível em: <h� ps://sites.
google.com/site/historiabarroca/1-7->. Acesso em
11 ago., 2020.

Ciências da
Natureza e suas
Tecnologias
Ciências da
Natureza e suas

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
94
COMPONENTE CURRICULAR – BIOLOGIA
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções
nos ecossistemas, e seus impactos nos seres vivos
e no corpo humano, com base nos mecanismos de
manutenção da vida, nos ciclos da matéria e nas
transformações e transferências de energia, uti lizando
representações e simulações sobre tais fatores, com
ou sem o uso de dispositi vos e aplicati vos digitais
(como so� wares de simulação e de realidade virtual,
entre outros).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT203H) Compreender os processos
energéti cos celulares (respiração, fotossíntese,
fermentação, quimiossíntese), analisando seus
aspectos � sicos, químicos e biológicos para relacioná-
los à transformação e transferência de energia nos
mecanismos de manutenção da vida.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Metabolismo Celular
Metabolismo celular
Este módulo e os demais propostos nesta aposti la
da 1ª série, para o 3º bimestre tem como foco um
mesmo tema: Energia.
Este é um conceito muito importante dentro das
Ciências da Natureza, considerado sob diferentes
perspecti vas dentro dos componentes Física, Química
e Biologia.
Na Física a Energia representa a capacidade de
produção de trabalho, enquanto para a Biologia e
a Química, este conceito pode ser entendido como
aquilo que deriva do trabalho, originando e mantendo
a vida e seus processos, sob a perspecti va de todas as
reações químicas envolvidas no metabolismo celular.
Desde a sua fonte primária, o Sol, passando por
diversas formas de transformação, armazenamento
e dissipação, a Energia atravessa os diversos sistemas
� sicos, químicos e biológicos. Por isso, tamanha a
importância deste tema que aqui será estudado na
perspecti va do componente Biologia, considerando-
se possíveis abordagens interdisciplinares que
possibilitarão uma compreensão mais ampla deste
conceito, que, como já mencionado, conecta
diferentes campos do conhecimento e precisa ser
entendido para que processos complexos do coti diano
sejam elucidados.
Do Sol à célula e, desta, ao ambiente, seguiremos
os caminhos da Energia em seus diversos fl uxos.
1. Metabolismo energéti co da célula
O metabolismo energéti co da célula consiste
na quebra de moléculas, como, por exemplo, a
glicose, em reações que liberam energia na forma de
calor, ou seja, exotérmicas, entretanto, parte dessa
energia é armazenada antes de se perder totalmente.
Para que isso ocorra, as células uti lizam moléculas
especiais, capazes de armazenar energia em suas
ligações químicas e, quando necessário, transferi-la
para qualquer ati vidade na qual seja necessária. Esta
substância que armazena energia nas células é o ATP.
Esta é uma molécula importan� ssima que funciona
como uma “moeda energéti ca”. Conforme a ati vidade
metabólica, poderá ocorrer um gasto maior ou menor
de energia. Assim, conforme a reação, haverá nas
células uma degradação de um número maior ou
menor de moléculas de ATP, sempre que a célula
necessitar.
Fórmula estrutural do ATP – Adenosina trifosfato.
A adenosina é chamada de nucleosídeo, que é
resultante da união da base nitrogenada adenina
com o açúcar (pentose) ribose. Quando a adenosina
se liga a apenas um grupo fosfato, forma-se o AMP
(adenosina monofosfato); quando se liga a dois grupos
fosfatos, há a formação de ADP (adenosina difosfato);
quando se liga a três grupos fosfatos, forma-se o ATP.
Nas ligações químicas do ATP, em especial nas ligações
entre os grupos fosfatos, fi ca armazenada a energia
que será uti lizada nas ati vidades celulares. Assim, o
ATP é a fonte imediata de energia para o trabalho
celular.
Fonte: elaborado pelos autores, 2022.
Geralmente, a energia uti lizada no metabolismo
celular vem da quebra do ATP em ADP (adenosina
difosfato), em casos de extrema necessidade, a
célula faz a degradação do ADP em AMP (adenosina
monofosfato). No metabolismo celular normal,
moléculas de ATP estão conti nuamente sendo
degradadas em ADP + Pi (fosfato inorgânico), liberando
energia para todas as ati vidades. Por fi m, usando a
energia proveniente, principalmente, da respiração

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
95
celular, moléculas de ATP são constantemente
reconstruídas a parti r da adição de um grupo fosfato
ao ADP.
Caso ocorra a remoção do fosfato, cujo processo
é uma reação chamada desfosforilação, ocorre a
liberação de energia. Então, de maneira resumida,
podemos afi rmar que o metabolismo da célula se
uti liza da constante quebra (catabolismo) e formação
(anabolismo) de ligações químicas para a obtenção
de energia.
SAIBA MAIS
A molécula de ATP é de natureza nucleo� dica, assim
como as moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico)
e RNA (ácido ribonucleico) que são macromoléculas
muito importantes para os seres vivos, estando
relacionadas ao armazenamento de informações
relacionadas tanto ao controle do metabolismo
quanto à transmissão de característi cas hereditárias.
Estas moléculas são denominadas ácidos nucleicos,
que são substâncias formadas por macromoléculas
resultantes da união de vários nucleo� deos. São,
portanto, exemplos de polinucleo� deos.
Para saber mais sobre as estruturas e funções destas
moléculas vitais acesse o material digital inti tulado
“Ácidos nucleicos”, produzido por Khan Academy
(org.), disponível em: h� ps://pt.khanacademy.org/
science/9-ano/vida-e-evolucao-geneti ca/os-acidos-
nucleicos/a/ nucleic-acids . Acesso em: 6 jun 2022.
Fonte: Course Hero. Disponível em: h� ps://bityli.com/qDHNzY.
Acesso em jun 2022.
Existem dois ti pos de ácidos nucleicos: DNA e
RNA (a). O DNA é uma macromolécula de cadeia
dupla em espiral, enquanto o RNA é formado por
uma cadeia simples que pode se dobrar formando
ligações ao longo de sua estrutura linear (b). Estas
ligações determinarão os ti pos de RNA a serem
formados. De modo geral, as cadeias dos ácidos
nucleicos se pareiam através de ligações químicas
fracas, chamadas de pontes de hidrogênio, entre
as bases nitrogenadas que compõem as cadeias de
açúcar e fosfato. As bases nitrogenadas que estão
presentes tanto no DNA quanto no RNA são adenina
(A), guanina (G) e citosina (C). A base ti mina (T) está
presente apenas no DNA e a base uracila (U) apenas
no RNA. As ligações entre elas são específi cas,
podendo formar os seguintes pares: A-T (DNA); C-G
(DNA e RNA); A-U (RNA).
1.1. Anabolismo e catabolismo
Chamamos de metabolismo o conjunto das
ati vidades � sicas e químicas que acontecem de
forma integrada e promovem as transformações da
matéria e da energia nos sistemas vivos. É dentro
dos seres vivos, especifi camente, nas células, que
as transformações da matéria e da energia ocorrem
com maior intensidade por meio da quebra e da cons
trução de moléculas. Sendo assim, podemos dividir
o metabolismo em dois processos: o catabolismo e
o anabolismo.
Catabolismo: transformação de moléculas
complexas em moléculas mais simples, menos
energéti cas, com a liberação de energia (reações
exergônicas). Exemplo: alimentos contendo moléculas
de carboidratos que são ingeridas e catabolizadas no
corpo (através do sistema gestório) em moléculas
mais simples, como a glicose, ocorrendo liberação
de energia durante este processo. O catabolismo,
também, realiza reações oxidati vas, como por exemplo
a degradação de proteínas a produtos como a ureia.
Anabolismo: agora o contrário, ou seja, há a
transformação de moléculas simples em moléculas
mais complexas e mais energéti cas. Neste processo
há o gasto de energia (reações endergônicas).
Exemplo: no nosso corpo as moléculas de glicose
poderão ser anabolizadas, formando moléculas
mais complexas, como os lipídios, que poderão ser
novamente catabolizadas em moléculas mais simples,
liberando energia para a realização de diferentes
funções orgânicas, quando necessário. O anabolismo
também realiza reações redutoras, como por exemplo
a síntese de polissacarídeos através de moléculas
fundamentais, chamadas de monossacarídeos.
As reações catabólicas resultam na quebra de
moléculas grandes em moléculas menores, liberando
energia. As reações anabólicas são o inverso,
construindo moléculas maiores a parti r de unidades
menores, com consumo de energia.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
96
Fonte: elaborado pelos autores, 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Leia o texto e analise a fotografi a.
A existência da vida requer um suprimento
con� nuo de energia. [...] Entre as diferentes fontes
de energia disponíveis no ambiente, os seres vivos
uti lizam a química e a luminosa. [...]
Fonte: CHALOUB, R. M. Fotossíntese. Ciência Hoje, Rio de Janei-
ro, 13 nov. 2015. Disponível em: h� p://cienciahoje.org.br/arti go/
fotossintese/. Acesso em: 1 jul. 2020.
• Construa um texto estabelecendo uma relação
entre as informações do texto e a cena presente na
fotografi a, uti lizando os conceitos já aprendidos.
1.2. Oxidação e redução nos processos
metabólicos celulares
Antes de aprofundamos os conhecimentos, leia
os seguintes conceitos que são pré-requisitos para o
entendimento os próximos processos químicos que
compõem o metabolismo energéti co das células.
FIQUE ATENTO A ESTES CONCEITOS!
Fosforilação. Em bioquímica, fosforilação é a
adição de um grupo fosfato (PO
4
) a uma proteína
ou outra molécula, como, por exemplo, a glicose.
Fonte: Biomedicina em Ação. Disponível em: h� ps://bityli.com/
Tmlyza. Acesso em jun 2022.
Fosfato. Na química, um fosfato é um íon
poliatômico ou um radical consisti ndo de um átomo
de fósforo e quatro de oxigênio. Na forma iônica, tem
a carga formal de -3, sendo denotado como PO
3-
. No
campo bioquímico, um íon de fosfato livre em solução
é chamado de fosfato inorgânico, para disti ngui-lo
dos fosfatos existentes nas moléculas de trifosfato
de adenosina (ATP), DNA ou mesmo RNA. O fosfato
inorgânico é denotado geralmente como P
i.
Fosfato inorgânico pode ser formado pelas reações
de ATP ou adenosina difosfato (ADP), com a formação
do ADP ou AMP correspondente e a liberação de um
íon de fosfato. Reações similares existem para outros
nucleosídeos difosfatos e trifosfatos.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: h� ps://pt.wikipedia.
org/wiki/Ficheiro:Phosphat-Ion.svg. Acesso em ju 2022.
Bioquímica
A química aplicada à biologia, ou seja, a
Bioquímica é a ciência e tecnologia que estuda e
aplica as ciências químicas ao contexto da biologia,
sendo, portanto, uma área interdisciplinar entre a
química e a biologia. Consiste no estudo, identi fi cação,
análise, modifi cação e manipulação de moléculas e
das reações químicas de importância biológica, em
ambientes e contextos químicos próprios in vitro ou in
vivo (comparti mentos celulares, virais e fi siológicos).
Envolve moléculas de diversas dimensões tais como
proteínas, enzimas, carboidratos, lipídeos, ácidos
nucleicos, vitaminas, alcalóides, terpenos e mesmo
íons inorgânicos. Também, engloba o estudo do efeito
de compostos químicos orgânicos ou inorgânicos
sobre os diferentes comparti mentos biológicos,
(química biológica), assim como, a modifi cação
química de biomoléculas. Suas aplicações englobam
setores como alimentos, fármacos e biofármacos,
análises clínicas, biocombus� veis, pesquisa básica

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
97
dentre outros. É uma ciência e tecnologia essencial
para todas as profi ssões relacionadas a ciências da
vida e uma das fronteiras de desenvolvimento das
ciências químicas.
Fonte: UPF. Disponível em h� ps://bityli.com/VSqgdh. Acesso em
jun 2022.
Glicose
A glicose é um monossacarídeo e um dos
carboidratos mais importantes para os seres vivos,
pois as células o usam como fonte de energia. A
glicose é um dos principais produtos da fotossíntese
e parti cipa do início do processo de respiração celular
em todos os ti pos de organismos (procariontes e
eucariontes). Macroscopicamente é um cristal sólido
e tem sabor adocicado. Sua fórmula molecular é
C6H12O6. Juntamente com outros açúcares, como
a frutose e a galactose, consti tuem uma classe de
moléculas fundamentais que formam carboidratos
maiores como a sacarose, a lactose e a maltose. A
glicose também entra na consti tuição de carboidratos
mais complexos como o amido e a celulose, sendo
estes, polímeros de glicose.
Fonte: PNGWing. Disponível em h� ps://www.pngwing.com/ pt/
free-png-izrli. Acesso em jun 2022.
Proteínas
Macromoléculas biológicas, as proteínas são
construídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos.
As proteínas estão presentes em todos os seres vivos
e parti cipam, em prati camente, todos os processos
celulares, desempenhando um vasto conjunto de
funções no organismo, como a replicação de DNA,
a resposta a es� mulos e o transporte de moléculas.
Muitas proteínas são enzimas que catalisam reações
bioquímicas vitais para o metabolismo. As proteínas
têm também funções estruturais ou mecânicas, como
é o caso da acti na e da miosina nos músculos e das
proteínas do citoesqueleto, as quais formam um
sistema de andaimes que mantém a forma celular.
Outras proteínas são importantes na sinalização
celular, resposta imunitária e no ciclo celular. As
proteínas diferem entre si fundamentalmente na sua
sequência de aminoácidos, que é determinada pela
sua sequência genéti ca, a qual, geralmente, provoca
o seu enovelamento numa estrutura tridimensional
específi ca que determina a sua ati vidade.
Fonte: Escola Educação. Disponível em: h� ps://bityli.com/ JDbdpl.
Acesso em jun 2022.
Textos adaptados de LEHNINGER, A.L. NELSON, D.L. COX,M.M.
Princípios de Bioquímica, 4a. Edição, Editora Sarvier, 2007.
No metabolismo celular são muito constantes
reações químicas, nas quais ocorrem a transferência
de elétrons entre moléculas. Este ti po é chamado
de reação de oxirredução ou redox. No contexto da
bioquímica, são reações de oxirredução, por exemplo,
as reações de fosforilação e desfosforilação que fazem
parte do mecanismo de regulação das proteínas.
A redução oco rre quando há o aumento no número
de elétrons de uma molécula, por isso, pode-se dizer
que esta molécula se tornou reduzida. Ao contrário,
quando há a diminuição do número de elétrons de
uma molécula esta é dita oxidada e o processo recebe
o nome de oxidação.
Veja o exemplo do esquema a seguir:
Fonte: GODOY, L. P., et al. Multi versos: ciências da natureza: ma-
téria, energia e a vida: ensino médio. 1. ed. São Paulo: Editora
FTD, 2020. Elaborado com base em: REECE, J. B., et al. Biologia de
Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 164.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
98
Em uma reação entre duas moléculas, A e B, se
ocorre a transferência de elétrons da molécula A
para a molécula B, ao fi nal do processo, a molécula
A se encontrará oxidada e a molécula B, reduzida (a
molécula que recebe elétrons é a que reduz!)
Como esse processo pode ocorrer em um
organismo vivo?
Nas células, a transferência de elétrons entre
moléculas pode ocorrer por meio de ânions de
hidrogênio (H
-
), sendo adicionados ou reti rados
destas. O ânion de hidrogênio é um íon negati vo,
sendo assim, a molécula que o recebe adiciona um
elétron a sua carga, tornando-se reduzida. O contrário,
também, ocorre e, neste caso, a molécula torna-se
oxidada.
Existem moléculas responsáveis por este
transporte de ânions de hidrogênio e, por isso,
consequentemente, são transportadas de elétrons.
Além de elementos transportadores de hidrogênio,
estas moléculas acima, podem atuar como coenzimas,
ou seja, auxiliadoras do funcionamento de outras
enzimas. Em parti cular, o NAD e o FAD estão entre
as mais importantes, já que na falta delas as enzimas
não são capazes de receber e transportar elétrons
durante os processos de armazenamento e controle
de energia. Observe a estrutura molecular de NAD
+
e NADH na fi gura a seguir.
Fonte: Sala Bioquímica. Disponível em: h� p://salabioquimica.
blogspot.com/search?q=NAD. Acesso em jun 2022.
Vimos, até aqui, moléculas que são muito
importantes para o metabolismo energéti co das células.
Todas elas têm em comum, em suas estruturas, o fato
de serem formadas por nucleo� deos que apresentam
o nucleosídeo adenosina. Quanto às funções dessas
moléculas, o ATP é a “moeda energéti ca’’ da célula,
como já explicado, anteriormente, enquanto o NAD,
o NADP e o FAD funcionam como transportadores de
hidrogênio. Mais adiante ainda veremos novamente
sobre estas últi mas moléculas que também podem ser
chamadas de aceptores intermediários de elétrons,
em processos metabólicos como a respiração celular,
fermentação e fotossíntese.
GLOSSÁRIO
Enzima
Uma enzima é uma proteína que catalisa as reações
bioquímicas do metabolismo. As enzimas atuam sobre
as moléculas conhecidas como substratos e permitem
o desenvolvimento dos diversos processos celulares.
Convém salientar que as enzimas não alteram o
balanço energéti co nem o equilíbrio das reações
em que intervêm: a sua função limita-se a ajudar a
acelerar o processo. Por outras palavras, a reação sob
o controle de uma enzima alcança o seu equilíbrio
de forma muito mais rápida do que uma reação não
catalisada.
Nucleoti deo
O nucleo� deo é a subunidade do DNA e do RNA, ou
seja, é a subunidade que forma os ácidos nucleicos.
Apesar de serem encontrados formando estruturas
poliméricas, como o DNA e o RNA, alguns nucleo� deos
são encontrados livres na célula, como o ATP. Estrutura
de um nucleo� deo: base nitrogenada ligada a uma
pentose e um grupo fosfato.
Fonte: Escola Educação. Disponível em: h� ps://bityli.com/ouohoj.
Acesso em jun 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01. (Unir) Durante a respiração celular, apenas 45%
da energia liberada na combustão da glicose são
armazenados pela célula, ou seja, 55% são perdidos
sob a forma de calor. A célula eucarióti ca consegue
armazenar a energia liberada na combustão da glicose
por meio da:

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
99
(A) Síntese de moléculas de ATP.
(B) Síntese de AMP.
(C) Degradação de moléculas de FADH2.
(D) Oxidação de moléculas de ATP.
(E) Redução de compostos nitrogenados.
02. Todos os componentes, abaixo formam uma
molécula de ATP com exceção de:
(A) Três grupos fosfatos.
(B) Uma base nitrogenada.
(C) Uma ribose.
(D) Uma desoxirribose.
(E) Uma base adenina.
03. (Uespi) O ATP funciona dentro da célula como uma
“moeda energéti ca” que pode ser gasta em qualquer
momento, quando a célula necessitar. Analise a fi gura
e assinale a alternati va que responde corretamente
à questão.
1. Em A tem-se um nucleo� deo.
2. Em B tem-se um nucleosídeo.
3. Em C tem-se um nucleosídeo monofosfatado.
4. Em D tem-se uma molécula de adenosina
trifosfato.
Está(ão) correta(s) apenas:
(A) 2, 3 e 4
(B) 1 e 2
(C) 2 e 3
(D) 1
(E) 4
04. (Azup) O metabolismo de síntese de biomoléculas
é conhecido como:
(A) Aerobismo
(B) Anaerobismo
(C) Anabolismo
(D) Catabolismo
(E) Cataciclismo
05. (Azup) São processos que representam, correta e,
respecti vamente, anabolismo e catabolismo:
(A) Respiração aeróbia e glicólise.
(B) Replicação celular e crescimento de tecidos.
(C) Formação de proteínas e fermentação.
(D) Excreção e degeneração óssea.
(E) Síntese de ácidos graxos e síntese de hormônios.
06. Associe o catabolismo e anabolismo com as
ati vidades, abaixo:
I. Degradação de moléculas
II. Ação endotérmica
III. Reações oxidati vas
IV. Síntese de macromoléculas
V. Ação exotérmica
VI. Reações redutoras
Assinale a alternati va correta:
(A) Catabolismo: I, II e VI. Anabolismo: III, IV e V.
(B) Catabolismo: I, III e V. Anabolismo: II, IV e VI.
(C) Catabolismo: II, IV e VI. Anabolismo: I, III e V.
(D) Todas as respostas anteriores estão incorretas.
(E) Todas as respostas anteriores estão corretas para
os dois processos metabólicos.
Fotossíntese
Fotossíntese é um assunto que, assim como a
respiração celular, está dentro de um grande tema
chamado metabolismo energéti co que foi iniciado
neste módulo.
A fotossíntese é o único processo ou fenômeno
natural capaz de converter a energia � sica, ou seja,
a luz, em uma energia química estável na forma de
açúcar: a glicose. Além disso, a fotossíntese é o processo
de obtenção de energia dos organismos autotrófi cos.
Entretanto, apenas dos autotrófi cos fotossinteti zantes,
uma vez que existem outros organismos autotrófi cos,
como os quimiossinteti zantes.
Fazem fotossíntese dois ti pos de organismos: as
plantas e as algas.
Plantas terrestres
Basicamente, para que ocorra a fotossíntese, são
necessários dois comprimentos de onda que são os
preferidos das plantas: o comprimento referente ao
azul que está próximo de 450 nm e o comprimento
referente ao vermelho que está próximo de 700 nm.
O comprimento intermediário entre estes, referente
ao roxo, ainda, é o melhor e preferido das plantas.
Entretanto as taxas fotossintéti cas já serão altas
considerandse os comprimentos de onda do azul e
vermelho.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
100
Um fato importante: a fotossíntese é a responsável
direta por manter o fl uxo energéti co dos ecossistemas,
ou seja, sem a fotossíntese seria impossível conceber
a vida na Terra tal como a conhecemos hoje. É um
processo vital na manutenção da biosfera.
Esse assunto já foi abordado no Enem, veja a seguir:
Fonte: Wikisabio. Disponível em: h� ps://wikisabio.com/plantas/.
Acesso em jun 2022.
Diferentes ti pos de algas
Fonte: Beduka. Disponível em: h� ps://bityli.com/ANnqlu
Para sua ocorrência, a fotossíntese necessita,
obrigatoriamente, de luz em um determinado
comprimento de onda e de um pigmento acessório
chamado de clorofi la. Essa luz poderá variar de 400 a
750 nanômetros, sendo esta a variação do comprimento
de onda do espectro eletromagnéti co que chamamos
de luz visível, nesta faixa está a luz branca e todos os
comprimentos de onda que a compõem.
Fonte: Colégio Vasco da Gama. Disponível em: h� ps://colegio-
vascodagama.pt/ciencias3c/decimo/images/clo2.gif. Acesso em
jun 2022.
MOMENTO ENEM
(2012) Paleontólogos estudam fósseis e esqueletos de
dinossauros para tentar explicar o desaparecimento
desses animais. Esses estudos permitem afi rmar que
esses animais foram exti ntos há cerca de 65 milhões
de anos. Uma teoria aceita atualmente é a de que
um asteroide colidiu com a Terra, formando uma
densa nuvem de poeira na atmosfera. De acordo
com essa teoria, a exti nção ocorreu em função de
modifi cações no planeta que
A. desestabilizaram o relógio biológico dos animais,
causando alterações no código genéti co.
B. reduziram a penetração da luz solar até a
super� cie da Terra, interferindo no fl uxo
energéti co das teias trófi cas.
C. causaram uma série de intoxicações nos animais,
provocando a bioacumulação de par� culas de
poeira nos organismos.
D. resultaram na sedimentação das par� culas de
poeira levantada com o impacto do meteoro,
provocando o desaparecimento de rios e lagos.
E. evitaram a precipitação de água até a super� cie
da Terra, causando uma grande seca que impediu
a retroalimentação do ciclo hidrológico.
Resposta: Segundo essa teoria, com a formação de
uma densa nuvem de poeira na atmosfera houve
um bloqueio na penetração dos raios solares.
Esse bloqueio acarretou uma redução das taxas
de fotossíntese das plantas, que implicou uma
redução na disponibilidade de alimento para os
herbívoros. Com isso, esses animais começaram a
morrer e, depois, os carnívoros sofreram em virtude
também da falta de alimento, ocasionando não só
um desequilíbrio na teia trófi ca desses animais, como
também a sua exti nção. Sendo assim, a resposta
correta é letra (B) reduziram a penetração da luz
solar até a superfí cie da Terra, interferindo no fluxo
energéti co das teias trófi cas.
Com isso podemos reafi rmar: sem luz, sem
fotossíntese. Sem fotossíntese, sem vida.
Uma grande exti nção ocorreu na época dos
dinossauros, há 65 milhões de anos, quando a maioria
das grandes espécies foram exti ntas. Felizmente,
permaneceram pequenos animais que puderam,
depois de milhares e milhares de anos, restabelecer
uma nova fauna terrestre ainda dependente da
fotossíntese.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
101
2.1 Fotossíntese e suas etapas
A fotossíntese ocorre, então, na presença de luz,
gás carbônico (CO
2
) e água (H
2
O). Estas são moléculas
inorgânicas simples que são uti lizadas para a síntese
de carboidratos (fórmula geral CH
2
O), que são
moléculas mais energéti cas. Ao fi nal da fotossíntese,
o gás oxigênio (O
2
) também é formado e, é liberado
para o ambiente.
Fonte: Tabela Periódica Completa. Disponível em: h� ps://bityli.
com/EgeFOp. Acesso em jun 2022.
A fotossíntese pode ser dividida em duas
etapas: a etapa fotoquímica e a etapa química. A
etapa fotoquímica, também, chamada de fase clara,
ocorre nas membranas dos ti lacóides, onde estão
localizados os pigmentos fotossinteti zantes, como
a clorofi la. Nessa etapa, ocorrem reações químicas
dependentes da energia luminosa. Por sua vez, a etapa
química, também chamada de fase escura, ocorre no
estroma dos cloroplastos e, apesar de não depender
diretamente de energia luminosa, depende dos
produtos gerados na etapa fotoquímica e, portanto,
também ocorre na presença de luz.
Existem quatro ti pos de clorofi la. Destas, a clorofi la
a é essencial à fotossíntese e está presente em todas
as plantas autotrófi cas; as clorofi las b, c e d agem
como fotorreceptores secundários e são exemplos de
pigmentos acessórios.
A seguir, vejamos as principais reações químicas
que ocorrem em cada uma das etapas da fotossíntese:
Fonte: Sala BioQuímica. Disponível em:h� ps://bityli.com/ogBaTa.
Acesso em jun 2022.
A etapa fotoquímica inicia-se com a absorção
da energia luminosa pela clorofi la, possibilitando a
ocorrência de duas reações: a fotofosforilação e a
fotólise da água. Ou seja, na presença de luz, ocorre
a síntese de ATP, a parti r da ligação de um fosfato
inorgânico (Pi) à molécula de ADP (fotofosforilação),
e a quebra da molécula de água (fotólise). A fotólise
da água libera gás oxigênio (O2), íons hidrogênio (H+)
e elétrons (e-), conforme representado na equação
a seguir:
Os elétrons e os hidrogênios liberados são
capturados por moléculas de NADP
+
, que assumem
sua forma reduzida, NADPH. Já na etapa química, há a
redução do gás carbônico, a parti r dos íons hidrogênio
transportados pelo NADPH. Essa reação ocorre na
presença de ATP, que fornece energia ao sistema.
Ao fi nal, são produzidos açúcares simples, que serão
empregados na produção de outros açúcares, como
a glicose, a sacarose e o amido, e de outras moléculas
orgânicas mais complexas necessárias para a planta.
A síntese de carboidratos ocorre por meio de um
conjunto de reações químicas denominado Ciclo das
pentoses ou Ciclo de Calvin-Benson, em homenagem
aos bioquímicos estadunidenses Melvin Calvin
(1911-1997) e Andrew Benson (1917- 2015), que o
descreveram.
Fonte: Infoescola. Disponível em: h� ps://www.infoescola.com/
wp-content/uploads/2007/10/fotossintese-290826602.jpg. Aces-
so em jun 2022.
ATIVIDADE EXTRA
Ati vidade práti ca
Provavelmente, você já saiba porque a maioria
das plantas são verdes: devido a presença de clorofi la!
Mas, saiba, também, que este não é o único pigmento
presente nos vegetais. Existem outros como os

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
102
carotenoides (carotenos e xantofi las), responsáveis por
conferirem as colorações amarela, laranja e vermelha
a diferentes partes das plantas como raízes, caules,
folhas e frutos. Além disso, podem estar presentes nas
algas, como as algas vermelhas, por exemplo.
A seguir, propomos uma ati vidade práti ca para
a extração destes pigmentos vegetais. O protocolo
completo (materiais e procedimentos) pode ser
encontrado no arti go “Extração de pigmentos
fotossintéti cos em folhas das espécies de café (Coffea
arábica), acálifa (Acalypha hispida ) e urucum (Bixa
orellana), por meio de cromatografi a em papel”
(SILVA et. al. 2013), disponível no endereço eletrônico,
abaixo:
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/
consorcio/spcb_anais/simposio8/34.pdf.
A cromatografi a é um método � sico-químico de
separação de sólidos dissolvidos em uma solução, por
meio da migração diferencial de seus componentes em
duas fases que não se misturam: fase móvel (líquido
com os pigmentos dissolvidos) e fase estacionária
(onde os pigmentos irão se arrastar e fi nalmente se
fi xar).
Este é um método que pode ser uti lizado na
determinação da quanti dade de componentes em
uma mistura, assim como, na identi fi cação destas
substâncias. Aqui faremos a cromatografi a em papel.
Esta é uma técnica barata, rápida e interessante
para se fazer na sala de aula. Desse modo, será
possível interagir e raciocinar sobre como o método
da Cromatografi a pode ser usado para separar e
identi fi car substâncias químicas, mesmo em misturas
complexas contendo centenas de compostos.
Separar os componentes de uma mistura, por
meio da técnica de cromatografi a em papel.
Materiais e Reagentes:
• Coador de café de papel (ou papel fi ltro);
• Lápis, caneta ou pregador;
• Folhas de diferentes plantas (escolher folhas
de cores variadas);
• Clipes ou fi ta adesiva;
• Água;
• Acetona;
• Copos ou béqueres (a mesma quanti dade dos
ti pos de plantas a serem analisadas).
Procedimento Experimental:
1. Recorte o coador de papel em ti ras de cerca de
4,0 cm de largura e 13 cm de comprimento;
2. Coloque essas ti ras de papel dentro de copos
ou béqueres contendo o extrato de cada ti po
de folha (vide arti go citado acima)
3. Observe o que ocorre com o tempo.
4. Quando o líquido subir por todo o papel, reti -
re-o e deixe-o secar.
5. Anote os fatos observados.
6. Repita o processo, colocando água ao invés de
acetona (pode testar álcool também).
As seguintes questões podem orientar as
discussões:
• O que ocorreu com os extratos ao longo do
tempo?
• Quais extratos apresentaram mais componen-
tes? Quais as plantas analisadas?
• Quais foram as cores observadas em cada ti ra,
para cada planta?
• Por que cada componente dos extratos percor-
re uma distância diferente?
• Quais extratos ti nham os mesmos componen-
tes?
• Qual a diferença observada entre os resulta-
dos usando água e acetona (e álcool)? Por que
houve diferença?
Quimiossíntese
A quimiossíntese é um processo autotrófi co de
produção de compostos orgânicos, assim como a
fotossíntese, porém ocorre independentemente
da existência de energia luminosa. Justamente,
microrganismos autotrófi cos que habitam, por
exemplo, as regiões mais profundas dos oceanos, são
capazes de realizar este processo, uma vez que estão
adaptados à ausência completa de luz solar.
Lembre-se que os organismos autotrófi cos são
todos aqueles capazes de sinteti zar compostos
orgânicos que lhes servirão de alimento,
independentemente de serem fotossinteti zantes ou
quimiossinteti zantes. Dentre os principais organismos
autotrófi cos quimiossinteti zantes, podemos citar:
• Sulfobactérias: quimiossinteti zantes que oxi-
dam os chamados compostos de enxofre;
• Nitrobactérias: grupo de bactérias que oxidam
compostos de nitrogênio;
• Ferrobactérias: bactérias quimiossinteti zantes
que oxidam compostos de ferro.
Enquanto a energia necessária para a realização
da fotossíntese provém do Sol, a energia para o
processo de quimiossíntese é proveniente da oxidação
de compostos inorgânicos reduzidos, cuja composição
química contém elementos como o nitrogênio (N),
o enxofre (S) ou o ferro (Fe), ou ainda pode ser
proveniente da oxidação do gás hidrogênio.
Etapas da quimiossíntese
O processo de quimiossíntese acontece em duas
etapas:

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
103
1ª) Oxidação de substâncias inorgânicas que
liberam prótons e elétrons, formando moléculas
NADPH e ATP.
2ª) Incorporação de gás carbônico para produção
de substâncias orgânicas a parti r da obtenção de
carbono (C).
A seguinte equação resume o processo:
CO
2
+ H
2
O + Energia Química
= Compostos Orgânicos + O
2
Fonte:h� ps://essaseoutras.com.br/wpcontent/uploads/2011/06/
quimiossintese-2.jpg. Acesso em jun 2022.
Importância da quimiossíntese
Os organismos quimiossinteti zantes, assim como,
as plantas e as algas, contribuem nos ecossistemas
fazendo parte do conjunto de organismos produtores,
ou seja, promovendo a produção primária de compostos
orgânicos. Organismos quimiossinteti zantes,
normalmente, habitam ambientes inóspitos, quer
dizer, ecossistemas de condições extremas onde poucos
seres vivos seriam capazes de viver, como por exemplo
fontes hidrotermais em abismos oceânicos, lagos
congelados, ambientes aquáti cos com alta salinidade
ou ainda muito ácidos. Estes seres vivos consti tuem
a base das cadeias alimentares dos ecossistemas dos
quais fazem parte, sustentando assim, uma série de
comunidades de outros organismos em locais onde
não há a possibilidade de se chegar a luz solar para a
realização da fotossíntese.
A energia que sustenta esses ecossistemas
provém dos minerais e compostos químicos, então,
a quimiossíntese, nesses ambientes, é um processo
indispensável de manutenção da vida. Assim, por meio
da oxidação de moléculas inorgânicas, organismos
quimiossinteti zantes são capazes de obter energia
para a produção de compostos orgânicos.
Entretanto, este é um processo que não ocorre
apenas em ambientes extremos. Existem seres
quimiossinteti zantes que não são extremófi los,
como as bactérias nitrifi cantes pertencentes aos
gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter que realizam
a quimiossíntese, por meio da oxidação da amônia
e do nitrito, respecti vamente, garanti ndo, assim, a
obtenção necessária de energia para a fi xação do gás
carbônico.
Apesar das diferenças quanto a fonte primária
de energia uti lizada, ambos os processos de
quimiossíntese e fotossíntese uti lizam o gás carbônico
como fonte de carbono para a produção de açúcares.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Elabore um mapa mental (mapa conceitual)
parti ndo do termo central “quimiossíntese” e
conectando a este outro termos e conceitos que
resumem o processo, com informações como: ti po
de processo metabólico; compostos uti lizados;
fonte de energia primária uti lizada; importância
do processo; organismos que o realizam (sob quais
condições) etc.
Caso, não saiba o que é um mapa mental ou mapa
conceitual, acesse o link, a seguir, para conhecer e
compreender mais sobre esta metodologia, bem
como alguns exemplos.
Como fazer um mapa mental?
Passo a passo completo (ucpel.edu.br): h� ps://
ead.ucpel.edu.br/blog/como-fazer-mapa-mental.
2. Elabore um quadro comparati vo entre os
processos de quimiossíntese e fotossíntese.
Respiração celular
A respiração celular é um processo que uti liza
compostos orgânicos para a obtenção de energia.
Envolvem várias reações químicas cujo objeti vo
é a degradação, ou seja, a quebra de moléculas
orgânicas. Estas reações ocorrem no interior da
célula e vão resultar na liberação de energia conti da
nas ligações químicas dos elementos das moléculas
parti cipantes. Parte dessa energia dissipasse para
fora da célula, ou organismo, na forma de calor e
outra parte é converti da em energia química a ser
armazenada nas ligações químicas das moléculas de
ATP. Esta é uma forma de armazenar energia até que
ela precise ser uti lizada, novamente, em algum outro
processo metabólico celular. Pode-se dizer, então,
que o objeti vo da respiração celular é a síntese de
moléculas de ATP.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
104
Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.
Os carboidratos são compostos orgânicos uti lizados
no processo de obtenção de energia, sendo a glicose
o principal. Entretanto, na falta de carboidratos, as
células podem uti lizar gorduras (lipídios) e, na falta
destas, chegam a metabolizar as proteínas com o
objeti vo de obtenção de energia.
As reações para obtenção de energia podem ou
não envolver a molécula de gás oxigênio (O
2
) como um
de seus reagentes. Sendo assim, existe a possibilidade
do processo ser aeróbio (ou aeróbico) quando o O
2
parti cipa, ou anaeróbio (ou anaeróbico) quando não
há parti cipação do O
2
.
Existem células (e organismos) que só realizam
um ou outro processo, entretanto, existem, também,
aquelas que podem realizar os dois. Assim, podemos
classifi car as células em:
• Aeróbias estritas – Realizam apenas o processo
aeróbio, morrendo na ausência de O
2
. Como é
o caso, por exemplo, da maioria das células de
um organismo pluricelular (plantas e animais).
• Anaeróbias estritas ou obrigatórias – Realizam
o processo anaeróbio, sendo prejudicadas pela
presença do O
2
, que, inclusive, pode matá-las.
Por exemplo: seres unicelulares, como a bacté-
ria Clostridium tetani, microrganismo causador
do tétano.
• Anaeróbias facultati vas – Realizam os dois pro-
cessos: aeróbio e anaeróbio, de acordo com a
disposição de O
2
no ambiente. Por exemplo, o
que ocorre em nossas células musculares es-
queléti cas.
Respiração aeróbia
No metabolismo celular, a respiração aeróbia,
normalmente, é feita a parti r da glicose. Esse
processo envolve uma reação exergônica, ou seja,
que libera energia para o metabolismo, sendo,
simplifi cadamente, representada, a seguir:
Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.
É a parti r da alimentação que, majoritariamente,
os seres vivos heterótrofos obtêm a glicose (C
6
H
12
O
6
)
a ser uti lizada como reagente no processo metabólico
da respiração celular, enquanto os seres autótrofos
conseguem produzir esta molécula energéti ca, por
meio da fotossíntese ou quimiossíntese.
Outro reagente da respiração (aeróbia) é o gás
oxigênio (O
2
). Este, normalmente, é proveniente do
meio ambiente (água ou atmosfera) a depender de
qual espécie estamos falando (peixes ou aves, por
exemplo). Um dos produtos do processo de
respiração é o gás carbônico ou dióxido de carbono
(CO
2
). Por ser uma substância tóxica, quando em altas
concentrações no interior de um organismo ou célula,
precisa ser liberada para o ambiente externo. Esta é
uma substância caracterizada como um óxido ácido.
Por isso, quanto maior a sua concentração num meio,
mais ácido esse meio se torna. É, justamente, esta
acidifi cação em excesso que pode levar as células à
morte.
Perceba que na respiração aeróbia, portanto, há,
normalmente, uma troca de gases (absorção de O
2
e eliminação do CO
2
) entre o organismo e o meio
ambiente.
Outro produto do processo de respiração celular
é a água (H
2
O), que poderá ser uti lizada no próprio
metabolismo celular ou, ainda, eliminada da célula.
Em um organismo pluricelular como uma planta
ou animal, a água é eliminada, por meio de diferentes
processos como transpiração, por exemplo.
A fabricação de moléculas de ATP advém da
fosforilação do ADP, a parti r da absorção da energia
produzida durante o processo de respiração celular,
como resumido a seguir:
Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.
Em se tratando de respiração aeróbia, podemos
dividir o processo em três etapas:
Glicólise
A glicólise (do grego: glykýs, açúcar e lýsis, quebra)
pode ser defi nida como um processo consti tuído por
um caminho metabólico através do qual uma molécula
de glicose é quebrada em duas moléculas de ácido
pirúvico um composto de menor energia que pode
ser obti do da glicose sem a uti lização de oxigênio. Esta
etapa ocorre no citoplasma da célula de qualquer ser
vivo, anaeróbio ou aeróbio.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
105
A glicólise é um processo que ocorre, também,
em etapas, envolvendo 10 reações enzimáti cas e
resultando, então, na formação de ácido pirúvico.
Inicialmente, a molécula de glicose é ati vada pela
adição de fosfatos que são provenientes de duas
moléculas de AT P. Pode parecer contraditório que um
processo que tem como objeti vo a produção de ATP,
também, gaste este mesmo ATP, para sua realização.
Apesar disso, este processo se torna vantajoso, pois o
saldo fi nal de moléculas energéti cas, ainda, é positi vo:
a glicólise produz quatro moléculas de ATP e gasta
duas, ou seja, o saldo líquido da glicólise é ainda de
2 ATPs.
Durante as reações de glicólise, além do ácido
pirúvico formado, observa-se a liberação de quatro
elétrons e quatro íons H
+
. Dois íons H
+
e quatro
elétrons são capturados por duas moléculas de NAD
+
(nicoti namida-adenina), dando origem a moléculas
de NADH. Lembre-se que o NAD
+
é um aceptor de
elétrons que consegue capturar elétrons de reações
de degradação e levá-los até reações que promovem
a síntese de ATP.
Devido a esta característi ca de consumir energia
para produzir energia, diz-se que a glicólise apresenta
duas etapas:
1ª) Fase preparatória - com uti lização da energia
da hidrólise de ATP.
2ª) Fase de pagamento - formação de quatro mo
léculas de ATP, que é a quanti dade mais que sufi ciente
para se repor a energia gasta inicialmente. CO2 e
H2O e síntese de ATP (energia para a célula). Entre
as diversas etapas do ciclo de Krebs, ainda, Observe
na fi gura, a seguir, o que ocorre com a glicose até a
produção das duas moléculas de piruvato durante a
glicólise.
Fonte: Pinterest. Disponível: h� ps://i.pinimg.com/originals/91/
e0/53/91e053dd0eb8b6dfedd04e0f0dd0c499.jpg. Acesso em
jun 2022.
Ciclo de krebs
O Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico é uma
das etapas metabólicas da respiração celular aeróbica
que ocorre na matriz mitocondrial de células animais.
Fonte: Mundo Educação. Disponível em: h� ps://bityli.com/L� -
LHc. Acesso em jun 2022.
Representação de uma célula animal com ênfase
em uma mitocôndria (organela membranosa),
onde ocorre o processo de respiração celular. A
etapa referente ao ciclo de Krebs, ocorre no interior
da mitocôndria, na região denominada matriz
mitocondrial.
A função do ciclo de Krebs é promover a degradação
de produtos do metabolismo dos carboidratos,
lipídios e de diversos aminoácidos. Essas substâncias
são converti das em aceti l-CoA, com a liberação de
CO
2
e H
2
O e síntese de ATP (energia para a célula).
Entre as diversas etapas do ciclo de Krebs, ainda, são
produzidos intermediários que poderão ser uti lizados
como precursores na síntese de biomoléculas (ex.:
aminoácidos).
É nesta etapa que ocorre, de fato, a transferência
da energia química presente nas moléculas orgânicas
para moléculas de ATP, que serão uti lizadas nas
ati vidades celulares.
Reações do Ciclo de Krebs
O ciclo de Krebs corresponde a uma sequência
de oito reações oxidati vas, ou seja, que necessitam
de oxigênio.
Cada uma das reações conta com a parti cipação
de enzimas encontradas nas mitocôndrias. As enzimas
são responsáveis por catalisar (acelerar) as reações.
Etapas do Ciclo de Krebs
A. Descarboxilação Oxidati va do Piruvato
A glicose (C6H12O6) proveniente da degradação
dos carboidratos se converterá em duas moléculas
de ácido pirúvico ou piruvato (C3H4O3). A glicose é
degradada através da Glicólise e, é uma das principais
fontes de Aceti l-CoA.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
106
A descarboxilação oxidati va do piruvato dá início
ao ciclo de Krebs. Ela corresponde a remoção de um
CO2 do piruvato, gerando o grupo aceti l que se liga a
coenzima A (CoA) e forma o Aceti l-CoA.
Observe que essa reação produz NADH, uma
molécula carreadora de energia.
Descarboxilação oxidati va do piruvato para formar
o Aceti l-CoA.
Fonte: Toda Matéria. Disponível em: h� ps://stati c.todamateria.
com.br/upload/ac/et/aceti lfi nal.jpg. Acesso em 2022.
B. Reações do Ciclo de Krebs
Com a formação do aceti l-CoA é dado início ao
ciclo de Krebs, na matriz das mitocôndrias. Ele inte
grará uma cadeia de oxidação celular, ou seja, uma
sequência de reações a fi m de oxidar os carbonos,
transformandoos em CO
2
.
Com base na imagem do ciclo de Krebs, acompanhe
o passo a passo de cada reação:
• Etapas (1 - 2) → A enzima citrato sintetase ca-
talisa a reação de transferência do grupo aceti l,
proveniente da aceti l-CoA, para o ácido oxaloa-
céti co ou oxaloacetato formando o ácido cítrico
ou citrato e liberando a Coenzima A. O nome do
ciclo está relacionado com a formação do ácido
cítrico e as diversas reações que decorrem.
• Etapas (3 - 5) → Ocorrem reações de oxidação e
descarboxilação originando ácido cetoglutárico
ou cetoglutarato. É liberado CO2 e forma-se
NADH
+
+ H
+
.
• Etapas (6 - 7) → Em seguida o ácido cetoglutá-
rico passa por reação de descarboxilação oxida-
ti va, catalisada por um complexo enzimáti co do
qual fazem parte a CoA e o NAD
+
. Essas reações
originarão ácido succínico, NADH
+
e uma mo-
lécula de GTP, que posteriormente, transferem
sua energia para uma molécula de ADP, produ-
zindo assim ATP.
• Etapa (8) → O ácido succínico ou succinato é
oxidado a ácido fumárico ou fumarato, cuja co-
enzima é o FAD. Assim será formando FADH
2
,
outra molécula carregadora de energia.
• Etapas (9 -10) → O ácido fumárico é hidratado
formando o ácido málico ou malato. Por fi m, o
ácido málico sofrerá oxidação formando o ácido
oxaloacéti co, reiniciando o ciclo.
Fonte: IF Triângulo Mineiro. Disponível em:h� ps://sites.google.com/site/biologiaufal20122/eventos/me-03. Acesso em um 2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
107
Resumo do ciclo de krebs
Fonte: IF Triângulo Mineiro. Disponível em: h� ps://bityli.com/
eOojKR. Acesso em jun 2022.
Cadeia respiratória
A terceira e últi ma etapa da respiração celular
é chamada de cadeia respiratória ou cadeia
transportadora de elétrons. Este processo ocorre
no interior das mitocôndrias e, também, tem como
objeti vo a geração de energia em forma de ATP. A
maior parte do ATP produzido pelo processo de
respiração celular ocorre nesta terceira etapa.
Durante os processos caracterizados como
a cadeia respiratória, quatro grandes complexos
proteicos inseridos na membrana interna da
mitocôndria realizam o transporte dos elétrons de
NADH e de FADH
2
(formados nas etapas anteriores:
glicólise e ciclo de krebs) para o gás oxigênio. Como
consequência, estes transportadores de elétrons
são, respecti vamente, reduzidos a NAD
+
e FAD. Ao
fi nal da reação o gás oxigênio é reduzido a moléculas
de água devido aos elétrons de hidrogênio que com
ele se combinaram. Por isso que o oxigênio é tão
importante na respiração celular, ele é o aceptor fi nal
de hidrogênios. Isto signifi ca que na sua ausência esse
processo seria interrompido.
Os elétrons do NADH e do FADH
2
, atraídos pelo
gás oxigênio, percorrem um caminho por entre os
complexos proteicos, liberando neste trajeto uma
grande quanti dade de energia. A energia liberada
pelos elétrons na passagem de uma proteína a
outra da cadeia respiratória é chamada de força
eletromoti va, e ocasiona a passagem dos íons H
+
da
matriz mitocondrial para o pequeno espaço entre as
membranas da mitocôndria.
Altamente concentrados no espaço entre as
membranas mitocondriais, estes íons H
+
tendem a
retornar à matriz mitocondrial, gerando um potencial
de difusão denominado força protomoti va. Para que
consigam retornar, estes íons têm de passar por um
dos complexos proteicos da cadeia respiratória, o
sintase do ATP. Este complexo pode ser comparado
à turbina de uma usina hidrelétrica: é composto por
um rotor interno que, ao ser movido pela passagem
dos íons H
+
, convertem a energia potencial da difusão
dos íons em energia mecânica (a rotação da sintase
do ATP) e, em seguida, em energia química.
Em outras palavras, a conversão da energia
mecânica em energia química consiste na uti lização
da energia liberada com a entrada dos íons H
+
pelo
complexo proteico para a produção das moléculas de
ATP. Nesta reação, a energia mecânica produzida é
uti lizada para a inserção de um fosfato à molécula de
ADP (adenosina difosfato), transformando o em ATP
(adenosina trifosfato), em uma reação denominada
fosforilação oxidati va. Conti do de energia química,
este ATP, ao fi nal do processo, será fornecido a todas
as células como fonte de energia para a realização de
suas ati vidades.
A energia liberada pelos elétrons de NADH e do
FADH
2,
em sua passagem pela cadeia respiratória
rendem, teoricamente, 34 moléculas de ATP. Em
condições normais, porém, esse rendimento é menor,
sendo formadas 26 moléculas. Se estas 26 moléculas
forem somadas aos dois ATP formados na glicólise
e aos dois ATP formados no ciclo de Krebs, pode-se
dizer que a respiração celular chega ao rendimento
máximo de 30 moléculas de ATP por molécula de
glicose, embora em teoria este número fosse de 38
moléculas de ATP por molécula de glicose.
MOMENTO ENEM
01. (ENEM MEC/2019)
O 2,4-dinitrofenol (DNP) é conhecido como
desacoplador da cadeia de elétrons na mitocôndria
e apresenta um efeito emagrecedor. Contudo, por ser
perigoso e pela ocorrência de casos letais, seu uso
como medicamento é proibido em diversos países,
inclusive no Brasil. Na mitocôndria, essa substância
captura, no espaço intermembranas, prótons (H
+
)
provenientes da ati vidade das proteínas da cadeia
respiratória, retornando à matriz mitocondrial. Assim,
esses prótons não passam pelo transporte enzimáti co
na membrana interna.
GRUNDLINGH, J. et al. 2,4-Dinitrophenol (DNP): a W eight Loss
Agent with Signifi cant Acute Toxicity and Risk of Death. Journal
of Medical Toxicology, v. 7, 2011 (adaptado).
O efeito emagrecedor desse composto está
relacionado ao(à)
(A) diminuição da produção de aceti l CoA, resultando
em maior gasto celular de piruvato.
(B) bloqueio das reações do ciclo de Krebs, resultando
em maior gasto celular de energia.
(C) redução da produção de ATP, resultando em maior
gasto celular de nutrientes.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
108
(D) inibição da glicólise, resultando em maior absorção
celular da glicose sanguínea.
(E) obstrução da cadeia respiratória, resultando em
maior consumo celular de ácidos graxos.
02. (ENEM MEC/2020)
O culti vo de células animais transformou-se em uma
tecnologia moderna com inúmeras aplicações, dentre
elas testes de fármacos visando o desenvolvimento
de medicamentos. Apesar de os primeiros estudos
datarem de 1907, o culti vo de células animais
alcançou sucesso na década de 1950, quando Harry
Eagle conseguiu defi nir os nutrientes necessários para
o crescimento celular.
CASTILHO, L. Tecnologia de biofármacos. São Paulo, 2010.
Qual componente garante o suprimento energéti co
para essas células?
(A) Fonte de carbono
(B) Indicadores de pH
(C) Elementos inorgânicos
(D) Vitaminas
(E) H
2
O
03. (ENEM MEC/2009)
Considere a situação em que foram realizados dois
experimentos, designados de experimentos A e B,
com dois ti pos celulares, denominados células 1 e 2.
No experimento A, as células 1 e 2 foram colocadas
em uma solução aquosa contendo cloreto de sódio
(NaCl) e glicose (C
6
H
12
O
6
), com baixa concentração
de oxigênio. No experimento B foi fornecida às células
1 e 2 a mesma solução, porém com alta concentração
de oxigênio, semelhante à atmosférica. Ao fi nal do
experimento, mediu-se a concentração de glicose
na solução extracelular em cada uma das quatro
situações. Este experimento está representado no
quadro, abaixo. Foi observado no experimento A que
a concentração de glicose na solução que banhava
as células 1 era maior que a da solução contendo as
células 2 e esta era menor que a concentração inicial.
No experimento B, foi observado que a concentração
de glicose na solução das células 1 era igual à das células
2 e esta era idênti ca à observada no experimento A,
para as células 2, ao fi nal do experimento.
Pela interpretação do experimento descrito, pode-se
observar que o metabolismo das células estudadas
está relacionado às condições empregadas no
experimento, visto que as células 1 e 2 obti veram
energia a parti r de substratos diferentes.
(A) células 2 têm maior demanda de energia que as
células 1.
(B) células 1 realizam metabolismo aeróbio.
(C) células 1 são incapazes de consumir glicose.
(D) células 2 consomem mais oxigênio que as células 1.
SAIBA MAIS
O assunto respiração celular, também, pode ser
acessado no formato de video-aula disponível no link
ou no QRCODE, abaixo:
h� ps://www.youtube.com/watch?v=OihZCxbjTa0&-
t=134s
Fermentação
A fermentação é um processo de respiração
anaeróbica, por meio do qual as células obtêm
energia química para as ati vidades normais do seu
metabolismo.
O ser humano se uti liza desses mecanismos para a
preparação de produtos bastante consumidos. Como
acontece com o fermento biológico do pão, além da
fermentação do vinho, do iogurte, entre outros.
O que é a Fermentação?
Na fermentação acontece apenas a primeira etapa
da respiração celular, ou seja, a glicólise. Nessa fase,
ocorre a quebra da molécula de glicose em duas
moléculas de piruvato (ou ácido pirúvico), além da
formação de duas moléculas de ATP e duas de NADH.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
109
Fonte: Escola Educação. Disponível em: h� ps://escolaeducacao.
com.br/wp-content/uploads/2020/03/glicolise.jpg. Acesso em
jun 2022.
Para que a energia armazenada nas ligações
químicas da glicose seja liberada, é preciso que
ocorram sucessivas oxidações. Geralmente, as
moléculas são oxidadas quando perdem elétrons, ao
reagir com o oxigênio.
No entanto, na oxidação da glicose são reti rados
os hidrogênios da molécula, sem necessidade do
contato direto com o oxigênio. A desidrogenação é
catalisada por enzimas chamadas desidrogenases.
Elas possuem uma coenzima, o NAD, que carrega os
átomos de hidrogênio reti rados da glicose.
Os organismos anaeróbicos facultati vos podem
realizar respiração aeróbica ou anaeróbica. Desse
modo, quando há escassez de oxigênio, eles realizam
a fermentação como processo alternati vo. É o que
acontece com o levedo da cerveja e as células
musculares do corpo humano.
Já os anaeróbicos estritos ou obrigatórios não
dispõem de enzimas para parti cipar das etapas da
respiração aeróbica, portanto, muitos podem morrer
na presença de oxigênio. Por isso, precisam realizar o
processo de fermentação.
Tipos de Fermentação
O ti po de fermentação depende das enzimas que
os organismos possuem. De acordo com o ti po de
enzimas, o produto será diferente, por exemplo: álcool
e� lico, ácido láti co, ácido acéti co ou ácido bu� rico.
Fermentação Alcoólica
Na fermentação alcoólica, após a glicólise o
piruvato perde carboxilas e, em seguida, recebe
átomos de hidrogênio. Desse modo é formado álcool
e� lico ou etanol. Esse processo é catalisado pela
enzima álcool desidrogenase.
É o processo de fermentação alcoólica que se usa
para a produção de bebidas alcoólicas. O lêvedo de
cerveja é uma levedura, cujo nome cien� fi co é Sac
charomices cerevisae.
Tanto na produção do vinho, como na cerveja a
fermentação ocorre devido à presença das leveduras,
formando o etanol.
O fermento de pão ou fermento biológico,
também, é consti tuído de leveduras. Durante a
preparação do pão, elas realizam o processo e o gás
carbônico (CO
2
), que é liberado pela descarboxilação,
é o que faz a massa aumentar de volume.
Fermentação Láti ca
Se durante a respiração aeróbica é produzido ácido
láti co, o processo é chamado de fermentação láti ca. A
enzima lactato desidrogenase reduz o piruvato, que
origina o lactato.
É o processo realizado pelos lactobacilos ou
bactérias do ácido láti co, que estão presentes no
intesti no de animais, em plantas, no solo e na água.
Essas bactérias são muito usadas na fermentação do
leite para fabricação de iogurtes, coalhadas e outros
derivados. A fermentação láti ca, também, ocorre nas
células musculares quando há um esforço excessivo.
Nesse caso, as fi bras trabalham intensamente e,
a quanti da de de oxigênio torna-se insufi ciente,
tornando necessária a respiração anaeróbica. O ácido
láti co se acumula produzindo a dor característi ca
dessa situação.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
• Pesquise sobre mais ti pos de fermentação e
organize as informações na forma de um quadro
comparati vo, contendo informações como: ti pos
de fermentação; produtos; exemplos etc.
• Uti lize o vídeo de apoio presente no link e no QR
CODE:
• https://www.youtube.com/watch?v=_gU-
F8U5Wmg8
• Elabore representações que ilustrem os caminhos
metabólicos percorridos em cada um dos processos
colocados no quadro construído, anteriormente,
desde o reagente inicial até os produtos.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
110
ATIVIDADE EXTRA
Ati vidade práti ca
Tempo previsto: 50 min (1 aula)
Objeti vo: Observar os efeitos da fermentação
alcoólica.
Material:
• Açúcar
• Garrafa Plásti ca Pequena Vazia
• Fermento Biológico (fresco ou seco)
• Balão (bexiga) de borracha
• Água fi ltrada
Procedimento:
• Dissolver 2 colheres de sopa de açúcar em 1 copo
de água fi ltrada (volume aproximado para encher
meia garrafa – enchendo-se a garrafa toda pode
haver extravasamento de espuma e líquido).
• Adicionar 1 colher de chá rasa de fermento em pó.
Transferir para a garrafa plásti ca. Colocar a bexiga
bem ajustada na boca da garrafa (se necessário
reforce com um elásti co de escritório). Deixar
repousar, ao abrigo da luz direta.
Resultados e discussão:
• Observar os resultados e discuti r suas causas,
considerando-se os reagentes e produtos do
processo de fermentação alcoólica.
• Pensar em novas possibilidades de se repeti r o
experimento testando novas variáveis (como fatores
que podem interferir no processo - temperatura,
substrato etc.)
REFERÊNCIAS
1. AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto
Rodrigues. Biologia em Contexto. 1ª edição. São
Paulo: Editora Moderna, 2013.
2. Bernoulli Sistema de Ensino. Biologia. Vol. 04.
Ensino Médio. Editora Bernoulli.
3. Equipe editorial de Conceito.de. (22 de fevereiro de
2012). Conceito de enzima. Conceito.de. Disponível
em: h� ps://conceito.de/enzima. Acesso em 13 jun
2022.
4. GODOY, L. P., et al. Multi versos: ciências da natureza
: matéria, energia e a vida : ensino médio. 1. ed. São
Paulo: Editora FTD, 2020.
5. Lehninger, A.L.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. Lehninger:
Princípios de Bioquímica, 4a. Edição, Editora Sarvier,
2007.
6. MAGALHÃES, L. Ciclo de Krebs. Toda Matéria.
Disponível em: <www.todamateria.com.br/ciclo-de-
krebs/> Acesso em 13 jun 2022.
7. Sala BioQuímica: Nucleo� deos e metabolismo
energéti co. NAD, FAD, NADP e ATP (salabioquimica.
blogspot.com). Disponível em: h� ps://salabioquimica.
blogspot.com/2017/06/nucleoti deos-e-metabolismo-
-energeti co.html. Acesso em 14 jun 2022.
8. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Glicólise”; Brasil
Escola. Disponível em: h� ps://brasilescola.uol.com.
br/biologia/glicolise.htm. Acesso em 13 de junho de
2022.
9. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Nucleo� deo”;
Brasil Escola. Disponível em: h� ps://brasilescola.uol.
com.br/biologia/nucleoti deo.htm. Acesso em 08 de
junho de 2022.
10. Toda Matéria. Fermentação. Disponível em:
<www.todamateria.com.br/fermentacao/>. Acesso
em 13 jun 2022.
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CNT203) Avaliar e prever efeitos de intervenções
nos ecossistemas, e seus impactos nos seres vivos
e no corpo humano, com base nos mecanismos de
manutenção da vida, nos ciclos da matéria e nas
transformações e transferências de energia, uti lizando
representações e simulações sobre tais fatores, com
ou sem o uso de dispositi vos e aplicati vos digitais
(como so� wares de simulação e de realidade virtual,
entre outros).
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT203G) Reconhecer a importância dos
organismos fotossinteti zantes (algas e vegetais) como
base de todo processo ecológico que mantém a vida,
considerando as transformações e transferências
energéti cas envolvidas em seu metabolismo para
relacionar a preservação da biodiversidade à
manutenção do equilíbrio ecológico.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Fluxo de energia

