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Na medida em que o filtrado flui através destes túbulos, diversas substâncias são
reabsorvidas através da parede tubular, enquanto que, ao mesmo tempo, outras são excretadas para o
interior dos mesmos.
Túbulo Contornado Proximal
Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é reabsorvida (transporte
ativo) através da parede tubular e retornando, portanto, ao sangue que circula no interior dos
capilares peritubulares, externamente aos túbulos.
Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100% dos aminoácidos e das proteínas que
porventura tenham passado através da parede dos capilares glomerulares.
Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente 70% das moléculas de
Na+ e de Cl- (estes últimos por atração iônica, acompanhando os cátions). A reabsorção de NaCl faz
com que um considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja também reabsorvido.
Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o túbulo contornado proximal e
atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle.
Alça de Henle
Esta se divide em dois ramos: um descendente e um ascendente. No ramo descendente a
membrana é bastante permeável à água e ao sal NaCl. Já o mesmo não ocorre com relação à
membrana do ramo ascendente, que é impermeável à água e, além disso, apresenta um sistema de
transporte ativo que promove um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior da
alça, carregando consigo íons cloreto (por atração iônica).
Devido às características descritas acima, enquanto o filtrado glomerular flui através do ramo
ascendente da alça de Henle, uma grande quantidade de íons sódio é bombeada ativamente do
interior para o exterior da alça, carregando consigo íons cloreto. Este fenômeno provoca um acúmulo
de sal (NaCl) no interstício medular renal que, então, se torna hiperconcentrado em sal, com uma
osmolaridade um tanto elevada, quando comparada aos outros compartimentos corporais. Essa
osmolaridade elevada faz com que uma considerável quantidade de água constantemente flua do
interior para o exterior do ramo descendente da alça de Henle (lembre-se que este segmento é
permeável à água e ao NaCl) enquanto que, ao mesmo tempo, NaCl flui em sentido contrário, no
mesmo ramo.
Portanto, o seguinte fluxo de íons e de água se verifica através da parede da alça de Henle: No
ramo descendente da alça de Henle flui, por difusão simples, NaCl do exterior para o interior da alça,
enquanto que a água, por osmose, flui em sentido contrário (do interior para o exterior da alça).
Túbulo Contornado Distal:
Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio do interior para o exterior
do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba de sódio e potássio que, ao mesmo tempo em
que transporta ativamente sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o contrário com íons
potássio. Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente ao sódio do que ao potássio, de maneira
que bombeia muito mais sódio do interior para o exterior do túbulo do que o faz com relação ao
potássio em sentido contrário. O transporte de íons sódio do interior para o exterior do túbulo atrai
íons cloreto (por atração iônica). Sódio com cloreto formam sal que, por sua vez, atrai água. Portanto,
no túbulo contornado distal do nefron, observamos um fluxo de sal e água do lumen tubular para o
interstício circunvizinho.
A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende bastante do nível
plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas glândulas supra-renais. Quanto maior for o
nível de aldosterona, maior será a reabsorção de NaCl + H2O e maior também será a excreção de
potássio.
O transporte de água, acompanhando o sal, depende também de um outro hormônio: ADH
(hormônio anti diurético), secretado pela neuro-hipófise. Na presença do ADH a membrana do túbulo
distal se torna bastante permeável à água, possibilitando sua reabsorção. Já na sua ausência, uma
quantidade muito pequena de água acompanha o sal, devido a uma acentuada redução na
permeabilidade à mesma neste segmento.