Filosofia e pensamento
Capítulo 11
Na Antiguidade, dizia-se que “O pen-
samento é o passeio da alma”, pois
este era considerado uma atividade
na qual saímos de nós mesmos sem
sairmos de nosso interior. Em nosso
cotidiano, usamos as palavras pensar
e pensamento em sentidos variados,
podendo se constituir em uma ativida-
de solitária, invisí-
vel para nós e que
precisa ser proferi-
da para ser com-
partilhada, ou tam-
bém se traduzir
em sinais corpo-
rais e visíveis.
Há várias manei-
ras de se interpre-
tar o pensar, que
pode ser visto co-
mo preocupação,
cisma ou dúvida;
pode ser sinônimo
de deliberação e
de decisão, como
algo que resulta
numa ação; pode se referir a algo que
se pode ou não querer, uma forma de
atenção e concentração; pode repre-
sentar uma determinada ideia que,
definindo algum assunto, foi publica-
mente anunciada; ou pode ainda, con-
forme mencionado por Descartes na
frase “Penso, logo existo”, indicar a
própria essência da natureza humana.
Podemos inclusive supor que há
bons e maus pensamentos.
Pensar é, portanto, suspender o jul-
gamento até se formar uma ideia ou
opinião, comparar os pontos de vista,
avaliar, julgando seu valor e se essa
ideia é verdadeira ou falsa, justa ou
injusta, examiná-las, ponderando os
pontos de vista para escolher um de-
les e equilibrar, encontrando um meio-
termo entre extremos ou opiniões
opostas.
Podemos chegar à conclusão de
que o pensamento é uma atividade
pela qual a consciência ou a inteligên-
cia coloca algo diante de si para aten-
tamente considerar, avaliar, pesar,
equilibrar, reunir, compreender, esco-
lher, entender e ler por dentro.
O pensamento, portanto, exprime
nossa existência como seres racionais
e capazes de conhecimento abstrato e
intelectual, e manifesta sua própria
capacidade para dar a si mesmo leis,
normas, regras e princípios para al-