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
111
FLUXO DE ENERGIA
Considerando o que foi desenvolvido no módulo
sobre metabolismo energéti co celular, observamos
que existem diferentes formas pelas quais os seres
vivos são capazes de obter energia para a realização
de seus processos metabólicos, garanti ndo assim,
a manutenção da vida. Estudamos, também, que a
energia primária que chega ao nosso planeta, a parti r
do Sol, é converti da de energia luminosa para energia
química pelo processo de fotossíntese realizado por
organismos clorofi lados, como as plantas e as algas.
Neste módulo, estudaremos que estes organismos
fotossinteti zantes, juntamente, com os organismos
quimiossinteti zantes, consti tuem um grupo muito
importante de seres vivos fornecedores de energia
para as cadeias alimentares.
Assim, a energia, uma vez armazenada na forma de
compostos orgânicos, pode fl uir unidirecionalmente,
através das relações alimentares entre os organismos.
Neste processo, parte da energia, ainda, é perdida
na forma de calor, mas, outra parte, segue sempre,
do produtor aos consumidores e, fi nalmente, aos
decompositores, que são os organismos responsáveis
pela decomposição da matéria orgânica, possibilitando,
assim, a ciclagem da matéria.
Diferentemente, do fl uxo de energia, o fl uxo de
matéria é cíclico e ocorre de acordo como o que de
nominamos de ciclos biogeoquímicos, onde a matéria
perpassa do ambiente (meio abióti co) para os seres
vivos (componentes bióti cos) e de volta ao ambiente
(solo, água, atmosfera) de maneira ininterrupta. Todos
estes processos estão intrinsecamente relacionados
aos processos de produção, transformação e
transferência de energia nos ecossistemas.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2022.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2022.
Portanto, este conteúdo conti nua, então,
organizado em torno do tema “Energia” o qual
poderá ser desenvolvido na perspecti vados demais
componentes da área de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias. Neste momento, o componente Biologia
pode contribuir apresentando conhecimentos do
campo de estudo da Ecologia, por meio dos quais será
possível reconhecer a importância dos organismos
fotossinteti zantes como base de todos os processos
que mantém a vida, assim como, proposto pelo
objeti vo de aprendizagem deste módulo e a habilidade
específi ca relacionada. Para tanto, serão consideradas
as transformações e transferências energéti cas
envolvidas nos processos metabólicos já estudados e,
ainda, novos conceitos a serem apresentados, a seguir.
Introdução à Ecologia
A Ecologia é a ciência que estuda a interação entre
os seres vivos e o ambiente em que vivem.
O termo “ecologia” foi uti lizado pela primeira vez
em 1866, na obra “Morfologia Geral do Organismo”,
pelo biólogo alemão Ernst Haeckel.
A palavra Ecologia vem do grego, onde Oikos
signifi ca “casa” e Logos signifi ca “estudo”. Dessa forma,
a ecologia é o estudo da casa, ou seja, do ambiente e
das interelações dos organismos no meio � sico.
A ecologia pode ser considerada uma das ciências
mais complexas e amplas, pois para compreender o
funcionamento da natureza, ela envolve o estudo
de diferentes campos de estudo, como evolução,
genéti ca, citologia, anatomia e fi siologia.
Níveis de organização
Ao estudar ecologia é importante saber que ela
se divide em níveis de organização. Se considerarmos
a matéria viva organizada a parti r do átomo, teremos
uma sequência como a demonstrada, acima, na
fi gura. Um conjunto de átomos que interagem

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
112
entre si, formando ligações químicas, podem formar
moléculas. Estas vão compor diferentes substâncias
(simples ou compostas) que podem ser substâncias
orgânicas (como carboidratos, lipídios, proteínas,
ácidos nucleicos etc.) que entram na consti tuição dos
seres vivos, a parti r das células e todos os organoides
que as compõem.
Um conjunto de células que têm forma e função
semelhantes podem formar, em um organismo,
pluricelular, tecidos e, estes formam órgãos. O
conjunto de órgãos, como por exemplo, esôfago,
estômago, intesti no etc., formam um sistema, que
neste caso, seria o sistema digestório. Um organismo
é consti tuído por vários sistemas que trabalham
juntos para manter a homeostase do corpo, ou seja,
o equilíbrio de todas as funções.
Parti ndo do nível de organismo, teremos o conceito
de população, que é um conjunto de organismos de
uma mesma espécie. O conjunto de populações forma
uma comunidade e o conjunto das comunidades, um
ecossistema. Um bioma é formado por diferentes
ecossistemas, enquanto a biosfera é o conjunto de
todas as regiões do planeta, onde podemos encontrar
seres vivos. Sobre estes últi mos conceitos, há mais
detalhes, a seguir.
Principais níveis de organização em Biologia
População
A população representa o conjunto de organismos
da mesma espécie que vivem juntos e apresentam
maiores chances de reprodução entre si. Inicialmente,
essa organização era uti lizada apenas para grupos
humanos, depois foi ampliada, para qualquer grupo
de organismos.
As espécies, por sua vez, são organismos com
característi cas genéti cas semelhantes. Com isso, o
cruzamento de indivíduos da mesma espécie gera
descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos,
pau-brasil, etc;
Comunidade
A comunidade representa o conjunto das
populações que vivem numa mesma região, no
qual vivem em determinado local, com condições
ambientais específi cas e interagindo entre si, também,
chamado de comunidade biológica, biocenose ou
biótopo. Como exemplo de comunidades pode ser
citado as aves, insetos e plantas de uma região.
Ecossistemas
O ecossistema é o conjunto de comunidades que
interagem entre si e com o ambiente. Ele é formado
pela interação de biocenoses e biótopos. A reunião
de diferentes ecossistemas é conhecido como bioma
e nele estão reunidas característi cas próprias de
diversidade biológica e condições ambientais. Alguns
exemplos de biomas brasileiros são: a Mata Atlânti ca,
o Cerrado e a Amazônia.
Fonte: Biologia Net. Disponível em; h� ps://stati c.biologianet.
com/2020/05/biodiversidade-2.jpg. Acesso em jun 2022.
Biosfera
A biosfera é o nível mais amplo, pois ele
corresponde ao conjunto de todos os ecossistemas
das diferentes regiões do planeta, ou seja, o local,
onde estão todos os seres vivos. É a reunião de toda
a biodiversidade existente na Terra. A biodiversidade,
por sua vez, signifi ca a variedade de vida existente,
englobando toda a riqueza das espécies.
Conceitos básicos da ecologia
Para melhor compreensão do mundo vivo, além
dos níveis de organização, a ecologia moderna abrange
diversos conceitos que são fundamentais.
Conheça, a seguir as defi nições dos principais
conceitos que a ecologia estuda.
Habitat
O habitat é o ambiente � sico em que vivem
determinadas espécies. As condições do ambiente
dependem de fatores abióti cos que afetam
diretamente os seres vivos presentes.
Alguns exemplos são: o habitat do leão, as savanas
e, o habitat do tatu, as fl orestas.
Nicho ecológico
O Nicho Ecológico representa os hábitos e o modo
de vida dos animais que representam seu nicho.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
113
Por exemplo: no grupo dos leões são as leoas que
caçam e cuidam dos fi lhotes, enquanto os machos
defendem de invasores.
Fatores bióti cos e abióti cos
Os fatores bióti cos e abióti cos são os seres vivos e
não vivos de um ecossistema e são interdependentes.
Os seres vivos representam os componentes bióti cos,
como as plantas, animais e bactérias. Já o conjunto
de componentes � sicos e químicos do meio, tais
como umidade, temperatura e luminosidade são os
componentes abióti cos.
Relações ecológicas
As relações ecológicas são as interações que
ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecossistemas.
Elas podem ser entre indivíduos da mesma
espécie (intraespecífi ca) ou entre espécies diferentes
(interespecífi cas). E, podem ser benéfi cas (positi vas)
ou prejudiciais (negati vas) para as partes envolvidas.
Cadeia alimentar
A cadeia alimentar representa as relações
alimentares entre os organismos da biota.
É através dos níveis trófi cos da cadeia alimentar
que é realizado o fl uxo con� nuo de energia e matéria.
Fonte: Educação Globo. Disponível em: h� ps://bityli.com/dPuRuF.
Acesso em jun 2022.
Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos representam o processo
realizado entre energia e a matéria, que por sua vez
se movimentam pelo ambiente de forma cíclica,
fazendo assim a ciclagem dos nutrientes essenciais
à manutenção da vida.
Alguns exemplos dos ciclos biogeoquímicos são:
ciclo do carbono, do nitrogênio, do oxigênio e da água.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre conceitos básicos de ecologia,
acesse a videoaula, disponível no link ou QRCODE,
abaixo:Vídeo: Organismos e ambiente
YouTube h� ps://www.youtube.com/watch?v=OVG_
WNvDXwE
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Elabore um glossário para os conceitos básicos
em ecologia.
2. Construa um mapa conceitual (mapa mental)
relacionando os conceitos básicos em torno do
tema central “Ecologia”.
3. EXTRA: Crie um jogo de cartas uti lizando
os conhecimentos relacionados a Ecologia
aprendidos até o momento. Sugestão: as cartas
podem formar duplas que se complementam e
serem jogadas como um jogo da memória.
Energia nas cadeias alimentares
Nas cadeias alimentares ocorrem transformações
da matéria e da energia. Os produtores são capazes
de transformar a energia proveniente, principalmente,
da luz solar em outras formas de energia presentes
em moléculas de carboidratos que poderão ser
uti lizadas pelos consumidores. Os consumidores, por
sua vez, também, realizam conversões energéti cas e
uti lizam parte da energia presente nas moléculas de
carboidratos para a síntese de moléculas de ATP, as
quais serão uti lizadas em suas funções básicas. No
entanto, nem toda quanti dade de energia que é
transformada por um ser vivo é disponibilizada ao
nível trófi co seguinte, pois os seres vivos uti lizam
boa parte dela para manutenção de suas funções
básicas. Além disso, as transformações energéti cas
que ocorrem na natureza não são completamente
efi cientes, pois uma parte é transformada em energia
térmica, que é dissipada ao ambiente. Isso signifi ca
que, nas conversões energéti cas realizadas em cada
um dos níveis trófi cos de uma cadeia alimentar, uma
parcela da energia é perdida na forma de calor. Por
esses moti vos, a quanti dade de energia que pode ser
transferida entre os níveis trófi cos é cada vez menor
conforme se distancia dos produtores.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
114
Transformações e transferências de energia nas
cadeias alimentares
A energia segue um fl uxo ao longo das cadeias
alimentares, não podendo ser reciclada. Esse fl uxo
é unidirecional, pois fl ui dos produtores em direção
aos consumidores, como mostra o esquema abaixo.
Perceba que, o fl uxo de energia nas cadeias alimentares
é representado por meio das setas entre os níveis
trófi cos. A largura dessas setas pode representar a
quanti dade de energia que é transferida aos seres
vivos ou dissipada ao ambiente.
Representação esquemáti ca do fl uxo de energia
em uma cadeia alimentar.
1. Os produtores fotossinteti zantes transformam
energia luminosa em outras formas de energia
presentes nas moléculas de carboidratos, como a
glicose. Nos ambientes aquáti cos, os produtores
são representados pelas algas (macroscópicas
e microscópicas), pelas plantas aquáti cas e por
bactérias.
2. Nos produtores, assim como, os demais seres
vivos, grande parte desta energia é incorporada
à matéria orgânica que consti tui o organismo,
ou seja, à sua biomassa (processo denominado
assimilação). Essa energia assimilada é uti lizada
para realização das funções básicas do organismo
e armazenada em seus tecidos conforme o ser vivo
cresce e se desenvolve.
3. Parte dessa energia é perdida no ambiente
na forma de calor ou por meio de resíduos do
metabolismo.
4. Por meio, da alimentação, grande parte da energia
que não foi uti lizada pelos produtores é transferida
aos consumidores primários. Estes, por sua vez,
por meio da respiração celular, transformam
a energia que adquiriram das moléculas de
carboidratos em energia que possa ser uti lizada
por suas células. Parte dessa energia também é
perdida ao ambiente.
5. Da mesma forma, a energia presente em moléculas
que consti tuem os tecidos dos consumidores
primários é disponibilizada aos consumidores
secundários, por meio da alimentação. E, assim,
ocorre em todos os níveis trófi cos: devido às
perdas e ao uso da energia
6. Pelo próprio organismo, a quanti dade de energia
que é disponibilizada ao nível trófi co seguinte é
menor do que a quanti dade que foi obti da.
Fonte: elaborada com base em Biologia Net (www.biologianet.
com). Disponível em: h� ps://stati c.biologianet.com/2020/02/
cadeia-alimentar.jpg. Acesso em jun 2022.
Comunidades: sistemas transformadores de energia
O químico Alfred J. Lotka, por volta de 1930,
foi o primeiro a considerar que populações e
comunidades são como sistemas transformadores
de energia. De acordo com Lotka, a troca de energia
entre os componentes de um sistema inicia-se
com a assimilação e a transformação de dióxido
de carbono em matéria orgânica pelas plantas por
meio do processo de fotossíntese. Em seguida, essa
energia produzida é transferida para o componente
seguinte, por meio, do consumo das plantas pelos
herbívoros e, depois, com o consumo dos herbívoros
pelos carnívoros.
Apenas em 1942, Raymond Lindeman conseguiu
atrair a atenção de outros ecólogos ao unir conceitos
ecológicos e princípios termodinâmicos para a
compreensão dos ecossistemas como um sistema
transformador de energia.
Transferência de energia na cadeia alimentar
A transferência de energia na cadeia alimentar é
unidirecional:
• as plantas assimilam parte da energia luminosa
por meio da realização da fotossíntese;
• os herbívoros assimilam energia alimentando se
das plantas;
• os carnívoros assimilam energia alimentando se
dos herbívoros.
A quanti dade de energia transferida ao próximo
nível trófi co da cadeia é menor que a presente no
nível anterior, pois parte dessa energia é gasta no
metabolismo do organismo e parte é perdida pela
inefi ciência das transformações biológicas de energia.
Pirâmide de energia
Na pirâmide de energia, cada nível trófi co
representa a energia acumulada em uma unidade de
área, ou volume, por unidade de tempo. Assim, ela
pode demonstrar a produti vidade de um ecossistema
e, por esse moti vo, não existe representação inverti da
desse ti po de pirâmide ecológica.
Cada nível trófi co corresponde a um segmento
da pirâmide: o segmento da base representa os

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
115
produtores e os outros, em sequência, representam
os herbívoros e carnívoros. Na pirâmide de energia,
os decompositores não são representados.
Fonte: Biologia Net. Disponível em: h� ps://www.biologianet.com/
ecologia/cadeia-alimentar.htm. Acesso em jun 2022.
MOMENTO ENEM
01. (ENEM 2010)
A fi gura representa uma cadeia alimentar em uma
lagoa. As setas indicam o senti do do fl uxo de energia
entre os componentes dos níveis trófi cos.
Sabendo-se que o mercúrio se acumula nos tecidos
vivos, que componente dessa cadeia alimentar
apresentará maior teor de mercúrio no organismo se
nessa lagoa ocorrer um derramamento desse metal?
(A) As aves, pois são os predadores do topo dessa
cadeia e acumulam mercúrio incorporado pelos
componentes dos demais elos.
(B) Os caramujos, pois se alimentam das raízes das
plantas, que acumulam maior quanti dade de
metal.
(C) Os grandes peixes, pois acumulam o mercúrio
presente nas plantas e nos peixes pequenos.
(D) Os pequenos peixes, pois acumulam maior
quanti dade de mercúrio, já que se alimentam das
plantas contaminadas.
(E) As plantas aquáti cas, pois absorvem grande
quanti dade de mercúrio da água através de suas
raízes e folhas.
02. (ENEM 2013)
Estudos de fl uxo de energia em ecossistemas
demonstram que a alta produti vidade nos
manguezais está diretamente relacionada com as
taxas de produção primária líquida e com a rápida
reciclagem dos nutrientes. Como exemplo de seres
vivos encontrados nesse ambiente, temos: aves,
caranguejos, insetos, peixes e algas. Dos grupos de
seres vivos citados, as que contribuem diretamente
para a manutenção dessa produti vidade no referido
ecossistema são
(A) aves.
(B) algas.
(C) peixes.
(D) insetos.
(E) caranguejos.
03. (ENEM/2020 – 2ª aplicação)
Gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus) é uma
espécie de ave que tem um característi co topete
frontal alongado, plumagem azul-escura, parte
posterior do pescoço e garganta pretos, barriga e
ponta da cauda brancas.
Alcança até 35 cen� metros de comprimento. A
espécie é onívora e sua ampla dieta inclui frutos,
insetos, sementes, pequenos répteis e ovos de outras
espécies de aves.
SICK, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1997 (adaptado).
Além das característi cas morfológicas do animal, a
descrição da gralha-do-cerrado diz respeito a seu
(F) hábitat.
(G) ecótopo.
(H) nível trófi co.
(I) nicho ecológico.
(J) Ecossistema
04.(ENEM/2012)
O menor tamanduá do mundo é solitário e tem
hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente
em um emaranhado de cipós, com o corpo curvado
de tal maneira que forma uma bola. Quando em
ati vidade, se loco move vagarosamente e emite som
semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um
único fi lhote. A cria é deixada em uma árvore à noite
e é amamentada pela mãe até que tenha idade para
procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios
grandes e o território de um macho inclui o de várias
fêmeas, o que signifi ca que ele tem sempre diversas
pretendentes à disposição para namorar!
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.174, Nov. 2006 (adaptado).
Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu
(A) habitat
(B) biótopo
(C) nível trófi co

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
116
(D) nicho ecológico
(E) potencial bióti co.
05. (ENEM 2010)
Se, por um lado, o ser humano, como animal, é parte
integrante da natureza e necessita dela para conti nuar
sobrevivendo, por outro, como ser social, cada dia
mais sofi sti ca os mecanismos de extrair da natureza
recursos que, ao serem aproveitados, podem alterar
de modo profundo a funcionalidade harmônica dos
ambientes naturais. A relação entre a sociedade e
a natureza vem sofrendo profundas mudanças em
razão do conhecimento técnico. A parti r da leitura do
texto, identi fi que a possível consequência do avanço
da técnica sobre o meio natural.
(A) A sociedade aumentou o uso de insumos químicos
– agrotóxicos e ferti lizantes – e, assim, os riscos
de contaminação.
(B) O homem, a parti r da evolução técnica, conseguiu
explorar a natureza e difundir harmonia na vida
social.
(C) As degradações produzidas pela exploração dos
recursos naturais são reversíveis, o que, de certa
forma, possibilita a recriação da natureza.
(D) O desenvolvimento técnico, dirigido para a
recomposição de áreas degradadas, superou os
efeitos negati vos da degradação.
(E) As mudanças provocadas pelas ações humanas
sobre a natureza foram mínimas, uma vez que os
recursos uti lizados são de caráter renovável.
REFERÊNCIAS
1. DIANA J. O que é ecologia? Toda Matéria. Disponível
em: <www.todamateria.com.br/o-que-e-ecologia/>.
Acesso em 14 jun 2022.
2. GAROFALO D. Dicas e exemplos para levar a
gamifi cação para a sala de aula. Nova Escola. Disponível
em: h� ps://novaescola.org.br/conteudo/15426/
dicas-e-exemplos-para-levar-a-gamifi cacao-para-a-
sala-de-aula. Acesso em 14 jun 2022.
3. GODOY, L. P., et al. Multi versos: ciências da natureza
: matéria, energia e a vida : ensino médio. 1. ed. São
Paulo: Editora FTD, 2020.
4. dos SANTOS H. S. Pirâmide de energia. Biologia
Net. Disponível em: h� ps://www.biologianet.com/
ecologia/piramideenergia.htm#:~:text=A%20pir%-
C3%A2mide%20de%20energia%20representa,a%20
produti vidade%20de%20um%20ecossistema.&tex-
t=O%20qu%C3%ADmico%20Alfred%20J.,como%20s-
istemas%20transformadores%20de%20energia.
Acesso em 14 jun 2022.
COMPONENTE CURRICULAR - FÍSICA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13CNT101) Analisar e representar, com ou
sem o uso de aplicati vos ou dispositi vos digitais
específi cos, as transformações e conservações em
sistemas que envolvam quanti dade de matéria, de
energia e de movimento para realizar previsões sobre
seus comportamentos em situações coti dianas e em
processos produti vos que priorizem o desenvolvimento
sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e
a preservação da vida em todas as suas formas.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT101A) Compreender a defi nição de
trabalho empregando seu conceito em situações
coti dianas para descrever energia do ponto de vista
das Ciências da Natureza.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Trabalho e energia
1. Defi nição do Trabalho
Quando uma força age sobre um objeto para causar
um deslocamento, diz-se que foi realizado trabalho
sobre o objeto. Existem três ingredientes-chave para
o trabalho - força, deslocamento e causa. Para que
uma força se qualifi que como tendo realizado trabalho
sobre um objeto, deve haver um deslocamento. Há
vários bons exemplos de trabalho que podem ser
observados na vida coti diana - um cavalo puxando um
arado pelo campo, um pai empurrando um carrinho
de supermercado pelo corredor de uma mercearia,
um calouro levantando uma mochila cheia de livros no
ombro, um levantador de peso levantando uma barra
acima de sua cabeça, um atleta olímpico. Em cada
caso descrito aqui, há uma força exercida sobre um
objeto para fazer com que esse objeto seja deslocado.
Fonte: h� ps://trabalhosparaescola.com.br/trabalho-fi sica/.Aces-
so em: 15/06/2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
117
Equação de trabalho
Matemati camente, o trabalho pode ser expresso
pela seguinte equação.
W = F.d.cos Θ
Onde F é a força, d é o deslocamento e o ângulo
(teta) é defi nido como o ângulo entre o vetor força
e o vetor deslocamento. Talvez o aspecto mais di� cil
da equação acima seja o ângulo “teta”. O ângulo não
é um ângulo qualquer, mas sim um ângulo muito
específi co. Veja a fi gura, abaixo.
Fonte: h� ps://www.coladaweb.com/fi sica/mecanica/trabalho-
-mecanica. Acesso: 16/06/2022.
Unidades de Trabalho
Sempre que uma nova quanti dade é introduzida
na � sica, as unidades métricas padrão associadas a
essa quanti dade são discuti das. No caso do trabalho,
a unidade métrica padrão é o joule. Um joule é
equivalente a um newton de força causando um
deslocamento de um metro. O joule é a unidade de
trabalho.
1 joule = 1 newton . 1
metro 1J = 1N.m
SAIBA MAIS
Trabalhamos todos os dias. O trabalho que
fazemos consome calorias, deveríamos dizer joules,
mas quanto joules (ou calorias) seriam consumidos
por várias ati vidades?
No link, abaixo você pode investi gar a quanti dade
de trabalho que seria feito para correr, caminhar ou
andar de bicicleta, por um determinado período de
tempo em um ritmo especifi cado.
https://caloriaspordia.com/resultadostdee/?-
sexo=m&idade=42&peso=85&altura=170&ati vida-
de=1.55&t=1653742680.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Leia as quatro afi rmações a seguir e determine se
elas representam ou não exemplos de trabalho.
(A) Um professor aplica uma força a uma parede e
fi ca exausto.
(B) Um livro cai de uma mesa e chega ao chão.
(C) Um garçom carrega uma bandeja cheia de
refeições acima de sua cabeça por um braço
esti cado através da sala em velocidade constante.
(D) Um foguete acelera pelo espaço.
2. João carrega uma mala de 200 N por três lances
de escada (uma altura de 10,0 m) e então a empurra
com uma força horizontal de 50,0 N a uma velocidade
constante de 0,5 m/s por uma distância horizontal de
35,0 metros. Quanto trabalho João fez em sua mala
durante todo esse movimento?
3. Qual é o trabalho realizado por uma força aplicada
para levantar um bloco de 15 Newtons 3,0 metros
verti calmente com velocidade constante?
REFERÊNCIAS
1 BONJORNO, J.R. et al. – Física: história e coti diano
- versão trigonometria, vol 3 - Eletricidade, Física
Moderna – São Paulo: FTD, 2003.
2 SAMPAIO, J.L.; CALÇADA, C.S. - Física, volume único
– São Paulo: Atual, 2008.
3 CARRON, W.; GUIMARAES, O.; As Faces da Física,
volume único – 3ªEd., São Paulo: Moderna, 2006.
4 BRANCO, S. M.; Energia e Meio Ambiente - 2ª Ed.,
São Paulo, Moderna, 2004.
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
Analisar e representar, com ou sem o uso de aplicati vos
ou dispositi vos digitais específi cos, as transformações
e conservações em sistemas que envolvam quanti dade
de matéria, de energia e de movimento para realizar
previsões sobre seus comportamentos em situações
coti dianas e em processos produti vos que priorizem
o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos
recursos naturais e a preservação da vida em todas
as suas formas.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
118
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO - EMCNT101B) Defi nir o conceito de potência
em situações da dinâmica, examinando experiências.
simples para empregar em casos de efi ciência de
energia.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Potência
POTÊNCIA
Em � sica, potência é a grandeza que determina
a quanti dade de energia concedida por uma fonte a
cada unidade de tempo. Em outros termos, potência é
a rapidez com a qual uma certa quanti dade de energia
é transformada ou é a rapidez com que o trabalho é
realizado. Sua unidade no Sistema Internacional de
Unidades é o wa� .
Em outros ramos, como na engenharia, a
compreensão sobre o assunto potência é de grande
relevância, dado que quando um engenheiro vai
projetar uma máquina, na óti ca da engenharia, é
importante defi nir o tempo mínimo no qual a máquina
irá produzir trabalho, dando assim maior credibilidade
do que se apenas a quanti dade de trabalho que ela
poderá realizar fosse especifi cada.
Potência é a taxa na qual o trabalho é realizado.
É a relação trabalho/tempo. Matemati camente, é
calculado usando a seguinte equação.
Potência = Trabalho / tempo
ou
P
ot
= W / t
Fonte: Disponível em: h� ps://pxhere.com/pt/photo/1606790.
Acesso em: 16/06/2022.
A unidade métrica padrão de potência é o wa� .
Como está implícito na equação da potência, uma
unidade de potência é equivalente a uma unidade de
trabalho dividida por uma unidade de tempo. Assim,
um Wa� é equivalente a um Joule/segundo. Por razões
históricas, a potência é ocasionalmente, usada para
descrever a potência fornecida por uma máquina. Um
cavalo-vapor equivale a aproximadamente 750 wa� s.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Use sua compreensão de trabalho e potência para
responder às seguintes perguntas:
Um esquilo cansado (massa de aproximadamente 1
kg) faz fl exões aplicando uma força para elevar seu
centro de massa em 5 cm para realizar apenas 0,50
Joules de trabalho. Se o esquilo cansado fi zer todo
esse trabalho em 2 segundos, determine sua potência.
Ao fazer uma barra fi xa, uma estudante de � sica
levanta seu corpo de 42,0 kg a uma distância de 0,25
metros em 2 segundos. Qual é a potência fornecida
pelo bíceps do aluno?
Um homem comeu uma refeição que totalizou 600
Kcal. Ao se exercitar, o indivíduo só conseguiu queimar
a energia adquirida com a refeição depois de 6 h de
ati vidade.
Determine a potência aproximada desenvolvida pelo
homem em W.
Dados: 1 cal = 4J; 1 h = 3600 s; 1 Kcal = 1000 cal.
a) 102
b) 122
c) 152
d) 202
e) 112
SAIBA MAIS
Qual o signifi cado de potência mecânica? Como é
medida essa potência?
No link abaixo o professor Marcelo Alves fala sobre
o assunto
h� ps://www.youtube.com/watch?v=objIr0eQIWQ
REFERÊNCIAS
BONJORNO, J.R. et al. – Física: história e coti diano
versão trigonometria, vol 3 - Eletricidade, Física
Moderna – São Paulo: FTD, 2003.
SAMPAIO, J.L.; CALÇADA, C.S. - Física, volume único
São Paulo: Atual, 2008.
CARRON, W.; GUIMARAES, O.; As Faces da Física,
volume único – 3ªEd., São Paulo: Moderna, 2006.
BRANCO, S. M.; Energia e Meio Ambiente - 2ª Ed.,
São Paulo, Moderna, 2004.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
119
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CNT309) Analisar questões socioambientais,
políti cas e econômicas relati vas à dependência do
mundo atual em relação aos recursos não renováveis
e discuti r a necessidade de introdução de alternati vas
e novas tecnologias energéti cas e de materiais,
comparando diferentes ti pos de motores e processos
de produção de novos materiais.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT101C) Compreender o conceito de
transformação de energia uti lizando exemplos
do coti diano relacionados ao aquecimento solar,
fotossíntese, energia eólica, energia nuclear, entre
outros para analisar o uso sustentável dos recursos
naturais e a preservação da vida em todas as suas
formas.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Fontes e ti pos de energia
ENERGIA
A energia é um conceito bastante complexo e,
apesar de falarmos sobre ela o tempo todo, não
a compreendemos formalmente, uma vez que a
defi nição de energia envolve outro conceito � sico:
trabalho. Teoricamente e de forma simplifi cada, o
trabalho é toda ação que é feita contra uma força,
como a força gravitacional.
O conhecimento sobre a energia é muito vasto
e engloba diversas áreas do conhecimento. Essa
interdisciplinaridade pode ser percebida quando
analisamos a ação simples de agirmos contra a
gravidade.
Quando agachamos e levantamos uma caixa do
chão, estamos transformando energia. Essa energia,
que foi transferida para a caixa em forma de energia
potencial gravitacional, foi exercida por uma força
externa, gerada a parti r da contração de um grande
número de fi bras musculares. Essa contração ocorre
quando há passagem de corrente elétrica, que é
originada em células especializadas. Essas células,
por sua vez, só conseguem produzir corrente quando
obtêm energia das ligações químicas presentes nos
alimentos, que, quando rompidas, liberam calorias.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Energia e fontes renováveis
A aula terá início com uma exposição oral sobre
o tema Energia e algumas característi cas das fontes
de energia mais uti lizadas. Nesse momento, deve-se
apenas pontuar e exemplifi car as diversas fontes de
energia mais poluentes (carvão, petróleo, hidrelétrica)
e as menos poluentes (eólica, solar, térmica), pois o
foco da práti ca deve estar voltado para a energia solar.
Para melhor explicar o funcionamento de
uma célula fotovoltaica, sugerimos realizar uma
demonstração uti lizando uma luminária a base de
energia solar ou um vídeo explicati vo no Youtube.
Segue, o link.
SAIBA MAIS
Funcionamento de uma célula fotovoltaica.
Após a observação do funcionamento de uma célula
fotovoltaica, os estudantes devem ser questi onados
acerca dos bene� cios e male� cios de ambas as
fontes de energia (os poluentes e as não poluentes),
comparando-as com as fontes mais uti lizadas,
atualmente. Questões relati vas ao custo, distribuição
e poluição por essas fontes de energia devem ser
consideradas durante o debate dos alunos.
Na sequência, propõe-se que os estudantes
formem grupos e montem quadros comparati vos,
relacionando a energia solar com as demais fontes
estudadas. Cada grupo relacionará a energia solar
a uma das outras fontes de energia (hidrelétrica,
termelétrica, eólica, biomassa).
Os estudantes devem sistemati zar as informações
e apresentá-las para a turma, demonstrando as
conclusões a que chegarem sobre as condições
de uso, os impactos ambientais, as vantagens e
desvantagens do uso a médio e longo prazo e, a
viabilidade dentro do contexto social brasileiro de
investi r em determinadas matrizes energéti cas.
O professor deve mediar os pontos abordados
e as conclusões a que os estudantes chegarem,
promovendo uma discussão éti ca e cien� fi ca sobre as
possibilidades e as escolhas no âmbito da produção
energéti ca.
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=VH5_G9noaTk.
Acesso em: 25/06/2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
120
Energia potencial gravitacional
Fonte:h� ps: //brasilescola.uol.com.br/fi sica/trabalho-uma-forca.
htm. Acesso em: 28/06/2022.
A energia potencial gravitacional é a energia
armazenada em um objeto como resultado de sua
posição verti cal ou altura. A energia é armazenada
como resultado da atração gravitacional da terra
pelo objeto. Existe uma relação direta entre a energia
potencial gravitacional e a massa de um objeto.
Objetos mais massivos têm maior energia potencial
gravitacional. Há, também, uma relação direta entre
a energia potencial gravitacional e a altura de um
objeto. Quanto mais alto um objeto é elevado, maior
a energia potencial gravitacional.
Essas relações são expressas pela seguinte
equação:
Na equação, acima, ‘m’ representa a massa
do objeto, ‘h’ representa a altura do objeto e ‘g’
representa a aceleração da gravidade (9,8 m/s
2
na
Terra).
A unidade de medida da energia potencial
gravitacional, de acordo com o Sistema Internacional
de Unidades, é o joule (J).
Para determinar a energia potencial gravitacional
de um objeto, uma posição de altura zero deve primeiro
ser atribuída, arbitrariamente. Normalmente, o solo é
considerado uma posição de altura zero.
Como a energia potencial gravitacional de um
objeto é diretamente proporcional à sua altura acima
da posição zero, a duplicação da altura resultará na
duplicação da energia potencial gravitacional. A
triplicação da altura resultará na triplicação da energia
potencial gravitacional e, assim, por diante.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
1. Um carrinho é carregado com um ti jolo e puxado
com velocidade constante ao longo de um plano
inclinado até a altura de um assento. Se a massa do
carrinho carregado é 3,0 kg e a altura do assento
é 0,45 metros, então qual é a energia potencial
do carrinho carregado na altura do assento?
2. Se uma força de 14,7 N for usada para arrastar
o carrinho carregado (da questão anterior) ao
longo do plano inclinado por uma distância de
0,90 metros, qual será o trabalho realizado sobre
o carrinho carregado?
Energia potencial elásti ca
A segunda forma de energia potencial que
discuti remos é a energia potencial elásti ca. A
energia potencial elásti ca é a energia armazenada
em materiais elásti cos como resultado de seu
alongamento ou compressão. A energia potencial
elásti ca pode ser armazenada em elásti cos, cordas
elásti cas, trampolins, molas, uma fl echa puxada em um
arco, etc. A quanti dade de energia potencial elásti ca
armazenada em tal dispositi vo está relacionada à
quanti dade de alongamento do dispositi vo - quanto
mais esti car, mais energia armazenada.
Fonte:h� ps://www.todamateria.com.br/energia-potencial/.
Acesso em: 28/06/2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
121
As molas são uma instância especial de um
dispositi vo que pode armazenar energia potencial
elásti ca devido à compressão ou ao alongamento.
É necessária uma força para comprimir uma mola;
quanto mais compressão houver, mais força será
necessária para comprimi-la. Para certas molas, a
quanti dade de força é diretamente proporcional
à quanti dade de esti ramento ou compressão (x); a
constante de proporcionalidade é conhecida como
constante da mola (k).
F
mola
= k.x
Diz-se que tais molas seguem a Lei de Hooke.
Se uma mola não é esti cada ou comprimida, não há
energia potencial elásti ca armazenada nela. Dessa
forma, a mola está em sua posição de equilíbrio. A
posição de equilíbrio é a posição que a mola assume,
naturalmente, quando não há nenhuma força aplicada
a ela.
Fonte: h� ps://pro pg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/leis-de-conserva-
cao/energia-2/. Acesso: 28/06/2022.
Em termos de energia potencial, a posição de
equilíbrio pode ser chamada de posição de energia
potencial zero. Existe uma equação especial para
molas que relaciona a quanti dade de energia
potencial elásti ca com a quanti dade de esti ramento
(ou compressão) e, a constante da mola.
A equação é:
onde k = constante da mola
x = quanti dade de compressão
(em relação à posição de equilíbrio)
Para resumir, a energia potencial é a energia que
é armazenada em um objeto devido à sua posição em
relação a alguma posição zero. A unidade de medida
da energia potencial elásti ca, de acordo com o Sistema
Internacional de Unidades, é o joule (J).
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
1. As afi rmações, a seguir, tratam das característi cas
de materiais elásti cos.
I – A constante elásti ca indica a difi culdade imposta
pela mola à deformação.
II – A energia potencial elásti ca é inversamente
proporcional à constante elásti ca da mola.
III – A energia potencial elásti ca é diretamente
proporcional ao produto da constante elásti ca pelo
quadrado da deformação sofrida pelo material.
IV – Uma mola de constante elásti ca igual a 150 N/m
pode ser deformada com mais facilidade que outra
mola com constante igual a 250 N/m.
A respeito das afi rmações acima, podemos dizer que:
a) I, II e III são verdadeiras
b) II, III e IV são verdadeiras
c) I, III e IV são verdadeiras
d) II, III e IV são falsas.
e) Todas as afi rmações são verdadeiras.
Energ ia cinéti ca
A energia cinéti ca é a energia do movimento.
Um objeto que tem movimento - seja verti cal ou
horizontal - tem energia cinéti ca. A quanti dade de
energia cinéti ca que um objeto possui depende de
duas variáveis: a massa (m) do objeto e a velocidade
(v) do objeto. A equação, a seguir é usada para
representar a energia cinéti ca de um objeto.
onde m = massa do objeto
v = velocidade do objeto
Esta equação revela q ue a energia cinéti ca de um
objeto é diretamente proporcional ao quadrado de sua
velocidade. Isso signifi ca que, para um aumento de
duas vezes na velocidade, a energia cinéti ca aumentará
por um fator de quatro. Para um aumento de três
vezes na velocidade, a energia cinéti ca aumentará por
um fator de nove.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
122
A energia cinéti ca depende do quadrado da
velocidade. Como se costuma dizer, uma equação não
é apenas uma receita para a resolução de problemas
algébricos, mas também um guia para pensar sobre
a relação entre quanti dades.
Fonte: h� ps://stringfi xer.com/tags/in%C3%A9rcia. Acesso em:
28/06/2022.
A energia cinéti ca é uma grandeza escalar, não
tem direção. Ao contrário da velocidade, aceleração,
força e momento, a energia cinéti ca de um objeto
é completamente descrita apenas pela magnitude.
Assim como, o trabalho e a energia potencial, a
unidade métrica padrão de medida da energia cinéti ca
é o joule. Como pode ser sugerido pela equação
acima, 1 joule é equivalente a:
1 joule = 1 kg.m
2
/s
2
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
1. Determine a energia cinéti ca de um carro de
montanha-russa de 625 kg que se move com uma
velocidade de 18,3 m/s.
2. Se o carro da montanha-russa do problema, acima,
esti vesse se movendo com o dobro da velocidade,
qual seria sua nova energia cinéti ca?
Energia mecânica
A energia mecânica é a energia que um objeto
possui devido ao seu movimento e/ou posição. Assim,
a energia mecânica pode ser a soma da energia
cinéti ca (energia de movimento) e energia potencial
(energia de posição armazenada). Os objetos têm
energia mecânica se esti verem em movimento e/
ou se esti verem em alguma posição relati va a uma
posição de energia potencial zero (por exemplo, um
ti jolo manti do na posição verti cal acima do solo ou
na posição de altura zero). Um arco esti cado possui
energia mecânica devido à sua posição esti cada
(energia potencial elásti ca).
Fonte: h� ps://pt.wikihow.com/Fazer-um-Arco-e-Flechas-de-Brin-
quedo Acesso: 28/06/2022.
Conservação da Energia
O Princípio da Conservação de Energia,
amplamente, uti lizado em diversas situações que
envolvem, principalmente, sistemas isolados. Diz que:
“A energia total do universo é uma quanti dade
conservada.”
Entretanto, vale ressaltar que, na grande maioria
dos casos, uti lizamos esse princípio para um sistema
isolado. Logo, podemos descrevê-lo da seguinte forma:
A energia total de um sistema � sico isolado é uma
quanti dade conservada.
Neste momento, é importante destacar também
o que é um sistema isolado:
Um sistema isolado, em � sica e química, é um
sistema que não troca nem matéria e nem energia
com o ambiente, sendo delimitado por uma fronteira,
completamente, restriti va à troca de matéria, à
variação de volume, e ao calor.
Assim sendo, quando nos referirmos a um
sistema isolado, sempre que somarmos as energias
envolvidas, em qualquer instante, o resultado será o
mesmo. Ou seja, a energia total do sistema isolado
será conservada.
Fonte:h� p://2.bp.blogspot.com/-MWL3ynBqJ-Y/UdsQsNEWrPI/
AAAAAAAAAGg/RuG_v_uE4fY/s1600/energia_img02.gif. Acesso
em: 28/06/2

