5/16/2018 APOSTILA PISCICULTURA COMPLETA - slidepdf.com
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4. REPRODUÇÃO INDUZIDA
Todo o processo de indução começou com Rodolpho Von Ihering, que iniciou os
trabalhos de cultivo de peixes na Região Nordeste em 1932. Havia o interesse de expandir a
piscicultura, mas, a dificuldade de obtenção de alevinos era grande, haja vista a impossibilidade
de reprodução natural das várias espécies de peixes em cativeiro.
Alguns grupos de peixes reproduzem-se naturalmente em águas lênticas (lagoas ou
represas), como os lambaris, traíras e tucunarés. Outros grupos de peixes, que abrange a maior
parte de nossas espécies nativas, necessitam realizar a piracema (migrações) rumo às cabeceiras
dos rios para a reprodução, são os chamados peixes REOFÍLICOS, como o pacu, tambaqui,
curimbatá, dourado, pintado, piavuçú, piraputanga, piracanjuba, etc. Peixes estes de grande
interesse para a piscicultura. Para estas espécies, que em cativeiro não se reproduzem
naturalmente, pressupõe-se o processo de reprodução induzida a fim de que seja possível a
obtenção de larvas para posterior cultivo.
A reprodução induzida consiste da utilização de hormônios naturais ou sintéticos a fim de
que seja possível induzir a ovulação e espermiação de algumas espécies de peixes com potencial
para ser utilizadas em piscicultura. Assim, justifica-se a reprodução induzida, para obtenção de
uma produção em massa de larvas, com alta taxa de sobrevivência para o abastecimento dos
sistemas de criação de espécies reofílicas.
5. ORIGEM DO PLANTEL DE REPRODUTORES
Os reprodutores utilizados para indução hormonal podem ser obtidos dos rios, sendo
estocados em tanques, recebendo alimentação e outros manejos de acordo com a espécie, idade
do animal, etc.
Os animais também podem ser obtidos de outras piscigranjas, estações de piscicultura,
etc. Embora possam ser estocados em viveiros maiores, a manutenção desses animais em viveiros
menores, com 1500 a 3000 metros quadrados, facilita o acompanhamento do seu
desenvolvimento, alimentação e observação das mortalidades, além de facilitar a captura para
utilização na reprodução, sendo a densidade mantida na proporção de 5 a 10 m
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por reprodutor.
A alimentação destes reprodutores deve suplementar suas exigências para manutenção e
desenvolvimento gonadal, sendo que para os animais em crescimento é necessário que a ração
supra as suas exigências de mantença, crescimento e também aquela porção que será destinada à
reprodução.
No caso de reprodutores de hábito alimentar carnívoro, como o pintado e a piraputanga,
pode-se utilizar de outras espécies para melhorar o desempenho reprodutivo e também reduzir os
custos com a alimentação.
Para as espécies que aceitam bem dietas artificiais, uma taxa de arraçoamento entre 1 a
2% tem trazido bons resultados sobre o desempenho, sendo que peixes carnívoros exigem níveis
protéicos mais elevados.
As dietas deverão ser reduzidas nas épocas mais frias, e de acordo com a condição
corporal do animal.
Os peixes apresentam elevada fecundidade. Para se ter uma idéia, uma fêmea de tambaqui
de 3,0 kg desova cerca de 500 mil óvulos, já uma fêmea de dourado de 7,0 a 8,0 kg chega a
desovar mais de um milhão de óvulos.
Hipofisação: é a aplicação do hormônio gonadotrófico extraído da hipófise de peixes doadores,
os quais devem ser adultos e estarem maduros sexualmente ou em fase de maturação gonadal
avançada.