9
3.1 PRINCIPAIS MECANISMOS DE AÇÕES TÓXICAS:
a) Interferência com os sistemas enzimáticos (reversível, irreversível, síntese letal)
b) Interferência com o transporte de Oxigênio (Carboxihemoglobina, metahemoglobina)
c) Interferência com o sistema genético (ação citostática, carcinogênese, mutagênese e teratogênese)
d) Interferência com as funções gerais das células (anestésica, neurotransmissão)
e) Irritação direta dos tecidos (dermatite química, gases irritantes)
f) reações de hipersensibilidade (alergia química, fotoalergia, fotossensibilização)
4 EXEMPLOS DE AGENTES TÓXICOS DE INTERESSE EM TOXICOLOGIA OCUPACIONAL
- Hepatotóxicos (fígado): clorofórmio, tetracloreto de carbono, fósforo, cloreto de vinila, álcool etílico
- nefrotóxicos (rins): Mercúrio, Cádmio, Cromo, hidrocarbonetos policíclicos, PCB (askarel),
clorofórmio, tetracloreto de carbono, Pb.
- neurotóxicos (sistemas nervoso central e periférico): dissulfeto de carbono, álcool etílico,
manganês, mercúrio orgânico, brometo de metila, DDT, compostos organofosforados, BTX
(thinners).
- Interação com sistemas biológicos diversos: As, Cd, Pb, Cu, Cr, Sn, Mn, Hg e outros.
- Carcinogênicos (câncer): benzidina, níquel, cromo 6+, cloreto de vinila, benzeno, asbestos
- pneumoconióticos (pulmões): sílica, asbestos, óxidos de ferro, carbonetos de tungstênio, alumínio
- irritantes primários:
- vias aéreas superiores: amoníaco, ácido crômico, ác. clorídrico, ac. fluorídrico e outros
- v.a .s e tecido pulmonar: halógenos (Br2, Cl2, I2), dimetilsulfato, ozonio, cloreto de enxofre,
tricloreto de fósforo e outros
- alvéolos pulmonares: tricloreto de arsênico, dióxido de nitrogênio, fosgênio e outros.
- irritantes secundários: sulfeto de hidrogênio e fosfina
- asfixiantes simples ou mecânicos: etileno, acetileno, nitrogênio, metano e etano, propano, propileno
e outros.
- asfixiantes bioquímicos: monóxido de carbono, cianeto, agentes metahemoglobinizantes
- anestésicos e narcóticos: éter etílico, hidrocarbonetos parafínicos (propano a decano), cetonas
alifáticas, alcoois alifáticos (etílico, propílico, butílico e amílico), ésteres (que se hidrolizam a
ácidos orgânicos e alcoois.)
5 VIAS DE PENETRAÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS NO ORGANISMO
No item 2.2, foi dito que a fase toxicocinética corresponde à fase de movimentação do agente
tóxico no organismo. Pode-se dizer que tão logo se inicia a primeira das quatro fases de um processo
de intoxicação, a exposição, começa também a segunda fase, que é a toxicocinética. Esta, por sua
vez, inclui as etapas de absorção, distribuição e eliminação do agente tóxico.
A exposição pressupõe a penetração do agente tóxico no organismo. A penetração é, pois, o
contato inicial seguido do ingresso da substância no organismo, por meio de seus orifícios anatômicos
(oral, nasal, retal, cutâneos) ou por aberturas não naturais, como feridas e cortes, por exemplo. A
absorção, por sua vez, consiste no transporte do agente tóxico do meio externo para o meio interno do
organismo receptor, através de membranas biológicas.
Saliente-se aqui que, como meio externo, para fins de absorção, considera-se qualquer meio
que não seja a circulação sanguínea. Assim, como meio externo pode-se considerar a epiderme, o
estômago, os alvéolos pulmonares ou o intestino, por exemplo.
5.1 A ABSORÇÃO DE AGENTES TÓXICOS:
Obviamente, a absorção varia conforme a via de penetração do xenobiótico, pois as
diversas membranas (pele, mucosa do sistema respiratório) oferecem diferentes resistências ao