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
123
REFERÊNCIAS
BUGLIA, fernando. “Entenda o Princípio da
Conservação da Energia”; InfoEnem. Disponível em:
https://infoenem.com.br/entenda-o-principio-da-
conservacao-da-energia/. Acesso em 13 de junho de
2022.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
Use o diagrama a seguir para responder às questões
1, 2 e 3. Despreze o efeito das forças de resistência.
1. A medida que o objeto se move do ponto A para o
ponto D através da super� cie, a soma de seu potencial
gravitacional e energias cinéti cas ____.
a) diminui, apenas
b) diminui e depois aumenta
c) aumenta e depois diminui
d) conti nua o mesmo
2. O objeto terá uma energia potencial gravitacional
mínima no ponto ____.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
3. A energia cinéti ca do objeto no ponto C é menor
que sua energia cinéti ca no ponto ____.
a) D apenas
b) A, D e E
c) B apenas
d) D e E
4. (Udesc) Deixa-se cair um objeto de massa 500g
de uma altura de 5m acima do solo. Assinale a
alternati va que representa a velocidade do objeto,
imediatamente, antes de tocar o solo, desprezando-se
a resistência do ar.
a) 10 m/s
b) 7,0 m/s
c) 5,0 m/s
d) 15 m/s
e) 2,5 m/s
5. FUVEST – Um ciclista desce uma ladeira, com
forte vento contrário ao movimento. Pedalando
vigorosamente, ele consegue manter a velocidade
constante. Pode-se então afi rmar que:
a) a sua energia cinéti ca está aumentando.
b) a sua energia cinéti ca está diminuindo.
c) a sua energia potencial gravitacional está
aumentando.
d) a sua energia potencial gravitacional está
diminuindo.
e) a sua energia potencial gravitacional é constante.
6. O que vai acontecer com a energia cinéti ca de um
carro se a sua velocidade dobrar?
a) Ficará 2 vezes maior.
b) Ficará 4 vezes maior.
c) Ficará 2 vezes menor.
d) Ficará 4 vezes menor.
e) Permanecerá constante.
7. Determine o módulo da energia cinéti ca associada
ao movimento de um homem e sua motocicleta, cuja
massa é igual a 350 kg e velocidade igual a 72 km/h.
a) 75.000 J
b) 150.000 J
c) 10,5 J
d) 70.000 J
8. Se um corpo permanece deslocando-se em
movimento uniforme, podemos afi rmar que:
a) há realização de trabalho sobre o corpo.
b) sua energia cinéti ca permanece constante.
c) sua energia cinéti ca aumenta de maneira
uniforme.
d) sua energia cinéti ca aumenta de acordo com o
quadrado de sua velocidade.
e) sua energia cinéti ca diminui de acordo com o
quadrado de sua velocidade.
9. Um objeto é empurrado por uma força de
intensidade 100 N que forma um ângulo de 60º com
a horizontal. Sabendo que a velocidade do objeto
durante a atuação da força é de 2 m/s, determine a
potência média desenvolvida.
a) 50 W
b) 100 W
c) 150 W
d) 200 W
e) 250 W
10. Uma mola de constante elásti ca igual a 20 N/m
é esti cada, e seu comprimento, que era inicialmente
de 20 cm, passa a ser de 50 cm. Qual é o módulo da
energia potencial elásti ca armazenada nessa mola?
a) 30 J
b) 200 J

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
124
c) 0,9 J
d) 50 J
e) 250 J
11. (Enem 2012) Os carrinhos de brinquedo podem ser
de vários ti pos. Dentre eles, há os movidos a corda, em
que uma mola em seu interior é comprimida quando
a criança puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o
carrinho entra em movimento enquanto a mola volta
à sua forma inicial.
O processo de conversão de energia que ocorre no
carrinho descrito também é verifi cado em
a) Um dínamo.
b) Um freio de automóvel.
c) Um motor a combustão.
d) Uma usina hidroelétrica.
e) Uma ati radeira (esti lingue).
12. (Enem 2012) Suponha que você seja um consultor
e foi contratado para assessorar a implantação de
uma matriz energéti ca em um pequeno país com
as seguintes característi cas: região plana, chuvosa e
com ventos constantes, dispondo de poucos recursos
hídricos e sem reservatórios de combus� veis fósseis.
De acordo com as característi cas desse país, a matriz
energéti ca de menor impacto e risco ambientais é a
baseada na energia
a) Dos biocombus� veis, pois tem menor impacto
ambiental e maior disponibilidade.
b) Solar, pelo seu baixo custo e pelas característi cas
do país favoráveis à sua implantação.
c) Nuclear, por ter menor risco ambiental e ser
adequada a locais com menor extensão territorial.
d) Hidráulica, devido ao relevo, à extensão territorial
do país e aos recursos naturais disponíveis.
e) Eólica, pelas característi cas do país e por não gerar
gases do efeito estufa nem resíduos de operação.
13. (Mackenzie) Na Olimpíada Rio 2016, nosso
medalhista de ouro em salto com vara, Thiago Braz,
de 75,0 kg, ati ngiu a altura de 6,03 m, um recorde
mundial, caindo a 2,80 m do ponto de apoio da vara.
Considerando o módulo da aceleração da gravidade g
= 10 m/s², o trabalho realizado pela força peso durante
a descida foi aproximadamente de:
a) 2,10 kJ
b) 2,84 kJ
c) 4,52 kJ
d) 4,97 kJ
e) 5,10 kJ
14. Um garoto gasta 75 J de energia para empurrar
uma caixa por três metros. Sabendo que a direção de
aplicação da força do garoto forma um ângulo de 60°
com a direção do deslocamento da caixa, determine
o valor da força feita pelo garoto.
a) 50 N
b) 40 N
c) 25 N
d) 30 N
e) 15N
REFERÊNCIAS
1. BONJORNO, J.R. et al. – Física: história e coti diano
- versão trigonometria, vol 3 - Eletricidade, Física
Moderna – São Paulo: FTD, 2003.
2. SAMPAIO, J.L.; CALÇADA, C.S. - Física, volume único
– São Paulo: Atual, 2008.
3. CARRON, W.; GUIMARAES, O.; As Faces da Física,
volume único – 3ªEd., São Paulo: Moderna, 2006.
4. BRANCO, S. M.; Energia e Meio Ambiente - 2ª Ed.,
São Paulo, Moderna, 2004
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CNT304) Analisar e debater situações
controversas sobre a aplicação de conhecimentos
da área de Ciências da Natureza (tais como
tecnologias do DNA, tratamentos com células-tronco,
neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa,
estratégias de controle de pragas, entre outros), com
base em argumentos consistentes, legais, éti cos e
responsáveis, disti nguindo diferentes pontos de vista.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT304D) Entender o uso da energia nuclear,
comparando diversas aplicações tecnológicas para
desenvolver argumentos cien� fi cos, legais e éti cos a
respeito de sua aplicação.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Energia nuclear
Considerações sobre a Radioati vidade
Quais os danos que o mau uso da radioati vidade
pode causar? Qual a ligação desse tema com algumas
técnicas para tratamento de câncer? Por que
profi ssionais que realizam exames de raios-X devem
se proteger atrás de um aparato de chumbo? Existe
algum ti po de aplicação vantajosa da radioati vidade?
Para que essas e outras questões possam ser
respondidas, é importante, a princípio, ter clareza
de que o tema radioati vidade é muitas vezes tratado
sem o devido embasamento técnico-cien� fi co o que

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
125
facilmente pode levar a erros na avaliação dessas
questões. Esta desinformação pode guardar relação
com o ti po de formação escolar que ti vemos ou mesmo
com o receio que adquirimos graças a acontecimentos
graves que são noti ciados pela mídia.
Para entendermos melhor essa temáti ca, vamos
fazer uma pequena viagem no tempo. Trataremos no
próximo item da história da radioati vidade.
Breve História da Radioati vidade
No fi m do séc. XIX e início do séc. XX a natureza
microscópica da matéria se revelava. Trabalhos como
os de J.J. Thomsom, Ernest Rutherford e Niels Bohr
davam conta da estrutura fundamental de toda a
matéria, os átomos. Os modelos atômicos foram
sendo estabelecidos muito mais de forma empírica,
de fato, do que como consequência direta dos estudos
realizados. Modelos matemáti cos e estruturas
eram pensadas para se compreender o universo
microscópico. Aliado a este esforço, surge então
uma nova perspecti va cien� fi ca, a compreensão de
fenômenos muitas vezes associados a misti cismo e
senso comum. (Segrè, 1987)
Sabia-se que certas substâncias, quando expostas
à luz do Sol, tornavam-se fosforescentes e emiti am luz.
Esses casos eram conhecidos como luminescência.
Existem duas situações para a luminescência:
• O material somente emite luz enquanto está
recebendo luz de alguma outra fonte - fl uores-
cência;
• O material conti nua a emiti r luz durante algum
tempo, depois de deixar de ser iluminada - fos-
forescência.
Roentgen verifi ca que o tubo de raios catódicos
era capaz de provocar luminescência e excitar papel
fotográfi co.
Por volta de 1895 Roentgen realizava experimentos com ampolas
de Crookes.
Fonte: h� ps://pt.slideshare.net/leonardosfl or/historia-da-radio-
logia-dr-biasoli Acesso em: 29/06/2022.
Ainda no estudo dos fenômenos observados, os
raios de Roentgen são denominados de RAIOS-X.
Os fatos observados despertaram grande interesse
entre os investi gadores, que fi caram curiosos quanto
à possível existência de outras radiações. Levado por
essa curiosidade, no ano seguinte, 1896, o � sico
francês Henri Becquerel descobriu a radioati vidade
natural. (Segrè, 1987)
Becquerel pensou que, juntamente com a luz
emiti da pelas substâncias fosforescentes, talvez
pudesse existi r outro ti po de radiação, invisível, como
os raios X. Um teste que talvez revelasse alguma
coisa seria o de verifi car se uma chapa fotográfi ca,
embrulhada em papel preto, era impressionada pela
radiação da substância fosforescente. Nesse caso,
deveria existi r outra radiação, além da luz, porque
esta não atravessa o papel preto. (Segrè, 1987)
Becquerel expôs várias substâncias à luz do Sol,
até que se tornassem brilhantes, e depois as colocou
sobre chapas fotográfi cas. De todas as substâncias
experimentadas, somente uma, um sal do metal
urânio, deu resultado positi vo. A primeira hipótese
que Becquerel fez, foi a seguinte: um sal de urânio,
exposto à luz do Sol, torna-se fosforescente, e além de
luz, emite uma radiação invisível capaz de atravessar
papel e impressionar a chapa fotográfi ca. (Segrè,
1987)
Conta-se que, um dia em que a luz do Sol estava
encoberta por nuvens e, portanto, o sal de urânio
não podia ser muito iluminado, Becquerel guardou
em uma gaveta uma chapa fotográfi ca, revesti da de
papel preto, com o sal de urânio sobre ela. Depois
de alguns dias, revelando a chapa, surpreendeu-se
ao verifi car que apresentava manchas escuras em
diversos pontos. Posteriormente verifi cou que sais de
urânio que ti nham permanecido meses em completa
escuridão, causavam manchas escuras em chapas
fotográfi cas, e tão intensamente quanto os sais que
eram expostos à luz solar. Concluiu-se então, que a sua
primeira hipótese estava errada: a radiação emiti da
pelo sal de urânio não era devida a um fenômeno de
fosforescência. Fez, então, uma segunda hipótese:
que a radiação invisível emiti da pelo sal de urânio
era devida ao próprio sal. Isto é, o sal de urânio ti nha
uma ati vidade própria para emiti r “raios” invisíveis,
era “radioati va” (Marti ns, 2009).
Dois anos mais tarde, em 1898, Madame Curie, na
França, e G.C. Schmidt, na Alemanha, separadamente,
descobriram que compostos de tório também emiti am
radiações análogas.
Descobertas do polônio e do rádio
Madame Curie fez estudo cuidadoso a respeito
da radioati vidade de vários compostos de urânio e
de tório, e concluiu que as intensidades das radiações

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
126
emiti das eram proporcionais às quanti dades de
urânio e de tório existentes nos compostos, não
interessando a natureza do composto. Chegou então
a uma conclusão fundamental: a radioati vidade não
era propriedade dos compostos daqueles dois metais,
mas, era própria do urânio e do tório, isto é, era um
fenômeno atômico, característi co dos átomos desses
metais. Essa descoberta veio destruir aquela segunda
hipótese de Becquerel. (Segrè, 1987)
Posteriormente, Madame Curie notou que um
minério de urânio, chamado petchblenda, era muito
mais radioati vo que compostos puros de urânio. Este
fato era uma surpresa. Pois, se ela já ti nha mostrado
que a radioati vidade era propriedade do urânio,
como justi fi car que um minério desse metal, que
o contém em pequeníssima quanti dade, seja mais
ati vo que um composto puro, que contém urânio em
maior quanti dade? Ela e seu marido, Pierre Curie,
realizaram então um maravilhoso trabalho de análise
da petchblenda, numa tentati va de extrair dela alguma
coisa responsável pela sua intensa radioati vidade.
(Segrè, 1987)
De um dos resíduos da petchblenda conseguiram
isolar um sulfureto de bismuto 400 vezes mais
ati vo que igual quanti dade de urânio. Mas, sabiam
que o sulfureto de bismuto puro não é radioati vo.
Supuseram, então, que aquele sulfureto extraído da
petchblenda conti vesse, como impureza, algum novo
elemento químico, muito radioati vo. Esse elemento
foi, a seguir, isolado, e é um metal a que chamaram
polônio (em homenagem à Polônia, pátria de Madame
Curie).
Em outra porção do resíduo de petchblenda foi
encontrado um cloreto de bário, tremendamente ati vo.
Sabiam que cloreto de bário puro não é radioati vo,
e além disso, medindo a massa molecular do bário
isolada desse cloreto, encontraram um valor maior
que o valor conhecido. Com o mesmo cloreto de bário
conseguiram enegrecer chapas fotográfi cas em meio
minuto, enquanto que, para iguais quanti dades de
compostos de urânio ou tório eram necessário horas.
Supuseram que novo elemento químico esti vesse
associado ao bário, como impureza. Esse novo
elemento foi isolado, e é um metal que chamaram
rádio (do lati m, “radium”, que signifi ca “raio”). É cerca
de 4.000.000 de vezes mais radioati vo que o urânio.
(Marti ns, 2009)
Surge então uma nova nomenclatura para
os fenômenos fantásti cos que estavam sendo
observados: a Radioati vidade.
As Radiações
As emissões de energia ou perturbações
energéti cas que ocorrem em um meio são chamadas
de ondas. As ondas podem ser classifi cadas quanto
à sua natureza em:
• Mecânicas: propagam-se em meio material
(água, ar, sólidos).
• Eletromagnéti cas: propagam-se no vácuo, ou
seja, sem a necessidade de meio material.
As radiações são defi nidas como ondas
eletromagnéti cas de alta intensidade. São
exemplos desse ti po de ondas os raios ultravioletas,
infravermelho e a própria luz.
Por uma singularidade necessária aos estudos,
defi nimos radiações como sendo a emissão
espontânea de energia e matéria de núcleos instáveis
para ati ngir estabilidade energéti ca.
Segundo o modelo de Niels Bohr, os átomos
podem ser entendidos como par� culas fundamentais
compostas por prótons, neutros e elétrons. No núcleo
dos átomos os prótons (com carga positi va de -19
e massa defi nida de 1 unidade de massa atômica)
repelem-se com força elétrica que pode ser calculada
pela Lei de Coulomb. No modelo de Bohr a existência
do núcleo atômico se dá pela força (chamada de
nuclear forte e fraca) que as outras par� culas, os
nêutrons exercem, assim a estabilidade nuclear
é obti da. Na região periférica dos átomos estão
os elétrons descrevendo órbitas energéti cas de
característi ca ondulatória. Entretanto, os elementos
químicos naturais em que a força exercida pelos
nêutrons, não é sufi ciente para manter a estabilidade
são ditos radioati vos ou radiati vos. (Segrè, 1987).
SAIBA MAIS
Para fi xar o que estudamos até aqui apresentamos a
seguir o vídeo “A Descoberta da Radioati vidade”. Nele
você a oportunidade de rever determinados conceitos
através de uma pequena animação. Acesse: h� ps://
www.youtube.com/watch?v=5VvjBz-jbVc
A Questão da Energia
Se pudermos defi nir tudo o que existe no universo,
chegaremos a duas conclusões. Todos os entes do
universo se encaixam em apenas duas defi nições
gerais: Matéria e energia.
Matéria como sabemos é tudo o que possui
massa, ocupa lugar no espaço e apresenta inércia.
A defi nição de energia é direta: tudo o que pode ser
converti do em trabalho, porém é mais fácil perceber
sua existência do que defi ni-la. Ambas, matéria e
energia não podem ser criadas e nem destruídas,
apenas transformadas ou converti das em outras
formas de matéria e energia.
Com o advento dos conhecimentos sobre o mundo
subatômico as propriedades da energia foram sendo
mais bem conhecidas e detalhadas. É de conhecimento

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
127
geral que calor, eletricidade, magneti smo e luz, são
manifestações energéti cas. A energia então pode ser:
TIPO DE
ENERGIA
CARACTERIZAÇÃO
Térmica Associada a energia cinéti ca de
agitação das moléculas
Elétrica Associada ao movimento das car-
gas elétricas
Mecânica Associada aos movimentos dos
corpos
Química Associada ás frações de energia
das reações químicas
Nuclear Associada a energia de par� culas
subatômicas
Tabela 1 – Caracterização dos ti pos de energia.
Fonte:h� ps://www.if.ufrgs.br/tapf/v17n3_Bucussi.pdf Acesso
em: 29/06/2022.
As diferentes formas de energia podem ser
transformadas a parti r de fontes renováveis e não
renováveis:
 Fontes Renováveis
As fontes renováveis podem se regenerar na
natureza causando menores interferências ambientais
se esgotando numa escala de tempo muito grande.
São exemplos desse ti po de energia:
• Energia Hidráulica: obti da pela força da água dos
rios.
• Energia Solar: obti da pela energia do sol.
• Energia Eólica: obti da pela força dos ventos.
• Energia Geotérmica: obti da pelo calor do interior
da terra.
• Biomassa: obti da de matérias orgânicas.
• Energia Gravitacional: obti da pela força das ondas
dos oceanos.
• Energia do Hidrogênio: obti do do hidrogênio.
 Fontes Não Renováveis
Fontes não renováveis de energia podem causar
diversos problemas ambientais se não uti lizadas
de maneira racional, o que pode implicar em
desequilíbrios no ecossistema na medida em que
seus recursos se esgotam. Entre elas as principais são:
• Combus� veis fósseis: petróleo, carvão mineral,
xisto e gás natural.
• Energia Nuclear: obti do a parti r de elementos
como o urânio e tório.
Geração de Energia Elétrica a parti r de Fonte
Radioati va
Nossa sociedade baseada em tecnologia exige
quanti dades cada vez maiores de energia elétrica. Em
nosso país, por exemplo, obtemos majoritariamente
essa energia a parti r da energia química proveniente
do carvão (energia termoelétrica) ou então nos
aproveitamos da energia mecânica produzida pela
queda d’água (energia hidroelétrica). Com a iminente
escassez desses recursos e/ou a constatação dos
impactos ambientais produzidos por esses ti pos de
geração, temos recorrido a outros ti pos de energia.
Dentre as alternati vas viáveis de geração de energia
elétrica destaca-se a energia nuclear.
A energia nuclear é obti da a parti r da fi ssão de um
radioisótopo (normalmente o Urânio 235). A fi ssão do
Urânio não ocorre naturalmente e por isso é necessário
que se “dispare” nêutrons no átomo. Quando o
nêutron ati nge o radioisótopo este é quebrado dando
origem a dois átomos menores além de dois (ou três)
nêutrons. Cada um dos novos nêutrons ati nge outros
átomos de Urânio produzindo uma reação em cadeia
que libera uma grande quanti dade de energia que
poderá ser aproveitada.
De forma simplifi cada podemos dizer que a usina
nuclear uti liza essa energia de forma semelhante a
uma usina de gás natural, ou seja, ambas usam suas
respecti vas fontes de energia para esquentar a água.
Com o aumento de temperatura a água passa para o
estado gasoso e vai em direção a uma turbina ligada
a um gerador. A passagem do fl uido em alta pressão
faz com que o equipamento gire gerando energia de
movimento (mecânica) e transformando na sequência
em energia elétrica que irá abastecer residências,
indústrias etc. (veja fi gura a seguir). É importante
mencionar que, nos sistemas uti lizados atualmente,
a água que evapora é condensada e reuti lizada, não
entrando em contato com o material radioati vo.
Esquema de funcionamento de uma usina nuclear
Fonte: h� ps://www.todamateria.com.br/usina-nuclear/ Acesso
em: 29/06/2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
128
Dentre as vantagens desse ti po de geração de
energia em relação às outras podemos apontar o
menor custo de produção e o fato de ser considerada
uma fonte de energia limpa uma vez que não
emite gases poluentes para o meio ambiente. Em
contraparti da, a principal desvantagem é o risco de
acidentes na usina (como o ocorrido em Chernobyl).
Atualmente as usinas nucleares são equipadas com
um forte sistema de segurança tornando improvável
qualquer eventualidade.
SAIBA MAIS
Como vimos uma das aplicações mais importantes
das ciências nucleares é a geração de energia elétrica
a parti r de usinas nucleares. Para conhecer mais a
respeito leia o texto do IPEA “Nuclear – A energia
polêmica, mas necessária” no link: htt p://www.
ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_co
ntent&view=article&id=1296:reportagens-
materias&Itemid=39
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
Como vimos, uma das aplicações mais importantes
das fontes radioati vas está na geração de energia
elétrica. No Brasil, por exemplo, contamos com as
usinas nucleares de Angra 1 e 2 no Rio de Janeiro. A
respeito das usinas nucleares, parti cipe de um fórum
de discussão abordando os seguintes aspectos:
1) Funcionamento básico de uma usina nuclear;
2) Potencial de geração de energia das usinas de
Angra 1 e 2;
3) Vantagens e desvantagens das usinas nucleares;
4) Mecanismos das usinas para evitar acidentes
radioati vos.
Comente a(s) resposta(s) dos seus colegas
comparti lhando experiências e contribuindo para o
diálogo e para o aprendizado.
Para embasar a discussão sugerimos a leitura dos
seguintes sites:
h� ps://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-
funciona-uma-usina-nuclear/
https://pt.energia-nuclear.net/como-funciona-a-
energia-nuclear.html
https://pt.energia-nuclear.net/vantagens-
desvantagens-energia-nuclear.html
https://energiaeambiente.wordpress.
com/2008/02/01/energia-nuclear-vantagens-e-
desvantagens/
Aspectos Técnicos do Acidente Radiológico em
Goiânia
Em 1987 na cidade de Goiânia aproximadamente
19 g de cloreto de césio protagonizou o maior desastre
radiológico do mundo. Esse material era uti lizado
em um equipamento de tele terapia (espécie de
radioterapia). O elemento césio Grupo 1 da Tabela
periódica apresenta n° atômico 55 e massa aproximada
132,9.
Cloreto de césio a esquerda e a direita minério contendo césio
em sua composição.
Fonte: h� ps://www.ofi cinadanet.com.br/ciencia/22572-o-desas-
tre-do-cesio-137 Acesso em: 29/06/2022.
O césio corresponde a um metal alcalino macio,
maleável, reati vo com água, apresentando resistência
e brilho metálico. Seu ponto de fusão corresponde a
28,44°C sendo um dos cinco metais com possibilidade
de apresentar de forma natural estado líquido à
temperatura ambiente. É extraído na mineração do
material. Seu isótopo não radioati vo compõe ligas
metálicas uti lizadas na aeronáuti ca e indústria bélica.
Seus isótopos radioati vos (o 137, por exemplo) são
subprodutos de reações em reatores nucleares.
O Cs-137 corresponde a um beta emissor,
convertendo-se ou transmutando-se a Ba-137 o que
o torna um gama emissor potente. Nas aplicações
médicas o isótopo 137 deste elemento foi largamente
uti lizado na sua forma de cloretos como fonte
radioati va para equipamentos de radioterapia.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
129
Equipamento de teleterapia.
Fonte: h� ps://pt.wikipedia.org/wiki/Radioterapia Acesso em:
29/06/2022.
No equipamento do acidente em Goiânia, o
cilindro era protegido por uma carcaça revesti da de
chumbo com alma de aço com cerca de 230 kg. No
interior da carcaça encontrava-se o cilindro metálico
de revesti mento com proteção e janela de irídio.
Esquema do cilindro que conti nha o césio-137
Fonte:h� ps://www.ofi cinadanet.com.br/ciencia/22572-o-desas-
tre-do-cesio-137 Acesso em: 29/06/2022.
A) um detentor de fonte radioati va (geralmente
chumbo), que retém a radiação excedente;
B) um anel de retenção;
C) a fonte do composto que conti nha o núcleo
de césio;
D) duas tampas de aço inoxidável;
E) tampas de aço inoxidável;
F) um escudo interno (geralmente de uma liga de
tungstênio), que impede a grande saída de radiação;
G) um cilindro contendo o material radioati vo.
No interior do cilindro conti nha então a cápsula
com 19,26g de cloreto de césio.
Fonte: h� ps://especiais.opopular.com.br/cesio-137-30-anos/
ontem Acesso em: 29/06/2022.
Atualmente estes equipamentos, chamados de
bomba de césio foram substi tuídos por modelos
equivalentes onde o material radioati vo uti lizado
nas cápsulas é o cobalto. A troca ocorreu, pois, os
equipamentos a cobalto 60 apenas emitem radiações
quando excitados com frequência e tensão adequados,
o que não era observado nas bombas de césio.
SAIBA MAIS
Para saber com mais detalhes sobre o acidente com o
césio-137 em Goiânia vale a pena acessar a reportagem
a seguir de modo a compreender o contexto histórico
de quando ele ocorreu.
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidente-
cesio137.htm. Acesso em: 28/06/2022.
MOMENTO ENEM
1 - (Enem 2014) A elevação da temperatura das
águas de rios, lagos e mares diminui a solubilidade
do oxigênio, pondo em risco as diversas formas de vida
aquáti ca que dependem desse gás. Se essa elevação de
temperatura acontece por meios arti fi ciais, dizemos
que existe poluição térmica. As usinas nucleares, pela
própria natureza do processo de geração de energia,
podem causar esse ti po de poluição.
Que parte do ciclo de geração de energia das usinas
nucleares está associada a esse ti po de poluição?
A) Fissão do material radioati vo.
B) Condensação do vapor d’água no fi nal do processo.
C) Conversão de energia das turbinas pelos geradores.
D) Aquecimento da água líquida para gerar vapor
d’água.
E) Lançamento do vapor d’água sobre as pás das
turbinas.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
130
2 - (ENEM-2001) Considere os seguintes
acontecimentos ocorridos no Brasil: — Goiás, 1987 —
Um equipamento contendo césio radioati vo, uti lizado
em medicina nuclear, foi encontrado em um depósito
de sucatas e aberto por pessoa que desconhecia o
seu conteúdo. Resultado: mortes e consequências
ambientais senti das até hoje. — Distrito Federal, 1999
— Cilindros contendo cloro, gás bactericida uti lizado
em tratamento de água, encontrados em um depósito
de sucatas, foram abertos por pessoa que desconhecia
o seu conteúdo. Resultado: mortes, intoxicações e
consequências ambientais senti das por várias horas.
Para evitar que novos acontecimentos dessa natureza
venham a ocorrer, foram feitas as seguintes propostas
para a atuação do Estado:
I. Proibir o uso de materiais radioati vos e gases tóxicos.
II. Controlar rigorosamente a compra, uso e desti no
de materiais radioati vos e de recipientes contendo
gases tóxicos.
III. Instruir usuários sobre a uti lização e descarte
destes materiais.
IV. Realizar campanhas de esclarecimentos à
população sobre os riscos da radiação e da toxidade
de determinadas substâncias.
Dessas propostas, são adequadas apenas
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
3 - (ENEM-2004) O debate em torno do uso da energia
nuclear para produção de eletricidade permanece
atual. Em um encontro internacional para a discussão
desse tema, foram colocados os seguintes argumentos:
I. Uma grande vantagem das usinas nucleares é o fato
de não contribuírem para o aumento do efeito estufa,
uma vez que o urânio, uti lizado como “combus� vel”,
não é queimado, mas sofre fi ssão. II. Ainda que sejam
raros os acidentes com usinas nucleares, seus efeitos
podem ser tão graves que essa alternati va de geração
de eletricidade não nos permite fi car tranquilos.
A respeito desses argumentos, pode-se afi rmar que
a) o primeiro é válido e o segundo não é, já que
nunca ocorreram acidentes com usinas nucleares.
b) o segundo é válido e o primeiro não é, pois de fato
há queima de combus� vel na geração nuclear de
eletricidade.
c) o segundo é válido e o primeiro é irrelevante,
pois nenhuma forma de gerar eletricidade produz
gases do efeito estufa.
d) ambos são válidos para se compararem vantagens
e riscos na opção por essa forma de geração de
energia.
e) ambos são irrelevantes, pois a opção pela energia
nuclear está se tornando uma necessidade
inquesti onável.
REFERÊNCIAS
1. ALVES N. R. - Relatório do Acidente Radiológico em
Goiânia apresentado. In: Comissão Parlamentar de
Inquérito do Senado Federal, Brasília, 1998.
2. CARDOSO, E. de M. et.al. Aposti la Educati va CNEN.
Aplicações da Energia Nuclear. Rio de Janeiro, CNEN,
2012. (Aposti la Educati va)
3. CORK, James M. Radioacti vity and Nuclear Physics.
Nova York. D. Van Nostrand Company, 1950.
4. HA WKES, Nigel. Energia Nuclear. Lisboa/São Paulo.
Aladdin Books Ltda. e Verbo, 1981.
5. Roberto de A. Marti ns, COMO BECQUEREL NÃO
DESCOBRIU A RADIOATIVIDADE. Cad. Cat. Ens. Fís.,
Florianópolis, 7 (Número Especial): 27-45, jun. 1990.
6. SEGRÈ, Emilio. Dos raios X aos quarks. Físicos
modernos e suas descobertas. Brasília: Editora da
UnB, 1987.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
131
C OMPONENTE CURRICULAR - QUÍMICA
HABILIDADES ESPECÍFICA
Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos,
com base nas interações e relações entre matéria e
energia, para propor ações individuais e coleti vas
que aperfeiçoem processos produti vos, minimizem
impactos socioambientais e melhorem as condições
de vida em âmbito local, regional e global.
(EM13CNT101) Analisar e representar, com ou
sem o uso de dispositi vos e de aplicati vos digitais
específi cos, as transformações e conservações em
sistemas que envolvam quanti dade de matéria, de
energia e de movimento para realizar previsões sobre
seus comportamentos em situações coti dianas e em
processos produti vos que priorizem o desenvolvimento
sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e
a preservação da vida em todas as suas formas.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
( GO-EMCNT101G) Relacionar os elementos químicos
com o ti po de ligação química que podem fazer,
considerando os conceitos de estabilidade entre
átomos e íons, para analisar as característi cas dos
compostos.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
I nterações atômicas e moleculares
Uma interação química signifi ca que as moléculas
se atraem ou se repelem entre si, sem que ocorra
a quebra ou formação de novas ligações químicas.
Estas interações são, frequentemente, chamadas
de interações não covalentes ou interações
intermoleculares. A ligação covalente que mantém
uma molécula unida é uma interação intramolecular,
a atração entre moléculas é uma força intermolecular.
Aqui vale ressaltar que as Forças intermoleculares são
muito mais fracas do que as interações intramoleculares.
As interações intermoleculares estão estreitamente
relacionadas com as propriedades termodinâmicas
de líquidos, sólidos e gases. Assim sendo, o estudo
sobre interações atômicas e moleculares é de extrema
relevância para entendermos o comportamento de
sistemas químicos a nível molecular.
1 . Teoria do Octeto
A Teoria do Octeto foi criada em 1919, pelos
cienti stas Gilbert Lewis (1875 – 1946) e Walther
Kossel (1888 – 1956), por meio de observações eles
associaram dois fenômenos:
1. A tendência de os átomos dos elementos (gases
nobres) que possuem oito elétrons completos
no nível (camada) de valência, adquirindo assim
a estabilidade, aparecerem isolados na nature-
za.
2. A tendência de os outros átomos dos elemen-
tos fazerem ligações, perdendo, ganhando ou
comparti lhando elétrons, para se tornarem
estáveis com oito elétrons no seu últi mo nível
(camadas).
A parti r dessas associações, Lewis e Kossel criaram
a Teoria do Octeto.
Teoria do Octeto: um grande número de átomos
adquire a estabilidade eletrônica quando apresenta
oito elétrons na sua camada
Essa regra, apesar de existi rem muitas exceções,
ela conti nua sendo uti lizada por servir muito bem como
introdução aos conceitos de ligações químicas, assim
como explicar a formação da maioria das substâncias
encontradas na natureza. Essa teoria aplica-se,
principalmente, aos elementos Representati vos
Família A (famílias 1 até a 17), enquanto que aos
elementos de Transição (Família B) não segue esse
modelo, obrigatoriamente.
Observe: se o átomo apresenta apenas uma
camada, será estável com 2 elétrons.
Veja:
Note que todos os gases nobres (exceto o Hélio)
apresentam 8 elétrons na camada de valência. É isso
que garante a estabilidade desses elementos. Todos os
demais elementos da tabela precisam ganhar, perder
ou comparti lhar elétrons para ati ngir estabilidade. Isso
origina as ligações químicas.
1.1 Ligações Químicas
As ligações químicas são as interações que
ocorrem entre átomos para se tornarem uma molécula
ou substância básica de um composto. Existem três
ti pos de ligações: covalentes, metálicas e iônicas. Os
átomos buscam através das ligações, estabilizar-se
eletronicamente.
1.2 Ligação iônica
A ligação iônica ocorre entre íons, positi vos
(cáti ons) e negati vos (ânions) e, é caracterizada pela
existência de forças de atração eletrostáti ca entre
Nº cargas + = Nº cargas –

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
132
eles. Esse ti po de ligação ocorre entre elementos que
possuem a tendência de perder elétrons (cáti ons) e
elementos que apresentam a tendência de ganhar
elétrons (ânions).
Geralmente, os átomos que perdem elétrons para
adquirir a estabilidade são os metais das famílias (1
A, 2 A e 13 A) e os átomos que recebem elétrons para
também adquirir a estabilidade são os ametais das
famílias (14 A, 15 A, 16 A e 17 A).
Ocorre entre:
Obs.: em geral, o metal apresenta 1, 2 ou 3 e

na
camada de valência. O ametal, 5, 6 ou 7 e

.
A atração eletrostáti ca entre as cargas opostas do
cáti on e do ânion origina o composto iônico.
Exemplo:
Qual a fórmula do composto formado entre o
11
Na e o
16
S?
Aqui temos duas maneiras disti ntas para a
resolução desse exemplo, podendo ser resolvido
através da igualdade de cargas ou através da fórmula
eletrônica, vejamos a seguir:
1. Através da igualdade das cargas:
Nº cargas + = Nº cargas –
Distribuição Tendência Íon
11
Na:1s
2
2s
2
2p
6
3s
1
⇒perder 1 e

⇒Na
+
16
S:1s
2
2s
2
2p
6
3s
2
3p
4
⇒ganhar 2 e

⇒S
2–
Formulação:
Na
+
S
2–
⇒ Na
2
S
Na
+
DICA: “Cruzar as cargas”
Pode-se fazer a fórmula “cruzando” o valor da
carga de um íon e uti lizando como índice do outro.

Cuidado: quando os índices puderem ser simpli-
fi cados, eles devem, OBRIGATORIAMENTE, ser sim-
plifi cados.
2. Através da fórmula eletrônica:
Também chamada de fórmula ou estrutura de
Lewis.
Nela uti lizamos o símbolo do elemento e os elé-
trons da camada valência ao seu redor.
Distribuição Representação
11
Na:1s
2
2s
2
2p
6
3s
1

16
S:1s
2
2s
2
2p
6
3s
2
3p
4

Formulação:
Após transferir:
Composto iônico:
Ou simplesmente:
Propriedades dos compostos iônicos
• São sólidos nas condições ambiente (25
o
C e 1
atm).

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
133
• ebul ição (P.E.).
• Conduzem corrente elétrica quando fundidos
ou em solução aquosa.
• Formam re� culos cristalinos.
Sali nas Grandes, em Jujuy, Argenti na.
Fonte: h� ps://dondeviajar.republica.com/viajes/salinas-grandes-
-en-jujuyargenti na.html. Acesso em: 28 de jun. 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01. Com bas e nas informações abaixo, responda as
questões de A a E.
Cloreto de Sódio o
composto iônico mais comum
O princip al componente do sal de cozinha é
o cloreto de sódio, este é um composto iônico de
fórmula molecular NaCl, esse composto é essencial
para o bom funcionamento do corpo humano, pois os
seus cáti ons e ânions (íons) provenientes do sal estão
presentes nos nossos sistemas nervoso, muscular e
digesti vo. O processo uti lizado para extração do sal
é a evaporação, onde a água do mar é represada
em tanques rasos chamados de salinas. Com o
passar do tempo, o calor do sol e o vento fazem com
que lentamente a água comece a evaporar. O sal
então se cristaliza e é separado. A produção de sal
marinho divide-se essencialmente em dois métodos
disti ntos: a forma tradicional – uso de salinas – e a
forma industrial. O processo industrial baseia-se em
cristalizar os sais dissolvidos na água do mar através
de processos químicos além de uma tecnologia de
ponta. No entanto, o processo tradicional baseia-se
no trabalho mecânico humano em procedimentos
que foram passando de geração em geração. A seguir,
mostraremos a relação desse composto iônico com
algumas fi guras.
Mulher fl utuando no mar morto.
Fonte:h� ps://belezaesaude.com/benefi cios-banho-mar/Acesso
em 28 de jun. de 2022.
Embalagem de sal líquido
Fonte: h� ps://encurtador.com.br/lwJS9 . Acesso em: 28 de jun.
de 2022.
a) Qual é o nome do processo de separação de
mistura uti lizado para extrair o sal das águas
maríti mas?
b) O Mar Morto, que banha Israel, a Cisjordânia e a
Jordânia, é um lago salgado cujas margens estão
mais de 400 m abaixo do nível do mar, sendo o
ponto mais baixo em terra seca do planeta. Sua
famosa água hipersalina facilita a fl utuação, e
a lama negra rica em sais minerais é usada em
tratamentos terapêuti cos e estéti cos nos resorts
da região. Explique por que uma pessoa consegue
boiar nas águas desse mar?
c) Os compostos iônicos são resultantes da
combinação de íons – cáti ons – ânions formando
substâncias com cargas totais igual a zero. Vários
íons são encontrados dissolvidos na água do mar,
em seu caderno escreva a fórmula que compõe
o composto cloreto de sódio, seus respecti vos
nomes e números atômicos.
d) Cite 3 propriedades do cloreto de sódio.
e) Explique por que o rótulo da embalagem do sal
líquido reproduzida na fi gura 3 está incorreto.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
134
1.1.2 Ligação c ovalente ou molecular
A ligação covalente ou molecular ocorre quando
os átomos envolvidos tendem a receber elétrons, isto
é, nenhum desses átomos podem perder ou ganhar
elétrons, formando estruturas eletricamente neutras,
de grandeza limitada, denominadas moléculas. Esta
ligação é caracterizada pelo comparti lhamento
de elétrons. Os pares eletrônicos podem ser
consti tuídos por 1 elétron de cada átomo ou por 2
elétrons de um mesmo átomo, sendo comparti lhados
simultaneamente pelos dois átomos que estão
envolvidos na ligação.
Ocorre entre:
Obs.: em geral, o ametal apresenta 5, 6 ou 7e

na
camada de valência.
Há dois ti pos de ligação covalente:
• a ligação covalente normal
• a ligação covalente coordenada (dati va)
Ligação covalente normal: Ocorre quando a
ligação é feita com um elétron de cada um dos átomos
ligantes.
Exemplo:
A ligação é formada por um elétron de cada
hidrogênio.
Ligação covalente coordenada: Ocorre quando
a ligação é feita com dois elétrons de apenas um dos
átomos ligantes.
Exemplo:
A ligação destacada pelo retângulo é formada por
dois elétrons pertencentes ao enxofre. Por isso, ela é
uma ligação covalente coordenada.
Propriedades dos compostos moleculares
• Baixos pontos de fusão e ebulição.
• Sólidos, líquidos ou gasosos à temperatura am-
biente.
• Não conduzem corrente elétrica (exceto os áci-
dos, que sofrem ionização).
• Quebradiços.
Compostos moleculares: aqueles formados
exclusivamente por ligações covalentes.
Montagem da fórmula eletrônica e estrutural de uma
molécula
1. Determinar o número total de elétrons de valência.
2. Posicionar os átomos: geralmente, o central
é aquele que precisa de mais elétrons para
estabilizar.
3. Distribuir os elétrons (aos pares), inicialmente
entre os átomos (pares de elétrons ligantes).
4. Dos átomos “de fora” para o central, distribuir os
demais elétrons (aos pares), completando octetos
(pares de elétrons não-ligantes).
5. Se não estabilizar todos os átomos, fazer
rearranjos.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. A adrenalina além de ser hormônio derivado do
aminoácido ti rosina, é também um neurotransmissor.
Atuando de diferentes formas no organismo, estando
relacionado, com o aumento do ritmo cardíaco
Aumento dos bati mentos cardíacos (taquicardia),
Palidez; excesso de sudorese; tremores involuntários;
contração dos vasos sanguíneos (vasoconstrição);
dilatação das pupilas; relaxamento ou contração dos
músculos, aumento da pressão arterial e frequência
respiratória. Além disso, em situações extremas, a
adrenalina eleva o nível de açúcar no sangue. Sua
estrutura pode ser analisada a seguir.
Fonte: h� ps:/ /www.fciencias.com/2013/04/11/molecula-da-se-
mana-adrenalina/ . Acesso em: 28 de jun. de 2022.
Escreva a fór mula molecular da adrenalina
colocando os símbolos na ordem dada: carbono,
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Na sequência
explique o ti po de ligação que existe entre os átomos
dessa molécula. O experimento a seguir busca explorar
algumas característi cas relacionadas aos compostos
covalentes e aos compostos iônicos. As característi cas
principais dos compostos iônicos são: altos pontos

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
135
de fusão e de ebulição, além de serem compostos
sólidos. Os compostos covalentes, formados por
ligações covalentes, podem ser encontrados nos três
estados � sicos: sólido, líquido e gasoso., possuem
baixos ponto de fusão e ebulição quando comparados
aos compostos iônicos; apresentam baixa dureza;
alta tenacidade; baixa capacidade de condução
de corrente elétrica e de calor. O Experimento
Transformação CovalenteIônica foi reti rado na íntegra
do livro: Experimentos de química para turmas de
ensino médio.
Marques, Marcelo Monteiro, Experimentos de química para tur-
mas de ensino médio [recurso eletrônico] / Marcelo Monteiro
Marques, Gabriel Carvalho de Lima. – Ponta Grossa, PR: Atena
Editora, 2019. Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.
br/wp-content/ uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Qui-
mica-para-Turmas--de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun.
De 2022.
Experimento: Transformação Covalente-Iônica
Materiais e Reagentes:
• A – Bexiga de festa de aniversário;
• B – Canudos;
• C – Fita adesiva;
• D – Água;
• E – Cloreto de cálcio – CaCl 2(s);
• F – Tubo vazio de lâmpada incandescente;
• G – Queimador (ver Anexo 1);
• H – Suporte para queimador (ver Anexo).
Fonte: Disponív el em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
-Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.
Abordagem Didáti ca Proposta
O experimento busca explorar algumas
característi cas relacionadas aos compostos covalentes
e aos compostos iônicos. Os compostos iônicos são
aqueles que possuem uma ou mais ligações iônicas,
mesmo que apresente várias ligações covalentes. Na
ligação iônica, as forças de atração são consequência
da transferência completa de um ou mais elétrons de
um átomo para outro sendo que um deles adquire
carga positi va e o outro, negati va, surgindo as forças
responsáveis pela ligação.
A respiração humana tem como principal
característi ca o consumo de gás oxigênio atmosférico
e a produção de gás carbônico como mostra a fi gura 1.
Estas duas substâncias são moléculas, isto é, realizam
ligações interatômicas do ti po covalente.
Moléculas de gás oxigênio e carbônico.
Fonte: Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
-Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.
O gás carbônico possui uma propriedade bastante
especial. Quando borbulhado em água suas moléculas
se dissolvem formando ácido carbônico.
Fonte: Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
-tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
-Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.
O ácido carbônico, por sua vez, é um ácido fraco e
estabelece equilíbrios de dissociação ácida que levam
a formação de íons hidrogenocarbonato e carbonato
respecti vamente.
Fonte: Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
--Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.
O ânion carbonato é capaz de estabelecer ligações
com o cáti on cálcio, formando um composto iônico
pouco solúvel em água. O sal inorgânico carbonato
de cálcio.
Fonte: Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
-Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
136
Formação de precipitado de carbonato de cálcio
Fonte: Disponível em: h� ps://www.atenaeditora.com.br/wp-con-
-tent/uploads/2019/08/Ebook-Experimentos-de-Quimica-para-
-Turmas-de-Ensino-Medio.pdf . Acesso em: 01 de jun. De 2022.
Podemos uti lizar o sal cloreto de cálcio, que é
muito solúvel, para liberar por dissociação iônica,
íons Ca2+ e Clem solução. Esta é uma forma fácil de
mostrar a conversão de um composto puramente
covalente em um composto de natureza iônica.
Proposta Experimental:
Primeiramente, deve-se organizar devidamente
o tubo de lâmpada vazio, que será o nosso balão
de fundo redondo, e o posicionar no suporte para
o queimador. Em seguida, deve-se posicionar o
queimador diretamente sob o tubo. Transferir
um pouco de água para o interior do tubo. Ligar o
queimador até iniciar a fervura da água. Esta etapa
tem por fi nalidade expulsar o gás carbônico que se
dissolve naturalmente na água.
Expulsando CO
2
dissolvidos na água.
2
Fonte: Tecnoprof
Após o processo de expulsão do gás carbônico,
desligar o queimador, transferir um pouco de cloreto
de cálcio para o tubo, e agitar para formar uma mistura
homogênea. Enquanto o sistema esfria, o educando
deve encher a bexiga de festa de aniversário, ele deve
ser orientado para não amarrar a bexiga. Quando a
bexiga esti ver cheia de ar (rico em gás carbônico), a
Uti lizar a fi ta adesiva para fi xar o canudo ao balão,
sem que se deixe escapar o ar.
Bexiga contendo CO
2
acoplada ao canudo.
2
Fonte:Tecnoprof
Insira a ponta do canudo no interior do tubo, de
modo esteja imersa na solução aquosa de cloreto de
cálcio. Liberar, de maneira controlada, a saída de ar do
balão, de modo que o gás carbônico seja borbulhado
na solução.
Sistema para borbulhar o CO
2.
2.
Fonte: Tecnoprof
Sua ponta deve ser segurada e presa em um
canudo.
Observe que a solução fi cará turva. Espere a
sedimentação do sólido promovida pela ação da
gravidade e então decante a água. Discuta com os/
as colegas sobre a natureza do sólido formado a parti r
do gás liberado pela respiração.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
137
Ligação metálica
A ligação metálica é característi ca de substâncias
formadas, exclusivamente, por metais, que podem
ser do mesmo elemento ou de elementos diferentes.
Explicada pela teoria do “Mar de elétrons” – os cáti ons
em posições fi xas e elétrons livres dispersos entre
eles. Esses elétrons são provenientes da camada de
valência dos respecti vos átomos, então são atraídos
por nenhum núcleo em parti cular e possuem uma
liberdade de se mover através do cristal, ocupando o
re� culo cristalino do metal por inteiro. Essa liberdade
de mobilidade dos elétrons através do cristal é
responsável pelas propriedades que caracterizam os
metais: conduti bilidade, maleabilidade, ducti bilidade
e elevadas temperaturas de fusão e ebulição.
Essa teoria “Mar de elétrons” explica a alta
conduti vidade térmica e elétrica dos metais.
Sobre a conduti vidade elétrica: os elétrons livres,
se expostos a uma diferença de potencial, tendem a
caminhar todos para uma mesma direção, fazendo
surgir a corrente elétrica.
Sobre a conduti vidade térmica: ao receber calor,
o átomo vibra transferindo essa vibração ao vizinho,
que transmite ao outro e assim sucessivamente.
Propriedades dos metais
• Altos pontos de fusão e ebulição.
• Sólidos à temperatura ambiente (exceto Hg).
• Bons condutores de corrente elétrica e calor.
• São maleáveis (podem formar lâminas).
• São dúcteis (podem formar fi os).
Ligas metálicas
São materiais com propriedades metálicas
que contêm dois ou mais elementos, onde pelo
menos um deles seja metal. As propriedades das
ligações metálicas se diferem das propriedades de
seus elementos consti tuintes, quando analisados
separadamente. Algumas característi cas são próprias
das ligas metálicas, as quais os metais puros não
possuem e por esse moti vo é muito produzida e
uti lizada iônica.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01. (Cefet-PR) “Nas indústria s de fabricação de al
mínio, mais de 70% dos recursos empregados é
energia elétrica, um recurso que apesar de escasso
ainda é muito barato no Brasil. Este custo é ainda
inferior para empresas que possuem subsídio e pagam
até um terço do preço pago pelos consumidores
residenciais. Grande parte dos lingotes produzidos
aqui é exportada e, lá fora, eles são transformados
em componentes automoti vos e equipamentos que o
Brasil precisa comprar por um preço muito mais alto.”
(Revista Veja, ed. Abril, ano 34, nº21, 2001)
As ligações químicas entre os átomos de alumínio
presentes nos lingotes produzidos são do ti po:
(A) dipolo-dipolo.
(B) metálica.
(C) covalente.
(D) cristalina.
02.Assinale a alternati va a seguir que só apresenta
substâncias formadas por ligações metálicas:
(A) Au, Pt, N
2
e Zn.
(B) Al, C
g r a fi t a
, Ag, Au.
(C) Au, O
2
, Zn, P
4
.
(D) Ag, Al, Cu, Au.
(E) S
8
, NaCl, SF
6
, Cu.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
138
 ESTRUTURAS DE LEWIS
A estrutura de Lewis, também, chamada de
fórmula eletrônica, mostra a formação das ligações
em uma molécula, assim como os átomos envolvidos
e seus respecti vos elétrons da camada de valência de
cada um deles. Representada por pontos (.), ao redor
do símbolo do átomo em questão. Essa fórmula mostra
a quanti dade de elétrons que estão organizados no
últi mo nível do átomo, também chamada de camada
de valência.
Exemplos:
Fonte: h� ps://brainly.com.br/tarefa/30091164. Acesso em: 28
de jun. 2022.
Eletrosfera
Consti tuída por 7 níveis de energia (camada,
órbitas), numerados de 1 a 7 (IUPAC).
Cada nível permite um máximo de elétrons:
Os níveis são divididos em até 4 subníveis: s, p,
d, f, Cada subnível suporta um máximo de elétrons:
Distribuição eletrônica
Demonstra como os elétrons estão inseridos nos
níveis e subníveis do átomo.
Os elétrons são distribuídos nos níveis e subníveis,
segundo uma ordem crescente de energia descrita
num diagrama conhecido como Diagrama de Linus
Pauling:
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em: 28 de
jun. de 2022.
A camada de valência
A camada de valência é o nível mais afastado
do núcleo de um átomo e pode ser determinada,
por meio de distribuição eletrônica ou pela tabela
periódica.
Indicação da camada de valência de um átomo
de carbono
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig . Acesso em: 28 de
jun. de 2022.
Veja os exemplos, a seguir:
Exemplo 1: Átomo de sódio (
11
Na)
Analisando a distribuição eletrônica acima, é
possível constatar que a camada de valência (o nível
mais afastado do núcleo) é o terceiro nível e apresenta
um elétron (no subnível s).
Exemplo 2: Átomo de germânio (
32
Ge)

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
139
Analisando a distribuição acima, é possível
constatar que a camada de valência (nível mais
afastado do núcleo) é o quarto nível e possui quatro
elétrons (nos subníveis s e p).
Exemplo 3: Átomo de urânio (
92
U)
Analisando a distribuição eletrônica do urânio,
é possível constatar que a camada de valência é o
séti mo nível e apresenta dois elétrons (no subnível s).
Como desenhar estruturas de Lewis
Os símbolos são uma representação da distribuição
dos elétrons de valência para cada átomo. Usando o
passo a passo descrito, anteriormente, e os símbolos,
vamos representar a estruturas de Lewis para o
metano, de fórmula molecular CH
4
.
1. Determinar o número de elétrons de valência
de cada átomo.
C → 4 e
-
na camada de valência
Fonte: autores 2022.
H → 1 e
-
na camada de valência
Fonte: autores 2022.
2. Determinar a posição dos átomos na estrutura:
o hidrogênio fi ca na extremidade por ser mo-
novalente.
Fonte: autores 2022.
3. Comparti lhar os pares de elétrons dos átomos
ao redor do átomo central, completando o oc-
teto.
Fonte: autores 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Escreva a fórmula eletrônica da água e da água
oxigenada?
2. Considere dois elementos, A e B, com números
atômicos 6 e 8. Qual será a fórmula eletrônica de Lewis
e o ti po de ligação para o composto formado entre
esses elementos? NaNO
3
3. (Unicamp-SP) Observe as seguintes fórmulas
eletrônicas (fórmulas de Lewis):
4. Consulte a classifi cação periódica e escreva fórmulas
eletrônicas das moléculas formadas pelos seguintes
elementos:
a) Fósforo e hidrogênio
b) Enxofre e hidrogênio
c) Flúor e carbono

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
140
5. (Vunesp-SP) P e Cℓ têm, respecti vamente, 5 e 7
elétrons na camada de valência.
a) Escreva a fórmula de Lewis do tricloreto de fosforo.
b) Qual é o ti po de ligação formada?
6.(Fuvest-SP) Considere o elemento cloro formando
compostos com, respecti vamente, hidrogênio,
carbono, sódio e cálcio.
a) Com quais desses elementos o cloro forma
compostos covalentes?
b) Qual a fórmula eletrônica de um dos compostos
covalentes formados?
 Fórmula Eletrônica de Lewis
A fórmula el etrônica de Lewis mostra os
elementos, o número de átomos envolvidos, os
elétrons da camada de valência de cada átomo e a
formação de pares eletrônicos.
Representação da camada de valência do cloro

Fonte:h� ps://brasilescola.uol.com.br/quimica/formula-eletroni-
ca-lewis.htm. Acesso em: 09 de junho de 2022.
O átomo de cloro possui sete elétrons na sua
camada de valência, que são representados por sete
pontos na fórmula eletrônica de Lewis.
Os átomos realizam as ligações químicas entre si,
a fi m de alcançar a estabilidade eletrônica. Para isso,
comparti lham elétrons através da ligação covalente
ou através da ligação iônica, onde recebem ou doam
elétrons, até que alcancem a confi guração eletrônica
semelhante a de um gás nobre (elemento estável que
não tem a necessidade de se ligar a outros átomos). E,
para representar essas ligações, usamos as estruturas
de Lewis.
Fonte: h� ps://brainly.com.br/tarefa/140498. Acesso em: 09 de
junho de 2022.
C ada elétron é representado por um ponto,
que fi ca ao redor do símbolo do elemento químico
correspondente. Apenas os elétrons da camada de
valência é que fi cam ao redor do elemento.
Para sabermos como determinar quantos
elétrons tem na camada de valência, basta apenas
relacionarmos o elemento a sua família da Tabela
Periódica. Conforme demostra a tabela, a seguir.
Fonte: disponívelem:h� ps://brasilescola.uol.com.br/quimica/
formula-eletronica-lewis.htm. Acesso em: 09 jun. 2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
141
Os símbolos são uma representação da distribuição
dos elétrons de valência para cada átomo. Usando o
passo a passo descrito, anteriormente, e os símbolos,
vamos representar a estruturas de Lewis para os
seguintes exemplos:
Gás oxigênio: O
2
O oxigênio pertence à Família 16 A (anti ga família
6 A) – calcogênio, possuindo assim 6 elétrons na sua
camada de valência.
Ligação entre 2 átomos de oxigênio
Fonte: h� ps://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/ li-
gacao-covalente . Acesso em: 28 de jun.de 2022.
Gás Cloro: Cl
2
O cloro pertence à Família 17 A (anti ga família
7 A) – halogênio, possuindo assim 7 elétrons na sua
camada de valência.
Ligação entre dois átomos de cloro
Fonte:h� ps://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/ liga-
cao-covalente .Acesso em : 28 de jun. de 2022.
Veja outros exemplos de fórmulas eletrônicas de
substâncias moleculares, abaixo:
Fórmula eletrônica do metano, amônia e água
Fonte: h� ps://www.bionoculos.com.xn--bionculos-86a.
com/2018/12/a-ligacao-covalente-geralmente-e-feita.html Aces-
so em: 28 de jun. de 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Observe a Tabela Periódica
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em: 28 de
jun. de 2022.
Principais famílias:
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig. Acesso em: 28 de
jun. de 2022.
1. Escolha 3 elementos das famílias: metal alcalino,
metal alcaliterrosos, família do boro, família do
carbono, calcogênio e halogênios, em seguida, escreva
em seu caderno o símbolo do elemento escolhido com
sua fórmula eletrônica.
2. Usando a ati vidade 1 como suporte, divida a turma
em grupos, distribua massinha de modelar colorida
e, peça que representem na sua mesa as fórmulas
eletrônicas das seguintes moléculas:

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
142
(A) H
2
O
(B) NH3
(C) HF
(D) CH4
(E) N2
OBSERVAÇÃO: Caso não tenha massinha você
juntamente com o/a professor/a pode tornar essa
ati vidade mais animada, fazendo massinha juntos,
a fim de que realizem a ati vidade 2. Não esqueça de
registrar a ati vidade por meio de fotos das estruturas
montadas.
SUGESTÕES DE RECEITAS DE MASSINHA DE MODELAR
CASEIRA
Como fazer massinha de modelar de farinha de trigo
1. Separe uma vasilha
Em uma vasilha grande misture a farinha de trigo e o
sal. Em seguida, adicione a água e o óleo.
2. Misture a massinha
Misture a massinha de modelar caseira até que todo
o conteúdo forme uma massa homogênea. Se fi car
muito mole você pode adicionar mais farinha e, se,
ainda, esti ver seca e quebradiça adicione mais água.
3. Adicione o corante
O últi mo ingrediente é o corante, você pode usar
corantes alimen� cios como o colorau. A quanti dade
de colorau que você colocar é que vai dar o tom
mais avermelhado ou mais alaranjado da massinha.
Se preferir pode fazer uma massinha branca sem
adicionar nenhum corante.
4. Conserve na geladeira
Depois de feita, a massa de modelar pode ser
conservada na geladeira em um pote fechado durante
muito tempo. Outra vantagem da massinha caseira é
que ela não adere à mão e tem um cheiro agradável.
Podendo ser adicionado gli� er na mistura, essências
para dar um novo cheirinho, e até mesmo cremes
corporais perfumados que darão uma nova textura
para a mistura.
Como fazer massinha de modelar com suco em pó
Se você não tem corante em casa, aprenda a deixar a
massinha de modelar colorida com suco em pó. Veja,
a seguir:
1. Escolha o suco com a cor desejada
Se você quer fazer massinhas coloridas para deixar a
brincadeira ainda mais lúdica, use sucos em pó. Por
exemplo, o suco de uva em pó vai deixar as massas
de modelar roxinhas.
2. Adicione o pó
Ao contrário do corante, você não vai adicionar o suco
por últi mo. Siga a regra de secos primeiro e líquidos
depois. Então, jogue o pozinho junto com a farinha
de trigo e o sal.
3. Cuidado com alergias
Fonte: Disponívelem:h� ps://www.cleanipedia.com/br/familia/
mas-sa-de-modelar-aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em casa.
html . Acesso em: 08 de jun. de 2022.
Para essa ati vidade o/a professor/a levará para a sala
de aula bolinhas de isopor de diferentes tamanhos que
serão pintadas ou marcadas conforme as instruções,
abaixo.
1. Formem grupos e cada grupo receberá 5 bolinhas
de cada elemento químico indicado. Atente-se para
nomeá-los de acordo com a fi gura. Se possível,
procure manter a proporção de tamanho, para que
seja manti do a relação de massa entre os elementos
químicos de hidrogênio (H), oxigênio (O), carbono (C)
e nitrogênio (N).
Caso não tenham todas as cores, usem outros
materiais para colorir as bolinhas.
2. Leias as regras que devem ser obedecidas nas
ligações químicas destes átomos:
a) os átomos de hidrogênio podem fazer apenas uma
única ligação, por elemento químico. Desta forma,
apenas UMA conexão é possível com os palitos;
b) os átomos de oxigênio podem fazer duas ligações,
por elemento químico. Sendo assim, até DUAS
conexões são possíveis com os palitos;
3. Dê exemplo de possíveis ligações
“amônia”: um átomo de Nitrogênio (N) [3 ligações]
com três átomos de hidrogênio (H) [1 ligação cada].

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
143
1. Quais substâncias simples (de apenas um ti po de
elemento químico) vocês conseguem formar?
2. Dê exemplos de moléculas compostas que vocês
conseguem formar.
3. Monte e descreva quais são as moléculas
envolvidas durante o processo de respiração do
ser humano.
4. O peróxido de hidrogênio é composto por dois
átomos de hidrogênio e dois de oxigênio. A água
é composta por dois átomos de hidrogênio e
um de oxigênio. Como é possível estas ligações?
Monte as confi gurações moleculares uti lizado as
bolinhas.
REFERÊNCIAS
ATKINS, Peter; JONES, Lore� a; LAVERMAN, Leroy.
Princípios de Química: Questi onando a Vida Moderna
e o Meio Ambiente. Bookman editora, 2018.
DIAS, Diogo Lopes. “Camada de Valência”. Mundo
Educação. Disponível em: h� ps://mundoeducacao.
uol.com.br/quimica/camada-valencia.htm#:~:-
text=A%20camada%20de%20val%C3%AAncia%20
%C3%A9,eletr%C3%B4nica%20ou%20pela%20
tabela%20peri%C3%B3dica.&text=A%20camada%20
de%20val%C3%AAncia%20%C3%A9%20a%20
camada%20mais%20externa%20que,do%20
n%C3%BAcleo%20de%20um%20%C3%A1tomo .
Acesso em: 09 jun. 2022.
Equipe Cleanipedia. Como fazer massinha caseira
de farinha de trigo. Disponível em: h� ps://www.
cleanipedia.com/br/familia/massa-de-modelar-
aprenda-a-fazer-a-sua-massinha-em-casa.html .
Acesso em: 08 jun. 2022.
“Exercícios sobre a fórmula eletrônica de Lewis”. Brasil
Escola. Disponível em: h� ps://exercicios.brasilescola.
uol.com.br/exercicios-quimica/exercicios-
-sobre-formula-eletronica-lewis.htm. Acesso em: 09
jun. 2022.
FERREIRA, Victor Ricardo. “Estruturas de Lewis”.
Mundo Educação. Disponível em: h� ps://
mundoeducacao.uol.com.br/quimica/estruturas-de-
lewis.htm. Acesso em: 09 jun. 2022.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “Fórmula Eletrônica
de Lewis”; Brasil Escola. Disponível em: h� ps://
brasilescola.uol.com.br/quimica/formula-eletronica-
lewis.htm. Acesso em: 09 jun. 2022.
USBERCO, João; SALVADOR, Edgard. Química. Volume
Único. 9ª edição. São Paulo: Editora Saraiva. ISBN:
978-85-02-21057-5
Geometria molecular
HABILIDADES ESPECIFICAS
(EM13CNT201) Analisar e discuti r modelos, teorias e
leis propostos em diferentes épocas e culturas para
comparar disti ntas explicações sobre o surgimento
e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com as
teorias cien� fi cas aceitas atualmente.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT201F) Relacionar as diferentes formas
de interação entre átomos, considerando os ti pos de
ligações químicas (iônica, covalente e metálica) com
os materiais existentes e formas de vida para formular
explicações sobre essas interações e suas constantes
mudanças e adaptações.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Interações atômicas e moleculares
Trata do arranjo espacial dos átomos na molécula
e, é explicada pela Teoria da repulsão dos pares
eletrônicos da camada de valência (VSEPR). Essa
teoria diz que os átomos, e pares de elétrons não
ligantes do átomo central, tendem a assumir a maior
distância angular possível, minimizando, assim, as
repulsões entre eles.
Na práti ca, para se deduzir a geometria molecular
assumida por uma espécie, precisamos saber:
1. quantos átomos circundam o átomo central.
2. Se existe, ou não, elétrons não ligantes ao redor
do átomo central.
Com base nessas informações, podemos predizer
qual a geometria assumida por determinada espécie.
Observação 1: toda molécula diatômica
(formada por dois átomos, tem sempre geometria
linear. Exemplo: H
2
, N
2
, HCl, CO.
As imagens dos três quadros, a seguir podem
ser obti das no simulador da University of Colorado
Boulder, PhET Interacti ve Simulati ons.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
144
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em: 28 de jun. de 2022.
As imagens dos três quadros, a seguir podem
ser obti das no simulador da University of Colorado
Boulder, PhET Interacti ve Simulati ons.
Fonte: Disponível em: h� ps://phet.colorado.edu . Acesso em: 28
de jun. de 2022.
Observação 2:existem outras geometrias pouco usais
no ensino médio. Nesses casos, alguns elementos
extrapolam a regra do octeto (Teoria da expansão
da camada de valência).
As imagens dos dois quadros, a seguir podem
ser obti das no simulador da University of Colorado
Boulder, PhET Interacti ve Simulati ons.
Fonte: Disponível em: h� ps://phet.colorado.edu . Acesso em: 28
de jun. de 2022.
Para identi fi car quantos átomos existem ao redor
do átomo central e, se há ou não elétron não ligante
nesse átomo central, é preciso montar a fórmula
eletrônica da molécula, seguindo os passos já vistos
no módulo 01.
Relembrando, são esses os passos:
1. Determinar o número total de elétrons de valência.
2. Posicionar os átomos: geralmente, o central é
aquele que precisa de mais elétrons pra estabilizar.
3. Distribuir os elétrons (aos pares), inicialmente
entre os átomos (pares de elétrons ligantes).
4. Dos átomos “de fora” para o central, distribuir os
demais elétrons (aos pares), completando octetos
(pares de elétrons não-ligantes).
5. Se não estabilizar todos os átomos, fazer
rearranjos.
Montada a molécula, fazemos a análise e
deduzimos sua geometria.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
145
Polaridade de ligações e moléculas
2.1.1 Polaridade nas ligações
A polaridade existe em uma ligação se existe
diferença de eletronegati vidade entre os átomos
ligados. Uma comparação efi ciente, exige a análise
da eletronegati vidade de cada elemento. Alguns deles
constam na tabela, a seguir:
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em: 28 de
jun. de 2022.
Segundo Pauling, uma diferença de
eletronegati vidade entre os átomos ligados maior
que 1,7 dá origem à ligação iônica. Menor que isso,
covalente polar e igual a zero, covalente apolar. Para
facilitar um pouco a análise e dispensar (em muitos
casos) a tabela de eletronegati vidade, vale a pena
relembrar a fi la de eletronegati vidade dos principais
elementos
Exemplo 1:
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
R
Nesse exemplo, a ligação H – Cl é polar. Como
o cloro é mais eletronegati vo, ele puxa o par de
elétrons com mais intensidade, fazendo com que haja
maior densidade eletrônica próximo ao cloro que ao
hidrogênio.
Exemplo 2:
Fonte: Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em
28 de jun. de 2022.
Nesse exemplo, a ligação H – H é apolar. Como
não existe diferença de eletronegati vidade entre os
átomos, a densidade eletrônica é homogênea e não
há formação de polos na ligação.
2.1.2 Polaridade nas moléculas
Exige uma análise da polaridade das ligações e
da geometria molecular. A polaridade da molécula
depende do vetor momento dipolar resultante (m ). Se
ele for igual a zero, a molécula é apolar. Se for diferente
de zero, ou seja, se existe um vetor momento dipolar
resultante, a molécula é apolar.
Exemplo 1:
Deslocamento da nuvem eletrônica, ligação apolar
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em 28 de
jun. de 2022.
Nesse exemplo, um oxigênio tenta atrair os
elétrons do outro, mas como as eletronegati vidades
são iguais, não há deslocamento da nuvem eletrônica
e a ligação é apolar. Como a única ligação existente na
molécula é apolar, a molécula também é.
Exemplo 2:
Deslocamento da nuvem eletrônica, ligação apolar
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em 28 de
jun. de 2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
146
Nesse exemplo, o oxigênio da esquerda (mais
eletronegati vo que o carbono) atrai os elétrons para
perto de si (a ligação O = C é polar). No entanto, o
oxigênio da direita (mais eletronegati vo que o carbono)
atrai os elétrons para perto de si com a mesma força
que o da esquerda (a ligação C = O é polar). Como
há duas forças de mesma intensidade, na mesma
direção (horizontal) e em senti dos opostos (uma para
a esquerda e outra para a direita), ocorre a anulação
dessas forças e não há resultante. A molécula é apolar.
Exemplo 3:
Deslocamento da nuvem eletrônica, ligação polar
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em 28 de
jun. de 2022.
Nesse exemplo, o oxigênio é mais eletronegati vo
e atrai os elétrons dos hidrogênios (tanto da direita
quanto da esquerda) – vetores representados em azul.
Portanto, a ligação H – O é polar. Aplicando a soma de
vetores (que você aprendeu em � sica), há resultante
(representada em amarelo) e a molécula é polar.
1.2 Regra de solubilidade
Semelhante dissolve semelhante.
• Substância polar dissolve substância polar.
• Substância apolar dissolve substância apolar.
Importante:
Hidrocarbonetos são apolares.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Umas das maneiras mais simples e mais usadas,
atualmente, para prever a geometria molecular que
apresentam mais de dois átomos consiste na uti lização
da Teoria da repulsão dos pares. Relacione as
geometrias moleculares moléculas com as respecti vas
moléculas:
(Dados: Números atômicos: H (Z = 1), C (Z = 6), N (Z =
7), O (Z = 8), F (Z = 9), S (Z = 16)).
COLUNA I
A - Linear
Fonte: h� ps://en.wikipedia.org/wiki/Trigonal_pyramidal_mole-
cular_geometry .Acesso em : 28 de jun. de 2022.
B - Angular
Fonte: h� ps://en.wikipedia.org/wiki/Trigonal_pyramidal_mole-
cular_geometry .Acesso em : 28 de jun. de 2022.
C - Trigonal Plana
Fonte: h� ps://en.wikipedia.org/wiki/Trigonal_pyramidal_mole-
cular_geometry .Acesso em : 28 de jun. de 2022.
D - P irâmide Trigonal
Fonte: h� ps://en.wikipedia.org/wiki/Trigonal_pyramidal_mole-
cular_geometry .Acesso em : 28 de jun. de 2022.
E – Tetraédrica
Fon te: h� ps://en.wikipedia.org/wiki/Trigonal_pyramidal_mole-
cular_geometry .Acesso em : 28 de jun. de 2022.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
147
COLUNA II
1. SO
3
2. NH
3
3. CO
2
4. SO
2
5. CF
4
2. O fosgênio é um gás incolor à temperatura ambiente
com odor de fruta em decomposição. É usado na
fabricação de polímeros de isocianato, agrotóxicos,
corantes, produtos farmacêuti cos, entre outros. Foi
usado como arma química. O Fosgênio decompõe-se
pelo aquecimento a 300°c, liberando monóxido de
carbono e do gás cloro.
COCl
2
→ CO + Cl
2
Reação do fosfagênio
Qual é a geometria de cada uma dessas moléculas, que
faz parte da reação do fosfagênio, respecti vamente?
(A) Linear, trigonal plana e tetraédrica.
(B) Angular, linear e linear.
(C) Trigonal plana, angular e linear
(D) Tetraédrica, linear, angular.
(E) Trigonal plana, linear e linear.
3. [Fuvest-SP/2007] A fi gura mostra modelos de
algumas moléculas com ligações covalentes entre seus
átomos.
Fonte: h� ps://www1.folha.uol.com.br/folha/ fovest/
20061127-resolucao-fuvest-23.pdf . Acesso em: 28 de jun. de
2022.
Analise a polaridade dessas moléculas, sabendo que
tal propriedade depende da diferença de eletrone-
gati vidade entre os átomos que estão diretamente
ligados. (Nas moléculas apresentadas, átomos de
elementos diferentes têm eletronegati vidades dife-
rentes.)
• forma geométrica das moléculas.
Observação: Eletronegati vidade é a capacidade de
um átomo para atrair os elétrons da ligação cova-
lente
Dentre essas moléculas, pode-se afi rmar que são
polares apenas
(A) A e B
(B) A e C
(C) A,C e D
(D) B,C e D
(E) C e D
HABILIDADES ESPECIFICAS
(EM13CNT208) Aplicar os princípios da evolução
biológica para analisar a história humana,
considerando sua origem, diversifi cação, dispersão
pelo planeta e diferentes formas de interação com
a natureza, valorizando e respeitando a diversidade
étnica e cultural humana.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCNT208B) Aplicar conhecimentos de
interações intermoleculares, comparando as
propriedades de biomoléculas, quanto à solubilidade,
reati vidade e demais propriedades � sicas e químicas
para esquemati zar o processo de formação e
funcionamento do DNA.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Interações atômicas e moleculares
1 Forças intermoleculares
São forças de atração entre moléculas próximas.
Sua intensidade depende das característi cas das
moléculas que compõem o sistema.
Basicamente, as forças intermoleculares podem
ocorrer por:
a. Dipolo induzido
b. Dipolo permanente
c. Ligações de Hidrogênio
1.1 Dipolo induzido
Esse ti po de força intermolecular pode ser
chamado, também, de Forças de Van der Waals ou
Força de dispersão de London.
Ocorre entre moléculas apolares e, é a mais fraca
das interações intermoleculares.
Representação do dipolo induzido

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
148
Fato curioso!
É por causa das forças de dipolo induzido que a
lagarti xa consegue andar pelas paredes.
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/. Acesso em : 28
de jun. de 2022.
1.2 Dipolo permanente
Esse ti po de força intermolecular pode ser
chamado, também, de Interações DIPOLO-DIOPOLO.
Ocorre entre moléculas polares e é mais forte que
as interações de dipolo induzido.
Representação do dipolo permanente
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
1.3 Ligações de Hidrogênio
Esse ti po de interação intermolecular era chamado
de Pontes de Hidrogênio, porém, por orientação
da União Internacional de Química Pura e Aplicada
(IUPAC) , tal denominação deve ser abandonada.
As ligações de hidrogênio ocorrem entre moléculas
que apresentem o Hidrogênio ligado a um dos três
elementos mais eletronegati vos da tabela: Flúor,
Oxigênio ou Nitrogênio.
Exemplos: HF, H O NH
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
São as mais intensas das forças intermoleculares
e estão presentes em nosso DNA, por exemplo.
Molécula de DNA
Fonte : h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
A ligação de uma hélice com outra se dá por meio
de ligações de hidrogênio entre Citosina e Gaunina e
entre Adenina e Timina.
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
1.3.1 Água e densidade: um caso especial
Ao solidifi car, as interações por ligações de
hidrogênio fazem com que as moléculas de água
se organizem em uma estrutura que faz com que
o volume da água sólida seja maior que o da água
líquida.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
149
Organização das moléculas de água no estado sólido
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
Assim, a densidade da água na fase sólida fi ca
menor que a da água líquida, permiti ndo que o gelo
fl utue sobra a água.
1.4 Forças intermoleculares e propriedades
� sicas.
As forças exercidas entre moléculas (forças
intermoleculares) obedecem ao estado � sico das
substâncias. Os compostos moleculares se encontram
à temperatura ambiente nos três estados � sicos:
sólido, líquido e gasoso. Essa ocorrência é explicada
pela diferença na interação entre as moléculas, ou
seja, em cada estado � sico elas se organizam de uma
determinada forma.
Mas em relação à mudança de estado � sico, como
as forças intermoleculares infl uem nesse processo?
A passagem de uma substância do estado sólido
para o líquido (fusão), ou do líquido para o gasoso
(vaporização), provoca uma desorganização de suas
moléculas. As forças intermoleculares são rompidas
durante este processo em razão do afastamento das
moléculas.
Regra geral: Quanto menos intensas forem as
forças intermoleculares, mais voláti l será a substância
e menor será a sua temperatura de ebulição (T.E.).
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Respondam as questões a seguir:
a. Para moléculas de massas moleculares próximas:
Quanto maior a força intermolecular, __________
será o ponto de ebulição de uma substância.
b. Para moléculas de mesma força intermolecular:
Quanto maior a massa molecular, _______________
será o ponto de ebulição de uma substância.
Fonte: h� ps://tecnoprof.com.br/mdq-obrig/ . Acesso em : 28 de
jun. de 2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. (Mackenzie-SP) Assinale as seguintes informações:
I. A molécula de CO
2
é apolar, sendo formada por
ligações covalente polares
II. A molécula de H
2
O é polar, sendo formada por
ligações covalentes apolares
III. A molécula de NH
3
é polar, sendo formada por
ligações iônicas.
Números atômicos: H = 1; C = 6; N = 7; O = 8
Conclui-se que:
(A) somente I é correta
(B) somente II é correta
(C) somente III é correta
(D) somente II e III são corretas
(E) somente I e III são corretas

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
150
2. Entre as moléculas, abaixo, a que forma ligações
de hidrogênio entre suas moléculas é:
(A) CH
4
(B) CH
3
− CH
2
− OH
(C) CH
3
− O − CH
3
(D) C
2
H
6
(E) N(CH
3
)
3
3. (PUC) As pontes de hidrogênio aparecem:
(A) quando o hidrogênio está ligado a um elemento
muito eletropositi vo;
(B) quando o hidrogênio está ligado a um elemento
muito eletronegati vo;
(C) em todos os compostos hidrogenados;
(D) somente em compostos inorgânicos;
(E) somente nos ácidos de Arrhenius.
REFERÊNCIAS
1. AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto
Rodrigues. Biologia em Contexto. 1ª edição. São
Paulo: Editora Moderna, 2013.
2. Bernoulli Sistema de Ensino. Biologia. Vol. 04.
Ensino Médio. Editora Bernoulli.
3. Equipe editorial de Conceito.de. (22 de fevereiro de
2012). Conceito de enzima. Conceito.de. Disponível
em: h� ps://conceito.de/enzima. Acesso em 13 jun
2022.
4. GODOY, L. P., et al. Multi versos: ciências da natureza
: matéria, energia e a vida : ensino médio. 1. ed. São
Paulo: Editora FTD, 2020.
5. Lehninger, A.L.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. Lehninger:
Princípios de Bioquímica, 4a. Edição, Editora Sarvier,
2007.
6. MAGALHÃES, L. Ciclo de Krebs. Toda Matéria.
Disponível em: <www.todamateria.com.br/ciclo-de-
krebs/> Acesso em 13 jun 2022.
7. Sala BioQuímica: Nucleo� deos e metabolismo
energéti co. NAD, FAD, NADP e ATP (salabioquimica.
blogspot.com). Disponível em: h� ps://salabioquimica.
blogspot.com/2017/06/nucleoti deos-e-metabolismo-
energeti co.html. Acesso em 14 jun 2022.
8. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Glicólise”; Brasil
Escola. Disponível em: h� ps://brasilescola.uol.com.
br/biologia/glicolise.htm. Acesso em 13 de junho de
2022.
9. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. “Nucleo� deo”;
Brasil Escola. Disponível em: h� ps://brasilescola.uol.
com.br/biologia/nucleoti deo.htm. Acesso em 08 de
junho de 2022.
10. Toda Matéria. Fermentação. Disponível em:
<www.todamateria.com.br/fermentacao/>. Acesso
em 13 jun 2022.

Matemática e
suas Tecnologias
Matemática e

152
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
IMERSÃO CURRICULAR
Introdução
O conceito de função é um dos mais importantes
da Matemáti ca e ocupa lugar de destaque em vários
de seus ramos, bem como em outras áreas do co-
nhecimento.
A ideia de função está presente quando rela-
cionamos duas grandezas variáveis. Vejamos alguns
exemplos.
1) Considere a tabela que relaciona os números
de litros de um combustí vel comprado e o preço a
ser pago por eles.
Observe que o preço a pagar é dado em função do
número de litros comprados, ou seja, o preço a pagar
depende do número de litros comprados.
preço a pagar = R$ 2,40 vezes
número de litros comprados
A seguir apresentamos a lei da função ou fórmula
matemáti ca da função ou regra da função.
Observe que esse valor a ser pago é único.
Como o valor a ser pago depende do número de
litros comprados, ele é a variável dependente, e o
número de litros comprados é chamada de variável
independente.
2) A tabela a seguir relaciona a medida do lado de
um quadrado (L) e o seu perímetro (P):
Observe que o perímetro do quadrado é dado
em função da medida do seu lado, isto é, o perímetro
depende da medida do lado. Observe que esse valor
é único.
perímetro = 4 vezes a medida do lado
P = 4.L (lei da função)
Como o perímetro depende da medida do lado,
ele é a variável dependente, e a medida do lado é
chamada de variável independente.
Existem funções que são defi nidas por mais de
uma sentença. Considere a tabela do Imposto de Ren-
da das Pessoas Físicas (IRPF).
Com base na tabela de incidência mensal do IRPF,
considerando os valores a lei que escreve o valor a ser
pago é dado por:
3) Com base na tabela anterior, calcule o imposto
de renda de um trabalhador que como base de cálculo
mensal o valor de R$ 2850,00.
Logo o imposto de renda que incide sobre uma
base de cálculo de R$ 2850,00 mensais é de R$ 72,70.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Na tabela a seguir apresentamos a medida do
lado de uma região quadrada e sua área.

153
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
a) O que é dado em função do quê?
b) Qual é a variável dependente?
c) Qual é a variável independente?
2. Observe a tabela e responda.
a) Qual é a lei da função que associa a medida
do lado com a área?
b) Qual é a área de uma região quadrada cujo
lado mede 13 cm?
c) Qual é a medida do lado da região quadrada
cuja área é de 225 ?
3. Responda:
a) A diagonal (D) de um quadrado é dada em
função do seu lado (L). Qual é a fórmula ma-
temáti ca que indica essa função?
b) O comprimento (C) da circunferência é dado
em função do seu raio (R). Qual é a expressão
que indica essa função?
c) O número de diagonais (D) de um polígono é
dado em função do número de lados (N) do
polígono. Qual é a fórmula matemáti ca que
indica essa função?
4. Examine e complete.
X-2-1012345
y-9-416
Descubram o padrão e escrevam a lei da função.
INSERÇÃO CURRICULAR
Recomposição
A noção de função por meio de conjunto
1) Considere os conjuntos A e B relacionados da
seguinte forma: cada elemento de A a seu triplo em B.
Observe que:
• todos os elementos de A têm correspondente
em B;
• a cada elemento de A corresponde um único
elemento de B.
Nesse caso, temos uma função de A em B, expres-
sa pela fórmula .
2) Dados A = {0, 4} e B = {2, 3, 5}, considere a
relação: cada elemento de A é menor do que um ele-
mento de B:
Nesse caso não temos uma função de A em B,
pois ao elemento 0 de A correspondem três elemen-
tos de B.
3) Seja A = {-4, -2, 0, 2, 4} e B = {0, 2, 4, 6, 8}, as-
sociamos os elementos de A aos elementos de igual
valor em B:
Há elementos em A que não têm correspondente
em B. Nesse caso não temos uma função de A em B.

154
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Defi nição de Função
Dados dois conjuntos não vazios A e B, uma fun-
ção de A em B é uma regra que indica como associar
cada elemento x pertencente A a um único elemento
y pertencente a B.
Notação:
A função f transforma x de A em y de B, isto é:
.
Domínio, contradomínio e conjunto imagem
Dada uma função f de A em B, o conjunto A cha-
ma-se domínio da função (D) e o conjunto B, contra-
domínio (CD) da função.
Para cada x a A, o elemento y a B chama-se
imagem de x pela função f ou o valor assumido pela
função f para x A, e o representamos por f(x) (lê-se
f de x). Assim, y = f(x).
O conjunto de todos os y assim obti dos é chamado
conjunto imagem da função f e é indicado por Im(f).
Exemplos:
1) Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {0,
1, 2, 3, 4, 5, 6}. Seja a função f: A → B que transforma
x A em 2x B.
Nesse exemplo o domínio é A = {0, 1, 2, 3}, o con-
tradomínio é B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}, a regra é dada
por y = 2x e o conjunto imagem é dado por Im(f) =
{0, 2, 4, 6}.
2) Considere a função f(x)= x + 1.
Portanto, o domínio é N, o contradomínio é N, a
regra é y = x + 1 e o conjunto imagem é N* = N – {0},
isto é, Im(f) = N*.
3) Considere o diagrama.
Determine:
a) D(f)
D(f) = {2, 3, 5} ou D(f) = A
b) CD(f)
CD(f) = {0, 2, 4, 6, 8, 10} ou CD(f) = B

155
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
c) Im(f)
Im(f) = {4, 6, 10}
d) f(3)
f(3) = 6
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Quais dos seguintes diagramas representam uma
função de A em B?
2. Dados A = {-2, -1, 0, 1, 2}, B = {=-1, 0, 1, 3, 4} e a
correspondência entre A e B dada por ,
com x A e y B, faça um diagrama e diga se f
é uma função de A em B.
3. Observe a tabela abaixo:
a) Faça um diagrama e diga se f é uma função de
A em B.
b) Em caso afi rmati vo, escreva a fórmula mate-
máti ca dessa função. Caso contrário, justi fi que.
4. Considere a função defi na no diagrama.
a) D(f)
b) Im(f)
c) f(4)
d) y, quando x=5
e) x, quando y=3
IMERSÃO CURRICULAR
Gráfi co de uma função
Frequentemente encontramos gráfi cos e tabelas
que procuram retratar uma determinada situação. Es-
ses gráfi cos e tabelas, em geral, representam funções,
e por meio deles podemos obter informações sobre
a situação que retratam, bem como sobre as funções
que representam.
O gráfi co a seguir mostra a evolução do número
de candidatos no vesti bular da Fuvest de 1995 a 2009,
variando com o tempo.

156
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Pela análise do gráfi co vemos que:
• o número de candidatos oriundos do ensino público diminuiu de 1995 a 1997. De 1997 a 1998 esse
número aumentou. De 1998 a 1999 houve uma pequena queda. De 1999 a 2003 houve aumento. De
2003 a 2004 houve redução. De 2004 a 2006 houve aumento. E de 2006 a 2009 esse número diminuiu.
• quanto ao número de candidatos oriundos do ensino parti cular houve queda de 1995 a 1996, de 2000
a 2002, de 2003 a 2005 e de 2006 a 2007. O aumento desse número ocorreu entre 1996 e 2000, 2002
e 2003, 2005 e 2006 e entre 2007 e 2009.
• comparando os vesti bulares de 2005 e 2006, a porcentagem dos candidatos oriundos do ensino público
subiu de 38% para 42% aproximadamente.
2) Consumo de água em uma residência (em porcentagem)
De acordo com o gráfi co:
• o lavatório e o tanque consomem a mesma quanti dade de água.
• a bacia sanitária consome aproximadamente 5 vezes mais água do que o tanque.
• a bacia sanitária e o chuveiro são os que mais consomem água.
• dessa lista, a máquina de lavar louças é o aparelho que menos consome água.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Observe o gráfi co e reponda:

157
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
a) Desses dez pilotos, até o fi m do campeonato de 2008, qual teve o maior número de vitórias na Fórmula
1 e qual teve o menor número?
b) Quais pilotos ti veram o mesmo número de vitórias?
2. Analise o gráfi co e responda:
a) Em que ano as importações ati ngiram valor máximo? E mínimo?
b) Em que anos as exportações foram superiores a 50 bilhões de dólares?
c) Comparando o saldo de 2008 com o de 2009, houve aumento ou queda? De quanto por cento?
Função Crescente e função decrescente
O gráfi co abaixo mostra a população brasileira de
1940 a 2000.
No gráfi co notamos o aumento da população
em função do aumento do tempo, ou seja, a curva
é crescente.
Este gráfi co mostra um tanque de água sendo
esvaziado:
O gráfi co mostra a diminuição do volume de água
em função do aumento do tempo, a curva é decres-
cente.
Analisando Gráfi cos
1) Dizemos que essa função é crescente, pois,
quanto maior o valor dado a x, maior será o valor
correspondente a y.

158
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2) Observe o gráfi co da função de R em R dada
por : é uma parábola.
• para x 0, essa função é crescente.
• para , essa função é decrescente.
• para x = 0, f(x) = 0; para x0, temos f(x)<0. Por
isso, dizemos que x = 0 é o ponto de máximo
da função.
• o gráfi co é simétrico em relação ao eixo y.
3) Observe a função dada por:
.
Para x, essa função é crescente.
Para x>3, essa função é constante.
Conclusões: Analisando o gráfi co de uma função,
podemos observar propriedades importantes dela,
como:
a) Onde a função é positi va (f(x) > 0), onde ela é
negati va (f(x)<0) e onde ela se anula (f(x) = 0).
b) Os valores nos quais ela se anula são cha-
mados zeros da função f.
c) Onde ela é crescente, onde ela é decrescente
e onde ela assume um valor máximos ou um
valor mínimo, se existi rem.
• f é positi va em ]-5, -1[ e em ]5, 6[.
• f é negati va em ]-6, -5[ e em ]-1, 5[.
• f é nula em x = -5, x=-1 e x =5. Esses são os zeros
ou raízes da função.
• f é crescente em ]-6, -3] e em [2, 6[.
• f é decrescente em [-3, 2].
• O ponto com x = -3 é um ponto de máximo e
f(x) = 2 é o valor máximo de f.
• O ponto com x = 2 é um ponto de mínimo e f(x)
=-3 é o valor mínimo de f.

159
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
MOMENTO ENEM
1. (Enem/2017) A água para o abastecimento de um
prédio é armazenada em um sistema formado por
dois reservatórios idênti cos, em formato de bloco
retangular, ligados entre si por um cano igual ao
cano de entrada, conforme ilustra a fi gura.
A água entra no sistema pelo cano de entrada no
Reservatório 1 a uma vazão constante e, ao ati n-
gir o nível do cano de ligação, passa a abastecer
o Reservatório 2. Suponha que, inicialmente, os
dois reservatórios estejam vazios.
Qual dos gráfi cos melhores descreverá a altura
h do nível da água no Reservatório 1, em função
do volume V de água no sistema?
a)
b)
c)
d)
e)
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. O quadro apresenta a produção de algodão de
uma cooperati va de agricultores entre 1995 e
1999.
O gráfi co que melhor representa a área plantada
(AP) no período considerado é:

160
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2. Indique se cada função indicada nos gráfi cos é
crescente ou decrescente:
3. Responda para que valores reais de x a função é
crescente e decrescente:
4. Analise o gráfi co e responda:
a) Em que mês o dólar ati ngiu seu valor máximo?
E seu valor mínimo?
b) De que mês para que mês houve valorização
mais brusca do dólar? De quanto por cento foi
essa valorização?
c) De quanto por cento foi a desvalorização do
dólar entre abril e agosto de 2008?
Apresentamos a seguir algumas situações problemas.
1. Dois veículos movem-se numa mesma estrada
reta, em senti dos contrários, obedecendo as
funções horárias da posição S’ = 100 + 60T e S”
= 500 – 40T, com S medido em quilômetros e T
em horas. Em qual momento, é possível afi rmar
que eles se encontrarão? Em qual posição dessa
autovia ocorrerá o encontro? Caso um litro de
gasóleo permita que o automóvel percorra 10 km,
quantos litros de combus� vel cada um gastou?
Caso o litro custe R$8,00, o gasto fi nanceiro em
cada um, foi de:
RESOLUÇÃO
No instante em que ocorrer o encontro, a posição
de ambos será a mesma. Então:
S’ = S”
100 + 60T = 500 – 40T
60T + 40T = 500 – 100
100T = 400
T = 400:100
T = 4 horas
Logo, a posição do encontro foi:
S’ = 100 + 60T
S’ = 100 + 60.(4)
S’ = 100 + 240
S’ = 340 km
Cada um andou:
S’ = 340 – 100 = 240 km

161
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
S” = 500 – 340 = 160 km
Cada um gastou:
S’ = 240:10 = 24 litros x 8 reais = R$192,00
S” = 160:10 = 16 litros x 8 reais = R$128,00
2. Uma turma de estudantes vai até a lanchonete
no momento de recreação da escola. Lá estava a
seguinte informação: o seu pagamento sempre
irá depender dessa equação: P = 3,50q + 4,00.r,
onde P representa em reais, o valor do gasto, C a
quanti dade de quitutes consumidos e R a quan-
ti dade de refrescos em unidades. Digamos que
esse grupo consumiu 20 quitutes e 12 refrescos.
Em quanto fi cou essa dívida no momento da qui-
tação da comanda?
RESOLUÇÃO:
P = 3,50x20 + 4,00x12
P = 70 + 48
P = 118 reais
3. Se o consumo de energia de um síti o é dado por
kWh e que, cada kWh custe R$0,95, construa uma
função que represente essa situação e calcule o
quanto se deve pagar pelo consumo de 60 kWh
dessa residência.
RESOLUÇÃO:
P = 0,95.c
P representa o pagamento do consumo.
C representa a quanti dade de consumo.
Logo,
P = 0,95x60
P = 57 reais.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. (UEAAM) Uma pequena empresa que fabrica
camisetas verifi cou que o lucro obti do com a
venda de seus produtos obedece à função L(x)
= 75x – 3000, sendo L(x) o lucro em reais e x o
número de camisetas vendidas, para 40 < x ≤
120. Para que o lucro da empresa chegue a R$
4.000,00, o menor número de camisetas a serem
vendidas é:
a) 97.
b) 96.
c) 95.
d) 94.
e) 93.
2. Uma fábrica de panelas opera com um custo fi xo
mensal de R$ 9 800,00 e um custo variável por
panela de R$ 45,00. Cada panela é vendida por R$
65,00. Seja x a quanti dade que deve ser produzida
e vendida mensalmente para que o lucro mensal
seja igual a 20% da receita.
A soma dos algarismos de x é:
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6
3. (Cesgranrio) O valor de um carro novo é de R$ 9
000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$ 4 000,00.
Supondo que o preço caia com o tempo, segundo
uma linha reta, o valor de um carro com 1 ano de
uso é:
a) R$ 8.250,00.
b) R$ 8.000,00.
c) R$ 7.750,00.
d) R$ 7.500,00.
e) R$ 7.000,00.
4. (Cefet - MG - 2015) Um motorista de táxi cobra,
para cada corrida, uma taxa fi xa de R$ 5,00 e
mais R$ 2,00 por quilômetro rodado. O valor total
arrecadado (R) num dia é função da quanti dade
total (x) de quilômetros percorridos e calculado
por meio da função R(x) = ax + b, em que a é o
preço cobrado por quilômetro e b, a soma de
todas as taxas fi xas recebidas no dia. Se, em um
dia, o taxista realizou 10 corridas e arrecadou R$
410,00, então a média de quilômetros rodados
por corrida foi de:
a) 14
b) 16
c) 18
d) 20
5. (UCS 2014) O salário mensal de um vendedor é
de R$ 750,00 fi xos mais 2,5% sobre o valor total
em reais das vendas que ele efetuar durante o
mês. Em um mês em que suas vendas totaliza-
rem x reais, o salário do vendedor será dado pela
expressão:
a) y = 750 + 2,5x
b) y = 750 + 0,25x
c) y = 750,25x
d) y= 750 . (0,25x)
e) 750 + 0,025x
6. (Vunesp 2018) Em uma caixa há parafusos e pre-
gos, num total de 20 unidades. Sabendo que há
4 parafusos a mais do que o número de pregos,
então o número de parafusos dessa caixa é:

162
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
a) 12.
b) 4.
c) 8.
d) 10.
e) 6.
7. (UFSM) Sabe-se que o preço a ser pago por uma
corrida de táxi inclui uma parcela fi xa, que é deno-
minada bandeirada, e uma parcela variável, que
é função da distância percorrida. Se o preço da
bandeirada é de R$ 4,60 e o quilômetro rodado
é R$ 0,96, a distância percorrida pelo passageiro
que pagou R$ 19 para ir de sua casa ao shopping
é de:
a) 5 km
b) 10 km
c) 15 km
d) 20 km
e) 25 km
8. (FGV-SP) Um capital de R$ 12 000,00 foi aplica-
do em regime de juros compostos a uma taxa
de 2,5% ao mês durante 12 meses. Ao reti rar o
montante resultante da aplicação a pessoa terá
descontado do juro da aplicação 7% de imposto
sobre aplicações fi nanceiras envolvendo lucros
mais 0,5% de contribuição para obras relacio-
nadas à saúde pública, segurança e educação,
totalizando 7,5% de descontos. Calcule o valor
líquido dessa aplicação, isto é, o valor debitado
os impostos.
9. (UNICAMP – 2016) O gráfi co abaixo exibe o lucro
líquido (em milhares de reais) de três pequenas
empresas A, B e C, nos anos de 2013 e 2014.
Com relação ao lucro líquido, podemos afi rmar
que:
a) A teve um crescimento maior do que C.
b) C teve um crescimento maior do que B.
c) B teve um crescimento igual a A.
d) C teve um crescimento menor do que B.
10. (Cesgranrio) O valor de um carro novo é de R$ 9
000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$ 4 000,00.
Supondo que o preço caia com o tempo, segundo
uma linha reta, o valor de um carro com 1 ano de
uso é
a) R$ 8.250,00.
b) R$ 8.000,00.
c) R$ 7.750,00.
d) R$ 7.500,00.
e) R$ 7.000,00.
11. (UERJ) Sabe-se que, nos pulmões, o ar ati nge a
temperatura do corpo e que, ao ser exalado, tem
temperatura inferior à do corpo, já que é resfria-
do nas paredes do nariz. Através de medições
realizadas em um laboratório foi obti da a função:
TA=8,5+0,75⋅TB, 12° ≤ TB ≤ 30°, em que TA e TB
representam, respecti vamente, a temperatura do
ar exalado e a do ambiente.
Calcule:
a) a temperatura do ambiente quando TA=25°C;
b) o maior valor que pode ser obti do para TA.
12. (PUC – MG) Uma função do 1º grau é tal que f(–1)
= 5 e f(3)= –3. Então, f(0) é igual a:
a) 0
b) 2
c) 3
d) 4
e) 1
13. (FGV-SP) Uma fábrica de paletós trabalha com
um custo fi xo mensal de R$ 10.000,00 e um cus-
to variável de R$ 100,00 por paletó. O máximo
que a empresa consegue produzir, com a atual
estrutura, é 500 paletós por mês. O custo médio
na produção de x paletós é igual ao quociente do
custo total por x. O menor custo médio possível
é igual a:
a) R$ 100,00.
b) R$ 105,00.
c) R$ 110,00.
d) R$ 115,00.
e) R$ 120,00.
14. (UNICAMP – 2016) Considere a função afi m
f(x)=ax+b defi nida para todo número real x , onde
a e b são números reais. Sabendo que f(4)= 2 ,
podemos afi rmar que f(f(3)+f(5)) é igual a
a) 5.
b) 4.
c) 3.
d) 2.
Módulo 5
1. Uma empresa de telefonia oferece dois ti pos de
planos:
• Plano Plus: 3,5 GB de internet, mais ligações
ilimitadas para telefones fi xos e celulares.

163
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
• Plano Econômico: 3,5 GB de internet, mais 50
min de ligações para telefones fi xos e celulares.
O plano Plus custa por mês R$ 65,90, já o plano
Econômico custa R$ 10,80, sendo que é cobrado
R$ 1,90 por minuto quando o cliente exceder os
50 minutos incluídos no plano.
Considerando esses dois planos, usando quantos
minutos de ligações por mês, o plano Plus passa
a ser mais econômico?
Fonte: h� ps://www.todamateria.com.br/
exercicios-de-funcao-afi m/
a) 30 min
b) 50 min
c) 60 min
d) 70 min
e) 80 min
2. (ACAFE)Um táxi começa uma corrida com o ta-
xímetro marcando R$ 4,00. Cada quilômetro ro-
dado custa R$1,50. Se ao fi nal de uma corrida,
o passageiro pagou R$ 37,00, a quanti dade de
quilômetros percorridos foi:
3. (Ucs – 2014) O salário mensal de um vendedor é
de R$ 750,00 fi xos mais 2,5% sobre o valor total
em reais, das vendas que ele efetuar durante o
mês. Em um mês em que suas vendas totaliza-
rem x reais, o salário do vendedor será dado pela
expressão:
a) 750 + 2,5x
b) 750 + 0,25x
c) 750,25x
d) 750 . (0,25x)
e) 750 + 0,025x
4. (Enem 2011) O prefeito de uma cidade deseja
construir uma rodovia para dar acesso a outro
município. Para isso, foi aberta uma licitação na
qual concorreram duas empresas. A primeira
cobrou R$ 100.000,00 por km construído (n),
acrescidos de um valor fi xo de R$ 350.000,00,
enquanto a segunda cobrou R$ 120.000,00 por
km construído (n) acrescido de um valor fi xo de
R$ 150.000,00. As duas empresas apresentam o
mesmo padrão de qualidade dos serviços pres-
tados, mas apenas uma delas poderá ser contra-
tada.
Do ponto de vista econômico, qual equação pos-
sibilitaria encontrar a extensão da rodovia que
tornaria indiferente para a prefeitura escolher
qualquer uma das propostas apresentadas?
a) 100n + 350 = 120n + 150
b) 100n + 150 = 120n + 350
c) 100(n + 350) = 120(n + 150)
d) 100(n + 350.000) = 120(n + 150.000)
e) 350(n + 100.000) = 150(n + 120.000)
MOMENTO ENEM
1. (ENEM-2008) A fi gura a seguir representa o bo-
leto de cobrança da mensalidade de uma escola,
referente ao mês de junho de 2008.
Se M(x) é o valor, em reais, da mensalidade a ser
paga, em que x é o numero de dias em atraso,
então:
a) M(x) = 500 + 0,4x
b) M(x) = 500 + 10x
c) M(x) = 510 + 0,4x
d) M(x) = 510 + 40x
e) M(x) = 500 + 10,4x
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. (FAAP – 1997) A taxa de inscrição num clube de
natação é de R$ 150,00 para o curso de 12 se-
manas. Se uma pessoa se inscreve após o início
do curso, a taxa é reduzida linearmente. Calcule
quanto uma pessoa pagou aos se inscrever 5 se-
manas após o início do curso.
a) R$ 62,50
b) R$ 50,50
c) R$ 74,50
d) R$ 78,50
e) R$ 87,50
2. (UFMG) - Suponha-se que o número f(x) de
funcionários para distribuir, em um dia, contas
de luz entre x por cento de moradores, numa
determinada cidade, seja dado pela função f(x)
= 300 x/150 - x. Se o número de funcionários
necessários para distribuir, em um dia, as contas
de luz foi 75, a porcentagem de moradores que
as receberam é:
a) 25
b) 30
c) 40

164
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
d) 45
e) 50
3. (FUVEST) - Um estacionamento cobra R$ 6,00
pela primeira hora de uso, R$ 3,00 por hora adi-
cional e tem uma despesa diária de R$ 320,00.
Considere-se um dia em que sejam cobradas, no
total, 80 horas de estacionamento. O número mí-
nimo de usuários necessário para que o estacio-
namento obtenha lucro nesse dia é:
a) 25
b) 26
c) 27
d) 28
e) 29
4. (CESGRANRIO) - O valor de uma moto nova é
de R$ 9.000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$
4.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo,
segundo uma linha reta, o valor de uma moto
com 1 ano de uso é:
a) R$8.250,00
b) R$8.000,00
c) R$7.750,00
d) R$7.500,00
e) R$7.000,00
MOMENTO ENEM
1. (Enem 2019) Uma empresa tem diversos funcio-
nários. Um deles é o gerente, que recebe R$ 1
000,00 por semana. Os outros funcionários são
diaristas. Cada um deles trabalha 2 dias por se-
mana, recebendo R$ 80,00 por dia trabalhado.
Chamando de X a quanti dade total de funcioná-
rios da empresa, a quanti a Y, em reais, que esta
empresa gasta semanalmente para pagar seus
funcionários é expressa por:
a) Y = 80X + 920.
b) Y = 80X + 1 000.
c) Y = 80X + 1 080.
d) Y = 160X + 840.
e) Y = 160X + 1 000.
2. (Enem 2017) Em um mês, uma loja de eletrônicos
começa a obter lucro já na primeira semana. O
gráfi co representa o lucro (L) dessa loja desde o
início do mês até o dia 20. Mas esse comporta-
mento se estende até o últi mo dia, o dia 30.
A representação algébrica do lucro (L) em função
do tempo (t) é:
a) L(t) = 20t + 3 000
b) L(t) = 20t + 4 000
c) L(t) = 200t
d) L(t) = 200t – 1 000
e) L(t) = 200t + 3 000
3. (Enem 2018) Uma indústria automobilísti ca está
testando um novo modelo de carro. Cinquenta
litros de combus� vel são colocados no tanque
desse carro, que é dirigido em uma pista de testes
até que todo o combus� vel tenha sido consu-
mido. O segmento de reta no gráfi co mostra o
resultado desse teste, no qual a quanti dade de
combus� vel no tanque é indicada no eixo y (ver-
ti cal), e a distância percorrida pelo automóvel é
indicada no eixo x (horizontal).
A expressão algébrica que relaciona a quanti dade
de combus� vel no taque e a distância percorrida
pelo automóvel é:

165
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
4. (Enem 2017) Um síti o foi adquirido por R$ 200
000,00. O proprietário verifi cou que a valoriza-
ção do imóvel, após sua aquisição, cresceu em
função do tempo conforme o gráfi co, e que essa
tendência de valorização se manteve nos anos
seguintes.
O valor desse síti o, no décimo ano após sua com-
pra, em real, será de:
a) 190 000.
b) 232 000.
c) 272 000.
d) 400 000.
e) 500 000.
5. (Enem 2016) Um dos grandes desafi os do Brasil
é o gerenciamento dos seus recursos naturais,
sobretudo os recursos hídricos. Existe uma de-
manda crescente por água e o risco de racio-
namento não pode ser descartado. O nível de
água de um reservatório foi monitorado por um
período, sendo o resultado mostrado no gráfi co.
Suponha que essa tendência linear observada no
monitoramento se prolongue pelos próximos me-
ses.
Nas condições dadas, qual o tempo mínimo, após
o sexto mês, para que o reservatório ati nja o nível
zero de sua capacidade?
a) 2 meses e meio.
b) 3 meses e meio.
c) 1 mês e meio.
d) 4 meses.
e) 1 mês.
6. (Enem 2009) Um grupo de 50 pessoas fez um
orçamento inicial para organizar uma festa, que
seria dividido entre elas em cotas iguais. Veri-
fi cou-se ao fi nal que, para arcar com todas as
despesas, faltavam R$ 510,00, e que 5 novas pes-
soas haviam ingressado no grupo. No acerto foi
decidido que a despesa total seria dividida em
partes iguais pelas 55 pessoas. Quem não havia
ainda contribuído pagaria a sua parte, e cada uma
das 50 pessoas do grupo inicial deveria contribuir
com mais R$ 7,00.
De acordo com essas informações, qual foi o valor
da cota calculada no acerto fi nal para cada uma
das 55 pessoas?
a) R$ 14,00.
b) R$ 17,00.
c) R$ 22,00.
d) R$ 32,00.
e) R$ 57,00.
7. (Enem 2012) A tabela seguinte apresenta a mé-
dia, em kg, de resíduos domiciliares produzidos
anualmente por habitante, no período de 1995
a 2005.
Se essa produção conti nuar aumentando, man-
tendo o mesmo padrão observado na tabela, a
previsão de produção de resíduos domiciliares,
por habitante no ano de 2020, em kg, será:
a) 610.
b) 640.
c) 660.
d) 700.
e) 710.
8. (Enem 2011) O prefeito de uma cidade deseja
construir uma rodovia para dar acesso a outro mu-
nicípio. Para isso, foi aberta uma licitação na qual
concorreram duas empresas. A primeira cobrou
R$ 100 000,00 por km construído (n), acrescidos
de um valor fi xo de R$ 350 000,00, enquanto a
segunda cobrou R$ 120 000,00 por km construído
(n) acrescido de um valor fi xo de R$ 150 000,00.
As duas empresas apresentam o mesmo padrão
de qualidade dos serviços prestados, mas apenas
uma delas poderá ser contratada.
Do ponto de vista econômico, qual equação pos-
sibilitaria encontrar a extensão da rodovia que

166
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
tornaria indiferente para a prefeitura escolher
qualquer uma das propostas apresentadas?
a) 100n + 350 = 120n + 150
b) 100n + 150 = 120n + 350
c) 100(n + 350) = 120(n + 150)
d) 100(n + 350 000) = 120(n + 150 000)
e) 350(n + 100 000) = 150(n + 120 000)
9. (Enem 2016) Uma cisterna de 6 000 L foi esva-
ziada em um período de 3h. Na primeira hora
foi uti lizada apenas uma bomba, mas nas duas
horas seguintes, a fi m de reduzir o tempo de es-
vaziamento, outra bomba foi ligada junto com a
primeira. O gráfi co, formado por dois segmentos
de reta, mostra o volume de água presente na
cisterna, em função do tempo.
Qual é a vazão, em litro por hora, da bomba que
foi ligada no início da segunda hora?
a) 1 000
b) 1 250
c) 1 500
d) 2 000
e) 2 500
10. (Enem 2010) Em fevereiro, o governo da Cidade
do México, metrópole com uma das maiores fro-
tas de automóveis do mundo, passou a oferecer à
população bicicletas como opção de transporte.
Por uma anuidade de 24 dólares, os usuários têm
direito a 30 minutos de uso livre por dia. O ciclis-
ta pode reti rar em uma estação e devolver em
qualquer outra e, se quiser estender a pedalada,
paga 3 dólares por hora extra.
Revista Exame. 21 abr. 2010.
A expressão que relaciona o valor f pago pela
uti lização da bicicleta por um ano, quando se
uti lizam x horas extras nesse período é:
a) f(x) = 3x
b) f(x) = 24
c) f(x) = 27
d) f(x) = 3x + 24
e) f(x) = 24x + 3
Nivelamento e Ampliação
Potenciação
Antes de começarmos a estudar funções expo-
nenciais, importante seria fazer um estudo sobre
potenciação. O que é potência e suas propriedades.
Então, vamos lá!
Consideremos que exista um produto de 5x5x5x5,
que nos dará um resultado de 625.
Ou que tenhamos um produto de 2x2x2x2x2x2x2
que também nos dará uma resposta igual a 128.
Imagine, como seria esteti camente e matemati ca-
mente mais acessível, se escrevêssemos assim:
5
4
= 625
2
7
= 128
.
.
.
a
n
= b
onde a, representa a base da potência (que será
o número em condições multi plicar consigo mesmo),
n o expoente (representando o número de repeti ções
do fator em estudo) e b, a potência, considerada o
resultado de toda a operação.
Fácil, não é mesmo.
Algumas curiosidades a respeito desse raciocínio:
1) Se n > 1, n є Z, então, a
n
= a.a.a. .... .a
2³ = 2x2x2 = 8
3² = 3x3 = 9
2) Se n = 1, então a¹ = a.
5¹ = 5
3¹ = 3
1000¹ = 1000
3) Se n = 0, então a
0
= 1, a ≠ 1.
4
0
= 1
6
0
= 1
4) Se n є Z e a = 1, então 1
n
= 1.
1
1000
= 1
1
0
= 1
5) Se a ≠ 0 e n = - 1, então
.
.
.
6) Se Se a ≠ 0 e n > 1, n є Z, então .
.

167
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Calcule as potências:
a) 5² =
b) (-4)³ =
c) (-6)² =
d) -4³ =
e) -6² =
f) (-=
g) (- =
h) (-=
i) (- =
2. Escreva como potência de base 2 ou 3.
a) 128 =
b) 512 =
c) =
d)
e) 243 =
f)
Propriedades da potenciação:
1ª propriedade:
=
2ª propriedade:
3ª propriedade:
=
=
4ª propriedade:
5ª propriedade: (
(
(
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Resolva as situações abaixo, reduzindo a uma
única potência:
a)
b)
c)
d)
e)
2. O valor da expressão (-2)³ + 4² - 10¹ é:
3. Simplifi cando a expressão (3b)².(5a)³, temos:
Equações Exponenciais
Enfi m, damos o nome de equação exponencial a
toda e qualquer equação que tem uma incógnita no
expoente.
Assim, podemos escrever:
a) 3
y
= 9
b) 2
x
= 32
c) 4
x + 1
= 32
Como equações exponenciais.
Resolvendo algumas equações exponenciais:
a) 3
y
= 9
3
y
= 3²
y = 2
b) 2
x
= 32
2
x
= 2
5
x = 5

168
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
c) 4
x + 1
= 32
(2²)
x + 1
= 2
5
2
2x + 2
= 2
5
2x + 2 = 5
2x = 3
x =
Ou seja, para resolvermos uma equação expo-
nencial, o primeiro passo é, transformar a equação
dada em igualdade da mesma base, de tal forma, que
estando as bases iguais, os expoentes também serão.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Resolva a equação 2
x
= 512.
2. Qual o valor de x na equação 3
x
=
?
3. Dê o valor de y na equação 4
x
=
.
4. Sabemos que a equação do montante aplicado
em regime de capitalização composta é M = C.(1
+ i)
T
, determine o quanto um investi dor aplicando
2 000 reais, à uma taxa de 10% ao mês, resgata
ao fi m de 2 meses.
5. Sabendo que a equação 5.2
x + 2
= 320, o valor de
x será:
Funções Exponenciais
Toda função f: R  R, dada por f(x) = a
x
, sendo a
≠ 1 e a > 0, é conhecida como função exponencial de
base a, para todo e qualquer x є R.
f(x) = 5
x
f(x) =
f(x) =
Considera-se a base positi va para que possa ser
defi nida a função nos R.
Vamos imaginar que:
A base a = - 3 e o expoente x = , então:
A função f(x) = a
x
, tem f(
) = .
f() =
f() = , que não é número real.
Grafi camente,
f(x) = 2
x
Característi cas:
D = R
Im =
F é crescente
A curva passa pelo ponto (0, 1)
f(x) =
Característi cas:
D = R
Im =
F é decrescente
A curva passa pelo ponto (0, 1)
Em resumo:
1º f(x) = a
x
é crescente quando a > 1.
2º f(x) = a
x
é decrescente quando 0 < a < 1.ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Identi fi que como crescente ou decrescente as
funções exponenciais abaixo:
a) f(x) = 4
x
b) f(x) =
c) f(x) =

169
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
d) f(x) = (0,2)
x
e) f(x) =
2. Esboce o gráfi co das seguintes funções exponen-
ciais:
a) f(x) = 4
x
b) f(x) = 2
x+1
c) f(x) = 3. (FGV-SP) Curva de Aprendizagem é um conceito
criado por psicólogos que constataram a relação
existente entre a efi ciência de um indivíduo e a
quanti dade de treinamento ou experiência pos-
suída por este indivíduo. Um exemplo de Curva
de Aprendizagem é dado pela expressão Q(t) =
700 – 400e
-0,5T
, em que:
Q = quanti dade de peças produzidas mensalmen-
te por um funcionário;
T = meses de experiência;
e = 2,7183.
a) De acordo com essa expressão, quantas peças
um funcionário com 2 meses de experiência
deverá produzir mensalmente?
b) Quantas peças um funcionário sem qualquer
experiência deverá produzir mensalmente?
Compare esse resultado com o resultado do
item a. Há coerência entre eles?
4. (Fuvest-SP) um certo ti po de aplicação duplica o
capital em dois meses.
a) Qual a taxa mensal de juros?
b) Em quantos meses a aplicação renderá 700%
de juros?
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
Enfi m, podemos tratar desse últi mo com situações
problemas resolvidas e sugeridas, com a intenção de
estar sempre explorando os conhecimentos de equa-
ções exponenciais, funções exponenciais.
Vamos lá.
1. (Mack – SP) Dadas as funções f(x) = 2
x² – 4
e g(x)
= 4
x² – 2x
, se x sati sfaz f(x) = g(x) , então 2
x
é:
a) ¼
b) 1
c) 8
d) 4
e) ½
2. (Uepg – PR - adaptada) Dadas as funções defi ni-
das por f(x) = (4/5)
x
e g(x) = (5/4)
x
, determine:
a) g(– 2) . f(– 1)
b) f [g(0)]
3. (Uneb-BA) A expressão P(t) = K · 2
0,05t
fornece o
número P de milhares de habitantes de uma cida-
de, em função do tempo t, em anos. Se, em 1990,
essa cidade ti nha 300.000 habitantes, quantos
habitantes, aproximadamente, espera-se que ela
tenha no ano 2000?
a) 352.000
b) 401.000
c) 423.000
d) 439.000
e) 441 000
4. (Unesp – 2018) O ibuprofeno é uma medica-
ção prescrita para dor e febre, com meia-vida
de aproximadamente 2 horas. Isso signifi ca que,
por exemplo, depois de 2 horas da ingestão de
200 mg de ibuprofeno, permanecerão na cor-
rente sanguínea do paciente apenas 100 mg da
medicação. Após mais 2 horas (4 horas no total),
apenas 50 mg permanecerão na corrente sanguí-
nea e, assim, sucessivamente. Se um paciente
recebe 800 mg de ibuprofeno a cada 6 horas, a
quanti dade dessa medicação que permanecerá
na corrente sanguínea na 14ª hora após a inges-
tão da primeira dose será
a) 12,50 mg
b) 456,25 mg
c) 114,28 mg
d) 6,25 mg
e) 537,50 mg
5. (UERJ – 2013) Um lago usado para abastecer uma
cidade foi contaminado após um acidente indus-
trial, ati ngindo o nível de toxidez T
0
, correspon-
dente a dez vezes o nível inicial.
Leia as informações a seguir.
• A vazão natural do lago permite que 50% de
seu volume sejam renovados a cada dez dias.
• O nível de toxidez T(x), após x dias do aciden-
te, pode ser calculado por meio da seguinte
equação:
Considere D o menor número de dias de suspen-
são do abastecimento de água, necessário para
que a toxidez retorne ao nível inicial.
Sendo log 2 = 0,3, o valor de D é igual a:
a) 30
b) 32
c) 34
d) 36

170
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
6. (Unicamp – 2014) O gráfi co abaixo exibe a curva
de potencial bióti co q(t) para uma população de
microrganismos, ao longo do tempo t.
Sendo a e b constantes reais, a função que pode
representar esse potencial é:
a) q(t) = at + b
b) q(t) = ab
t
c) q(t) = at
2
+ bt
d) q(t) = a + log
b
t
7. (PUC MG) Uma população de bactérias come-
ça com 100 e dobra a cada três horas. Assim, o
número n de bactérias após t horas é dado pela
função. n(t) = 100 x 2
t/3
Nessas condições, pode-se
afi rmar que a população será de 51.200 bactérias
depois de:
a) 1 dia e 3 horas
b) 1 dia e 9 horas
c) 1 dia e 14 horas
d) 1 dia e 19 horas
8. (UEMA) Seja
. O valor de x para que se tenha f(x) = 40 é:
a) 0
b) 2
c) 1
d) 4
e) 3
9. (FAU 2022) Uma maneira de modelar fenômenos
que tem crescimento muito rápidos é uti lizando
funções exponenciais. Qual é o valor da função
f(x) = 100. 2
x
quando x assume o valor 15?
a) 2 240 320
b) 2 480 640
c) 2 960 560
d) 3 080 240
e) 3 276 800
10. (Espm 2012) A fi gura abaixo mostra o gráfi co da
função f(x) = 2
x
. A área da região sombreada, for-
mada por retângulos, é igual a:
a) 3,0
b) 3,5
c) 4,0
d) 4,5
e) 5,0
MOMENTO ENEM
Funções exponenciais
1. (Enem 2020) Enquanto um ser está vivo, a quanti -
dade de carbono 14 nele existente não se altera.
Quando ele morre, essa quanti dade vai diminuin-
do. Sabe-se que a meia-vida do carbono 14 é de
5 730 anos, ou seja, num fóssil de um organismo
que morreu há 5 730 anos haverá metade do
carbono 14 que existi a quando ele estava vivo.
Assim, cienti stas e arqueólogos usam a seguinte
fórmula para saber a idade de um fóssil encon-
trado: em que t é o tempo,
medido em ano, Q(t) é a quanti dade de carbono
14 medida no instante t e Q
0
é a quanti dade de
carbono 14 no ser vivo correspondente. Um gru-
po de arqueólogos, numa de suas expedições,
encontrou 5 fósseis de espécies conhecidas e
mediram a quanti dade de carbono 14 neles exis-
tente. Na tabela temos esses valores juntamente
com a quanti dade de carbono 14 nas referidas
espécies vivas. Fóssil Q
0
Q(t)
1 128 32
2 256 8
3 512 64
4 1 024 512
5 2 048 128
O fóssil mais anti go encontrado nessa expedição
foi
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

171
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2. (Enem 2021) Um laboratório realizou um teste
para calcular a velocidade de reprodução de um
ti po de bactéria. Para tanto, realizou um expe-
rimento para observar a reprodução de uma
quanti dade x dessas bactérias por um período
de duas horas. Após esse período, constava no
habitáculo do experimento uma população de
189 440 da citada bactéria. Constatou-se, assim,
que a população de bactérias dobrava a cada 0,25
hora. A quanti dade inicial de bactérias era de:
a) 370
b) 740
c) 1 480
d) 11 840
e) 23 680
3. (Enem 2013) Em um experimento, uma cultura
de bactérias tem sua população reduzida pela
metade a cada hora, devido à ação de um agen-
te bactericida. Neste experimento, o número de
bactérias em função do tempo pode ser mode-
lado por uma função do ti po:
a) afi m.
b) seno.
c) cosseno.
d) logarítmica crescente.
e) exponencial.
4. (Enem 2011) A torre de Hanói é um jogo que tem
o objeti vo de mover todos os discos de uma haste
para outra, uti lizando o menor número possível
de movimento, respeitando-se as regras.
As regras são:
1- um disco maior não pode ser colocado sobre
um disco menor;
2- pode-se mover um único disco por vez;
3- um disco deve estar sempre em uma das três
hastes ou em movimento.
Usando a torre de Hanói e baseando-se nas re-
gras do jogo, podemos montar uma tabela entre
o número de peças (X) e o número mínimo de
movimentos (Y):
A relação entre (X) e (Y) é
a) Y = 2
X
– 1
b) Y = 2
X-1
c) Y = 2
X
d) Y = 2X – 1
e) Y = 2X – 4
5. (Enem 2014) Pesquisas indicam que o número de
bactérias X é duplicado a cada quarto de hora. Um
aluno resolveu fazer uma observação para verifi -
car a veracidade dessa afi rmação. Ele usou uma
população inicial de 10
5
bactérias X e encerrou a
observação ao fi nal de uma hora. Suponha que
a observação do aluno tenha confi rmado que o
número de bactérias X se duplica a cada quarto
de hora.
Após uma hora do início do período de observa-
ção desse aluno, o número de bactérias X foi de
a) 2
-2
. 10
5
b) 2
-1
. 10
5
c) 2
2
. 10
5
d) 2
3
. 10
5
e) 2
4
. 10
5
6. (Enem 2013) Um trabalhador possui um cartão de
crédito que, em determinado mês, apresenta o
saldo devedor a pagar no vencimento do cartão,
mas não contém parcelamentos a acrescentar em
futuras faturas. Nesse mesmo mês, o trabalhador
é demiti do. Durante o período de desemprego, o
trabalhador deixa de uti lizar o cartão de crédito
e também não tem como pagar as faturas, nem
a atual nem as próximas, mesmo sabendo que, a
cada mês, incidirão taxas de juros e encargos por
conta do não pagamento da dívida. Ao conseguir
um novo emprego, já completados 6 meses de
não pagamento das faturas, o trabalhador pro-
cura renegociar sua dívida. O gráfi co mostra a
evolução do saldo devedor.

172
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Com base no gráfi co, podemos constatar que o
saldo devedor inicial, a parcela mensal de juros
e a taxa de juros são
a) R$ 500,00; constante e inferior a 10% ao mês.
b) R$ 560,00; variável e inferior a 10% ao mês.
c) R$ 500,00; variável e superior a 10% ao mês.
d) R$ 560,00; constante e superior a 10% ao mês.
e) R$ 500,00; variável e inferior a 10% ao mês.
7. (Enem 2015) O acréscimo de tecnologias no siste-
ma produti vo industrial tem por objeti vo reduzir
custos e aumentar a produti vidade. No primeiro
ano de funcionamento, uma indústria fabricou
8000 unidades de um determinado produto. No
ano seguinte, investi u em tecnologia adquirindo
novas máquinas e aumentou a produção em 50%.
Esti ma-se que esse aumento percentual se repita
nos próximos anos, garanti ndo um crescimento
anual de 50%. Considere P a quanti dade anual de
produtos fabricados no ano t de funcionamento
da indústria. Se a esti mati va for alcançada, qual
é a expressão que determina o número de uni-
dades produzidas P em função e t, para t ≥ 1?
a) P(t) = 0,5 . t
-1
+ 8000
b) P(t) = 50 . t
-1
+ 8000
c) P(t) = 4000 . t
-1
+ 8000
d) P(t) = 8000 . (0,5)
t-1
e) P(t) = 8000 . (1,5)
t-1
8. (Enem 2015) O sindicato de trabalhadores de uma
empresa sugere que o piso salarial da classe seja
de R$ 1800, propondo um aumento percentual
fi xo por cada ano dedicado ao trabalho. A ex-
pressão que corresponde à proposta salarial (s),
em função do tempo de serviço (t), em anos, é
s(t) = 1800 (1,03)
t
. De acordo com a proposta do
sindicato, o salário de um profi ssional de empresa
com 2 anos de tempo de serviço será, em reais,
a) 7416,00.
b) 3819,24.
c) 3709,62.
d) 3708,00.
e) 1909,62.
9. (Enem (PPL) – 2015) O sindicato de trabalhadores
de uma empresa sugere que o piso salarial da
classe seja de R$ 1 800,00, propondo um aumen-
to percentual fi xo por cada ano dedicado ao tra-
balho. A expressão que corresponde à proposta
salarial (s), em função do tempo de serviço (t),
em anos, é
.
De acordo com a proposta do sindicato, o salário
de um profi ssional dessa empresa com 2 anos de
tempo de serviço será, em reais,
a) 7 416,00
b) 3 819,24
c) 3 709,62
d) 3 708,00
e) 1 909,62.
Função Exponencial
Meia Vida
O tempo que uma determinada substância leva
para que metade de seus átomos se desintegre é
denominado meia-vida. Esse termo, meia-vida, sig-
nifi ca que a cada período transcorrido ocorrerá a de-
sintegração de metade da quanti dade dos átomos e,
como esse processo conti nua, restará
da substância original, conforme transcorra uma vez,
duas vezes, três vezes meia-vida, e assim por diante.
Observando essa sequência de frações, existe um
padrão das potências de , sendo o expoente de cada
termo correspondente à quanti dade de meias-vidas
passada.
Nesse últi mo, passados x meias-vidas.
Esse padrão dará origem a uma função, uma vez
que temos a variável x no expoente, chamada função
exponencial. Existem inúmeras aplicações, como na
Economia, em que se aplicam juros compostos, Ur-
banismo, onde se verifi cam o desgaste de um sistema
viário, na Biologia, no estudo do crescimento do nú-
mero de bactérias numa cultura e outros.
Considere a seguinte situação:
Em uma cultura de bactérias, a população dobra
a cada hora. Se há 1000 bactérias no início da expe-
riência, calcule quantas bactérias existi rão depois de:
a) 3 horas
Depois de 1 hora, teremos 2000 bactérias (2
. 1000).
Depois de 2 horas, teremos 4000 bactérias (4
. 1000 ou ).
Então, depois de 3 horas, teremos 8000 bac-
térias (8 . 1000 ou ).
b) 8 horas
bactérias
c) x horas
bactérias
Em geral, o modelo matemáti co é dado pela fun-
ção de ti po exponencial , em que b re-
presenta a população de bactérias existentes no início
da experiência e x é o tempo decorrido.

173
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Caracterização da função exponencial
A característi ca fundamental da função ti po expo-
nencial é a seguinte: se calcularmos a população das
bactérias nos instantes isto é,
em intervalos de igual duração h, obteremos que cada
população é igual à do instante anterior multi plicada
pela mesma constante k:
Esta é a característi ca fundamental da função ex-
ponencial.
Defi nição
Seja , denomina-se função
exponencial de base a uma função f de
defi nida por ou .
Vejamos alguns exemplos:
1)
2)
3)
4)
Observação: As restrições dadas na
defi nição são necessárias, pois:
• Para e x negati vo, não existi ria (não
teríamos uma função defi nida em R).
• Para e , por exemplo, não haveria
(não teríamos uma função em R).
• Para e x qualquer número real,
(função constante).
Gráfi co da função exponencial
Vejamos os gráfi cos de duas funções exponenciais
, a primeira com e a segunda com
.
a)
b)
c)
Observando as tabelas e os gráfi cos podemos con-
cluir que, para uma função exponencial:
1)
e
2) o gráfi co é uma fi gura chamada curva expo-
nencial, que passa por (0, 1);
3) o gráfi co não toca o eixo x e não tem pontos
nos quadrantes III e IV;
4) para a função é crescente

174
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
5) para , a função é decrescente
6) a função exponencial é sobrejeti va: Im(f) =
CD(f), ou seja, para todo número real ,
existe algum tal que (todo nú-
mero real positi vo é uma potência de a);
7) a função exponencial é injeti -
va ou
pois ou ela é cres-
cente ou é decrescente ;
8) a função exponencial é bijeti va, logo, admite
função inversa;
9) a função exponencial é ilimitada superiormente.
As ideias desenvolvidas no estudo da função ex-
ponencial podem ser aplicadas em outras
funções em que a variável aparece no expoente. Ve-
jamos:
Seja f a função de R em R defi nida por
Calcular e
Em seguida colocando esses valores em uma ta-
bela,
Próximo passo colocar no plano cartesiano esses
valores.
D(f) = R e Im(f) = { y
Observe o gráfi co da função exponencial f defi nida
por
Com base no gráfi co, responda:
a) ou ?
b) é crescente ou decrescente?
c) é maior, menor ou igual a ?
d) Entre as sentenças seguintes, identi fi que a de f:
I)
II)

175
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Nesse momento, recomendamos a
uti lizar um aplicati vo de geometria di-
nâmica, no qual podem ser exploradas
tabelas e outros. Para isso, crie uma
função do ti po , com
os controles deslizantes, a, b e c. Em
seguida, faça alterações nos valores
do controle deslizante e discuta entre
os estudantes.
Aplicati vo Geogebra: h� ps://www.
geogebra.org/classic#graphing
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Verifi que quais das sentenças dadas correspon-
dem à lei da função exponencial.
a)
b)
c)
d)
2. Dada a função exponencial , determi-
ne:
a)
b)
c) tal que
3. Cada gráfi co abaixo representa uma função ex-
ponencial do ti po . Identi fi que a lei
de formação de cada uma delas.
4. e são funções de em dadas por
, e
Determine:
a)
b)
c)
d)
5. Construa o gráfi co da função f de R em R defi nida
por .
Equações exponenciais
As equações exponenciais são aquelas em que a
incógnita aparece nos expoentes.
, , ,
Para resolver uma equação exponencial, vamos
primeiramente transformar numa igualdade de po-
tências de mesma base. Usaremos o fato de que a
função exponencial é injeti va, ou seja, para e
, temos:
Vamos resolver as equações:
a)
Primeiro vamos fatorar o ,
Usando o fato de ser injeti va:
Verificação:
Solução = {3}.
Acesse a resolução dessa equação:
b)

176
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
c)
Temos , logo
Assim, (Equação do 2º grau
em x)
d)
Algumas equações exigem arti � cios de cálculo
para serem solucionadas.
a)

b)
Vamos resolver essa equação de duas manei-
ras.
1ª maneira:
2ª maneira:
Inequações exponencias
A seguir apresentamos as chamadas inequações
exponenciais:
Para resolvê-las devemos nos lembrar de que a
função exponencial é crescente para
e decrescente para ou seja:
para
para
Função crescente
com

177
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Nesse caso de , o senti do da desigualdade
foi conservado.
Função decrescente
com
Neste caso de , o senti do da desigual-
dade foi trocado.
Exemplos:
1) Vamos resolver as inequações:
a)
(desigualdade de potências de
mesma base)
(mantém-se o senti do da de-
sigualdade)
b)
c)
Como já temos uma desigualdade com potên-
cias de mesma base, logo:

178
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2. Explicitar o domínio D da função
.
Para que exista devemos ter
Logo,
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Resolva as seguintes equações exponenciais:
a)
b)
c)
d)
2. Resolva a equação
3. Resolva as equações exponencias:
a) ; 6
b) ; 3
c)
d)
4. Resolva as inequações exponenciais:
a)
b)
c)
5. Explicite o domínio D da função
Aplicações
Uma aplicação dessa últi ma observação é o cál-
culo dos juros compostos quando calculado em inter-
valos de tempos iguais.
Se um capital inicial é aplicado a juros fi xos
e capitalizados conti nuamente após decorrido um
tempo t, o capital existente é dado por .
Se ti rarmos extratos da conta nos tempos
teremos:
em que , ou seja, a evolução do saldo,
quando ele é calculado em intervalos de unidades
de tempo, é dada pela em
que .
Considere um capital inicial de e uma taxa fi xa
de i% ao mês, teremos após meses:
Considere um capital inicial de R$ 100 000,00, apli-
cado a juros fi xos de 2% ao mês, produz um montante
no fi nal de:
a) 1 mês:
b) 2 meses:
c) 3 meses:
Podemos perceber que os números 102 000,00;
104 040,00; 106 120,80; ... formam uma PG de razão
1,02. Confi ra com o auxílio de uma calculadora.
1) (FMJ-SP) O número de bactérias de uma cul-
tura, horas após o início de certo experimento, é
dado pela expressão . Nessas con-
dições, quanto tempo após o início do experimento a
cultura terá 38400 bactérias?
Igualando, temos
Portanto, a cultura terá 38400 bactérias após 12h
30min.
A radioati vidade é um fenômeno que ocorre em
núcleos de átomos instáveis por emiti rem par� culas
e radiações. Núcleos instáveis, na maioria das vezes,
são grandes e, por isso, emitem par� culas e radiação
para tornarem-se estáveis. A medida de tempo na
qual metade da quanti dade do material radioati vo
se desintegra é denominada meia-vida ou período de
semidesintegração (P). O valor da meia-vida é sempre

179
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
constante para o mesmo elemento químico radioati -
vo. Assim, a cada período de tempo P, a quanti dade
de material radioati vo reduz-se à metade da anterior,
sendo possível relacionar a quanti dade de material
radioati vo a qualquer tempo com a quanti dade inicial
por meio de uma função exponencial
em que é a quanti dade inicial do material ra-
dioati vo, é o tempo decorrido e é o valor da meia-
-vida do material radioati vo considerado.
2) A PET (Positron Emission Tomography) é uma
das melhores técnicas de tomografi a para obtenção
de imagens do corpo humano, permiti ndo melhores
defi nições de imagem usando menos radiação do
que outras técnicas. Os isótopos mais usados nos ra-
diofármacos injetados nos pacientes submeti dos ao
processo PET são o carbono-11, o nitrogênio-13, o
oxigênio-15 e o fl úor-18, cujas meias-vidas são res-
pecti vamente de 20, 10, 2 e 110 minutos. Como os
isótopos usados têm meia-vida muito curta, assim que
um desses isótopos é obti do, restam poucos minutos
para sinteti zar o radiofármaco e injetá-lo no paciente.
Vamos calcular em quanto tempo uma amostra de car-
bono-11 se reduz a 25% do que era quando foi obti da.
A função , relaciona a quanti -
dade de carbono-11 presente em função do tempo.
Assim: , de acordo com enun-
ciado temos e
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Numa certa cultura, há 1000 bactérias num de-
terminado instante. Após 10 min, existem 4000.
Quantas bactérias existi rão em 1 h, sabendo que
elas aumentam segundo a fórmula ,
em que P é o número de bactérias, t é o tempo
em horas e k é a taxa de crescimento?
2. Uma substância se decompõe aproximadamente
segundo a lei , em que K é uma
constante, t indica o tempo (em minutos) e Q(t)
indica a quanti dade de substância (em gramas)
no instante t.
Considerando os dados desse processo de de-
composição mostrados no gráfi co, determine os
valores de K e de a.
3. A quanti a de R$ 20 000,00 foi aplicada a uma
taxa de 1% ao mês. Qual será o saldo no fi nal de
3 meses?
4. Esti ma-se que a população de uma certa cidade
cresça 3% a cada 8 anos. Qual é o crescimento
esti mado para um período de 24 anos?
Logaritmo
No início do século XVII surgiram as primeiras tá-
buas de logaritmos, inventadas independentemente
por Jost Bürgi (1552-1632) e John Napier (1550-1617).
Logo depois, Henry Briggs (1561-1631) aperfeiçoou
essas tábuas, apresentando os logaritmos decimais.
A principal contribuição dos logaritmos para facilitar
os cálculos foi a de transformar as operações de mul-
ti plicação em adição e as de divisão em subtração.
Essas descobertas aumentaram muito a capacida-
de de cálculo dos que estavam envolvidos em Astro-
nomia e Navegação. Em 1638 um matemáti co inglês
chamado William Oughtred inventou a régua de cálcu-
lo com base na tábua de logaritmos criada por Napier.

180
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Esse foi um passo em direção à calculadora e à constru-
ção dos computadores. Uma importante aplicação dos
logaritmos é a escala Richter, na área da sismologia,
que fornece as magnitudes dos terremotos.
ATIVIDADE DE PESQUISA
Nesse site você vai conhecer mais sobre a escala,
podendo entender melhor sobre logaritmo. h� ps://
brasilescola.uol.com.br/geografi a/escala-richter.htm
Acessado: 06\06\2022.
Magnitude de Richter
A magnitude de Richter corresponde ao logarit-
mo da medida da amplitude das ondas sísmicas de
ti po P (primárias, mais rápidas) e S (secundárias, mais
lentas) a 100 km do epicentro. A fórmula uti lizada é
, sendo log a abreviação de loga-
ritmo, A a amplitude máxima medida no sismógrafo
e uma amplitude de referência. Esses conceitos é
que iremos estudar a parti r de agora.
Logaritmo
Segundo o Banco Mundial, a previsão do cresci-
mento demográfi co na América Lati na, no período de
2004 a 2020, é de 1,2% ao ano, aproximadamente.
Em quantos anos a população da América Lati na vai
dobrar se a taxa de crescimento conti nuar a mesma?
Nas condições indicadas temos:
Supondo que dobrará em x anos, logo:
Com os conhecimentos adquiridos até aqui não
é possível resolver essa equação. Com o objeti vo de
transformar uma equação exponencial como essa
numa igualdade entre potências de mesma base, va-
mos desenvolver a noção de logaritmo.
Defi nição de logaritmo de um número
Considere as seguintes questões. A que número
x se deve elevar:
a) o número 2 para se obter 8?
O valor 3 denomina-se logaritmo do número
8 na base 2. Assim:
b) o número 3 para se obter ?
O valor -4 chama-se logaritmo do número
na base 3.
Perceba que o logaritmo é um expoente.
SAIBA MAIS
É interessante, realizar algumas operações
simples uti lizando logaritmos para que os
estudantes tenham ideia de como os anti -
gos matemáti cos faziam os cálculos.
Por exemplo, comece tomando os loga-
ritmos decimais dos números de 1 a 10,
com o auxílio da calculadora, tal como
mostra a tabela abaixo:
Dados os números reais positi vos a e b, com
, se , então o expoente chama-se logaritmo
de na base , ou seja: , com
a e b positi vos e . Nessa equivalência temos:

181
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Vejamos mais alguns exemplos:
Experimente aplicar a defi nição nesses casos.
Professor, é importante verifi car como a de-
fi nição fi ca em cada situação.
1) Veja que, de acordo com as restrições impostas,
não são defi nidos, por exemplo:
, , , e .
2) Quando a base do logaritmo for 10, podemos
omiti -la. Assim, é o logaritmo de 2 na base 10.
Aos logaritmos na base 10 damos o nome de logarit-
mos decimais.
Nesse momento é importante verifi car com
os estudantes alguns exemplos, observe que
estamos trabalhando com números inteiros,
racionais e reais.
Vamos determinar:
1)
Portanto,
2)
3)
4) Vamos calcular a sabendo que
5) Vamos calcular o número real A sabendo que
6) Sabendo que , vamos determinar
x.
O número x deve ser positi vo (x > 0). Pela de-
fi nição de logaritmo,
7) Calcular
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Usando potência, determine o equivalente a cada
logaritmo:
a)
b)
c)
2. Com os três números dados, escreva uma igual-
dade usando logaritmo:
a) 6, 36 e 2
b) 5, -1 e
c) 8, 8 e 1
3. Usando a defi nição, calcule:
a)
b)
c)

182
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
4. Determine
a)
b)
5. Calcule x nas igualdades:
a)
b) 2
Condições de existência de logaritmos
Nesse momento é importante professor, deixar
claro para o estudante que nem sempre temos a de-
fi nição do logaritmo defi nida. Como sugestão de ati -
vidade, é imprescindível uma leitura, pelo estudante,
do material e uma revisitada nas defi nições.
A existência de um logaritmo, como por exemplo
, depende das seguintes condições:
• N deve ser um número positi vo (N > 0).
• A base deve ser um número positi vo e diferente
de 1 (1 ≠ a > 0).
Exemplos:
1) Vamos determinar os valores reais de x para
os quais existe:
a)
Como a base é 2, temos que é positi -
va e diferente de 1. Devemos impor que
Logo,
b)
A base é positi va. Precisamos impor a condi-
ção
Estudo do sinal:
Logo, a solução é dada por
2) Qual é o conjunto dos valores reais de x para
os quais existe ?
De acordo com as condições de existência,
temos
Assim o x, deve sati sfazer simultaneamente
as três condições:
Assim, o conjunto é
Consequências da defi nição de logaritmo
A seguir apresentamos algumas consequências da
defi nição de logaritmo. Observem que as demonstra-
ções podem ser encontradas em qualquer livro do
ensino médio.
1) , pois , qualquer que seja
e
2) , pois , qualquer que seja
e
3) , pois para todo e
e para todo n.
4) , com e
5) , com
e
Exemplos
1) Calcular o valor de
propriedades das potências
2) Vamos calcular o valor de x tal que
Verifi car a condição de existência, ou seja:
.
.
Assim, com x=1, existe , pois
, e , a resposta é
Propriedades operatórias dos logaritmos

183
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
1ª propriedade: logaritmo de um produto
Para introduzir essa propriedade é fundamen-
tal começar pelas propriedades das potências,
, surge uma propriedade semelhante
nos logaritmos.
Vejamos:
(I)
(II)
De (I) e (II) podemos perceber que:
Logo:
Numa mesma base, o logaritmo do produto de
dois números positi vos é igual à soma dos logaritmos
de cada um desses números.
Exemplos:
1)
2)
3)
não é o mesmo que .
2ª propriedade: logaritmo de um quociente
Vejamos:
(I)
(II)
De (I) e (II) podemos perceber que:
Assim, numa mesma base, o logaritmo do quo-
ciente de dois números positi vos é igual à diferença
entre os logaritmos desses números.
Caso parti cular:
ou
seja .
Vejamos alguns exemplos:
1)
2)
3)
3ª propriedade: logaritmo de uma potência
Observe que:
Assim:
Portanto há mais de uma propriedade dos loga-
ritmos, pois trata-se de um fato que ocorre para qual-
quer base e qualquer potência sempre que existam
os logaritmos envolvidos.
Numa mesma base, o logaritmo de uma potência
de base positi va é igual ao produto do expoente pelo
logaritmo da base da potência.
Podemos aplicar essa propriedade no logaritmo
de uma raiz (quando existi r):
.
Exemplos:
a)
b)
c)
4ª propriedade: mudança de base
Observe:
, pois
, pois
, pois
Como , podemos escrever
Logo: , para
e

184
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Quando existi rem, e são nú-
meros inversos.
Exemplos:
1) (na base 2)
2) (na base 10)
3)
Uma aplicação importante dessa propriedade é o
uso em calculadoras eletrônicas, pois elas só possuem
teclas para calcular logaritmos na base 10 e na base e.
Calculadora
Como calcular logaritmo na calculadora? As-
sista ao vídeo: h� ps://www.youtube.com/watch?-
v=Psy9Whtq-VI&t=40s
Algumas calculadoras possuem duas teclas com
as seguintes funções:
• tecla log: permite calcular o logaritmo decimal
de um número N, inteiro ou decimal.
• tecla : permite calcular o número N quando
se conhece log N = x
Usando essas teclas, as propriedades dos logarit-
mos e as quatro operações fundamentais, é possível
realizar os seguintes cálculos:
1)
2)
3)
4)

Cálculo de logaritmos
O pH de uma solução é defi nido como o logaritmo
decimal (base 10) do inverso da respecti va concen-
tração de (íon hidroxônio). O cérebro huma-
no contém um líquido cuja concentração de é
(em média). Qual será o pH desse
líquido?
Observe que para resolver esse problema, é pre-
ciso uti lizar as propriedades de logaritmo.
Usando a calculadora:
Assim o pH = .
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Determine os valores reais de x para os quais é
possível determinar:
a)
b)

185
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2. Determine o conjunto dos valores reais de x para
que seja possível defi nir:
a)
b)
3. Calcule o valor dos logaritmos:
a)
b)
4. Calcule o valor de x:
a)
b)
5. Calcule o valor das expressões:
a)
b)
6. Escreva:
a) usando logaritmos na base 4;
b) O valor de sabendo que
Aplicação: Logaritmos dados
Nosso objeti vo agora é, a parti r de um ou mais
logaritmos dados, sabermos que podemos obter o
valor aproximado de uma infi nidade de logaritmos,
usando as propriedades conhecidas. Por exemplo:
Dados e podemos cal-
cular:
a)
b)
c)
d)
Aplicação: logaritmos e equações exponenciais
Nesse momento é importante que o estudante en-
tenda que o logaritmo é uma ferramenta importante
para a resolução de equações exponencias.
Para resolver uma equação exponencial qualquer,
uma boa técnica é imaginar uma balança de dois pra-
tos em equilíbrio.
A balança fi ca equilibrada quando há igual mas-
sa nos dois pratos e, para encontrar o valor de uma
massa desconhecida, é necessário manipular as mas-
sas dos pratos de forma que o equilíbrio seja sempre
manti do.
Seja a equação
Para encontrar o valor de x, aplicamos logaritmos
nos dois membros da mesma e uti lizamos a terceira
propriedade, a fi m de isolar a incógnita:
Vejamos mais exemplos.
1) Dados
e Resolva a equação
Fazendo temos:
e
Logo:

186
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2) Sabemos que o número de bactérias numa
cultura, depois de um tempo t, é dado por
, em que é o número inicial
(quando ) e r é a taxa de crescimento
relati vo. Em quanto tempo o número de bac-
térias dobrará se a taxa de crescimento con-
� nuo é de 5% ao minuto?
De acordo com a pergunta, tem que ter
aplicando:
min min e min
min 48 s.
O número de bactéria dobrará em min 48
s.
3) Segundo o Banco Mundial, a previsão do cres-
cimento demográfi co na América Lati na, no
período de 2004 a 2020, é de 1,2% ao ano,
aproximadamente. Em quantos anos a popu-
lação da América Lati na vai dobrar se a taxa
de crescimento conti nuar a mesma?
Observe que a temos uma população inicial:
Após um ano:
Após dois anos:
...
Após x anos:
Supondo que a população dobrará em relação
a população inicial: , temos:
Aplicando o logaritmo:
A população dobrará em 58 anos, aproxima-
damente.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Resolva as equações, sabendo que
e
.
a)
b)
c)
Para os exercícios 2 a 4 use a fórmula ,
na qual Q representa a massa da substância ou o nú-
mero de bactérias, r representa a taxa e t representa
o tempo.
2. Uma substância radioati va se desintegra a uma
taxa de 8% ao ano. Em quantos anos 50 g dessa
substância se reduzirão a 5 g?
3. Num laboratório, uma pessoa verifi ca que a taxa
de crescimento relati vo con� nuo de bactérias
numa cultura é de 2,5%porminuto. Nessas condi-
ções, em quantos minutos o número de bactérias
passará de 4000 para 6000?
4. Calcule a meia-vida de uma substância radioati va
que se desintegra a uma taxa de 4% ao ano. (Lem-
bre-se: meia-vida é o tempo que deve decorrer
para que, em certo momento, metade dos áto-
mos de uma substância radioati va se desintegre.)
5. A expressão nos permite calcular
o montante M, resultante da aplicação do capital
A a juros compostos, à taxa anual i, ao comple-
tar um período de n anos. Nessas condições, se
o capital de R$ 800.000,00 for aplicado a juros
compostos e à taxa anual de 12%, após quanto
tempo da aplicação serão obti dos juros no valor
de R$ 700.000,00?
Na matemáti ca, existem funções elementares que
podem ser intuiti vamente modeladas, ou seja, aque-
las que podem ser escritas como fórmulas explícitas,
envolvendo apenas as operações elementares e um
conjunto limitado de funções, nesse caso, vamos uti -
lizar a as funções logarítmicas.
Função logarítmica
Para todo número real positi vo , a função
exponencial , , é uma corres-
pondência biunívoca entre e Ela é crescente se
decrescente se e tem a seguinte
propriedade:

187
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
ou seja,
Essas condições garantem que f possuem uma
função inversa.
A inversa da função exponencial de base a é a fun-
ção real que associa a cada número real
positi vo x o número real , chamado logaritmo
de x na base a, com a real positi vo e .
Observe que , dada por ,
tem a propriedade , ou
seja, . A sua inversa
, dada por , tem a propriedade
Domínio da função logarítmica:
Imagem da função logarítmica:
Como a função logarítmica é a inversa da função
exponencial, temos:
para todo e para
todo
Assim, é o expoente ao qual se deve
elevar a base a para obter o número x, ou seja,
.
As funções logarítmicas mais usadas são aquelas
cuja base a é maior do que 1. Parti cularmente, as de
base 10 (logaritmos decimais), as de base 2 (logarit-
mos binários) e as de base e (logaritmos naturais).
São exemplos de função logarítmica as funções de
defi nidas por:
, ,
Gráfi co da função logarítmica
Vejamos os seguintes gráfi cos de função logarít-
mica,
1) Para construção, do gráfi co primeiro vamos
construir uma tabela para auxiliar a constru-
ção dos gráfi cos.
2) Vamos acompanhar esse segundo exemplo,
Para construir gráfi co de função logarítmica uti lizando um aplica-
ti vo acesse: h� ps://www.youtube.com/watch?v=5_iCOqA7GmQ
acesso: 06/06/2022

188
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Da defi nição de função logarítmica e da aná-
lise dos gráfi cos, podemos concluir que:
• o gráfi co da função logarítmica passa pelo pon-
to (1, 0), isto é, ou ;
• o gráfi co nunca toca o eixo y nem ocupa pontos
dos quadrantes II e III;
• se , a função logarítmica é crescente
;
• se , a função logarítmica é decres-
cente ;
• só números positi vos possuem logaritmo real,
pois a função assume somente valores
positi vos;
• quando , os números maiores do que 1
têm logaritmo positi vo e os números compre-
endidos entre 0 e 1 têm logaritmo negati vo;
• quando , os números maiores do que
1 têm logaritmo negati vo e os números com-
preendidos entre 0 e 1 têm logaritmo positi vo;
• a função logarítmica é ilimitada, superior e in-
feriormente.
No caso de ser ilimitada superiormente
signifi ca que se pode dar a um valor tão
grande quanto se queira, desde que tomemos
x sufi cientemente grande;
• ao contrário da função exponencial
com , que cresce rapidamente, a função
logarítmica com cresce muito len-
tamente.
• a função logarítmica é injeti va, pois números
positi vos diferentes têm logaritmos diferentes.
Ela é também sobrejeti va, pois, dado qualquer
número real b, existe sempre um único número
real positi vo x tal que Portanto, ela
é bijeti va.
Uma relação importante
Uma relação importante e a seguinte: o gráfi co de
duas funções inversas são simétricos à reta Ob-
serve os gráfi cos a seguir e :
nesse caso
nesse caso
Observe no gráfi co (a > 1) como a função ex-
ponencial cresce rapidamente, enquanto a
função logarítmica cresce muito lentamente.
Escreva as coordenadas de alguns pontos simé-
tricos em cada um dos gráfi cos.
Um pouco de História - Logaritmos e funções lo-
garítmicas
Vários conceitos básicos da Matemáti ca, criados
para atender a certas necessidades e resolver pro-
blemas específi cos, revelaram posteriormente uma
uti lidade bem mais ampla do que a inicialmente
pensada e vieram, com a evolução das ideias e o de-
senvolvimento das teorias, a adquirir uma posição
defi niti va de grande relevância nessa ciência. Em
alguns casos, a uti lidade original foi, com o tempo,
superada por novas técnicas, mas a relevância te-
órica se manteve. […] Os logaritmos foram inven-
tados no início do século XVII a fi m de simplifi car
as trabalhosas operações aritméti cas dos astrôno-
mos para a elaboração de tabelas de navegação.
Com efeito, a regra e suas
consequências, tais como e
outras, permitem reduzir cada operação aritméti ca
(exceto, naturalmente, a adição e a subtração) a
uma operação mais simples, efetuada com os lo-
garitmos. Essa maravilhosa uti lidade práti ca dos
logaritmos perdurou até recentemente, quando
foi vastamente superada pelo uso das calculado-
ras eletrônicas. A função logarítmica, entretanto,
juntamente com sua inversa, a função exponen-
cial, permanece como uma das mais importantes
na Matemáti ca, por uma série de razões que vão
muito além da sua uti lidade como instrumento de
cálculo aritméti co. […]

189
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Resumindo: um matemáti co ou astrônomo do sé-
culo XVII achava os logaritmos importantes porque
eles lhe permiti am efetuar cálculos com rapidez
e efi ciência. Um matemáti co de hoje acha que a
função logarítmica e sua inversa, a função exponen-
cial, ocupam uma posição central na Análise Mate-
máti ca por causa de suas propriedades funcionais,
pois descreve a evolução de grandezas que, em
cada instante, sofrem uma variação proporcional
ao valor naquele instante. Exemplos de grandezas
com essa propriedade são um capital empregado
a juros compostos, uma população (de animais ou
bactérias), a radioati vidade de uma substância, ou
um capital que sofre desconto. […]
(adaptado) Fonte: Elon Lages Lima. Meu professor
de Matemáti ca e outras histórias. Rio de Janeiro:
Impa-Vitae, 1991. p. 28-30 passim.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. As funções logarítmicas f e g são dadas por
 e . Determine:
a)
b)
c)
d)
2. Construa os gráfi cos das funções logarítmicas.
a)
b)
c)
3. Construa no mesmo sistema de eixos os gráfi cos
de e
Um exemplo de aplicação dos logaritmos é a questão
que segue, apresentada na prova de matemáti ca do
ENEM de 2013:
Em setembro de 1987, Goiânia foi palco do maior
acidente radioati vo ocorrido no Brasil, quando uma
amostra de césio-137, removida de um aparelho de
radioterapia abandonado, foi manipulada inadver-
ti damente por parte da população. A meia-vida de
um material radioati vo é o tempo necessário para
que a massa desse material se reduza à metade. A
meia-vida do césio-137 é 30 anos e a quanti dade
restante de massa de um material radioati vo, após
t anos, é calculada pela expressão
onde A é a massa inicial e k é uma constante nega-
ti va. Considere 0,3 como aproximação para
. Qual o tempo necessário, em anos, para que uma
quanti dade de massa do césio-137 se reduza a 10%
da quanti dade inicial?
Primeiramente, para resolver essa questão, vamos de-
terminar o valor de ou seja, da meia-vida do Cé-
sio-137. Tomemos: , (meia vida) e
Substi tuindo:
Agora, novamente na equação dada para responder
à pergunta do problema:
Então, em 100 anos o césio-137 reduz-se a 10% de
sua massa inicial.
Matemáti ca Financeira
No cálculo dos juros compostos também é neces-
sário uti lizar logaritmos para se descobrir o tempo em
que uma aplicação rende determinado juro, a parti r
da fórmula:

190
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
em que M é o montante (capital + juros), C é o
capital, i é a taxa de juros e n é o tempo.
Suponhamos que R$ 1000,00 produza juros
compostos de R$ 200,00, a uma taxa 1,2% ao mês.
O cálculo abaixo mostra como determinar o tempo
da aplicação:
A lei de Weber e as escalas de Fechner
A lei de Weber (Ernst Heinrich Weber, 1795-1878,
fi siologista alemão) para resposta de seres humanos
a es� mulos � sicos declara que diferenças marcantes
na resposta a um es� mulo ocorrem para variações
da intensidade do es� mulo proporcionais ao próprio
es� mulo.
Por exemplo, um homem que sai de um ambien-
te iluminado para outro só percebe uma variação da
luminosidade se esta for superior a 2%; só disti ngue
entre soluções salinas se a variação da salinidade for
superior a 25%; etc.
Fechner (Gustav Theodor Fechner, 1801-1887,
� sico e fi lósofo alemão) propôs um método de cons-
trução de escalas baseado na lei de Weber. Seja i a taxa
de variação da intensidade do es� mulo que permite
discriminação da resposta. Associemos ao es� mulo
o nível de resposta 0. Então, a cada variação de taxa
no nível do es� mulo, aumentamos uma unidade na
medida do nível de resposta.
Sejam y a resposta e x a intensidade do es� mulo.
• Temos que .
• Temos que , com
e .
• O brilho de uma estrela é uma sensação, ou
seja, é uma resposta a um es� mulo que é a
energia luminosa recebida pelo olho. Os as-
trônomos medem o brilho por intermédio de
uma escala de Fechner,
, em que m é a medida do brilho, chamada
de magnitude aparente, I é a energia luminosa
recebida pelo olho e c é uma constante.
• Uma escala de Fechner muito conhecida é a
escala Richter, que mede a intensidade de ter-
remotos. Ela é defi nida por ,
em que R é a intensidade do terremoto (em
graus Richter) e I é a energia liberada por ele.
• Outra escala de Fechner também muito co-
nhecida é a que mede ruídos, defi nida por
, em que R é a medida do ru-
ído em bels (essa designação é em homenagem
a Alexander Graham Bell, 1847-1922, � sico es-
cocês e inventor do telefone) e I é a intensidade
sonora, medida em wa� s por metro quadrado.
Na realidade, a unidade legal no Brasil é um
submúlti plo do bel, o decibel.
(adaptado) Fonte: Augusto Cesar Morgado e outros.
Progressões e Matemáti ca fi nanceira. Rio de Janeiro:
SBM, 1993. p. 40-1 passim. (Coleção do Professor de
Matemáti ca.)
MOMENTO ENEM
1. (ENEM 2020) A Lei de Zipf, bati zada com o nome
do linguista americano George Zipf, é uma lei
empírica que relaciona a frequência (f) de uma
palavra em um dado texto com o seu ranking (r).
Ela é dada por
O ranking da palavra é a sua posição ao ordenar
as palavras por ordem de frequência. Ou seja, r
= 1 para a palavra mais frequente, r = 2 para a
segunda palavra mais frequente e assim suces-
sivamente. A e B são constantes positi vas.
Disponível em: h� p://klein.sbm.org.br. Acesso em: 12 ago.
2020 (adaptado).
Com base nos valores de X = log (r) e Y = log (f),
é possível esti mar valores para A e B. No caso
hipotéti co em que a lei é verifi cada exatamente,
a relação entre Y e X é
a)
b)
c)
d)
e)
Resolução: h� ps://www.youtube.com/watch?v==-jWoqM1IhQo&t-
12s Acessado: 07/06/2022

191
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
2. (ENEM 2018) Um contrato de emprésti mo prevê
que quando uma parcela é paga de forma an-
tecipada, conceder-se-á uma redução de juros
de acordo com o período de antecipação. Nes-
se caso, paga-se o valor presente, que é o valor,
naquele momento, de uma quanti a que deveria
ser paga em uma data futura. Um valor presente
P submeti do a juros compostos com taxa i, por
um período de tempo n, produz um valor futuro
V determinado pela fórmula
Em um contrato de emprésti mo com sessenta
parcelas fi xas mensais, de R$ 820,00, a uma taxa
de juros de 1,32% ao mês, junto com a trigésima
parcela será paga antecipadamente uma outra
parcela, desde que o desconto seja superior a
25% do valor da parcela.
Uti lize 0,2877 como aproximação para e
0,0131 como aproximação para .
A primeira das parcelas que poderá ser antecipa-
da junto com a 30ª é a
a)
b)
c)
d)
e)
3. (ENEM 2016) Uma liga metálica sai do forno a
uma temperatura de 3000 °C e diminui 1% de
sua temperatura a cada 30 min.
Use 0,477 como aproximação para
e 1,041 como aproximação para . O
tempo decorrido, em hora, até que a liga ati nja
30 °C é mais próximo de
a) 22.
b) 50.
c) 100.
d) 200.
e) 400.
4. (ENEM 2018) Com o avanço em ciência da com-
putação, estamos próximos do momento em que
o número de transistores no processador de um
computador pessoal será da mesma ordem da
grandeza que o número de neurônios em um cé-
rebro humano, que é da ordem de 100 bilhões.
Uma das grandezas determinantes para o de-
sempenho de um processador é a densidade de
transistores, que é o número de transistores por
cen� metro quadrado. Em 1986, uma empresa fa-
bricava um processador contendo 100.000 tran-
sistores distribuídos em de área. Desde
então, o número de transistores por cen� metro
quadrado que se pode colocar em um processa-
dor dobra a cada dois anos (Lei de Moore).
Considere 0,30 como aproximação para
Disponível em: www.pocket-lint.com.
Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).
Em que ano a empresa ati ngiu ou ati ngirá a den-
sidade de 100 bilhões de transistores?
a) 1999
b) 2002
c) 2022
d) 2026
e) 2146
Resolução: h� ps://www.youtube.com/watch?v=_ifDNghRpcM
Acessado: 07/06/2022
Referências
GIOVANNI, José Ruy. Bonjorno, José Roberto. Júnior,
José Ruy Giovanni. Curso de matemáti ca: volume úni-
co. 2ª edição. São Paulo. Moderna. 1998.
BIANCHINI, Edwaldo. Paccola, Erval. Curso de mate-
máti ca Ensino Médio. Volume único. 1ª edição. São
Paulo. Editora Saraiva. 2001.
NERY, Chico. Tro� a, Fernando. Matemáti ca para o
Ensino Médio. Volume único. 2ª edição. São Paulo.
Moderna. 1998.
h� ps://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-
-matemati ca/exercicios-sobre-funcao-exponencial.
htm#questao-2
h� ps://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exer-
cicios-matemati ca/exercicios-sobre-funcao-exponen-
cial.htm#questao-7423
h� ps://www.todamateria.com.br/funcao-exponen-
cial-exercicios/
h� ps://download.inep.gov.br/download/enem/ma-
triz_referencia.pdf
https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/
avaliacao-e-exames-educacionais/enem/provas-e-
-gabaritos
h� ps://novoensinomediogoiano.educacao.go.gov.
br/dcgoem/

Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
Ciências Humanas

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
194
C OMPONENTE CURRICULAR -
FILOSOFIA
“[...] A mitologia grega conta que Sísifo foi rei e
fundador de um território que hoje se chama Corinto,
localizado na região do Peloponeso. Seus pais eram
Éolo e Enarete e sua esposa, Mérope.
Um dia, Sísifo viu a bela Egina ser sequestrada por
uma águia a mando de Zeus.
Egina era fi lha de Asopo, deus dos rios, que estava
muito abalado com o sumiço da fi lha.
Vendo o desespero de Asopo, Sísifo pensou que
poderia ti rar vantagem da informação que ti nha e
contou-lhe que Zeus havia sequestrado a moça.
Mas, em troca, pediu que Asopo criasse uma
nascente em seu reino, pedido que foi prontamente
atendido.
Zeus, ao saber que Sísifo havia lhe denunciado,
fi cou furioso e enviou Tânatos, o deus da morte, para
levá-lo para o mundo subterrâneo.
Mas, como Sísifo era muito esperto, conseguiu
enganar Tânatos ao dizer que gostaria de presenteá-lo
com um colar. Na verdade, o colar era uma corrente
que o manteve preso e permiti u que Sísifo escapasse.
Com o deus da morte aprisionado, houve um tempo
em que mais nenhum mortal morria.
Assim, Ares, o deus da guerra, também se
enfureceu, pois, a guerra necessitava de mortos.
Ele então vai até Corinto e liberta Tânatos para que
conclua sua missão e leve Sísifo para o submundo.
Sísifo, desconfi ando que isso pudesse ocorrer,
instrui sua esposa Mérope a não lhe prestar as
homenagens fúnebres, caso ele morra. Assim é feito.
Ao chegar ao mundo subterrâneo, Sísifo se depara
com Hades, o deus dos mortos, e lhe conta que sua
esposa não havia lhe enterrado da maneira adequada.
Então ele pede a Hades que volte ao mundo dos vivos
apenas para repreender a esposa. Depois demuito
insisti r, Hades permite essa visita rápida.
Entretanto, ao chegar no mundo dos vivos, Sísifo
não retorna e, mais uma vez, engana os deuses.
Sísifo fugiu com sua esposa e teve uma vida longa,
chegando à velhice. Mas, como era mortal, um dia foi
preciso retornar ao mundo dos mortos.
Lá chegando, se deparou com os deuses que havia
ludibriado e então recebeu uma punição pior do que
a própria morte.
Ele foi condenado a realizar um trabalho exausti vo
e sem propósito. Teria que rolar uma enorme pedra
montanha acima.
Mas quando chegasse no topo, devido ao cansaço,
a pedra rolaria morro abaixo. Então Sísifo deveria
novamente levá-la para o alto. Esse trabalho teria
que ser feito todos os dias, por toda a eternidade.”
Fonte:https://www.culturagenial.com/sisifo-resumo-e-
signifi cado-do-mito/. Acesso em: 09 maio 2022
TEXTO I - O Mito de Sísifo, Trabalho e Virtude
Gustavo Henrique José Barbosa
Professor SEDUC-GO
Sísifo
Fonte: h� ps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tiziano_-_S%-
C3%ADsifo.jpg . Acesso em: 27 maio 2022.
O mito de Sísifo remete à origem do trabalho
conforme a mitologia grega; em que o personagem
principal é condenado a exercer pela eternidade um
trabalho repeti ti vo e monótono, podemos comparar
o casti go de Sísifo com a roti na de trabalho de um
funcionário descontente com a sua profi ssão ou
que não tenha encontrado o signifi cado para a sua
existência em exercê-la. Segundo Albert Camus em
sua obra “O mito de Sísifo” “não existe casti go mais
terrível que o do trabalho inúti l e sem esperança”.
Para muitos o trabalho é moti vado pela aquisição
do salário seja para garanti r a sua sobrevivência
ou obtenção de dinheiro, seja para comprar
bens. O mercado fi ca cada vez mais competi ti vo,
e as transformações exigem cada vez mais a
profi ssionalização do trabalho nas diversas áreas. O
trabalhador deve se manter atualizado, ser referência
para permanecer no mercado.
Fazendo um paralelo com o mito de Sísifo
interpretações diversas podem ser feitas em
relação aos ti pos de pedras a serem carregadas no
coti diano do trabalhador. Entre estas a necessidade
de fazer proezas com um salário mínimo de tal
forma que garanta o sustento da família; suportar
cargas tributárias elevadas com impostos diretos e
indiretos; pouca atuação do Estado em cumprir os
direitos trabalhistas e demais direitos garanti dos pela
Consti tuição Federal; processo repeti ti vo tanto ao
exercer alguma função como nas exigências para se
manter no mercado de trabalho.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
195
Fonte: h� ps://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/09/opinion/1431176749_019091.html. Acesso em: 16 maio 2022.
REFLEXÃO
1. Se manter em um cargo ou profi ssão somente
pelo salário é garanti a de felicidade?
2. Permanecer em um trabalho que não desenvolva
o senti mento de sati sfação pessoal, realização
e signifi cado leva o indivíduo à perda de sua
felicidade, deixando de se realizar como potência
maior, prejudicando o seu desenvolvimento como
profi ssional e cidadão?
ATENÇÃO
“A classe trabalhadora brasileira suporta uma
das maiores cargas tributárias do mundo e recebe
muito menos do Estado em bene� cios sociais que
seus colegas dos países mais desenvolvidos.”
Fonte:
ARIAS, Juan Arias. A pedra de Sísifo e os trabalhadores
prejudicados. El país, 09 maio 2015.
Disponível em: h� ps:// brasil.elpais.com/bra-
sil/2015/05/09/opinion/1431176749_019091.html. Acesso
em: 16 maio 2022.
No proces so de escolha do trabalho é fundamental
o foco no projeto de vida e na vocação que pretende
seguir. Também na forma como exerce seus direitos,
desenvolve suas virtudes e atua socialmente, evitando
assim a perda de senti do e da própria existência o
que contribuiria para frustrações pessoais e a visão
do trabalho como punição.
Mas o que seria virtude? É a qualidade positi va do
indivíduo que o conduz a fazer o bem para si e para
os outros. Segundo as ideias do fi lósofo Aristóteles,
para tudo o que fazemos existe uma fi nalidade que
se encaminha para o sumo bem e o objeti vo da ação
humana é uti lizar a sua racionalidade em prol da
eudaimonia (felicidade).
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Faça uma interpretação do mito de Sísifo pensando
a realidade do(a) trabalhador(a) brasileiro(a).
2. Quais são as virtudes a serem desenvolvidas na
área de trabalho que você pretende ingressar?
Justi fi que a sua resposta.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
196
3. Qual é a concepção fi losófi ca de virtude? Explique.
4. Para Aristóteles, como é possível obter a
eudaimonia (felicidade)? E para você, como a
felicidade pode ser associada à visão de trabalho?
 A intencionalidade pedagógica dessas ati vidades
é desenvolver no(a) estudante a habilidade de
interpretar textos vinculados com o mito de Sísifo
e ampliar a visão de trabalho.
TEXTO II - A Moralidade do Mercado para Tomás de
Aquino
Gustavo Henrique José Barbosa
(Professor SEDUC-GO)
São Tomás de Aquino, foi um teólogo e fi lósofo
medieval, conhecido por reviver uma boa parte dos
pensamentos aristotélicos em seus argumentos
voltados para a defesa das revelações do cristi anismo
e nas provas da existência de Deus. Aquino defendeu
a ideia do preço justo e elaborou um dos primeiros
estudos analisando o mercado, afi rmando que a
economia está subordinada a uma lei natural, ou seja,
é a aplicação da lei de Deus no mundo.
Mas o que seria o preço justo na concepção
agosti niana? Para ele o valor de uma mercadoria
deveria ser aquele em que as pessoas se encontra
dispostas a pagar, sem que impere a vontade do
comerciante em elevar o preço a uma margem
extrapolada de valores. Essas caracterís ti cas de
ganância são marcas da conduta pecaminosa do ser
humano, porém isso não signifi ca que o comerciante
deva abandonar os seus interesses em obter o lucro
(fator moti vador ao exercer a profi ssão), já que a
falta da atuação destes afetaria a sociedade pelo
impedimento de adquirir as mercadorias necessárias
para os indivíduos, sendo que o desenvolvimento
econômico deve prezar o bem-estar material, mas não
se encontrar acima da necessidades espirituais, já que
ao adquirir bens os seres humanos devem contribuir
para o fi m últi mo que é a busca da salvação.
Empregando o discurso da reciprocidade conti da
no versículo bíblico do evangelho de Mateus 7:12:
“ Façam aos outros o que querem que eles façam a
vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés
e os ensinamentos dos Profetas.”
Fonte: William le Bole foi punido por ter manipulado as gramas
de pão que produziu (1321). Fonte:h� ps://i.pinimg.com/1200x/
f1/13/94/f113946283d6bfcfd4507ead36cab927.jpg. Acessado
em 02/06/2023.
Atualmente pode-se comparar a ideia econômica
de Santo Tomás de Aquino com o nivelamento de
preços de uma determinada mercadoria em lojas
disti ntas, discursões sobre os valores de salário
mínimo, tarifação de preços de mercadorias para se
controlar uma infl ação ou questões de desigualdades
sociais em relação ao consumo. Até mesmo a ações de
caridade ao doar determinado objeto material que já
não tem serventi a ou revendê-lo a um preço acessível
aos demais, velando o bene� cio mútuo.
Fonte: Tomás de Aquino segundo Genti le da Fabriano. Fonte
h� ps://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino
acessado em 02/06/2023
Para Santo Tomás de Aquino todo problema
econômico deriva dos aspectos jurídicos e morais,
em que o governo poderia intervir no mercado
econômico devido ao preço de uma mercadoria,
exigindo um compor tamento corre to visando manter
a moralidade no mercado e relações de concorrência
entre os vendedores. Na sociedade medieval as
práti cas de usura foram condenadas no Concílio de
Latrão, em 1179, as abordagens das ideias de Santo

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
197
Tomás de Aquino ti veram uma parcela de infl uência na
reafi rmação da Igreja Católica em proibir a práti ca de
emprésti mo com juros (serviço mais desempenhado
pelos judeus e protestantes) até o início do século XIX.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1. Faça uma pes quisa de preço de uma ou mais
mercadorias em estabelecimentos comerciais
diferentes e responda às perguntas a seguir.
a) Qual o preço da mesma mercadoria em comércios
diferentes? Existe diferença de preço da mesma
mercadoria?
b) A localização geográfi ca do estabelecimento é
considerada bairro nobre ou popular?
c) As pessoas que frequentam o local aparentam ter
um poder aquisiti vo mais elevado?
d) O preço da mercadoria é acessível para a maioria
dos brasileiros?
e) Você considera o preço da mercadoria como
justo? Justi fi que a sua resposta.
 A intencionalidade pedagógica é analisar e
comparar indicadores de emprego, trabalho e
renda em diferentes espaços, escalas e tempos.
MOMENTO ENEM
1. (Enem -2021- adaptada) Leia os textos a seguir.
TEXTO I
Macaulay enfati zou o glorioso acontecimento
representado pela luta do Parlamento contra Carlos I
em prol da liberdade políti ca e religiosa do povo inglês;
signifi cou o primeiro confronto entre a liberdade e a
ti rania real, primeiro combate em favor do Iluminismo
e do Liberalismo.
ARRUDA, J. J. A. Perspecti vas da Revolução Inglesa. Rev.
Bras. Hist., n. 7, 1984 (adaptado).
TEXTO II
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções,
foi causada pela ruptura da velha sociedade,e não
pelos dese jos da velha burguesia. Na década de 1640,
camponeses se revoltaram contra os cercamentos,
tecelões contra a miséria resultante da depressão e
os crentes contra o Anti cristo a fi m de instalar o reino
de Cristo na Terra.
HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984
(adaptado).
A concepção da Revolução Inglesa apresentada no
Texto II diferencia-se da do Texto I ao destacar a
existência de
(A) pluralidade das demandas sociais.
(B) homogeneidade das lutas religiosas.
(C) unicidade das abordagens históricas.
(D) superfi cialidade dos interesses políti cos.
(E) superioridade dos aspectos econômicos.
1. (ENEM-2018) Leia o texto a seguir.
A Segunda Revolução Industrial, no fi nal do século
XIX e início do século XX, nos EUA, período em que a
eletricidade passou gradati vamente a fazer parte do
coti diano das cidades e a alimentar os motores das
fábricas, caracterizou-se pela administração cien� fi ca
do trabalho e pela produção em série.
MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no
capitalismo: refl exões na interface da psicodinâmica do trabalho e
a sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.
De acordo com o texto, na primeira metade do
século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada
com a
(A) proliferação de pequenas e médias empresas,
que se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande
capital.
(B) técnica de produção fordista, que insti tuiu a
divisão e a hierarquização do trabalho, em que
cada trabalhador realizava apenas uma etapa do
processo produti vo.
(C) passagem do sistema de produção artesanal para
o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxti l desti nada ao
mercado interno.
(D) independência políti ca das nações colonizadas,
que permiti u igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e
os países industrializados.
(E) consti tuição de uma classe de assalariados, que
possuíam como fonte de subsistência a venda de
sua força de trabalho e que lutavam pela melhoria
das condições de trabalho nas fábricas.
REFERÊNCIAS
ABRÃO, Bernade� e Siqueira. A história da fi losofi a.
São Paulo: Nova Cultura, 2004.
ADORNO, Theodor W. Introdução à sociologia. São
Paulo: Edunesp, 2008.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
198
BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; QUINTANEIRO,
Tania; RIVEIRO, Patricia. Conhecimento e imaginação:
sociologia para o ensino médio. Belo Horizonte:
Autênti ca, 2012. (Coleção Práti cas Docentes, 4).
KUPPER, Agnaldo. 360º sociologia: diálogos
comparti lhados. 1. ed. São Paulo: FTD, 2015.
O LIVRO DA FILOSOFIA. Trad. de Douglas Kim. São
Paulo: Globo, 2011.
O LIVRO DA SOCIOLOGIA. Trad. de Rafael Longo. São
Paulo: Globo, 2015.
SITES PESQUISADOS
h� ps://mises.org.br/Arti cle.aspx?id=1255
https://camilo.medium.com/o-elogio-do-ocio-de-
bertrand-russell-3e15dd3da31c
h� ps://www.citador.pt/textos/o-elogio-do-trabalho-
bertrand-russell
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/128023/CADERNO%20
INTERATIVO%204.pdfhttps://crimideia.com.br/
blog/?p=734h� ps://www.mds.gov.br/webarquivos/
publicacao/ Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/Agenda2030.
pdf
COMPONENTE CURRICULAR -
GEOGRAFIA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13CHS401)Identi fi car e analisar as relações en-
tre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas disti ntas diante das transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços
(urbanos e rurais) e contextos.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS401A) Entender o trabalho como ati vi-
dade humana indispensável à produção dos meios
sociais de subsistência diferenciando emprego e tra-
balho para perceber como as relações e condições de
trabalho se diferenciam entre países e regiões (países
ricos e pobres, campo e cidade, sociedades tradicio-
nais e sociedade industrializada).
OBJETIVO DE CONHECIMENTO
Modo de Produção Feudal, Processo histórico de for-
mação do Capitalismo. Setor secundário: os setores
econômicos – artesanato-manufatura-maquinofatura.
O Módulo 1 tem como referência parte da Bimestra-
lização do 3º Bimestre do Documento Curricular para
Goiás - Etapa Ensino Médio. Destacamos o desenvolvi-
mento de situações de aprendizagem vinculadas com
a competência específi ca 4 da área de Ciências Huma-
nas e Sociais Aplicadas. Em síntese, analisaremos as
característi cas históricas, sociológicas, geográfi cas e
fi losófi cas do desenvolvimento do Capitalismo a parti r
da dissolução do modo de produção feudal. Tentamos
integrar em maior ou menor grau todos os 4 com-
ponentes curriculares dessa área do conhecimento.
Separamos o módulo em momentos de aprendiza-
gem.
TEXTO I - Processo Histórico de Formação do Setor
Secundário
Para iniciar os estudos sobre a indústria e suas
transformações no espaço mundial, começaremos en-
tendendo o processo histórico que gerou a indústria.
Indústria é o lugar onde acontece a transformação
da matéria-prima em uma mercadoria. Nesse proces-
so produti vo e econômico, temos três setores:
• primário – onde a matéria-prima é explorada
ou produzida, sofrendo suas primeiras trans-
formações;
• secundário – é o lugar onde a matéria-prima é
transformada em mercadoria;
• terciário – onde a mercadoria é ofertada ao
consumidor.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
199
Veja no quadro, a seguir, os setores econômicos
e as ati vidades que compõem cada setor.
Setores Econômicos
Fonte: MATOS, Alejandro de Freitas P. Acesso em 27 maio
2022.
Infográfi co – processo histórico da formação da indústria
Origem do sistema capitalista
Fonte: Matos. Alejandro de Freitas P. Acesso em 27 maio
de 2022.
O processo de industrialização está associado di-
retamente ao sistema capitalista, sendo fundamen-
tal para caracterizar a segunda fase do capitalismo,
denominada de capitalismo industrial. A Revolução
Industrial possibilitou também que o capitalismo se
desenvolvesse e se tornasse o principal sistema eco-
nômico do mundo contemporâneo.
Revolução Industrial
Fonte: Matos. Alejandro de Freitas P. Acesso em 27 maio
de 2022.
Uma revolução se caracteriza pelas grandes mu-
danças promovidas na sociedade. A industrialização
causou impactos: políti cos (aos poucos as monarquias
foram dando espaço para as democracias); sociais (im-
pulsionou a urbanização, promoveu o êxodo rural ao
modernizar a produção e gerou empregos na zona
urbana); econômicos (o capitalismo substi tui o feuda-
lismo e o comércio, baseado na produção industrial,
torna-se o centro da economia mundial).
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
 Em grupo, faça a leitura do texto Processo Histórico
de Formação do Setor Secundário e socialize com
a turma os aspectos mais importantes sobre o
processo produti vo e econômico.
 A fi nalidade pedagógica da ati vidade é identi fi car e
analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes
sociais e sociedades.
1. Observe os mapas, a seguir, e responda às questões
A, B e C.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
200
Fonte: h� ps://www.coladaweb.com/wp-content/uplo-
ads/2015/10/setor-secundario.jpg. Acesso em: 09 maio
2022.
Fonte: h� ps://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/
2015/10/setor-secundario.jpg. Acesso em: 09 maio 2022
a) Localize o Brasil no mapa e responda: qual a por-
centagem da população brasileira ati va nos seto-
res secundário e primário?
b) Que conti nente apresenta a menor população ati -
va no setor secundário e a maior população ati va
no setor primário? Por que isso acontece?
c) Que conti nente apresenta a menor população ati -
va no setor secundário e a maior população ati va
no setor primário? Por que isso acontece?
Para você, que países apresentam uma balança
comercial mais favorável, aqueles cuja economia
tem maior parti cipação do setor primário ou do setor
secundário? Justi fi que a sua resposta.
2. Observe o gráfi co e responda às questões que
seguem.
Fonte: h� ps://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/ vK-
qY4HaMCFqEhuw6nau867BzPj9xFhv5qhnYgjRXAsmjzbWuwC4u-
7X3uuEJG/problemati zacao. Acesso em: 09 maio 2022.
a) No ano de 2015, qual era a porcentagem da popu-
lação brasileira empregada no setor secundário?
b) Qual era o setor da economia com maior percen-
tual de pessoas empregadas no ano de 2015?
3. Imagine que uma indústria de benefi ciamento
de produtos agrícolas irá se instalar na sua cidade e
responda às questões que seguem.
a) Cite algumas transformações que ela irá provocar
no espaço geográfi co da cidade.
b) Cite alguns impactos econômicos que irá provocar.
c) Cite pelo menos dois impactos ambientais que
a instalação dessa indústria poderá provocar no
meio ambiente da cidade.
d) Considerando os impactos e bene� cios que você
citou anteriormente, na sua opinião, a instalação
dessa indústria trará mais bene� cios ou impactos
negati vos para a cidade?
e) Faça um desenho representando as mudanças es-
paciais provocadas pela instalação dessa indústria
(antes e depois).
4. Pense no processo de transformação que uma
dada matéria-prima passa desde a sua explora-
ção até chegar ao consumidor fi nal.
Agora descreva o processo de produção de uma
folha de papel, desde a extração da matéria-prima
até chegar a você.
5. Sobre o processo de formação do setor secundário
mostrado no infográfi co 1, marque a alternati va que
indica o sistema de produção no qual o processo de
fabricação de produtos uti liza máquinas movidas a
fontes de energia não humana:

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
201
( ) artesanato
( ) manu fatura
( ) Maquinofatura
( ) indústria
TRABALHO RURAL E URBANO
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de
emprego, trabalho e renda em diferentes espaços,
escalas e tempos, associandos a processos de
estrati fi cação e desigualdade socioeconômica.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
(EM13CHS402) Pesquisar aspectos do trabalho
rural e urbano, comparando característi cas e dados,
através de textos, análises de mapas, gráfi cos e dados
esta� sti cos do IBGE para avaliar as relações de poder
estabelecidas nas diferentes ações de trabalho.
OBJETIVO DE CONHECIMENTO
Relação de trabalho no Feudalismo, Fundamentos
Históricos do capitalismo (Mercadoria e Preço),
Setores produti vos e as diferenças entre espaço rural
e urbano.
TEXTO I - Trabalho rural e urbano emprego urbano
e emprego rural
Dados IBGE De acordo com o Insti tuto Brasileiro de
Geografi a e Esta� sti ca (IBGE), em ati vidade econômica
trabalho pode ser defi nido como “exercício de ocupação
remunerada em dinheiro, mercadorias ou bene� cios”.
Para acompanhar a realidade do mercado de trabalho
no Brasil, o IBGE uti liza alguns conceitos, como:
• emprego;
• desemprego;
• formalidade e/ou informalidade da ocupação;
• salariamento;
• carteira de trabalho (trabalho com ou sem as-
sinatura da mesma).
Esses conceitos são uti lizados para o cálculo de
acompanhamento dos indicadores, como: taxa de ati -
vidade, ocupação, emprego e desemprego, formali-
dade e rendimento mensal do trabalhador brasileiro.
Em parte da história da humanidade a grande parte da
população era predominantemente rural e essa era a
ati vidade econômica de maior importância, concen-
trando a maior parte da força de trabalho, no entanto,
com a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX,
iniciada na Grã-Bretanha, essa realidade começa a
mudar, e a população urbana passa a apresentar um
aumento cada vez maior, sendo que esse processo
se deu primeiro nos países pioneiros do processo de
industrialização, como os países da Europa Ocidental,
EUA e Japão, e a parti r do fi nal da Segunda Guer-
ra Mundial, com o processo de instalação de fi liais
de empresas transnacionais em diversos países que
até então ti nham nas ati vidades do setor primário
(agricultura, pecuária e extração mineral) a base de
suas economias, como Brasil, Argenti na e México na
América Lati na, África do Sul no conti nente africano
e Índia na Ásia, esses países conhecem um proces-
so diminuição da necessidade de mão de obra rural,
devido à mecanização e de intenso êxodo rural com
intensa urbanização, e em muitos casos as cidades não
ti nham (e ainda não têm) condições de gerar emprego
para toda essa população.
Com o advento da industrialização o espaço rural
também passou por um processo de modernização
(mecanização das ati vidades agrícolas, uso de tecno-
logias diversas, como biotecnologia, melhoramento
genéti co, dados meteorológicos, GPS etc.), os espaços
urbano e rural apresentam-se cada vez mais interliga-
dos entre si, bem como as ati vidades desenvolvidas
nele, a cidade depende do campo, mas este também
depende da cidade, tanto para fornecer as tecnolo-
gias que este uti liza quanto para consumir a produção
deste e vice-versa, as cidades dependem do campo,
tanto para fornecer matérias-primas quanto outros
produtos que esta não produz, quanto para consumir
tecnologias voltadas para ele.
Imagem de Tabelas do Insti tuto Mauro Borges.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
202
A Nova Agenda Urbana aponta que, até 2050, a
população urbana do mundo irá prati camente dobrar,
tornando a urbanização uma das tendências mais
transformadoras do século XXI.
No Brasil, segundo dados do IBGE no ano de 2015,
mais de 84% da população brasileira vivia nas áre-
as urbanas e aproximadamente 15% na zona rural,
sendo a região Sudeste a mais urbanizada com mais
de 93% da população vivendo em cidades e a região
Nordeste a região com maior população rural, cerca
de 26%, como pode ser observado nos dados abai-
xo. Isso como já visto anteriormente, foi resultado de
um processo de industrialização tardia no país, que
resultou numa intensa migração das áreas rurais em
direção às zonas urbanas, processo conhecido como
êxodo rural, devido a mecanização do campo e mo-
dernização da ati vidade agrícola.
Fonte: h� ps://educa.ibge.gov.br/images/educa/jovens/
populacao/2018_03_26_jovens-populacao-urbana.jpg.
De acordo com o Insti tuto Mauro Borges
2
, o estado
de Goiás foi favorecido pelo fortalecimento do setor
industrial e a integração ao setor agropecuário, o que
aliado às políti cas macroeconômicas que ampliaram
o mercado consumidor interno brasileiro, permiti ndo
sua consolidação como fornecedor de produtos para
atender esse mercado, são fatores que propiciaram ao
estado ser um dos principais geradores de empregos
formais entre as unidades da Federação.
Essa realidade se refl ete nos indicadores de tra-
balho urbano e rural, como mostram os dados das
tabelas a seguir.
Fonte: h� ps://www.imb.go.gov.br/fi les/docs/publicacoes/
goias-em-dados/godados2017.pdf. Acesso em: 10 maio
2022.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
 Leitura coleti va do texto em formato de roda de
conversa.
 Responder às perguntas que seguem em seu
caderno.
 A intencionalidade pedagógica é que o estudante
saiba inferir e interpretar o tema ou assunto de
um texto.
1. O surgimento da ati vidade industrial provocou
profundas transformações tanto nas paisagens das
cidades quanto do campo devido ao êxodo rural
provocado entre outros fatores pela modernização
e mecanização da ati vidade rural. Cite algumas
mudanças ocorridas no mundo do trabalho rural em
razão desse processo.
2. De acordo com o IBGE, o que é trabalho?
3. Você mora na zona urbana ou rural? Quais os
principais ti pos de trabalho existem no local onde
você mora?
4. Observe a tabela que apresenta o número de
empregos formais em Goiás e no Brasil e preencha o
quadro que segue com os dados informados.
Total de
empregados
no setor
primário
Total de
empregados
no setor
secundário
Total de
empregados
no setor
terciário
Goiás
(2016)
Brasil
(2016)
Agora responda:
a) qual setor da economia emprega mais pessoas
em Goiás?
b) Qual setor da economia emprega mais pessoas
no Brasil?
5. Por que mesmo sendo uma das principais
ati vidades econômicas do Brasil o número de
empregos formais na agropecuária é menor do
que em outras ati vidades?

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
203
REFERÊNCIAS
Links pesquisados h� ps://seriesestati sti cas.ibge.gov.br/
series.aspx?t=situa cao-rural-urbana-periodo-referência-
366&vcodigo=PD374. h� ps://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/ liv100643.pdf.
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/
populacao/18313-populacao-rural-e-urbana.html.
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
E AS TRANSFORMAÇÕES NO
MERCADO DE TRABALHO
TEXTO I - O processo de industrialização e as
transformações no mercado de trabalho
Fatores locacionais da indústria
• Capital/ Lucro
• Matéria-prima
• Energia
• Mercado consumidor
• Mão de obra (barata e qualifi cada)
• Logísti ca (transporte, armazenamento e comuni-
cação)
• Incenti vo fi scal
Fatores locacionais: são os principais elementos
a serem pensados ao selecionar uma localidade para
a instalação de uma empresa.
Os fatores locacionais se apresentam de maneiras
diferentes e com graus de importância relati vos como
podemos observar no quadro a seguir.
Fonte: MATOS, Alejandro de Freitas P. Acesso em 27 maio 2022.
Fatores locacionais
O setor secundário é atualmente muito diver-
sifi cado. Podemos comprovar essa diversidade ao
tentarmos classifi car as indústrias, são inúmeras as
possibilidades. A seguir selecionamos algumas das
formas de classifi cação da indústria, observe:
Infográfi co – Tipos de indústria
Fonte: MATOS, Alejandro de Freitas P. Acesso em 27 maio 2022.
A forma mais usual de classifi cação da indústria é
segundo a produção de bens, temos então as indús-
trias de produção:
• de bens de base ou pesada fabricam produtos
semiacabados uti lizados, como matérias-pri-
mas por outros setores industriais, são também
chamadas de indústrias pesadas;
• de bens de capital ou intermediária ou de capi-
tal – são responsáveis por equipar as indústrias
em geral;
• de bens de consumo ou leve – também chama-
das de indústrias leves e produzem direto ao
mercado consumidor. São subdivididas em:

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
204
 bens de consumo duráveis – mais de 1 ano
(móveis, imóveis, automóveis...);
 bens de consumo semiduráveis – de seis
meses a um ano (eletrônicos...);
 bens de consumo não duráveis – consumo
imediato até seis meses (roupas, alimentos
e medicamentos).no Brasil?
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
 Leitura coleti va do texto em formato roda de
conversa.
 Responda às perguntas a seguir em seu caderno.
 A intencionalidade pedagógica é que o estudante
saiba inferir e interpretar o tema ou assunto de
um texto.
1. O que é indústria? Como as indústrias são mais
comumente classifi cadas?
2. O que são fatores locacionais? Eles têm o mesmo
peso para todo ti po de indústria? Justi fi que.
3. O que é um parque tecnológico? Apresente os
fatores locacionais mais importantes para explicar seu
desenvolvimento num determinado lugar do território
de um país.
4. Como se diferencia a mão de obra empregada nas
indústrias da primeira Revolução industrial para a mão
de obra empregada na terceira Revolução industrial?
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Cândido G. (1988) - O Processo de Traba-
lho na Indústria Siderúrgica. Uma Tentati va de Carac-
terização Geral. Anais do Seminário Interdisciplinar
Padrões Tecnológicos e Políti cas de Gestão: Proces-
sos de Trabalho nas Indústrias Brasileiras. USP/ FEA/
UNICAMP.São Paulo.
FIORI, José (1990) - Sonhos Prussianos, Crisis Brasi-
leiras. Leitura Políti ca de uma Industrialização Tardia.
Ensaios Fee. Porto Alegre.
HALL, Anthony (1991) - Amazônia: Desenvolvimen-
to Para Quem? Desmaramento e Confl ito Social no
Programa Grande Carajás. Zahar Ed. Rio de Janeiro.
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
HABILIDADES ESPECÍFICA
(EM13CHS401) Identi fi car e analisar as relações entre
sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas disti ntas diante das Transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços
(urbanos e rurais) e contextos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS401A) Entender o trabalho como ati vidade
humana indispensável à produção dos meios sociais de
subsistência diferenciando emprego e trabalho para
perceber como as relações e condições de trabalho
se diferenciam entre países e regiões (países ricos e
pobres, campo e cidade, sociedades tradicionais e
sociedade industrializada).
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Modo de Produção Feudal, Processo histórico de
formação do Capitalismo.
SOCIEDADE, ECONOMIA E CLASSES SOCIAIS
FRAGMENTO PARA ANÁLISE DO CONTEXTO.
“Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando
por todas as partes ossadas humanas, trapos e
bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam
ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde
Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá os
cristãos ti nham sido surpreendidos pelos muçulmanos,
mesmo quando os sacerdotes celebravam o sacri� cio
da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os
que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas,
perseguidos até os altares, ti nham sido levados para
a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A
multi dão dos cristãos, massacrada naquele lugar,
ti nha fi cado sem sepultura.”
MICHAUD, F. História das cruzadas. São Paulo: Editora das
Américas, 1956 (com adaptações).
“Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de
Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj* se
apossaram da Cidade Santa, após um síti o de 40 dias.
Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso;
seu olhar se esfria como se eles ainda ti vessem diante
dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de
armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante,
desembainhado, degolando homens, mulheres e
crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas.
*franj = cruzados.”
Fonte: MAALOUF, Amin. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2. ed.
São Paulo: Brasiliense, 1989 (com adaptações).

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
205
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01- (UFPI) As cruzadas infl uíram decisivamente na
história da Europa na Baixa Idade Média. A mais
signifi cati va de suas consequências foi:
a) a reunifi cação das Igrejas Católica e Ortodoxa,
separadas em 1054 pelo Cismo do Oriente.
b) um novo Cisma no cristi anismo com o início da
Reforma protestante no século XVI.
c) a conquista dos lugares sagrados do cristi anismo
situados na Ásia Ocidental.
d) a “reabertura” do Mediterrâneo, que,
possibilitando a reati vação dos contratos entre
Ocidente e Oriente, intensifi cou o renascimento
comercial e urbano na Europa.
e) o declínio do comércio, o desaparecimento da vida
urbana e a descentralização políti ca no ocidente
da Europa.
02- (UFPA) O movimento das cruzadas foi essencial
para o quadro das transformações por que a Europa
passaria nos processos fi nais da Idade Média. Defi nida
essa questão, é possível assegurar-se em relação ao
movimento cruzadista que:
a) os efeitos imediatos das cruzadas sobre a vida
europeia foram de natureza políti ca, já que
contribuíram para abalar sensivelmente o poder
absoluto dos monarcas europeus.
b) em termos jurídicos, as cruzadas contribuíram
para modifi car o sistema da propriedade no
feudalismo, já que difundiram o começo da
propriedade dominante no Extremo Oriente.
c) os seus resultados abalaram seriamente o pres� gio
do papado, provocando, inclusive, a separação
entre a Igreja de Roma e a de Constanti nopla,
fato de implicações negati vas para a autoridade
clerical.
d) os efeitos sociais das cruzadas fi zeram-se senti r
principalmente sobre as relações de trabalho,
já que os cruzados, ao retornarem do Oriente,
defendiam a substi tuição da servidão pelo
trabalho livre.
e) as exigências das expedições contribuíram
decisivamente para o recuo da dominação árabe
no Mediterrâneo, abrindo os espaços para que as
suas águas viessem a sustentar, mais tarde, parte
das grandes rotas do comércio europeu.
03- “Os promotores das cruzadas e os cruzados haviam
se colocado, pelo menos, três objeti vos: a conquista
da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizanti nos e
a união da cristandade contra os infi éis. Mas nenhum
desses objeti vos havia sido alcançado plenamente.
Nas palavras de um importante historiador da Idade
Média, ‘Se os cruzados são os grandes perdedores da
expansão cristã, os grandes ganhadores foram, em
defi niti vo, os comerciantes’.”
Citado em LE GOFF, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid: Siglo
XXI, 1985.
04- Nesse afã de conquistar as rotas comerciais do
Mediterrâneo, os venezianos conseguiram fundar
o Reino Lati no de Constanti nopla, após saquearem
a cidade bizanti na. Em qual das cruzadas realizadas
pelos europeus ocorreu esse fato?
a) Quarta Cruzada (1202-1204)
b) Séti ma Cruzada (1250)
c) Terceira Cruzada (1189-1192)
d) Primeira Cruzada (1096-1099)
e) Quinta Cruzada (1218-1221)
05- (UNIVESP) No mundo islâmico medieval, se
manti nham numerosos elementos não muçulmanos
na população e, dentre eles, judeus e cristãos se
benefi ciavam de um estatuto parti cular: “povos da
Bíblia”. Eram considerados como sendo crentes do
mesmo deus, ainda que lhes faltasse a revelação
suprema e derradeira, a de Maomé.
(George Tate. O Oriente das Cruzadas. Rio de Janeiro: Objeti va,
2008. Adaptado)
O trecho apresenta uma característi ca fundamental
do mundo árabe islâmico no contexto da expansão
muçulmana, corretamente identi fi cada como
(A) Obscuranti smo dogmáti co.
(B) Preconceito racial.
(C) Comportamento xenofóbico.
(D) Intolerância religiosa.
(E) Coexistência com a diferença.
FEUDALISMO
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CHS401) Identi fi car e analisar as relações entre
sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas disti ntas diante das Transformações técnicas,
tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços
(urbanos e rurais) e contextos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS401A) Entender o trabalho como ati vidade
humana indispensável à produção dos meios sociais de
subsistência diferenciando emprego e trabalho para
perceber como as relações e condições de trabalho
se diferenciam entre países e regiões (países ricos e
pobres, campo e cidade, sociedades tradicionais e
sociedade industrializada).

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
206
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Modo de Produção Feudal, Processo histórico de
formação do Capitalismo.
AULA COM RECURSOS AUDIOVISUAIS
Fonte: Disponível em h� ps://cu� .ly/wG0nPTy. Acesso em: 06
mai. 2022.
TEXTO I
Foi de forma mais ampla que Marc Bloch
sensível para os seus próprios contemporâneos.
tratou a Sociedade Feudal em sua obra, hoje já um
clássico dos estudos medievais(1987)3 .A ‘sociedade
feudal’ corresponderia aqui àquilo que poderíamos
tratar como um “sistema de civilização”4 – no caso
correspondente a um amplo território dentro do
Ocidente Cristão da Idade Média central(séculos
XI-XIV) que esteve associado a um determinado
modo de vida, a um imaginário comum, a certas
alternati vas religiosas e a determinadas práti cas
comuns, que incluem o próprio “feudalismo”
enquanto um subsistema socioeconômico específi co.
Este ‘mundo feudal’ abrangia territórios e nações
bem diferenciados, e só pode ser sati sfatoriamente
delineado a parti r de uma série de fatores inter-
relacionados. É ainda o próprio Marc Bloch quem
recupera a evolução das palavras relacionadas a
‘feudalismo’.
Até o início do século XVIII, ‘feudal’ - palavra que
na sua forma lati na remontava à própria Idade Média
- conservava um valor estritamente jurídico. O feudo
era um “modo de posse de bens reais”, e ‘feudal’
relacionava-se não apenas ao feudo propriamente dito
como também aos encargos próprios deste ti po de
posse. Em determinado momento – que Bloch localiza
mais especifi camente nas Le� res Historiques sur les
Parlements de Boulanvilliers (1727) – o senti do destes
vocábulos parece alargarse para passar a designar um
“estado de civilização” (BLOCH, 1987, p.11).
Logo depois, Montesquieu, e mais tarde a
‘Assembleia Nacional da Revolução Francesa (agosto
de 1789), consolidam a referência de ‘feudal’ a
um regime social que acabava de ser superado.
De maneira bastante arguta, Marc Bloch observa
que tanto Boulanvilliers como Montesquieu eram
contemporâneos da Monarquia Absoluta, e que por
isto o uso da expressão ‘feudal’ como um ‘regime
social’ específi co esteve associado, a princípio, àquilo
que mais impressionara aqueles autores na Sociedade
Medieval: a ‘fragmentação da soberania’ entre uma
multi dão de senhores (BLOCH, 1987, p.12). Desta
forma, aquela expressão em cujo uso predominava o
aspecto jurídico, passa a incorporar agora claramente
um conteúdo políti co. Com isto, passam a se enfati zar
como característi cas mais importantes vinculadas
ao âmbito feudal os vários aspectos relati vos à
fragmentação medieval da soberania – inclusive
todo um conjunto de relações entre os homens
pertencentes às classes dominantes, e que consti tuem
as chamadas práti cas e insti tuições ‘feudo-vassálicas’.
O ‘modo de produção feudal’ incluía, desta
forma, tanto um sistema senhorial de exploração
econômico-social, como o conjunto de mecanismos
feudo-vassálicos através do qual se organizava e se
hierarquizava a parcelarização do poder. A própria
realeza, situada no ápice da pirâmide feudal, seria
um elemento a mais deste complexo sistema
econômico-social. Cumpre notar que a ideia de ‘modo
de produção’ pressupõe uma superestrutura na qual
se situam, entre outros, os mecanismos ideológicos
que dão suporte à exploração social. Desta forma,
o papel da Igreja e da organização clerical pode ser
considerado como parte integrante do sistema global.
Fonte: Disponível em: fi le:///C:/Users/pedro.ivo/Downloads/
Cidade_Medieval_e_Feudalismo_-_um_balano_da_questo._
Publicati o_UEPG_2008.pdf. Acesso em 02 jun. 2023.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01 – (Fatec-SP) – Uma das característi cas a ser
reconhecida no feudalismo europeu é:
a) A sociedade feudal era semelhante ao sistema de
castas.
b) Os ideais de honra e fi delidade vieram das
insti tuições dos hunos.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
207
c) Vilões e servos estavam presos a várias obrigações,
entre elas, o pagamento anual de capitação, talha
e banalidades.
d) A economia do feudo era dinâmica, estando
voltada para o comércio dos feudos vizinhos.
e) As relações de produção eram escravocratas.
02- (Fuvest 2012) A palavra “feudalismo” carrega
consigo vários senti dos. Dentre eles, podem-se
apontar aqueles ligados a
a) sociedades marcadas por dependências mútuas
e assimétricas entre senhores e vassalos.
b) relações de parentesco determinadas pelo local
de nascimento, sobretudo quando urbano.
c) regimes inteiramente dominados pela fé religiosa,
seja ela cristã ou muçulmana.
d) altas concentrações fundiárias e capitalistas.
e) formas de economias de subsistência pré-
agrícolas.
03- Sobre a sociedade feudal é correto afi rmar que:
(A) Ela era justa, pois todos possuíam os mesmo
direitos e deveres.
(B) Ela era dinâmica, pois era muito fácil uma pessoa
passar de uma camada para outra superior.
(C) A maior parte da sociedade era composta por
nobres (reis, senhores feudais, cavaleiros).
(D) Ela era hierarquizada e com pouca mobilidade
social. Havia os que trabalhavam (servos
camponeses), os que oravam (clero) e os que
guerreavam (nobreza)
(E) Sociedade com característi cas capitalistas.
04- As principais característi cas do feudalismo eram:
(A) Sociedade de ordens, economia levemente
industrial, unifi cação políti ca e mentalidade
impregnada pela religiosidade.
(B) Sociedade estamental, economia ti picamente
artesanal, organização políti ca descentralizada
e mentalidade marcada pela ausência do
cristi anismo.
(C) Sociedade de ordens, economia terciária e
competi ti va, centralização políti ca e mentalidade
hedonista.
(D) Sociedade de ordens, economia agrária e
autossufi ciente, fragmentação políti ca e
mentalidade fortemente infl uenciada pela
religiosidade.
(E Sociedade estamental, economia voltada para
o mercado externo, fragmentação políti ca e
ausência de mentalidade religiosa.
MUNDO DO TRABALHO E AS TRANSIÇÕES
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de
emprego, trabalho e renda em diferentes espaços,
escalas e tempos, associando-os a processos de
estrati fi cação e desigualdade socioeconômica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS402B) Diferenciar as formas de
produção em série, linha de montagem e de
produtos mais homogêneos, relacionando estes
com o desenvolvimento tecnológico, as mudanças
no mundo do trabalho e o avanço da globalização
para problemati zar essas questões em seu coti diano.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Inglaterra do século XVI e Revolução industrial.
AULA COM RECURSOS AUDIOVISUAIS
Fonte: Disponível em h� ps://cu� .ly/6G6M6TQ. Acesso em: 09
mai. 2022.
FRAGMENTO PARA ANÁLISE DO CONTEXTO I
Durante grande parte do século XVI, a burguesia
inglesa esteve bem arti culada com os nobres e os
reis pertencentes à dinasti a Tudor (Henrique VIII e
sua fi lha Elizabeth), que consolidaram a Reforma
Anglicana. A reforma religiosa de Henrique VIII
proporcionou grandes bene� cios fi nanceiros tanto
para nobres quanto para burgueses da Inglaterra.
Isso porque teve início o processo de conversão das

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
208
anti gas terras feudais, de domínio da Igreja Católica,
em propriedades privadas, o que possibilitou a
formação dos cercamentos e dos arrendamentos
que foram vendidos aos burgueses que pretendiam
explorar minas de carvão ou prati car alguma ati vidade
agrícola.
Além disso, a ruptura com a Igreja Católica (que
não era apenas uma insti tuição com poder espiritual,
mas detentora de um poder políti co conti nental, ao
qual boa parte das Coroas europeias estava ligada)
dispensou a Inglaterra de pagar tributos para Roma,
bem como colocou a marinha inglesa em fl agrante
rivalidade com os navios dos países católicos,
sobretudo com os espanhóis. Muitos piratas ingleses,
conhecidos como “lobos do mar”, atacavam navios
espanhóis e levavam sua mercadoria (na maior parte
das vezes, metais preciosos) para Inglaterra, o que
contribuía para o aquecimento do mercado interno
do país.
Como se vê, as principais ações políti cas dos Tudor
acabaram proporcionando uma grande ascensão
da burguesia, de modo que no fi m do século, na
década de 1590, os burgueses já ti nham grande
força representati va na chamada Câmara dos Comuns
(uma das câmaras do Parlamento Inglês, que ti nha
como oposição a Câmara dos Lordes, isto é, dos
nobres apoiadores da Coroa). O problema é que essa
força adquirida pela burguesia estava associada ao
puritanismo (o calvinismo inglês), que era a religião
que mais atraía a burguesia e que dava suporte
ideológico para o radicalismo políti co anti absoluti sta.
Somou-se a isso o fato de que os nobres e a Coroa
viam-se ameaçados pela capacidade da burguesia
puritana de acumular riquezas. Enquanto a renda da
burguesia era oriunda do trabalho e de investi mentos
fi nanceiros, a renda dos nobres advinha de privilégios
hereditários, da cobrança de impostos e da formação
de monopólios estatais ao modo mercanti lista. Os
monarcas que sucederam aos Tudor, isto é, os Stuart,
perceberam que, se não freassem a burguesia no
campo políti co, a estrutura monárquica estaria fadada
à ruína.
Os burgueses puritanos prepararam-se para um
enfrentamento total contra o rei e a nobreza. Um líder
radical puritano chamado Oliver Cromwell organizou
um exército burguês conhecido como exército dos
“Cabeças redondas” por se recusarem a usar as
perucas dos nobres. Esse exército defl agrou guerra
contra a Coroa, que foi defendida pelos “Cavaleiros”,
isto é, o exército tradicional da nobreza. Teve assim
início a Revolução Puritana, ou Guerra Civil Inglesa.
Disponível em h� ps://cu� .ly/FHfSHFB Acesso em 09 mai 2022
FRAGMENTO PARA ANÁLISE DO CONTEXTO II
Mo vimentos operários 1. LUDISMO Por conviverem
com tantas adversidades, os trabalhadores chegaram
à conclusão que precisavam começar a lutar por seus
direitos. O LUDISMO estourou em 1811 e foi uma das
primeiras revoltas dos operários que eram contra os
avanços tecnológicos que substi tuíam homens por
máquinas. O nome do movimento deriva de um de
seus líderes, Ned Ludd. Movimentos como o LUDISMO,
eram revoltas em que os trabalhadores invadiam as
fábricas e destruíam as máquinas, fi cando conhecidos
como quebradores de máquinas. Existi am esquadrões
ludistas que andavam armados com martelos, pistolas,
lanças e, durante a noite, andavam de um distrito ao
outro, destruindo tudo o que encontravam. Muitos
manifestantes foram condenados à prisão, à morte,
à deportação e até à forca. O LUDISMO durou alguns
anos, mas, aos poucos, os manifestantes constataram
que não era contra as máquinas que deveriam agir, e
sim, contra o uso que os proprietários faziam delas,
explorando ainda mais a mão de obra dos operários.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01- Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na
Inglaterra do século XVIII, é correto afi rmar que ela:
a) foi adotada não somente para promover maior
efi cácia da produção, como também para
realizar a dominação capitalista, à medida que as
máquinas submeteram os trabalhadores a formas
autoritárias de disciplina e a uma determinada
hierarquia.
b) ocorreu graças ao investi mento em pesquisa
tecnológica de ponta, feito pelos industriais que
parti ciparam da Revolução Industrial.
c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas
universidades.
d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários
esti mulavam os operários a desenvolver novas
tecnologias.
e) foi única e exclusivamente o produto da
genialidade de algumas gerações de inventores,
tendo sido adotada pelos industriais que estavam
interessados em aumentar a produção e, por
conseguinte, os lucros.
02- Movimento de trabalhadores que se uniram e
revoltaram-se contra as máquinas no princípio da
Revolução Industrial. Sua ação consisti a em invadir
uma indústria têxti l e promover a destruição das
máquinas que produziam as mercadorias”. Adaptado
www.historiadomundo.com.br. Consulta 16.06.2020

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
209
O trecho acima descreve o movimento:
a) socialista
b) comunista
c) anarquista
d) ludista
e) marxismo
03- O acúmulo de capitais, a modernização da
agricultura, a disponibilidade de mão de obra e de
recursos naturais e a força do puritanismo ajudam a
explicar o pioneirismo da __________ na Revolução
Industrial.
BOULOS Jr, p.421
Das opções abaixo listadas, o país que melhor
preenche o espaço acima é:
a) Alemanha
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
e) Espanha
04- (PUC-Campinas) O novo processo de produção
introduzido com a Revolução Industrial, no século
XVIII, caracterizou-se pela:
a) implantação da indústria domésti ca rural em
substi tuição às ofi cinas.
b) realização da produção em grandes unidades
fabris e intensa divisão do trabalho.
c) mecanização da produção agrícola e consequente
fi xação do homem à terra.
d) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos
que conseguiam fi nanciamento para isso.
e) preocupação em aumentar a produção,
respeitando-se o limite da força � sica do
trabalhador.
MUNDO DO TRABALHO E SOCIEDADE
HABILIDADES DA ESPECÍFICA
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de
emprego, trabalho e renda em diferentes espaços,
escalas e tempos, associando-os a processos de
estrati fi cação e desigualdade socioeconômica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
(GO-EMCHS402C) Analisar a concentração de renda
como um dos principais fatores de manutenção da
desigualdade social no Brasil, comparando indicadores
de insti tuições ofi ciais para posicionar-se diante desta
realidade.
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Transição Feudalismo para o Capitalismo, O setor
secundário, a sociedade de consumo e a produção
de desigualdades sociais.
DICA DE FILME:
AULA COM RECURSOS AUDIOVISUAIS
Fonte: Disponível em h� ps://cu� .ly/sbnzRUf . Acesso em: 10
mai. 2022.
A restauração monárquica A volta dos Stuarts ao
trono inglês foi possível graças aos acordos realizados
entre o parlamento e o monarca, que garanti u a
redução dos poderes reais e o respeito às decisões e
poderes do próprio parlamento inglês. Carlos II fi cou
no trono inglês até 1685, mantendo uma relação de
constante tensão com o parlamento e com fortes
tendências absoluti stas. A principal questão de Carlos
II era seu posicionamento quanto ao catolicismo,
tendo se casado inclusive com Catarina de Portugal,
uma princesa católica.
Essa aproximação do rei a fi guras católicas e a
suspeita de seu irmão, Jaime II, também ser católico
não era bem vista pelo parlamento e pela burguesia
protestante de uma forma geral. Em 1673 Carlos II
ainda tentou aprovar a Declaração de Indulgência,
permiti ndo a liberdade religiosa aos católicos, mas
foi recusada pelo parlamento, gerando ainda mais
tensões. A crise se intensifi cou com as disputas
entre os parti dos Whig (liberal) e Tory (conservador),
levando Carlos I a dissolver o parlamento em 1681 e
a retomar o absoluti smo, governando sozinho, até
sua morte em 1685. Como não deixou herdeiros, seu
irmão, o Duque de York, assume o trono como Jaime
II, aprofundando as tensões com o parlamento.
A Revolução Gloriosa: Ao assumir o trono, Jaime
II manteve as políti cas pró-catolicismo de Carlos II,
no entanto, se mostrou muito mais autoritário que o

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
210
irmão, oprimindo revoltas, ignorando o parlamento
e atacando puritanos. A postura de Jaime II como
monarca inicialmente foi negligenciada, pois os
grupos liberais acreditavam que seu governo logo
teria fi m, sendo sucedido por sua fi lha protestante
e pelo príncipe Guilherme de Orange. No entanto, o
nascimento de um novo fi lho, saudável e possivelmente
herdeiro direto do trono, desequilibrou a situação,
intensifi cando a luta das camadas liberais contra o
absoluti smo de Jaime II. Assim, a deposição de Jaime
II na chamada Revolução Gloriosa começou com uma
manobra do próprio parlamento que, conspirando
com o príncipe Guilherme de Orange reuniu um
exército anglo-holandês para depor Jaime II.
A revolução foi chamada de gloriosa porque, apesar
da presença de soldados, não houve derramamento
de sangue, visto que as tropas de Jaime II deserdaram,
abandonando o rei a própria sorte e sendo deposto
sem resistência. Assim, o holandês Guilherme de
Orange e sua esposa Maria Stuart, fi lha de Jaime II,
assumiram o trono em 1689 e assinaram a “Declaração
dos Direitos” (Bill of Rights), transferindo o poder do
governo para o próprio parlamento e encerrando,
defi niti vamente, o absoluti smo na Inglaterra.
Disponível em: h� ps://d3uyk7qgi7fgpo.cloudfront.net/lms/
modules/materials/VOD-A%20revolu%C3%A7%C3%A3o%20
gloriosa-2019-e3a15d9bfeb4d6b349efa97996461bf0.pdf. Acesso
em 02 jun.
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
01- O “Bill of Rights” (Declaração de Direitos) resultou
de um processo histórico que apresentou importantes
desdobramentos políti cos na Inglaterra do século XVII
e que se caracterizou:
a) pelo confl ito políti co-militar que opôs a burguesia
manufatureira à nobreza de cercamentos
b) pela consolidação de uma república social que
estendeu aos “niveladores” e “cavadores” os
privilégios da aristocracia proprietária.
c) pelo confronto entre o absoluti smo da dinasti a
Stuart e as ideias do Parlamento, concluído com
a execução de Henrique VIII.
d) pela aproximação econômica entre a burguesia
comercial-manufatureira e a nobreza dos
cercamentos confi gurada na Revolução Gloriosa.
e) pelo avanço dos setores católicos na economia
industrial, em detrimento dos puritanos,
mantenedores da ordem feudal.
02- A Revolução Gloriosa foi muito importante para
a Europa do século XVII porque:
a) inaugurou a monarquia absoluti sta e o fechamento
do Parlamento inglês.
b) determinou o predomínio do Parlamento ao
reduzir os poderes do rei.
c) o Papa se tornou o chefe soberano da monarquia
inglesa.
d) houve a formação de reinos por meio da
descentralização do poder.”
e) capitalismo e feudalismo.
03- Leia o trecho abaixo e responda:
A Revolução determinou o fi m da monarquia absoluti sta
na Inglaterra e o predomínio do Parlamento. A Europa
assisti a à formação de uma monarquia consti tucional,
ou seja, o rei poderia permanecer no trono, mas
com poderes reduzidos. Outra consequência dessa
revolução foi o fortalecimento da burguesia no poder
inglês. Com a Revolução Gloriosa, os burgueses
dispensaram o apoio real, ao contrário do que se viu
na transição da Idade Média para a Idade Moderna,
ocorrida 200 anos antes, quando a burguesia apoiou
a formação dos Estados nacionais na Europa e o poder
dos reis.”
HIGA, Carlos César. “Revolução Gloriosa”; Brasil Escola. Disponível
em:h� ps://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-gloriosa.
htm. Acesso em 02 de junho de 2023.
O trecho acima destaca
(A) Revolução Francesa.
(B) Revolução Industrial.
(C) Revolução Gloriosa.
(D) Revolução cubana.
(E) Revolução Alemã.
MOMENTO ENEM
01- (Enem -2021- adaptada) Leia os textos a seguir.
TEXTO I
Macaulay enfati zou o glorioso acontecimento
representado pela luta do Parlamento contra Carlos I
em prol da liberdade políti ca e religiosa do povo inglês;
signifi cou o primeiro confronto entre a liberdade e a
ti rania real, primeiro combate em favor do Iluminismo
e do Liberalismo.
ARRUDA, J. J. A. Perspecti vas da Revolução Inglesa. Rev. Bras.
Hist., n. 7, 1984 (adaptado).
TEXTO II
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi
causada pela ruptura da velha sociedade, e não pelos
desejos da velha burguesia. Na década de 1640,
camponeses se revoltaram contra os cercamentos,
tecelões contra a miséria resultante da depressão e
os crentes contra o Anti cristo a fi m de instalar o reino
de Cristo na Terra.
HILL, C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist., n. 7, 1984
(adaptado).

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
211
A concepção da Revolução Inglesa apresentada no
Texto II diferencia-se da do Texto I ao destacar a
existência de
(A) pluralidade das demandas sociais.
(B) homogeneidade das lutas religiosas.
(C) unicidade das abordagens históricas.
(D) superfi cialidade dos interesses políti cos.
(E) superioridade dos aspectos econômicos.
02- (ENEM-2018 ) Leia o texto a seguir.
A Segunda Revolução Industrial, no fi nal do século
XIX e início do século XX, nos EUA, período em que a
eletricidade passou gradati vamente a fazer parte do
coti diano das cidades e a alimentar os motores das
fábricas, caracterizou-se pela administração cien� fi ca
do trabalho e pela produção em série.
MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no
capitalismo: refl exões na interface da psicodinâmica do trabalho
e a sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.
De acordo com o texto, na primeira metade do
século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada
com a
(A) proliferação de pequenas e médias empresas,
qu e se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande
capital.
(B) técnica de produção fordista, que insti tuiu a
divisão e a hierarquização do trabalho, em que
cada trabalhador realizava apenas uma etapa do
processo produti vo.
(C) passagem do sistema de produção artesanal para
o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxti l desti nada ao
mercado interno.
(D) independência políti ca das nações colonizadas,
que permiti u igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e
os países industrializados.
(E) consti tuição de uma classe de assalariados, que
possuíam como fonte de subsistência a venda de
sua força de trabalho e que lutavam pela melhoria
das condições de trabalho nas fábricas.
03-(ENEM -2021)
Desde o século XII que a cristandade ocidental era
agitada pelo desafi o lançado pela cultura profana
— a dos romances de cavalaria, mas também a
cultura folclórica. dos camponeses e igualmente a
dos citadinos, de caráter mais jurídico — à cultura
eclesiásti ca, cujo veículo era o lati m. Francisco de Assis
veio alterar a situação, propondo aos seus ouvintes
uma mensagem acessível a todos e, simultaneamente,
enobrecendo a língua vulgar através do seu uso na
religião.
VAUCHEZ, A. A espiritualidade da Idade Média Ocidental, séc.
VIII-XIII. Lisboa: Estampa, 1995.
O comportamento desse religioso demonstra uma
preocupação com as característi cas assumidas pela
Igreja e com as desigualdades sociais comparti lhada
no seu tempo pelos (as)
(A) senhores feudais.
(B) movimentos heréti cos.
(C) integrantes das Cruzadas.
(D) corporações de o� cios.
(E) universidades medievais.
REFERÊNCIAS
Runciman, Steven (1952). A History of the Crusades,
Volume Two: The Kingdom of Jerusalem and the
Frankish East, 1100-1187. [S.l.]: Cambridge University.
Cole� e Beaune, Jeanne d’Arc, Paris, Perrin, 2004, p. 26-30.

Projeto
de Vida

PROJETO DE VIDA
214
PROJETO DE VIDA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Refletir sobre as
possibilidades de trajetórias realizadas na vida.
Compreender os efeitos das escolhas realizadas.
Pense em como você está modificando seus
projetos e sonhos...
Você tem feito escolhas que te levam
adiante no caminho para a realização desses
projetos e sonhos? Ou você tem adiado essas
escolhas?
A vida é feita de escolhas. Não escolher
também é uma
escolha. Hoje
nossa reflexão
será sobre o que
você está
colhendo de suas
escolhas.
Não sei se você,
algum dia,
também teve
medo ao se
deparar com
decisões
complexas que, várias vezes, precisa ser tomada na
solidão. Mas, se isso já aconteceu a você, bem-
vindo ao mundo real, porque não há ser humano
que não tenha passado por uma escolha crucial
sem estremecer nas bases.
Fazer escolhas é doloroso. Temos medo de
errar e sofrer, temos medo de optar pelo ruim e
desprezar o bom. Escolher, em resumo, é um misto
de arte, dor, superação e aprendizado. Tudo na
vida depende das escolhas que fazemos. Até
mesmo pequenas escolhas influenciam toda uma
vida. Você escolhe ser responsável, fiel, aceitar,
comprometer-se, mudar,
resistir ou não. Se
escolhermos corretamente,
seguramente conquistaremos
nossos objetivos.
ATIVIDADE 1 – “NOSSAS ESCOLHAS”
Observe a imagem abaixo.
Agora, pense, qual foi a primeira impressão ao
olhar a imagem anterior? Percebemos que há um
indivíduo parado ao centro e rodeado de opções de
caminhos. Logo, imaginamos que ele deva escolher
um dos caminhos para seguir. Em algum momento
da sua vida já esteve na situação apresentada nesta
imagem?
▪Já existiu um momento na vida de vocês quando
não sabiam por qual caminho seguir?
AS NOSSAS ESCOLHAS...
Como saber qual é a escolha certa, principalmente
em momentos críticos, onde tudo parece tão
difícil? Viver é uma sequência de escolhas, com
consequências favoráveis ou contrárias. As escolhas
de uma vida são de quem tem a responsabilidade
de tomá-las. Somos o produto de nossas escolhas.

PROJETO DE VIDA
215
PROJETO DE VIDA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Refletir sobre as
possibilidades de trajetórias realizadas na vida.
Compreender os efeitos das escolhas realizadas.
Pense em como você está modificando seus
projetos e sonhos...
Você tem feito escolhas que te levam
adiante no caminho para a realização desses
projetos e sonhos? Ou você tem adiado essas
escolhas?
A vida é feita de escolhas. Não escolher
também é uma
escolha. Hoje
nossa reflexão
será sobre o que
você está
colhendo de suas
escolhas.
Não sei se você,
algum dia,
também teve
medo ao se
deparar com
decisões
complexas que, várias vezes, precisa ser tomada na
solidão. Mas, se isso já aconteceu a você, bem-
vindo ao mundo real, porque não há ser humano
que não tenha passado por uma escolha crucial
sem estremecer nas bases.
Fazer escolhas é doloroso. Temos medo de
errar e sofrer, temos medo de optar pelo ruim e
desprezar o bom. Escolher, em resumo, é um misto
de arte, dor, superação e aprendizado. Tudo na
vida depende das escolhas que fazemos. Até
mesmo pequenas escolhas influenciam toda uma
vida. Você escolhe ser responsável, fiel, aceitar,
comprometer-se, mudar,
resistir ou não. Se
escolhermos corretamente,
seguramente conquistaremos
nossos objetivos.
ATIVIDADE 1 – “NOSSAS ESCOLHAS”
Observe a imagem abaixo.
Agora, pense, qual foi a primeira impressão ao
olhar a imagem anterior? Percebemos que há um
indivíduo parado ao centro e rodeado de opções de
caminhos. Logo, imaginamos que ele deva escolher
um dos caminhos para seguir. Em algum momento
da sua vida já esteve na situação apresentada nesta
imagem?
▪Já existiu um momento na vida de vocês quando
não sabiam por qual caminho seguir?
AS NOSSAS ESCOLHAS...
Como saber qual é a escolha certa, principalmente
em momentos críticos, onde tudo parece tão
difícil? Viver é uma sequência de escolhas, com
consequências favoráveis ou contrárias. As escolhas
de uma vida são de quem tem a responsabilidade
de tomá-las. Somos o produto de nossas escolhas.
Fazer escolhas é ponderar entre o
conhecido e o ignorado, analisar os poucos
benefícios do certo e os enormes do duvidoso ou
meditar sobre os riscos e oportunidades. Tudo isso
mesclado, refletido, depositado na balança junto
com o medo, a coragem e as incertezas, para se
chegar finalmente à escolha que se acredita ser a
melhor.
As dificuldades
para escolher o
caminho certo
são muitas.
Muitas pessoas
não se dão conta
de que a escolha
e a renúncia são
como as duas faces da mesma moeda. Ao
pensarmos nas vantagens em preferir uma
alternativa, também teremos que ter consciência
das desvantagens de renunciar à outra. Ao fazer
escolhas, as pessoas não podem esquecer a
importância de se manter em sintonia com seus
valores e crenças, para não se arrependerem mais
tarde, entrando em conflito consigo mesmas.
AS ESCOLHAS DE UMA VIDA – PEDRO BIAL
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o
personagem interpretado por Woody Allen diz:
"Nós somos a soma das nossas decisões". Essa frase
acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá
nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de
Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o
destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer
uma opção, estamos descartando outra, e de opção
em opção vamos tecendo essa teia que se
convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa
fácil. No momento em que se escolhe ser médico,
se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao
optar pela vida de atriz, será quase impossível
conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma
coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num
excitante vaivém de romances.

PROJETO DE VIDA
216
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida sem
compromisso formal com alguém, apenas
vivenciando amores e deixando-os ir embora
quando se findam, ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa, com direito
a casa própria, orçamento doméstico e
responsabilidades. As duas opções têm seus prós e
contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e
budista?
Todas as alternativas são válidas, mas há
um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos
ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser
casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de
semana, ter filhos quando se está bem-disposto e
não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o autoconhecimento.
Por isso é necessário ler muito, ouvir os
outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção
ao que acontece em volta e não cultivar
preconceitos. Nossas escolhas não podem ser
apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a
gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para
sempre. Mas que essas mudanças de rota venham
para acrescentar, e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.
ATIVIDADES
1. A partir da leitura do texto faça uma reflexão:
(ES)COLHER
Fazer escolhas faz parte da vida de todos. O
importante é saber que todos têm a liberdade para
fazer suas escolhas, porém, as consequências de
cada uma delas é que precisam ser assumidas.
Quando pensamos em escolhas, ficamos pendendo
de um lado para outro, tal qual o pêndulo de um
grande relógio, a princípio sem saber o que escolher.
Uma hora, inclinamos a isto; outra hora, a aquilo, e
descobrirmos que escolher dói, sempre dói.
"Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo
plantado. As escolhas que você procura, osamigos
que você cultiva, as leituras que você faz, os valores
que você abraça, os amores que você ama, tudo
será determinante para a colheita futura“(Padre
Fábio de Melo).
Responda
a. Em que você concorda/discorda do autor do
texto?
b. Para você, qual a maior dificuldade em tomar
decisões?
c. Qual o maior incômodo em fazê-las?
d. As escolhas que tomamos realmente dependem
apenas de nós?
2.
a. Pedro Bial em seu texto, apresenta de fora clara,
que escolher também é abrir mão de algumas
coisas. Em que você concorda/discorda do autor do
texto?
b. Para você, qual a maior dificuldade em tomar
decisões?
c. Qual o maior incômodo em fazê-las?

PROJETO DE VIDA
217
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida sem
compromisso formal com alguém, apenas
vivenciando amores e deixando-os ir embora
quando se findam, ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa, com direito
a casa própria, orçamento doméstico e
responsabilidades. As duas opções têm seus prós e
contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e
budista?
Todas as alternativas são válidas, mas há
um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos
ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser
casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de
semana, ter filhos quando se está bem-disposto e
não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o autoconhecimento.
Por isso é necessário ler muito, ouvir os
outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção
ao que acontece em volta e não cultivar
preconceitos. Nossas escolhas não podem ser
apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a
gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para
sempre. Mas que essas mudanças de rota venham
para acrescentar, e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.
ATIVIDADES
1. A partir da leitura do texto faça uma reflexão:
(ES)COLHER
Fazer escolhas faz parte da vida de todos. O
importante é saber que todos têm a liberdade para
fazer suas escolhas, porém, as consequências de
cada uma delas é que precisam ser assumidas.
Quando pensamos em escolhas, ficamos pendendo
de um lado para outro, tal qual o pêndulo de um
grande relógio, a princípio sem saber o que escolher.
Uma hora, inclinamos a isto; outra hora, a aquilo, e
descobrirmos que escolher dói, sempre dói.
"Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo
plantado. As escolhas que você procura, osamigos
que você cultiva, as leituras que você faz, os valores
que você abraça, os amores que você ama, tudo
será determinante para a colheita futura“(Padre
Fábio de Melo).
Responda
a. Em que você concorda/discorda do autor do
texto?
b. Para você, qual a maior dificuldade em tomar
decisões?
c. Qual o maior incômodo em fazê-las?
d. As escolhas que tomamos realmente dependem
apenas de nós?
2.
a. Pedro Bial em seu texto, apresenta de fora clara,
que escolher também é abrir mão de algumas
coisas. Em que você concorda/discorda do autor do
texto?
b. Para você, qual a maior dificuldade em tomar
decisões?
c. Qual o maior incômodo em fazê-las?
d. As escolhas que decide tomar, realmente
dependem apenas de você?
AULA: NOS MOVEMOS
OBJETIVOS
Desenvolver a leitura crítica acerca de textos
jornalísticos, aplicando os próprios valores na
análise do texto. Elaborar
indagações reflexivas
para questionar
valores culturais nas
relações intra e
interpessoais. Na última
aula, refletimos sobre as
nossas escolhas. Escolher nem
sempre é fácil, no entanto, é crucial para seguirmos
os nossos caminhos. Escolher é tomar uma decisão.
Então, pense:
•O que leva você a tomar essa decisão?
•O que te mo�va a realizar suas escolhas?
•O que te faz mudar sua trajetória?
•As reflexões da úl�ma aula modificaram
algum comportamento seu durante a semana? Por
quê?
O mundo dos valores
Todo mundo já ouviu falar no "jeitinho
brasileiro": poder, não pode, mas sempre dá se um
jeito...
Muitos até chegam a achar que se trata de
virtude a complacência com a qual as pessoas
"fecham os olhos" para certas irregularidades e
ainda favorecem outras tantas. Certos "jeitinhos"
parecem inocentes ou engraçados, e às vezes até
são vistos como sinal de vivacidade e esperteza: por
exemplo, quando se fura a fila do ônibus ou do
cinema. Ou, então, para pegar o filho na escola,
que mal há em parar em fila dupla?
Outros "jeitinhos" não aparecem tão às
claras, mas nem por isso são menos tolerados:
notas fiscais com valor declarado acima do preço
para o comprador levar sua comissão, compras sem
emissão de nota fiscal para sonegar impostos,
concorrências
públicas com "cartas
marcadas". O que
intriga nessa história
toda é que as
pessoas que estão
sempre "dando um
jeitinho" sabem, na
maioria das vezes,
quetransgredem padrões de comportamento. Mas
raciocinam como se isso fosse absolutamente
normal, visto que é comum: Só eu? E os outros?
Todo mundo age assim, quem não fizer o mesmo é
trouxa; quem não gosta de levar vantagem em
tudo?
No livro “O jeitinho brasileiro: a arte de ser
mais igual que os outros”, Lívia Barbosa mostra a
ambiguidade do conceito:
“[...] o jeitinho é sempre uma forma
“especial” de se resolver algum problema ou
situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa
para alguma emergência, seja sob a forma de
conciliação, esperteza ou habilidade. Portanto, para
que uma determinada situação seja considerada
jeito, necessita-se de um acontecimento imprevisto
e adverso aos objetivos do indivíduo. Para resolvê-
la, é necessária uma maneira especial, isto é,
eficiente e rápida, para tratar do ‘problema’.”
Fonte: http://revistadireito.com/tag/jeitinho-brasileiro/
acessado em 10/07/2023.

PROJETO DE VIDA
218
O jeitinho brasileiro pode ser visto tanto
como um favor, quanto como uma forma de
corrupção. Segundo a autora, ele estaria localizado
entre esses dois polos, onde o primeiro é positivo e
o outro é negativo, podendo pender mais para um
lado ou para o outro. O que caracterizaria o jeito
como algo positivo ou negativo depende da
situação em que ele ocorre e a relação que existe
entre as pessoas envolvidas. A psicologia
comportamental também auxilia nessa discussão.
Ela mostra que nossos comportamentos geram
consequências e que, dependendo do resultado
que eles trouxerem, esses comportamentos podem
cessar ou continuar ocorrendo futuramente.
Fonte: https://pt.quora.com/O-que-%C3%A9-o-jeitinho-
brasileiroacessado em 10/07/2023.
Vamos supor que você vai mal em uma
prova e procura a sua professora logo depois da
correção para pedir um ponto a mais. Caso ela
recuse aumentar a nota e até desconte meio ponto
pelo pedido, a chance de você fazer o mesmo
pedido para ela em outra ocasião irá diminuir; caso
ela aceite, aumentam as chances de você repetir o
comportamento. A lógica é bem simples: você faz o
que faz porque se sente bem assim, você é
recompensado por isso. Se você já fez algo errado e
foi punido, com certeza pensará bastante antes de
repetir a ação. Essa ideia pode nos ajudar a refletir
sobre todas as outras ações em nossa vida.
Com esse raciocínio, podemos pensar que
em uma situação em que alguém furou fila e
ninguém se opôs, é possível que a pessoa torne a
furar outra fila
futuramente.
Então podemos
pensar
contribuem
para a situação
tanto quem
pratica o ato,
quanto quem o
presencia sem
se opor a ele.
E é aí, como cidadãos, que podemos pensar
em nossas atitudes. Se presenciarmos alguém
dando um jeitinho, seja ele positivo ou negativo,
qual deve ser nossa ação: recompensar a pessoa ou
repreendê-la? Fonte: ARANNHA, Maria Lúcia de
Arruda; MARTINS. Filosofando. Introdução à
Filosofia. Ed. Moderna
ATIVIDADE
1 – “JEITINHO BRASILEIRO”
AGORA É COM VOCÊ!
Com base nas atividades da aula passada sobre as
Escolhas vamos fazer uma reflexão considerando a
importância dos Valores e se essas escolhas estão
de acordo ou não com o denominado “jeitinho
brasileiro” exposto no texto lido. Já percebeu a
utilização do “jeitinho brasileiro” em alguma
situação? Explique como foi:
Com base na situação que você apresentou, quem
foi prejudicado e quem se beneficiou?
Em que situações utilizamos o “jeitinho brasileiro”?
Existe o “jeitinho brasileiro”? É possível modificá-
lo?
ATIVIDADE
2 – “NOSSOS VALORES”
Observe a tabela

PROJETO DE VIDA
219
O jeitinho brasileiro pode ser visto tanto
como um favor, quanto como uma forma de
corrupção. Segundo a autora, ele estaria localizado
entre esses dois polos, onde o primeiro é positivo e
o outro é negativo, podendo pender mais para um
lado ou para o outro. O que caracterizaria o jeito
como algo positivo ou negativo depende da
situação em que ele ocorre e a relação que existe
entre as pessoas envolvidas. A psicologia
comportamental também auxilia nessa discussão.
Ela mostra que nossos comportamentos geram
consequências e que, dependendo do resultado
que eles trouxerem, esses comportamentos podem
cessar ou continuar ocorrendo futuramente.
Fonte: https://pt.quora.com/O-que-%C3%A9-o-jeitinho-
brasileiroacessado em 10/07/2023.
Vamos supor que você vai mal em uma
prova e procura a sua professora logo depois da
correção para pedir um ponto a mais. Caso ela
recuse aumentar a nota e até desconte meio ponto
pelo pedido, a chance de você fazer o mesmo
pedido para ela em outra ocasião irá diminuir; caso
ela aceite, aumentam as chances de você repetir o
comportamento. A lógica é bem simples: você faz o
que faz porque se sente bem assim, você é
recompensado por isso. Se você já fez algo errado e
foi punido, com certeza pensará bastante antes de
repetir a ação. Essa ideia pode nos ajudar a refletir
sobre todas as outras ações em nossa vida.
Com esse raciocínio, podemos pensar que
em uma situação em que alguém furou fila e
ninguém se opôs, é possível que a pessoa torne a
furar outra fila
futuramente.
Então podemos
pensar
contribuem
para a situação
tanto quem
pratica o ato,
quanto quem o
presencia sem
se opor a ele.
E é aí, como cidadãos, que podemos pensar
em nossas atitudes. Se presenciarmos alguém
dando um jeitinho, seja ele positivo ou negativo,
qual deve ser nossa ação: recompensar a pessoa ou
repreendê-la? Fonte: ARANNHA, Maria Lúcia de
Arruda; MARTINS. Filosofando. Introdução à
Filosofia. Ed. Moderna
ATIVIDADE
1 – “JEITINHO BRASILEIRO”
AGORA É COM VOCÊ!
Com base nas atividades da aula passada sobre as
Escolhas vamos fazer uma reflexão considerando a
importância dos Valores e se essas escolhas estão
de acordo ou não com o denominado “jeitinho
brasileiro” exposto no texto lido. Já percebeu a
utilização do “jeitinho brasileiro” em alguma
situação? Explique como foi:
Com base na situação que você apresentou, quem
foi prejudicado e quem se beneficiou?
Em que situações utilizamos o “jeitinho brasileiro”?
Existe o “jeitinho brasileiro”? É possível modificá-
lo?
ATIVIDADE
2 – “NOSSOS VALORES”
Observe a tabela
a) Observamos que nessas tabelas estão descritos
alguns valores para a vida em Sociedade. Dentre
esses valores quais os mais importantes para
vivermos em sociedade? Cite os que você considera
os 10 principais valores.
b) Você já parou para pensar quais os valores que
você traz no seu Projeto de Vida? Quando você
toma suas decisões elas são a partir desses valores
ou você não faz essa relação? Você ao planejar suas
ações, ou seja, quando está trabalhando no seu
Projeto de Vida, suas decisões são muito bem
pensadas e planejadas, ou você age por impulso ou
mesmo, age de acordo com a necessidade do
momento? Explique e reflita:
c) Como o Projeto de Vida pessoal pode interferir
nas nossas experiências coletivas?
AULA:CORREÇÃO DE ROTAS
Você já se perguntou hoje o que você quer ser?
É semeando o presente que você colhe o
futuro ao tomar decisões no presente você constrói
o seu futuro! Então reflita o que você quer ser,
pesquise e aprofunde o seu conhecimento na área
que você quer investir ou empreender, no curso de
faculdade que você quer se formar, planeje o seu
futuro o quanto antes. O pior arrependimento é de
nunca ter tentado e ter deixado as oportunidades
passarem.
”Lembre, tudo que você vive hoje partiu de
uma decisão. Faça suas escolhaspor você, pela vida
que deseja viver, a forma que vivemos é resultado
das decisões que tivemos ontem.” Ricardo Limite
VAMOS PENSAR...
No meio do caminho pode haver desvios
em relação ao objetivo fixado, mas que estas rotas
podem ser corrigidas a todo
momento. A não ser que
aquele objetivo em
particular já não faça
mais parte dos
planos... sendo assim,
toda uma nova rota
precisa ser novamente
construída com base em novas
metas.
Seria então, uma reescrita de parte do Projeto
de Vida. Isso pode acontecer e está tudo bem.
Desenhe o seguinte esquema no seu caderno:
• O que essa imagem pode representar sobre o seu
Projeto de Vida?
• Você encontra dificuldades em realizar todos os
seus projetos?

PROJETO DE VIDA
220
• Essa linha te representa?
• O que você pode fazer para corrigiros seus
caminhos?
Autogestão: como desenvolvê-la na vida pessoal e
profissional
Gestão do tempo, capacidade de
organização e senso de responsabilidade são
atributos da autogestão que podem trazer muitos
benefícios no dia a dia. A autogestão está
relacionada ao senso de responsabilidade de uma
pessoa, assim como a sua capacidade de
organização e orientação para os objetivos
estabelecidos. Quando um indivíduo consegue
implementar essa habilidade em sua vida, gerir o
tempo para equilibrar a vida pessoal e profissional,
a rotina fica bem mais fácil, trazendo qualidade e
bem-estar em todas as esferas. Portanto, essa é
uma aptidão extremamente importante para
exercitar a inteligência emocional e a autonomia, já
que a autogestão faz o indivíduo perceber seus
limites e desenvolver métodos para potencializar
habilidades e superar dificuldades.
Desenvolvendo a autogestão
Praticar a autogestão faz parte do um projeto
pessoal de autodesenvolvimento. Por isso,
desenvolver essa habilidade é como seguir uma
jornada para a vida toda. O ponto de partida é a
autoconsciência, que é a capacidade de um
indivíduo
monitorar suas
emoções e
pensamentos. A
autocrítica vem
como um
complemento
para avaliar o
entendimento
de si, gerenciando pensamentos, emoções e
comportamentos.
Para José Carlos Severo Andrade, especialista
em Recursos Humanos, Coaching e Gestão
Estratégica de Pessoas, para desenvolver a
autogestão é preciso ter consciência das emoções e
seus efeitos, assim como os sentimentos e também
os valores de uma pessoa, pois muito de suas
reações estão diretamente ligadas aos valores que
construiu no seu convívio social.
Ele ainda elenca outras atitudes importantes para
implementar a autogestão como um plano de
desenvolvimento pessoal e profissional, sendo elas:
• Aprendaa gerir o tempo e organizar suas
prioridades;
• Defina metas claras e possíveis e gerencie
processos;
• Elabore planos de ação para tarefas, e
acompanhe de maneira visual, ágil e simples;
• Pratique a capacidade de conviver com os outros,
aposte nas relações humanas;
• Desenvolva a empatia, ou seja, tente se colocar
no lugar do outro.
Sendo assim, um profissional pode exercer
diferentes papéis em ambientes profissionais e
familiares. Contudo, não deixa de ser um só
indivíduo. E os benefícios de relacionamento,
organização, empatia e tudo que a autogestão
proporciona pode e deve ser usado nos diferentes
papéis da vida.
Fonte:
https://www.consumidormoderno.com.br/2021/02/19/autoge
stao-desenvolve-vida-pessoal-
profissional/#:~:text=A%20autogest%C3%A3o%20est%C3%A1
%20relacionada%20ao,orienta%C3%A7%C3%A3o%20para%20
os%20objetivos%20estabelecidos.
A lógica é bem simples: você faz o que faz
porque se sente bem assim, você é recompensado
por isso. Se você já fez algo errado e foi punido,
com certeza pensará bastante antes de repetir a
ação. Essa ideia pode nos ajudar a refletir sobre
todas as outras ações em nossa vida. Com esse
raciocínio, podemos pensar que em uma situação
em que alguém furou fila e ninguém se opôs, é
possível que a pessoa torne a furar outra fila
futuramente. Então podemos pensar contribuem
para a situação tanto quem pratica o ato, quanto
quem o presencia sem se opor a ele. E é aí, como
cidadãos, que podemos pensar em nossas atitudes.
Se presenciarmos alguém dando um jeitinho, seja

PROJETO DE VIDA
221
• Essa linha te representa?
• O que você pode fazer para corrigiros seus
caminhos?
Autogestão: como desenvolvê-la na vida pessoal e
profissional
Gestão do tempo, capacidade de
organização e senso de responsabilidade são
atributos da autogestão que podem trazer muitos
benefícios no dia a dia. A autogestão está
relacionada ao senso de responsabilidade de uma
pessoa, assim como a sua capacidade de
organização e orientação para os objetivos
estabelecidos. Quando um indivíduo consegue
implementar essa habilidade em sua vida, gerir o
tempo para equilibrar a vida pessoal e profissional,
a rotina fica bem mais fácil, trazendo qualidade e
bem-estar em todas as esferas. Portanto, essa é
uma aptidão extremamente importante para
exercitar a inteligência emocional e a autonomia, já
que a autogestão faz o indivíduo perceber seus
limites e desenvolver métodos para potencializar
habilidades e superar dificuldades.
Desenvolvendo a autogestão
Praticar a autogestão faz parte do um projeto
pessoal de autodesenvolvimento. Por isso,
desenvolver essa habilidade é como seguir uma
jornada para a vida toda. O ponto de partida é a
autoconsciência, que é a capacidade de um
indivíduo
monitorar suas
emoções e
pensamentos. A
autocrítica vem
como um
complemento
para avaliar o
entendimento
de si, gerenciando pensamentos, emoções e
comportamentos.
Para José Carlos Severo Andrade, especialista
em Recursos Humanos, Coaching e Gestão
Estratégica de Pessoas, para desenvolver a
autogestão é preciso ter consciência das emoções e
seus efeitos, assim como os sentimentos e também
os valores de uma pessoa, pois muito de suas
reações estão diretamente ligadas aos valores que
construiu no seu convívio social.
Ele ainda elenca outras atitudes importantes para
implementar a autogestão como um plano de
desenvolvimento pessoal e profissional, sendo elas:
• Aprendaa gerir o tempo e organizar suas
prioridades;
• Defina metas claras e possíveis e gerencie
processos;
• Elabore planos de ação para tarefas, e
acompanhe de maneira visual, ágil e simples;
• Pratique a capacidade de conviver com os outros,
aposte nas relações humanas;
• Desenvolva a empatia, ou seja, tente se colocar
no lugar do outro.
Sendo assim, um profissional pode exercer
diferentes papéis em ambientes profissionais e
familiares. Contudo, não deixa de ser um só
indivíduo. E os benefícios de relacionamento,
organização, empatia e tudo que a autogestão
proporciona pode e deve ser usado nos diferentes
papéis da vida.
Fonte:
https://www.consumidormoderno.com.br/2021/02/19/autoge
stao-desenvolve-vida-pessoal-
profissional/#:~:text=A%20autogest%C3%A3o%20est%C3%A1
%20relacionada%20ao,orienta%C3%A7%C3%A3o%20para%20
os%20objetivos%20estabelecidos.
A lógica é bem simples: você faz o que faz
porque se sente bem assim, você é recompensado
por isso. Se você já fez algo errado e foi punido,
com certeza pensará bastante antes de repetir a
ação. Essa ideia pode nos ajudar a refletir sobre
todas as outras ações em nossa vida. Com esse
raciocínio, podemos pensar que em uma situação
em que alguém furou fila e ninguém se opôs, é
possível que a pessoa torne a furar outra fila
futuramente. Então podemos pensar contribuem
para a situação tanto quem pratica o ato, quanto
quem o presencia sem se opor a ele. E é aí, como
cidadãos, que podemos pensar em nossas atitudes.
Se presenciarmos alguém dando um jeitinho, seja
ele positivo ou negativo, qual deve ser nossa ação:
recompensar a pessoa ou repreendê-la?
Fonte: ARANNHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS.
Filosofando. Introdução à Filosofia. Ed. Moderna
ATIVIDADE 1 – Fluxograma: Pontos de checagem.
Quadro 1 – Lista de checagem
[ ] Defini objetivos específicos
[ ] Tracei metas a curto prazo
[ ] Tracei metas a médio prazo
[ ] Tracei metas a longo prazo
[ ] Ações para o alcance das metas estão em
progresso
[ ] Considerei meus sonhos e vontades
[ ] Avaliei meus recursos
[ ] Identifiquei meus potenciais
[ ]Envolvi minha família em meu Projeto de Vida
[ ] Previ possíveis obstáculos à execução das ações
[ ] Pensei em possíveis ações alternativas
O que pode ser melhorado? Como?
Quadro 2 – Lista de checagem
• Quem sou eu?
• O que faço com facilidade?
• No quetenho dificuldades?
• O que eu gostaria de saber fazer?
• Como eu gostaria de ser?
• O que eu quero para minha vida?

PROJETO DE VIDA
222
Procure seu/ sua professor/aorientador/a para
redefinição/reconstrução do seu Projeto de Vida.
Caso já tenha algo em mente, o quadro 1 também
pode te ajudar a aprimorar seus planos.
Quadro 3 – Parceiros/as
Definir e construir um projeto de vida sozinho/a
pode ser muito difícil, mascom os/as parceiros/as
certos/as esta será, com certeza, uma tarefa mais
leve. Converse e compartilhe suas ideias com quem
está disposto (a) a te auxiliar nesta jornada! Assim
você pode encontrar o apoio que necessita, além
de receber orientações muito valiosas! Tome estas
perguntas como suas:
1)Quem são meus/minhas parceiros/as nesta
jornada de construção/execução do meu Projeto de
Vida?
[ ] Minha família
[ ] Minha escola
[ ] Meus amigos
[ ] Outros (as)
2)Como espero que estes/as possam me apoiar?
Minhas expectativas estão sendo alcançadas? O
que posso compartilhar para que meu projeto seja
melhorado? (Estes questionamentos são reflexivos.
Não precisa responder por escrito.)

PROJETO DE VIDA
223
Procure seu/ sua professor/aorientador/a para
redefinição/reconstrução do seu Projeto de Vida.
Caso já tenha algo em mente, o quadro 1 também
pode te ajudar a aprimorar seus planos.
Quadro 3 – Parceiros/as
Definir e construir um projeto de vida sozinho/a
pode ser muito difícil, mascom os/as parceiros/as
certos/as esta será, com certeza, uma tarefa mais
leve. Converse e compartilhe suas ideias com quem
está disposto (a) a te auxiliar nesta jornada! Assim
você pode encontrar o apoio que necessita, além
de receber orientações muito valiosas! Tome estas
perguntas como suas:
1)Quem são meus/minhas parceiros/as nesta
jornada de construção/execução do meu Projeto de
Vida?
[ ] Minha família
[ ] Minha escola
[ ] Meus amigos
[ ] Outros (as)
2)Como espero que estes/as possam me apoiar?
Minhas expectativas estão sendo alcançadas? O
que posso compartilhar para que meu projeto seja
melhorado? (Estes questionamentos são reflexivos.
Não precisa responder por escrito.)
AULA: PRECONCEITO? O QUE TENHO A VER COM
ISSO?
OBJETIVOS
❑Refletir sobre a construção da responsabilidade
social levando os processos de desigualdade da
sociedade brasileira e goiana.
❑Encorajar os/as estudantes a falar sobre retórica
do racismo no Brasil e a negar práticas e
comportamentos preconceituosos.
❑Refletir sobre a importância de se reconhecerem
perspectivas de preconceito que podem ser
melhoradas em cada um/a.
O que é preconceito?
O termo preconceito se refere a uma opinião
preconcebida ou sentimento formado sobre uma
pessoa ou um grupo, sem que haja experiências ou
fatos relevantes para comprová-lo.
O termo é usado geralmente de forma negativa,
onde os membros pertencentes a um grupo são
vistos como inferiores. Geralmente, ocorre com
características que algum grupo considera
incomum ou indesejável em outra pessoa ou grupo.
Isso acontece quando se critica aspectos como
etnia, gênero, nacionalidade, status social,
orientação sexual ou afiliação religiosa de alguém.
Além do racismo, as principais formas de
preconceito incluem:
•Machismo: a crença de que as mulheres são
menos capazes do que os homens;
•Homofobia: antipatia, desprezo, preconceito,
aversão ou ódio à homossexualidade ou pessoas
identificadas ou percebidas como lésbicas, gays,
bissexuais ou transgêneros (LGBT);

PROJETO DE VIDA
224
•Discriminação religiosa: valorização ou
menosprezo de uma pessoa ou grupo por causa
Fonte:
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-
produtos/direito-facil/edicao-semanal/injuria-racial -x-racismo
acessado em 10/07/2023
O racismo parte da ideia de que a espécie
humana seria dividida por raças, daí o nome. No
entanto, as diferenças físicas e genéticas que os
seres humanos apresentam não são suficientes
para caracterizar uma raça. O DNA de uma pessoa
branca e uma pessoa negra, por exemplo, varia
menos de 0,1%. Então, o racismo é a ideia de que
indivíduos de certa etnia possuem características,
habilidades ou qualidades específicas desta etnia.
Portanto, seriam uma "raça" superior, enquanto
outras, inferiores.
O racismo pode assumir a forma de ações,
práticas, crenças sociais ou sistemas políticos que
consideram que diferentes "raças" devem ser
classificadas como superiores ou inferiores. O
racismo também pode julgar que pessoas de etnias
distintas devem ser tratadas de forma diferente.
As formas clássicas de racismo incluem:
•Discriminação racial: separação de pessoas
através de uma divisão social;
•Racismo institucional: discriminação racial por
parte de grandes organizações com o poder de
influenciar a vida dos indivíduos, como governos,
corporações, religiões e instituições educacionais;
•Racismo nos direitos civis: incluem a disparidade
histórica, econômica ou social causada pelo
racismo passado, afetando a geração atual, e em
atitudes racistas e ações inconscientes dos
membros da população em geral.
O que é discriminação?
A discriminação é a ação baseada no preconceito.
Ocorre quando não se trata membros de
determinado grupo com respeito, mas com base
em fatores como status, cor da pele ou identidade.
Essa distinção acontece de modo prejudicial, e o
fato de alguém ser tratado pior do que outros por
algum motivo arbitrário já é considerado
discriminação.

PROJETO DE VIDA
225
•Discriminação religiosa: valorização ou
menosprezo de uma pessoa ou grupo por causa
Fonte:
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-
produtos/direito-facil/edicao-semanal/injuria-racial -x-racismo
acessado em 10/07/2023
O racismo parte da ideia de que a espécie
humana seria dividida por raças, daí o nome. No
entanto, as diferenças físicas e genéticas que os
seres humanos apresentam não são suficientes
para caracterizar uma raça. O DNA de uma pessoa
branca e uma pessoa negra, por exemplo, varia
menos de 0,1%. Então, o racismo é a ideia de que
indivíduos de certa etnia possuem características,
habilidades ou qualidades específicas desta etnia.
Portanto, seriam uma "raça" superior, enquanto
outras, inferiores.
O racismo pode assumir a forma de ações,
práticas, crenças sociais ou sistemas políticos que
consideram que diferentes "raças" devem ser
classificadas como superiores ou inferiores. O
racismo também pode julgar que pessoas de etnias
distintas devem ser tratadas de forma diferente.
As formas clássicas de racismo incluem:
•Discriminação racial: separação de pessoas
através de uma divisão social;
•Racismo institucional: discriminação racial por
parte de grandes organizações com o poder de
influenciar a vida dos indivíduos, como governos,
corporações, religiões e instituições educacionais;
•Racismo nos direitos civis: incluem a disparidade
histórica, econômica ou social causada pelo
racismo passado, afetando a geração atual, e em
atitudes racistas e ações inconscientes dos
membros da população em geral.
O que é discriminação?
A discriminação é a ação baseada no preconceito.
Ocorre quando não se trata membros de
determinado grupo com respeito, mas com base
em fatores como status, cor da pele ou identidade.
Essa distinção acontece de modo prejudicial, e o
fato de alguém ser tratado pior do que outros por
algum motivo arbitrário já é considerado
discriminação.
Além do racismo, outras formas de
discriminação incluem a distinção por: Idade;
linguagem; deficiência; etnia; identidade de gênero;
altura; nacionalidade; religião; orientação sexual;
peso. Como a discriminação é a ação em si, uma
pessoa pode ser preconceituosa e racista,mas não
agir de acordo com suas opiniões. Ou seja, não
efetua de fato ações de discriminação. Fonte:
https://www.diferenca.com/preconceito-racismo -
e-discriminacao/ acessado em 10/07/2023.
As Mulheres na Política
Estudo e série do Instituto Update mostram
como mulheres inspiradoras estão desafiando o
status quo para mudar a democracia no Brasil e na
América Latina “Uma mulher na política, muda a
[própria] mulher. Muitas mulheres na política,
muda a política”, disse Michelle Bachelet, que
comandou o Chile entre 2006 e 2010 e depois entre
2014 e 2018, quando se tornou a primeira
encarregada da ONU Mulheres, agência das Nações
Unidas para a Igualdade de Gênero. A frase de
Michelle inspira questões fundamentais do nosso
tempo.
O que acontece na política quando mais mulheres
são eleitas? O que muda quando as mulheres
mudam o poder?
Hoje, no entanto, apenas 24% dos espaços
de tomada de decisão nos parlamentos do mundo
sãoocupados por mulheres – e o Brasil está ainda
abaixo dessa média, com 15%.
A partir desses dados e perguntas, o
Instituto Update idealizou Eleitas: Mulheres na
Política. Com apoio da Fundação Tide Setubal, da
Open Society Foundations, da OAK Foundation, da
Ford Foundation, da Luminate e da BMW
Foundation, 52 pessoas – 48 mulheres e quatro
homens – construíram um estudo inédito e uma
série de três episódios realizada em parceria com o
Quebrando o Tabu, a Maria Farinha Filmes e a
Spray Content.
Fonte:
https://www.institutoupdate.org.br/2020/12/09/eleitas-
mulheres-na-
politica/?gclid=CjwKCAjwtfqKBhBoEiwAZuesiFyvOKThCVoGW_
Ns_IDZfhrOyGVbjH2Z6tInz3JkXZAYVBmXbA2YjRoCY_YQAvD_B
wE
AULA: (Inter)Vir
OBJETIVOS
•Expressar-se e par�lhar informações,
sen�mentos, ideias, experiências e produzir
sen�dos que levem ao entendimento
mútuo.
•Formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns com
base em direitos humanos e na consciência
é�ca.

PROJETO DE VIDA
226
•Refle�r sobre alguns recursos que
contribuem para a resolução de conflitos.
•Comunicar-se, acessar e produzir
informações e conhecimento, resolver
problemas e exercer protagonismo de
autoria.
O que é o conflito?
Conflito é sinônimo de embate, oposição,
pendência, pleito; no vocabulário jurídico,
prevalece o sentido de entre choque de ideias ou
interesses em razão do qual se instala uma
divergência entre fatos, coisas ou pessoas.
Os conflitos podem se basear em diferenças
políticas, competição por status, divergências de
gênero ou ódio étnico, todos podendo ser
relativamente desconexos ou independentes de
classe.
Na Sociologia o conflito é um termo
genérico que pode ser utilizado para descrever
tanto as contendas entre dois indivíduos, como
uma guerra internacional entre países. A cobiça por
poder e riqueza, as desigualdades sociais e as
tentativas de obter status levaram à formação de
grupos sociais distintos com interesses e
identidades que podem gerar um choque de
opiniões ou oposições de uns contra outros, devido
o constante potencial para rivalidades existentes
em ambos os grupos.
O que é o conflito?
Burbridge (2012) defendem que conflitos
são naturais e em muitos casos necessários. São o
motor que impulsiona as mudanças. No entanto
muitos conflitos são desnecessários e destroem
valores, causando prejuízo para as empresas e
pessoas que nela trabalham. O principal desafio dos
gestores é identificar os produtivos e os contra
produtivos, visando sempre gerenciá-los. Já para
Chiavenato (2004), conflito ocorre pela diferença
de objetivos e interesses pessoais, e é parte
inevitável da natureza humana; constitui o lado
oposto da cooperação e da colaboração, a palavra
conflito está ligada à desacordo, discórdia, etc.
Para que haja conflito, além da diferença
dos fatores citados, deve haver uma interferência
deliberada de uma das partes envolvidas, ou seja,
quando uma das partes, seja indivíduo ou grupo,
tenta alcançar seus próprios objetivos interligados
com alguma outra parte, a qual interfere na sua
busca de atingir os objetivos.
Assim, conforme Chiavenato (2004), “o
conflito é muito mais do que um simples acordo ou
divergência: constitui uma interferência ativa ou
passiva, mas deliberada, para impor um bloqueio
sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus
objetivos”. Robbins (2002) faz algumas abordagens
sobre o conceito de conflito na visão tradicional,
das relações humanas e a visão interacionista:

PROJETO DE VIDA
227
•Refle�r sobre alguns recursos que
contribuem para a resolução de conflitos.
•Comunicar-se, acessar e produzir
informações e conhecimento, resolver
problemas e exercer protagonismo de
autoria.
O que é o conflito?
Conflito é sinônimo de embate, oposição,
pendência, pleito; no vocabulário jurídico,
prevalece o sentido de entre choque de ideias ou
interesses em razão do qual se instala uma
divergência entre fatos, coisas ou pessoas.
Os conflitos podem se basear em diferenças
políticas, competição por status, divergências de
gênero ou ódio étnico, todos podendo ser
relativamente desconexos ou independentes de
classe.
Na Sociologia o conflito é um termo
genérico que pode ser utilizado para descrever
tanto as contendas entre dois indivíduos, como
uma guerra internacional entre países. A cobiça por
poder e riqueza, as desigualdades sociais e as
tentativas de obter status levaram à formação de
grupos sociais distintos com interesses e
identidades que podem gerar um choque de
opiniões ou oposições de uns contra outros, devido
o constante potencial para rivalidades existentes
em ambos os grupos.
O que é o conflito?
Burbridge (2012) defendem que conflitos
são naturais e em muitos casos necessários. São o
motor que impulsiona as mudanças. No entanto
muitos conflitos são desnecessários e destroem
valores, causando prejuízo para as empresas e
pessoas que nela trabalham. O principal desafio dos
gestores é identificar os produtivos e os contra
produtivos, visando sempre gerenciá-los. Já para
Chiavenato (2004), conflito ocorre pela diferença
de objetivos e interesses pessoais, e é parte
inevitável da natureza humana; constitui o lado
oposto da cooperação e da colaboração, a palavra
conflito está ligada à desacordo, discórdia, etc.
Para que haja conflito, além da diferença
dos fatores citados, deve haver uma interferência
deliberada de uma das partes envolvidas, ou seja,
quando uma das partes, seja indivíduo ou grupo,
tenta alcançar seus próprios objetivos interligados
com alguma outra parte, a qual interfere na sua
busca de atingir os objetivos.
Assim, conforme Chiavenato (2004), “o
conflito é muito mais do que um simples acordo ou
divergência: constitui uma interferência ativa ou
passiva, mas deliberada, para impor um bloqueio
sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus
objetivos”. Robbins (2002) faz algumas abordagens
sobre o conceito de conflito na visão tradicional,
das relações humanas e a visão interacionista:
Visão tradicional: esta abordagem dizia que
todo conflito era ruim e que, portanto, deveria ser
evitado. O conflito era visto como uma disfunção
resultante de falhas de comunicação, falta de
abertura e de confiança entre as pessoas e um
fracasso dos líderes em atender às necessidades e
às aspirações de suas equipes.
Visão das relações humanas: este tipo
defende que o conflito é uma consequência natural
e inevitável em qualquer organização, o que nem
sempre se refere a algo ruim, e pode ter o potencial
de ser uma força positiva na determinação do
desempenho do grupo. Visão interacionista: esta
abordagem sugere não somente que o conflito
pode ser uma força assertiva, como também
defende abertamente a tese de que algum conflito
é absolutamente necessário para o desempenho
eficaz de uma equipe. Portanto, esta visão encoraja
os líderes dos grupos a manterem um nível mínimo
constante de conflito suficiente para manter o
grupo viável, autocrítico e criativo.
O sucesso da gestão de conflitos dependerá
de como o mediador se portará ao longo das etapas
que envolvem a resolução do problema e devendo
adotar uma postura de imparcialidade, mantendo o
foco nos interesses dos indivíduos envolvidos,
adotando uma postura profissional.
Construa a aproximação entre as partes envolvidas
relacionadas a objetivos e metas em comum e no
desejo de ambos na resolução do problema e
mantendo o foco em qual/is são os motivos do
conflito e as variações existentes como por
exemplo a intensidade, a duração, o contexto e as
causas da situação conflituosa. Não se prenda
apenas às reclamações. Busque identificar as
necessidades por trás das críticas, mas lembre-se
de escutar de forma empática o que outro tem a
lhe dizer.
Fonte:https://www.ibccoaching.com.br/portal/conheca-os -
tipos-de-conflitos-nas-organizacoes/acessado em 10/07/2023.
Por que surgem os conflitos?
A primeira coisa que você precisa ter em
mente é que as pessoas que
começam o conflito
costumam estarinsatisfeitas
com algum aspecto da sua
vida. São elasasque se
sentem pouco ouvidas ou
incompreendidas eprocuram
meios de se fazer ouvir.
Para você pode
parecer uma bobagem, mas
você nãodeve subestimar as
situações até conhecer todos
osargumentos.
Os conflitos também
podem surgir da necessidade de demonstrar poder.
Um chefe com pouca autoestima ou um colega que
vê como você se desenvolve com inteligência e
elegância. Estas pessoas querem demonstrar que

PROJETO DE VIDA
228
elas são as que valem, que têm o poder e acreditam
ter autoridade sobre você. Tenha muita calma. Eles
só querem que você lhes dê atenção.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/6-passos- resolver-
conflitos-calma/
Passos para resolver conflitos: Para
solucionar esses conflitos é necessário que você
tenha calma. Aprenda a ouvir, valorizar e entender
o outro. Aqui vão as dicas das coisas importantes a
fazer quando o conflito é inevitável.
1. Ouça com atenção
Mantenha sempre a calma e guarde
silêncio. É importante que a outra pessoa seja
ouvida, por isso ela está fazendo tanto alvoroço. Se
você a ouvir com calma e atenção, ela sozinha
começará a baixar o seu tom de voz. Fale somente
quando houver um pouco de calma. Se ela lhe
perguntar por que você não fala, apenas responda
que a está escutando.
2. Não interrompa
Deixe que fale com liberdade e que
expresse toda a sua justificativa do conflito e da sua
raiva. Você deve preservar o benefício da dúvida;
talvez ela tenha razão e você esteja falando antes
da hora. O seu interlocutor quer ser ouvido,
demonstrar o seu poder. Permita-o. Há pessoas que
não encontram os canais para se fazer valer e se
sentem ofuscadas, por isso gritam.
3. Coloque-se no seu lugar
Pense em por que está desse jeito. Talvez o
seu trabalho seja muito estressante, ou sua vida
não tenha o rumo que gostaria. Pense em como
você se sentiria se estivesse assim. Compreender o
seu interlocutor o ajudará a entender a situação e a
resolvê-la melhor. Não perca a calma.
4. Reafirme o que seu interlocutor diz
Quando puder falar, diga o que você
entendeu do que ele lhe explicou. “O que você está
querendo dizer é...” “Sim, entendo claramente o
que você está querendo dizer...” desta forma, ele
terá certeza de que você o está ouvindo e
prestando toda a atenção. Muitas vezes é só disso
que precisam. Você poderá expressar a sua opinião
depois de chegarem a um acordo sobre o que o
outro diz.
5. Admita que você não tem razão, se for o caso
Admitir que você errou frente aos outros
demonstra o quão seguro de si você é. Poucos
conseguem fazê-lo, mas você deve tentar. Se esta
for a situação, você acabará com o conflito
rapidamente e subirá o conceito que os outros têm
sobre você. Se você não tem certeza de que se
enganou, simplesmente diga isto. “Sabe, talvez
você tenha razão. Será que podemos revisar isto
juntos?”. Se você não estiver totalmente seguro,
não exponha os seus argumentos. Isso demonstrará
que você é uma pessoa confiável.
6. Olhe o melhor lado da outra pessoa
Se você conhece algum detalhe da vida
pessoal do seu interlocutor, algo que ele gosta de
fazer ou algo bacana relacionado a ele, procure
imaginá-lo fazendo isto. Cada vez que você pensar
nele, relacione-o a essa atividade. Assim, você
conseguirá falar com essa outra face, porque irá se
dirigir a ele de forma harmoniosa e alegre. Procure
não ter presente a sua face mais violenta, assim
você poderá iniciar uma conversa sempre em bons
termos.
Se você conseguir se lembrar destes passos
quando estiver começando um conflito, com
certeza irá resolvê-lo de forma eficiente. Você irá
encerrá-los com elegância e poderá otimizar o seu
tempo de maneira muito mais eficaz.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/6-passos- resolver-
conflitos-calma/
ATIVIDADE 1
1.As situações conflituosas estão presentes
em nossa vida. Saber como resolver tais
acontecimentos nos ajuda em nosso
crescimento como pessoa. Liste algumas
situações de conflito que você vive
co�dianamente no fluxograma abaixo.

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elas são as que valem, que têm o poder e acreditam
ter autoridade sobre você. Tenha muita calma. Eles
só querem que você lhes dê atenção.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/6-passos- resolver-
conflitos-calma/
Passos para resolver conflitos: Para
solucionar esses conflitos é necessário que você
tenha calma. Aprenda a ouvir, valorizar e entender
o outro. Aqui vão as dicas das coisas importantes a
fazer quando o conflito é inevitável.
1. Ouça com atenção
Mantenha sempre a calma e guarde
silêncio. É importante que a outra pessoa seja
ouvida, por isso ela está fazendo tanto alvoroço. Se
você a ouvir com calma e atenção, ela sozinha
começará a baixar o seu tom de voz. Fale somente
quando houver um pouco de calma. Se ela lhe
perguntar por que você não fala, apenas responda
que a está escutando.
2. Não interrompa
Deixe que fale com liberdade e que
expresse toda a sua justificativa do conflito e da sua
raiva. Você deve preservar o benefício da dúvida;
talvez ela tenha razão e você esteja falando antes
da hora. O seu interlocutor quer ser ouvido,
demonstrar o seu poder. Permita-o. Há pessoas que
não encontram os canais para se fazer valer e se
sentem ofuscadas, por isso gritam.
3. Coloque-se no seu lugar
Pense em por que está desse jeito. Talvez o
seu trabalho seja muito estressante, ou sua vida
não tenha o rumo que gostaria. Pense em como
você se sentiria se estivesse assim. Compreender o
seu interlocutor o ajudará a entender a situação e a
resolvê-la melhor. Não perca a calma.
4. Reafirme o que seu interlocutor diz
Quando puder falar, diga o que você
entendeu do que ele lhe explicou. “O que você está
querendo dizer é...” “Sim, entendo claramente o
que você está querendo dizer...” desta forma, ele
terá certeza de que você o está ouvindo e
prestando toda a atenção. Muitas vezes é só disso
que precisam. Você poderá expressar a sua opinião
depois de chegarem a um acordo sobre o que o
outro diz.
5. Admita que você não tem razão, se for o caso
Admitir que você errou frente aos outros
demonstra o quão seguro de si você é. Poucos
conseguem fazê-lo, mas você deve tentar. Se esta
for a situação, você acabará com o conflito
rapidamente e subirá o conceito que os outros têm
sobre você. Se você não tem certeza de que se
enganou, simplesmente diga isto. “Sabe, talvez
você tenha razão. Será que podemos revisar isto
juntos?”. Se você não estiver totalmente seguro,
não exponha os seus argumentos. Isso demonstrará
que você é uma pessoa confiável.
6. Olhe o melhor lado da outra pessoa
Se você conhece algum detalhe da vida
pessoal do seu interlocutor, algo que ele gosta de
fazer ou algo bacana relacionado a ele, procure
imaginá-lo fazendo isto. Cada vez que você pensar
nele, relacione-o a essa atividade. Assim, você
conseguirá falar com essa outra face, porque irá se
dirigir a ele de forma harmoniosa e alegre. Procure
não ter presente a sua face mais violenta, assim
você poderá iniciar uma conversa sempre em bons
termos.
Se você conseguir se lembrar destes passos
quando estiver começando um conflito, com
certeza irá resolvê-lo de forma eficiente. Você irá
encerrá-los com elegância e poderá otimizar o seu
tempo de maneira muito mais eficaz.
Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/6-passos- resolver-
conflitos-calma/
ATIVIDADE 1
1.As situações conflituosas estão presentes
em nossa vida. Saber como resolver tais
acontecimentos nos ajuda em nosso
crescimento como pessoa. Liste algumas
situações de conflito que você vive
co�dianamente no fluxograma abaixo.
Quais são as causas para esses conflitos que foram
expostos por você na primeira da tabela?
ATIVIDADE 2 – Reflexão
Como podemos resolver as situações que são
conflituosas de forma eficaz?
Faça a leitura do ar�go do consultor Eduardo
Shinyashiki que fala sobre a questão de conflitos.
Depois da leitura analise se você está resolvendo
seus conflitos da melhor forma.
Responda sobre a importância do exercício do
diálogo na resolução de conflitos.
Quais são os diversos aspectos referentes aos
conflitos co�dianos, e qual a importância em
superar obstáculos para se a�ngir obje�vos e
resolver conflitos.
AULA: AUTOAVALIAÇÃO
Caro/a Estudante,
A disciplina Projeto de Vida está incluída
como parte obrigatória do currículo de ensino
médio, sendo a carga horária distribuída em uma
hora/aula para a 1ª, 2ª e 3ª séries. A organização
pedagógica desse componente curricular tem o
objetivo de estimular, motivar e desenvolver o
senso crítico e a percepção de sua realidade, como
de suas implicações nos aspectos e contextos
socioculturais, possibilitando a definição de metas e
estratégias para alcançar seus objetivos de vida,
sendo um direcionamento, não cabe reprovação.
O Projeto de Vida parte de uma proposta
interdimensional, aliando aspectos cognitivos e não
cognitivos em busca de uma educação com
significado, de forma integral e tornando o
estudante capaz de seguir sua trajetória fazendo
boas escolhas com consciência, autonomia e
responsabilidade. Para desenvolver essa
metodologia é necessário promover o acolhimento
da diversidade constitutiva em vocês, jovens
estudantes e o desenvolvimento da sexta
competência geral da BNCC na construção do
Projeto de Vida conectado ao Projeto de
Protagonismo Juvenil. Nessa perspectiva, com a
orientação do professor registra a contribuição das
atividades integradoras desenvolvidas em sala de
aula e o que julgar necessário para a construção de
seu Projeto de Vida.

PROJETO DE VIDA
230
O processo de desenvolvimento será
analisado a partir da frequência e verificação de
comportamentos observáveis em relação ao
investimento do quanto você está efetivamente se
dedicando a essa construção cotidianamente, bem
como ao desenvolvimento de habilidades, como
autoconhecimento, autonomia, autorregulação,
compromisso, iniciativa, planejamento,
resolutividade, responsabilidade pessoal e social
dentre outros.
A proposta de avaliação do Projeto de Vida
não tem atribuição de nota, pois trata -se de um
modelo de avaliação qualitativa, que por sua vez,
refere-se ao que não pode ser mensurável. O
intuito do registro é obter elementos
complementares às observações a respeito das
motivações, comportamentos e necessidades do
estudante, bem como sua opinião e expectativas.
Nesse tipo de avaliação, os dados gerados não são
números, pois seu caráter é exploratório.
Estudantes o olhar atento do docente
durante as aulas de Projeto de Vida possibilitará o
acesso a informações valiosas, que poderão
alcançar o estudante de forma individualizada,
percebendo as potencialidades (competências e
habilidades), as evoluções ou regressões,
possibilidades de avanços, proposta de novos
planejamentos e atividades, relacionamento com
os colegas, e muitas outras são alguns dos
exemplos possíveis.
Por fim, a cada aula de Projeto de Vida
você, estudante poderá realizar sua autoavaliação,
percebendo suas próprias dificuldades de forma
mais concreta, desenvolvendo seu
autoconhecimento e entendendo as relações
construídas ao longo da vida, entenderá que esses
são fatores importantes para a realização pessoal e
profissional de todo ser humano.

PROJETO DE VIDA
231
O processo de desenvolvimento será
analisado a partir da frequência e verificação de
comportamentos observáveis em relação ao
investimento do quanto você está efetivamente se
dedicando a essa construção cotidianamente, bem
como ao desenvolvimento de habilidades, como
autoconhecimento, autonomia, autorregulação,
compromisso, iniciativa, planejamento,
resolutividade, responsabilidade pessoal e social
dentre outros.
A proposta de avaliação do Projeto de Vida
não tem atribuição de nota, pois trata -se de um
modelo de avaliação qualitativa, que por sua vez,
refere-se ao que não pode ser mensurável. O
intuito do registro é obter elementos
complementares às observações a respeito das
motivações, comportamentos e necessidades do
estudante, bem como sua opinião e expectativas.
Nesse tipo de avaliação, os dados gerados não são
números, pois seu caráter é exploratório.
Estudantes o olhar atento do docente
durante as aulas de Projeto de Vida possibilitará o
acesso a informações valiosas, que poderão
alcançar o estudante de forma individualizada,
percebendo as potencialidades (competências e
habilidades), as evoluções ou regressões,
possibilidades de avanços, proposta de novos
planejamentos e atividades, relacionamento com
os colegas, e muitas outras são alguns dos
exemplos possíveis.
Por fim, a cada aula de Projeto de Vida
você, estudante poderá realizar sua autoavaliação,
percebendo suas próprias dificuldades de forma
mais concreta, desenvolvendo seu
autoconhecimento e entendendo as relações
construídas ao longo da vida, entenderá que esses
são fatores importantes para a realização pessoal e
profissional de todo ser humano.

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232

PROJETO DE VIDA
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234
ORIENTAÇÃO DO PROCESSO
DE AVALIAÇÃO QUALITATIVA
O processo de avaliação do desempenho e da
auto avaliação dos estudantes poderá ser
realizado a partir das três fichas propostas para
os estudantes e uma ficha para o(a) professor(a).
Cada estudante deverá ter as três fichas de auto
avaliação durante os 04 bimestres para que
possam responder. No final da avaliação
realizada pelos estudantes o mediador irá
recolher as fichas e colocar num arquivo. A cada
bimestre o mediador poderá propor a ficha 1
com outras questões e aplicar as fichas 2 e 3.
A FICHA DOS ESTUDANTES:
AUTOCONHECIMENTO/REVENDO
SUA VIDA PESSOAL
Será utilizada por todos os estudantes da turma
para que eles possam com base nas questões
propostas se auto avaliar. Essa ficha poderá ser
usada para os quatro (04) bimestres, com as
mesmas questões ou com outras questões que o
mediador achar pertinente. Serão cinco (05)
questões para que os estudantes analisem como
ele está de acordo com os conceitos REGULAR,
BOM e ÓTIMO. Também poderão listar os
pontos que precisarão melhorar. Na parte que
propõem a nota o estudante irá se avaliar numa
escala de 0 a 10, o intuito é que cada estudante
possa se auto avaliar dessa forma será possível
que cada um possa acompanhar se está
evoluindo ou não, de acordo com sua avaliação.
Na segunda FICHA DOS ESTUDANTES:
AUTOCONHECIMENTO há três questões de auto
avaliação para serem respondidas pelos
estudantes utilizando a escala de 0 a 10, sendo:
SIM, SEMPRE com valor da escala corresponde
de 8 a 10; ÀS VEZES com valor da escala
corresponde de 4 a 7 e NÃO, NUNCA com valor
da escala corresponde de 0 a 3. O mediador irá
utilizar a mesma ficha no decorrer de cada
bimestre, dessa forma o estudante poderá
perceber como está seu desenvolvimento nas
questões levantadas. Neste caso é importante
que os estudantes elenquem os pontos de
atenção que precisarão ficar atentos durante a
construção do Projeto de Vida.
Na terceira FICHA DOS ESTUDANTES:
AUTOCONHECIMENTO os estudantes irão
avaliar sua assiduidade, disciplina, iniciativa,
Responsabilidade, produtividade e descrição. As
seis questões também serão respondidas com
base na escala de 0 a 10 sendo: SIM, SEMPRE
com valor da escala corresponde de 8 a 10; ÀS
VEZES com valor da escala corresponde de 4 a 7
e NÃO, NUNCA com valor da escala corresponde
de 0 a 3.
Ao finalizar a auto avaliação das três fichas, os
estudantes poderão somar todos os resultados,
sendo que esse número/total poderá chegar a
100. Com base nos valores dessa escala os
estudantes poderão perceber como estão
evoluindo no decorrer de cada bimestre.
Acreditamos que o processo de avaliação de
desempenho, a auto avaliação dos estudantes e
a avaliação qualitativa dos mediadores sendo
realizada de forma contínua poderá contribuir
significativamente no processo do
autoconhecimento dos estudantes colaborando
com a maturidade dos estudantes para a
construção do projeto de Vida.
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